As irmãs Parkinson e a viagem no tempo escrita por Spooky Nurse


Capítulo 7
Seis




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SEIS

Conselho sobre Verdades

"Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim."

*

Uma semana havia se passado rapidamente e o dia da festa de Pansy já havia chegado. Tudo estava preparado na sala precisa, os balões colocados, os comes e bebes postos na mesa, a musica instalada, e a pista trabalhada, e todos os que estariam presentes avisados.

Hermione e Pansy optaram por vestidos leves e sapatilhas mais vintages que tinham e estavam indo para a sala - precisa que naquela hora já estava cheia e bumbando. Hermione sentiu que Pansy estava apreensiva e acreditava ser por causa da festa, mas esse pensamento sumiu quando a morena se pronunciou.

– Hermione falta uma semana. – comentou Pansy.

– eu sei. É melhor resolvermos as coisas com Regulo e Sirius.

– o que quer dizer?

– ora Pansy. – disse Hermione. – Vamos para 1954 daqui uma semana e se conseguirmos cumprir a missão eles nem se lembraram de nós quando voltarmos para o futuro.

– mas... – Pansy tentou contornar, mas sabia que ela estava certa. – você tem razão Mione.

– sabe que tenho. – disse Hermione. – Lembre-se que eu estou aqui, somos tudo que temos.

E assim foram caminhando pelos imensos corredores de pedra até a sala - precisa. Estavam tão entretidas na conversa que nem ao menos notaram que não muito distante delas duas pessoas ouviram cada palavra dita.

*

A festa foi bem animada, todos beberam, comeram e dançaram até não agüentar mais, os marotos fizeram daquela festa a melhor de todas, e nunca poderiam negar, eles sabem ser a alma de uma festa. Sirius, Hermione, Pansy e Regulo foram os únicos a ficarem na sala no final de tudo, quando todos - tontos - voltaram para seus dormitórios.

Pansy soltou um bocejo e se levantou um pouco cambaleante, olhou no relógio que já mostrava três da manha.

– Já vou, ate amanha. – disse Pansy.

– Eu te acompanho. – disse Regulo, se levantando e soltando um bocejo também. – ate.

Assim que eles saíram da sala Sirius se virou para a castanha, com um olhar preocupado e a testa vincada em sinal de tensão.

– agora me diga o que você tem. - soltou sem delongas.

– não tenho nada.

– a verdade Athena. – disse ele. – você esta estranha desde que a festa começou.

– é só que... - ela parou por um momento.

Ela sabia que não seria fácil dizer aquelas palavras.

– só que? - ele incentivou.

Ela suspirou pesadamente.

– quero um tempo.

– o que?

– um tempo. - repetiu ela. - preciso colocar a cabeça em ordem, aconteceu tudo muito rápido na minha vida e preciso, não sei...

Ela já estava com os olhos marejados.

– tudo bem. – suspirou Sirius.

– tudo bem? - ela indagou.

– não posso obrigá-la. – disse ele. – mas sempre estarei aqui.

– sinto muito Sirius.

E dizendo isso ela correu, correu rápido pelos corredores, deixando um moreno para trás de cabeça baixa tentando entender tudo que aconteceu naquela noite. Ela virou nos corredores até chegar a entrada da lufa-lufa, disse a senha e ao chegar no dormitório se jogou em sua cama a molhando com as lagrimas.

Ela não queria isso, queria que tivesse outra opção, mas não tinha, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e tudo que ela queria era que nada disso tivesse acontecido.

Depois de alguns minutos ela viu que não conseguiria dormir, desceu escondida da torre pegou uma vassoura no armário, não pode deixar de notar o quanto os corredores eram menos vigiados naquela época, sem nem se dar ao trabalho de ver se alguém estava por perto ela subiu na vassoura e foi em direção a floresta proibida, assim que saiu dos terrenos da escola aparatou.

*

Pansy procurava a irmã desesperadamente por cada canto da escola a mais de cinco horas e não encontrou nada.

Regulo a havia pedido em namoro, ele estava realmente apaixonado e ela não estava diferente. Mas sabia que aquilo jamais daria certo, a doce lembrança de amar Regulo estava se tornando em uma dor horrível ao se lembrar de que um dia teria de abandoná-lo. Pensou em fugir com ele, se entregar a isso, e como uma sonserina deveria fazer, mas entrou nessa com a irmã, pela sua família e amigos, e iria ate o fim disso por eles.

Mas ela não deixava de se perguntar o que ele faria se descobrisse...

Ele entenderia?

Teria uma forma de levá-lo junto?

Era por isso que procurava a irmã, ela era a única que poderia ajudar.

– Sirius! – gritou ela assim que o avistou. – viu a Hermione?

– não desde ontem à noite, ela terminou comigo e saiu correndo, não há vi mais. - ele estava triste, via isso em seus olhos, mas tentava ao maximo não demonstrar.

– ho... Sinto muito.

– tudo bem. – respondeu ele. – ela me disse uma vez que quando quer pensar aparata para ilha do anjo caído, ela me levou lá umas duas vezes.

– isso... Como pude esquecer... – murmurou à morena. – obrigada.

E assim ela correu para a floresta não ligando para os gritos que os amigos lhe direcionavam, e sem notar que pessoas vinham atrás dela. Ela chegou ao ponto fora da propriedade e aparatou.

Ela encontrou Hermione na extremidade da ilha do anjo caído, chegou à extremidade do estreito, e subiu em uma pedra arredondada, a frente podia se ver um rio e uma cachoeira com altura suficiente para causar uma neblina quando chegava aos rochedos a baixo, mas o que chamou a atenção da morena, foi a massa castanha na base da cachoeira, o corpo de Hermione estava totalmente abaixo dela, deixando a água cair em seu corpo.

O que Merlin ela estava fazendo?

Pansy fez um floreio na varinha e a tirou da água. Hermione resmungou quando a viu, pegou sua varinha na grama e conjurou um leve vestido.

– vai embora. – disse a castanha.

Ela estava pálida, seus olhos vermelhos e desorientados, Pansy sabia que ela estava sofrendo. E queria ajudar, mas se lembrava até hoje dá ultima vez, Hermione se recusa a se mostrar fraca na frente dos outros e sempre enfrenta sozinha. Seu corpo estava vermelho por causa da queda brusca da água em seu corpo.

–Hermione, eu vim para...

– não me interessa. - ela cortou. - EU vim para ficar sozinha, então vai embora. - Hermione foi ate a grama alta e macia e se deitou lá olhando o céu.

– preciso de conselho.

– sobre o que? - perguntou a castanha. - sobre como encontrar o amor verdadeiro?

– eu o amo Mi. - disse Pansy. - e quero ter uma vida com ele.

– vida? Você não tem uma vida Pansy, não aqui. Você é uma viajante no tempo, eles se esqueceram de você quando formos embora.

– você entendeu...

– veja meu exemplo Pansy. O amor é inútil, sem sentido e superestimado.

Pansy percebeu naquela hora o quanto foi idiota recorrer a Hermione, o coração dela estava em frangalhos de mais para acreditar no amor e ajudar Pansy.

Mas Hermione era a única que a entendia.

– me diga o que não fazer...

Hermione deu uma risada triste.

– pois bem. - disse dando de ombros e se levantando para olhar a irmã. - NAO se rebaixe acreditando em uma mentira. NAO me pergunte se ele irá se lembrar de você pelo amor verdadeiro de ambos... Sabemos a resposta. Ele não vai lembrar. Não pode. NAO sonhe com uma vida feliz ao lado dele. E pelo amor de Morgana, não acredite que ficaremos aqui para ser feliz para sempre.

– talvez aja um jeito. Eu posso ficar e você ir.

– e adiantará de algo? E se eu terminar a missão? Nós voltamos para 1998 e eles se esquecem que um dia existimos.

– mas... - os olhos de Pansy já derramavam lagrimas.

– Pansy. - Hermione fechou os olhos e balançou a cabeça. - isso não é do seu feitio, onde esta a sonserina fria e forte que um dia conheci?

– passou tempo de mais com grifinórios. Mas tem que haver um jeito, só porque não deu certo duas vezes para você não significa...

– não estamos falando de mim. - rugiu a castanha.

– ótimo. E Gina e Harry, Draco e Astória...

– então morda as malditas bolinhas vermelhas e vá pedir conselhos a eles. A coisa é diferente para eles, eles estão no mesmo tempo. E sabe-se lá se isso continuara assim.

– o que quer dizer?

– estamos mudando o futuro, o amor deles pode muito bem se romper por causa disso. - respondeu ela. - no fim, tudo será diferente. E ninguém se lembrará.

– Hermione, você tem que acreditar...

Hermione a cortou se aproximando da irmã.

– quem veio pedir conselho a quem? - perguntou Hermione com a voz baixa e fria. - NÃO estamos falando de mim e do que acredito. Estamos falando de você e Regulo e de sua trágica historinha de amor.

– deve ter uma forma...

– encare isso Pansy: você não viria me procurar se já não soubesse a resposta.

Pansy abaixou os olhos e abraçou a irmã. Ela sabia que Hermione tinha razão.

Esquecendo tudo e todos, elas deitaram na grama e ficaram olhando o céu azulado.

Atrás das arvores mais a norte da clareira, dois olhos azuis estupefatos se encontraram, e sem dizerem uma palavra aparataram.


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