Never Let Me Go escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora mais uma vez! Vamos ver o que aconteceu depois que Megan saiu da Gambiarra! Espero que gostem do capítulo!



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NLMG - Capítulo 5:

À noite, Megan estava deitada em sua cama já vestida para dormir, quando sua mente foi invadida pelas recordações daquela tarde na Gambiarra. Lembrou do momento em que Davi a imprensou contra o carro, deixando-a completamente desconsertada, e da maneira como ele aspirou o perfume de seu pescoço. Aquela recordação foi tão vívida que ela quase conseguia sentir o roçar da barba dele em sua pele fina e macia.
Fechando os olhos, passou a mão pelo pescoço, e sorriu suspirando. Virando de lado, pegou o seu Tablet e ficou olhando para selfie dos dois, retirada no dia da inauguração da Marra-Brasil, com extremo fascínio.

– Davi... Reis... - sussurrou para si mesma, revirando os olhinhos e sorrindo como uma boba apaixonada - Megan Lily Parker Marra Reis. - sorriu - Megan Lily Reis... Megan Lily Reis - repetiu e ficou pensativa por alguns segundos - I like it! - soltou, animada com a conclusão a que chegou.

– Ainda acordada, sweetie? - perguntou Pâmela, que apareceu na porta arrancando Megan de seus devaneios. - Vai sair?

– I don't think. - Megan respondeu ao mesmo tempo em que sentou na cama - Não estou com vontade, mom.

Pâmela, nitidamente, estranhou a resposta da filha, por isso, entrou no quarto e sentou na cama.

– Oh, my god! Megan, será que você está sick? - pousou a mão na testa da filha na tentativa de sentir a temperatura.

Megan sorriu.

– No, mom. Don't worry. Eu só não estou com vontade de sair. That's all. Ainda se eu tivesse certeza que iria encontrar o Davi...

– Ow, Megan, será que a flecha do Capado finalmente acertou a minha baby sweetie? - perguntou Pâmela esboçando um sorriso largo.

– What...? - Megan não entendeu.

– Oh, my God, Pâmela, honey, é a flecha do cupido. Não do capado. - Dorothy corrigiu a amiga ao entrar no quarto. E riu, divertida.

– Ów - riu Pâmela, envergonhada - Whatever.

Dorothy se aproximou das duas.

– Mas, será que eu ouvi direito? A nossa Megan está in love?

Megan sorriu, tímida.

– In love... I don't know. Mas, estou muito interessada em conhecer melhor um certo hot boy.

Dorothy arregalou os olhos, curvou os lábios em um sorriso largo e bateu palminhas.

– Conhecer melhor, é? E será que eu posso saber qual é o nome do nosso lucky boy?

– É... Davi Reis. - respondeu Megan, com os olhos brilhando.

– Serious? Mas, olha que coincidência... O nome verdadeiro do candidato Golias é Davi Reis. - constatou Pâmela, inocentememte.

Dorothy segurou a mão da amiga, e balançou a cabeça em negativa.

– Pâmela, honey, não é coincidência.

– Ów... - demorou um pouco para que lhe caísse a ficha - Megan Lily, você está apaixonada pelo Golias?

– Ssshhh mom! Fala baixo! - pediu com desespero - Se o dad escuta isso, nunca mais confia em mim.

– Sorry, sweetie! - sussurrou - Mas, é que você me pegou de surpresa. Megan, você sabe que a instrutora não pode ter nenhum laço com seu candidato. Se o seu pai souber que existe qualquer tipo de intimidade entre vocês dois, immediately, você deixa de ser responsável por ele.

– I know, mom. Por isso mesmo, isso fica aqui, right?

– Megan, você sabe que não gosto de mentir para o seu pai.

– But... É por uma boa causa. I swear, mom. Please! - implorou Megan com as mãos juntas em oração.

Pâmela revirou os olhos, agoniada. Por um lado não queria mentir para o marido, pois a relação deles sempre fora de muita cumplicidade. E por outro, Megan, a sua baby sweetie demonstrava que estava apaixonada pela primeira vez na vida. Seu sonho de mãe realizado. Quem sabe assim, sua filha finalmente criaria juízo!

– Ok. Eu não vou contar para o seu pai... Per hour. Porque você vai me prometer que vai tomar bastante cuidado e vai tentar, really, se interessar pelos negócios da família.

Megan fez uma careta. Não gostou nada daquela imposição, mas ao lembrar-se de Golias, concluiu que o sacrifício poderia valer a pena.

– Ok. I promissed. - suspirou.

Pâmela sorriu largamente, e abrindo os braços a convidou para deitar a cabeça em seu colo. Megan sorriu com ternura e obedeceu prontamente. Dorothy olhou as duas, fascinada. Ela adorava ver aquela cena de total sintonia e carinho entre mãe e filha.

– Mom, eu posso confessar uma coisa? - sua mãe assentiu, alisando seu cabelo, com carinho - Sometimes, eu sinto tanta falta do Davi, que chega a, like, doer o coração.

Pâmela sorriu trocando olhares com Dorothy, e deu um beijo na cabeça da filha.

– Isso que você sente, sweetie, é saudade. Palavra que só exists na língua portuguesa.

Megan levantou, e encarou sua mãe com infinita ternura.

– Right? E o que isso significa?

– Isso eu vou deixar que você mesma descubra, but... Tenho a leve impressão que você já sabe. - sorriu com ar de mistério.

Megan retribuiu o sorriso, tentando imaginar o que sua mãe queria dizer com aquilo. Infelizmente, não lhe ocorreu nenhuma idéia. O fato é que ela estava mesmo com saudades de Davi e não sabia se aguentaria esperar até o dia do Reality para vê-lo de novo.

Então, teve uma idéia...

***
Há alguns quilômetros dali, na Gambiarra, Davi dormia profundamente em seu quarto, quando repentinamente, escutou um barulho. Assustou-se e esfregando os olhos, tentou abrí-los com dificuldade. Esticou o braço e acendeu o abajour que ficava ao lado de sua cama.
Como havia deixado a janela aberta na intenção de que a brisa da noite invadisse seu quarto, tinha quase certeza de que o barulho advinha do fato de luente ter pulado a janela, como estava acostumada a fazer. Sentou na cama e já se preparava pra reclamar quando, para sua surpresa, seus olhos se depararam com alguém que jamais imaginou, nem em seus sonhos mais ardentes, encontrar dentro do seu quarto.

– Você? Mas, como... Como você entrou aqui? - perguntou Davi, com a testa franzida.

A garota ruiva que até então permanecia sentada, com as pernas cruzadas, em um sofá, se levantou e sentou ao lado dele na cama.

– Saudade - sussurrou ela, tentando esconder seu sotaque americanizado, ao mesmo tempo em que suas pupilas percorriam o rosto se Davi, com fascínio.

Ele sorriu de lado. Em nada, ela havia respondido sua pergunta, mas ele não se importava porque aquela palavra correspondia ao que ele mesmo estava sentindo.

– O que você tá fazendo aqui? Como me achou?

Ela sorriu de forma sexy.

– Eu tenho meus contatos. - foi só o que respondeu. Depois ela segurou o rosto dele com uma mão - E eu só vim pra fazer... Isso. - aproximou lentamente os lábios dos dele e o beijou.

No início, o beijo foi singelo, como se um e outro quisesse explorar com a língua o interior da boca do outro. Entretanto, quando a mão de Megan passou do rosto dele para nuca, algo em Davi se acendeu, fazendo-o enlaçar sua cintura com um braço, jogando-a na cama.
Ao fazer isso, Megan com toda sua experiência, levantou a camisa de Davi que começou a descer os beijos por seu pescoço e colo, ao mesmo tempo em que ousava descer as alças de sua blusinha.
Quando a camisa de Davi chegou em seu pescoço, ele teve de levantar a cabeça para facilitar a retirada dela. E foi aí que ao encará-la novamente, em sua imaginação, Davi não viu a ruiva, mas, uma certa loura americana que vinha constantemente atacando seus pensamentos, deixando-o louco.
A confusão da realidade-fantasia levou Davi a segurar o rosto de Megan, encarando-a com desejo. Ela sorria expressando o mesmo desejo. Depois, sem mais delongas, e imaginando que ali estava Megan e não a ruiva, Davi capturou mais uma vez os lábios da garota, entretanto, o beijo se tornou voraz, sôfrego, retirando todo o ar e o pouco juízo que ainda existia em Megan que correspondeu a cada investida com a mesma intensidade.
Então, rolando na cama, Megan sentou em cima dele e retirou a blusa deixando a mostra o sutiã pequeno e de renda.
Davi sorriu, mas seu sorriso morreu quando, para sua decepção, sua imaginação voltou ao normal e ele voltou a enxergar a ruiva e não mais Megan.
Piscou os olhos, confuso. Tentou voltar ao que estava fazendo, mas não conseguiu, então segurando a cintura da garota, retirou-a de cima dele, frustrando-a.
Davi se sentou e os dois ficaram um de frente para o outro. Megan pegou a blusa e imediatamente vestiu.

– Desculpa. Mas, acho que a gente deve ir mais devagar. Eu nem mesmo sei seu nome. - sussurrou Davi, ainda ofegante pelo que tinha acontecido.

Megan ficou sem ação. Nunca em sua vida havia sido rejeitada daquela maneira. Magoada, olhou pra ele e se levantou, mas ele a impediu se levantando e segurando sua mão.

– Calma aí, pra onde você tá indo?

– O que você acha? Eu vou embora. - falou com um tom de indignação em sua voz.

– Não! Eu não disse pra você ir embora! Eu só queria que você entendesse que... - segurou o rosto dela de forma delicada, mas ela se desviou com fúria.

– Don't touch me! - Davi arregalou os olhos, e ela compreendendo que havia se entregado também arregalou os olhos - Quer dizer, não toca em mim.

– Eu sei o que quer dizer... Só não sabia que você era estrangeira. - disse olhando para ela, desconfiado.

– Eu sou... Inglesa. - quis deixar mais claro - Da Inglaterra.

– Tá. Se você diz... - ele disse ainda mais desconfiado.

Megan tinha noção do quanto estava fácil para ele descobrir sua identidade. Era só juntar dois mais dois. Por isso, resolveu correr dali antes que começassem as perguntas.

– Eu tenho que ir! - foi saindo, mas ele mais uma vez segurou sua mão. E dessa vez a puxou para si, enlaçando sua cintura, seus rostos a poucos centímetros de distância.

– Não vai não... Fica. - sussurrou quase apelando, e encarando os lábios da garota, que sentiu seu hálito fresco, e quase desistiu de ir embora.

– Eu tenho mesmo que ir.

– Quando a gente vai se ver de novo?

– Não sei... Eu te procuro. - segurou o rosto dele e colou os lábios demoradamente nos dele. Depois se soltou dele e se afastou andando de costas até chegar à janela onde desapareceu sob o olhar atento de Davi que ficava pedindo baixinho pra que ela ficasse.

Quando Megan-ruiva desapareceu em meio à escuridão da janela, Davi deixou-se cair sob a cama. Ficou pensativo. Quem era aquela garota misteriosa? O que ela pretendia com ele? Apareceu do nada e desapareceu como na última vez que a vira, e outra vez não lhe disse o nome. Segurou o anel no pescoço, como fazia sempre que queria desvendar o mistério. MP... Era tudo que sabia sobre ela. Ah, e que beijava bem. Aliás, muito bem! E tinha um cheiro que... Um cheiro que... Espera aí... Ela tinha um cheiro doce de menina, misturado com a citricidade-sexy de mulher. Era o mesmo que havia sentido ao sorver o perfume do pescoço de Megan naquela tarde. Coincidência? Ou será que não?

"Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar🎶
🎶Como pode haver tanto desejo
Nos seus olhos, nos seus beijos
No teu jeito de abraçar🎶

Levantou de supetão e se sentou na cama. Imediatamente, retirou a corrente do pescoço, e segurando o anel, começou a raciocinar...

– M e P... Megan Marra... - sussurrou para si mesmo - Megan Lily... Megan... Parker, claro, Megan Parker. Mas, que garota maluca! - deu um risinho divertido e deitou com um dos braços embaixo do pescoço - E linda... Muito linda. Vamos ver, Megan Lily Parker Marra, até onde você vai com isso... - sorriu imaginando o quanto is se divertir com aquela descoberta.

E foi dormir, pois se lembrou que no dia seguinte iria à praia com o pessoal da Gambiarra. Uma espécie de despedida, já que, na segunda-feira entraria no confinamento do Reality e não fazia idéia de quando sairia e os veria de novo.

***
"Caraca, muleke! Que dia! Que isso?
🎶Põe um pagodinho só pra relaxar
Sol, praia, biquíni, gandaia🎶
Abro uma gelada só pra refrescar..."

O pessoal da Gambiarra chegou logo cedo à praia. Eles queriam aproveitar o máximo possível do sol e do mar que, naquele dia em especial, parecia bem revolto. A família e os amigos de Davi armaram barraca e abriram suas cadeiras de praia em questão de minutos. E Dante foi o responsável pelo pagode e bebida que rolava solta.

– Vai, campeão, pode olhar. - Luene disse retirando o short e a regata, e ficando apenas com o minúsculo biquini - Tu sabe que esse produto aqui é todinho teu, né?!

Davi que estava sentado em uma cadeira lendo um livro, olhou de rabo de olho para peguete e esboçou um sorriso fraco.

– Ih, Luene, melhor esquecer porque o leque tá todo entretido aí com o livro chato dele. Vem, que o vander aqui tá doido pra dar um mergulho, tá ligada?! - passou o braço em volta do pescoço que instintivamente o retirou.

– Tá doido, perdedor?! Pirou?! Vai comprar um sacolé ali pra gente pra esfriar teus ânimos que é o melhor que tu faz!

– Que negócio de comprar sacolé, o quê?! Eu vou é dar um mergulho sozinho que ali tá cheio de gatinha doida pra experimentar o vanderzinho aqui, morou?! - Luene revirou os olhos, e Vander retirando a roupa, ajeitou o óculos de sol e se dirigiu ao mar com toda pinta de galã.

Aproveitando que estava sozinha com Davi, Luene estirou sua canga ao lado da cadeira dele, mas antes de deitar de costas, fez um pedido um pouco muito constrangedor para seu peguete.

– Campeão, será que dá pra você passar bronzeador aqui nas minhas costas?! - virou, e retirando os cabelos das costas, fez menção de entregar o produto a ele, que recusou, sorrindo sem graça.

– Pow, Luene, eu tô tranquilão aqui. Pede para o Mosca! - e antes que ela pudesse protestar - Ow Mosca! Mosca! Dá pra você passar o bronzeador aqui na Luene?

Como se tivesse ganhado um bilhete na loteria, Mosca sorriu de canto a canto da orelha, e imediatamente se levantou do chão, e pegou o bronzeador das mãos de Davi.

– Ah, muleke! É mulher demais, meu irmão! - exclamou Mosca enquanto esfregava as costas de Luene com o bronzeador. Ela bufou de raiva.

Davi deu uma risadinha de lado e voltou a ler seu livro como se nada tivesse acontecido. O que ele não sabia e nem podia imaginar é que Megan também resolvera ir à praia naquele, e por coincidência ou acaso do destino era a mesma que ele estava e costumava frequentar.

– E aê, priminha, lá na Califórnia tem uma praia maneira que nem essa? - perguntou Danilo que segurava as cadeiras e guarda-sol de Megan, ao mesmo tempo em que a acompanhava arfando.

– Yeah. Tem sim, mas não tão quente - se abanou, com charme. - Come on, Danildo, arme a barraca aqui pra gente, please!

Megan não precisou nem pedir dias vezes, Danilo já se colocou pronto a obedecê-la. Abriu as cadeiras e o guarda-sol ajeitando-as e adequando-as ao gosto de sua prima que permaneceu parada até que Danilo terminasse o serviço. Segundos depois, Megan já sentada em sua cadeira e já vestida apenas com o seu biquini começou a borrifar protetor em todo seu corpo.

– Quer ajuda, priminha?

– No way! Garoto pegajoso. - levantou e ajeitou o biquini - You want to know?! Acho que vou dar um mergulho.

– Ih, priminha, acho melhor não que o mar tá puxando e...

– Are you crazy? Eu sou da Califórnia. Estou acostumada a mares revoltos. E você, fique aí e cuide das minhas coisas com a sua vida, ok?! - jogou os cabelos para trás e saiu rebolando atraindo a atenção de todos que estavam na praia, exceto de Davi, que continuava lendo seu livro e chupando sacolé.

Muitos minutos se passaram desde que Megan tinha saído para mergulhar. E Danilo começava a ficar preocupado com a demora da prima.

– Caraca, cadê a Megan que não volta? - levantou e tentou olhar o mar a fim de encontrar sua prima aonde quer que ela estivesse. Entretanto, para sua surpresa, Megan estava sim no mar, o problema é que ela não estava mergulhando e sim se afogando. - Caraca! Megaaaaan! - gritou desesperado - E agora, maluco?!

A sorte dele é que nesse momento alguém também prestava atenção no mar e percebeu quando a garota subiae descia no mar, com os braços levantados e pedindo socorro.

– Acho que tem alguém se afogando ali. - Davi disse para Matias que mirou o mar com os olhos semicerrados, tentando avistar. Mas, antes que ele pudesse confirmar qualquer coisa, Davi levantou de supetão, e correu em direção ao mar. - Eu vou lá! Calma aí que eu já volto!

Quando os pés de Davi sentiram o frio gelado da àgua do mar, ele retirou a camisa, e pulou no mar, nadando com vontade em direção à garota que se debatia, desesperada. Não foi nada fácil chegar nela, tanto que por muitas vezes, Davi teve que subir a superfície para respirar e procurá-la.

Megan, por sua vez, tentava bater os pés e os braços, mas as ondas gigantes não permitiam que ela conseguisse nadar. Ela nunca havia visto a morte de tão perto. Sentia que tinha de aguentar, afinal, já via claramente que alguém estava vindo em seu socorro. O problema é que suas forças já começavam a se esvair pela pressão marítima e medo, então engolindo mais água do que conseguia aguentar, entregou-se ao cansaço... E afundou.

A sua sorte é que isso não durou muito tempo, pois logo, conseguiu sentir quando seu salvador a segurou pela cintura, trazendo-a para superfície e nadando com ela até à praia.

Davi arfava violentamente tentando recuperar o fôlego, mas ainda conseguiu carregar a garota em seus braços e deitá-la no chão com toda delicadeza.

– Caraca! Fala sério! - exclamou assustado, quando finalmente conseguiu ver de quem se tratava.

E se ele estava aflito, ao ver Megan desmaiada em seus braços sem sopro de vida, ficou ainda mais. Por isso, mesmo sem entender muito de salvamento, pôs-se a apertar o tórax da garota, colocando todo o peso de seu corpo, alternando com a respiração boca a boca.

Demorou um pouco, mas para seu alívio, de repente a garota gorfou e começou a tossir colocando toda a água do mar pra fora.

Davi respirou aliviado.

– Pow, graças a Deus que você voltou. - abraçou-a apertado, sem constrangimento.

Ainda em meio a tosse, Megan abriu os olhos com dificuldade, e ao encará-lo...

– Você tá bem? - perguntou ele, nitidamente preocupado.

– Golias? - ela mal podia acreditar. Parecia um sonho.

– Filha do Jonas Marra. - disse, encarando-a, com carinho.

Ela retribuiu o sorriso, e segurando o rosto dele, disse:

– Megan. Tá na hora de você começar a me chamar pelo meu nome. - Ele deu um sorriso luminoso, então ela continuou - Brigada. Por ter salvado a minha vida.

Ele sorriu ainda mais e antes que ele pudesse raciocinar, os lábios de Megan se aproximaram dos seus, em um convite silencioso para um beijo. Ele não ofereceu reservas.

– Qualé, meu irmão, tira a mão da minha gata aê! - Danilo rosnou, atrapalhando o beijo que não aconteceu.

– E tu, bicho de goiaba, tira a mão do meu homem, colega! - Luene també quis mostrar a que veio.

Os dois levantaram e encararam Danilo e Luene que os miravam com fúria.

– Eu vou ensinar a esse mané a nunca mais se meter com a mulher dos outros! - provocou, Danilo.

– Danilo, stop! - exclamou Megan, sem acreditar no que ouvia do primo - Deixe ele em paz, come on!

– Com a mão, com o pé, com o diabo... Só sei que vou acabar com a raça desse cara! - esbravejou e preparou o punho a fim de acertar um golpe em Davi que ae desviou e acertou um murro em seu estômago, fazendo-o cair prontinho no chão.

– Bem feito, idiot! - disse Megan, com deboche.

– Agora você vai se ver é comigo, piriguete importada! - esbravejou Luene já retirando os brincos e segurando os cabelos de Megan que gritava, desesperada.

Todos da Gambiarra se colocaram a separar as duas garotas que se enfrentavam puxando os cabelos, uma da outra. Inclusive Davi que agarrou Megan pela cintura, puxando-a com vontade para si.

Dante foi quem conseguiu puxar Luene que em meio aos gritos soltou Megan que se desequilibrou e ia cair no chão, mas, Davi estava ali e segurando-a, impediu que isso acontecesse. Os dois riram e se encararam, numa troca de olhares infinita e apaixonada.

– I'm leaving! - disse Megan cortando o clima - But... Não vai faltar oportunidade pra gente se vê, again! Byyyye! - despediu-se e virando de costas, foi embora rebolando sob o olhar fascinado de Davi.

– Davi, que princesa é essa aí, muleke! - admirou-se Matias quando se aproximou do irmão.

– Chave de cadeia. Filha do Jonas Marra. Maluquinha! - respondeu Davi, mas sem tirar nem por um segundo o olhar da garota que se afastava. Matias também não conseguiu e Davi não gostou nada - Ei, cara, dá pra tirar o olho?!

– Ih, meu irmão, propriedade tua?!

– Não, mas... Respeito é bom, né?!

Matias riu percebendo o ciúme do irmão. Eles nunca tinham brigado por mulher e, era óbvio, que não começariam agora.

– Aê, Davi, olha só o que eu encontrei! - disse Mosca ao se aproximar dos dois.

Davi franziu a testa ao ver um celular experto na mão de mosca.

– De quem é?

– Sei lá! Tava jogado aqui no chão.

Davi pegou o celular e apertou o botão que instantaneamente mostrou a imagem de fundo. Tratava-se de uma selfie que, para sua imensa surpresa, era a mesma que Megan havia tirado dos dois há uns dias atrás na sede da Marra. Ficou estático observando a selfie dos dois, encantado.

– Matias, fala pra tia que eu tive que ir ali resolver uma parada!

– Mas, pra onde cê vai, meu irmão? - quis saber, Matias, contudo a pergunta acabou ficando no ar já que Davi saiu em disparada sem nem mesmo se despedir. - Eu heim?! Cara maluco!

***
Quando Davi estacionou sua bicicleta em frente à mansão da família Marra, avistou a grandiosidade do lugar e começou a se arrepender do que viera fazer ali. Teve que respirar fundo e olhar mais uma vez a selfie na imagem de fundo do celular para criar, outra vez, coragem e tocar a campahia da porta da mansão, que se abriu no terceiro toque.

– Pois não?! Posso ajudá-lo?! - ofereceu uma senhora de cabelos grisalhos e uniforme de governanta.

– É... Eu tô procurando a Megan. Ela está? Eu sou um amigo dela. É que eu queria devilver isso a ela - mostrou o celular - Ela deixou cair na praia - completou, tímido.

– A senhorita Megan acabou de chegar. Mas, entre! - a senhora abriu a porta dando passagem para que Davi adentrasse o lugar. - Acho que a senhorita Megan está no banho, mas sente-se aí que assim que ela terminar, descerá para falar com o senhor.

Davi sorriu, sem graça - Brigado. Eu... Vou esperar aqui sim. - sentou no sofá que mais parecia um urso gigante e branco.

– Com licença! Aceita algo pra beber enquanto espera?!

– Não. Valeu! Eu... Tô bem.

Ela sorriu, fazendo um gesto com a cabeça e desapareceu em um corredor que ele não fazia a mínima idéia de onde iria levar.

Alguns minutinhos esperando, Davi começou a dar mostras de impaciência, esfregando as mãos, uma na outra. Levantou agoniado e caminhando pela imensa sala, se deparou com uma escada que levava ao andar de cima que decerto era onde estavam os quartos, inclusive o de Megan. Sem entender o porquê de estar fazendo aquilo, e como se não pudesse comandar os seus próprios pés, começou a subir degrau por degrau aquela escada.

Ao chegar lá em cima, percebeu que havia cinco quartos. Um deles era o de Megan, mas qual? Caminhou lentamente, observando cada um deles por dentro. Todos estavam com suas portas abertas, exceto uma que estava semi aberta, aoenas com um fresta dando visão para o lado de dentro. Curioso, Davi se aproximou, e com muita dificuldade, olhou através da pequena passagem.

Acertou. Aquele era o quarto de Megan. Teve absoluta certeza disso quando, repentinamente, a garota apareceu em seu campo de visão vestida apenas com um roupão, seus cabelos presos com um coque no alto da cabeça.

A primeira reação de Davi foi sair dali antes que ela o visse, mas suas pernas não o obedeciam e ele permaneceu ali observando a garota, fascinado.

Sem saber que estava sendo observada, Megan abriu o guarda-roupa, e retirou o roupão. Entretanto, de onde estava, Davi só conseguiu visualizar as costas dela, da cintura para cima. Inclusive, uma pequena tatuagem em seu pescoço que ele nem imaginava que ela tinha. Engoliu a seco, desejoso daquele corpo, daquela mulher... Queria Megan, agora mais do que nunca. Sorriu como um bobo apaixonado, mas seu sorriso se desfez quando ouviu passos subindo as escadas e vindos em sua direção. Instintivamente, se escondeu atrás de uma das paredes do corredor.

Tratava-se de Jonas Marra que, correndo, foi rumo ao quarto de Megan, abrindo a porta sem cerimônias.

– Megan, meu amendoim, você tá bem? - perguntou Jonas, ao entrar no quarto, nitidamente aflito.

Davi conseguia ouvir tudo que falavam com acurácia.

– Oh, my God! Dad, que susto! - exclamou Megan, já vestida, se virando para seu pai - What happened?

– O que aconteceu? A senhorita é quem tem de me dizer! Will Smith, nosso segurança, me avisou que você quase morria afogada hoje. Isso é verdade?

– Yeah... But, don't worry! Um garoto me salvou!

– Que garoto?!

Megan suspirou, em meio a um sorriso encantador.

– Um angel, dad. Alguém muito especial que, like, está mudando a minha vida.

– Peraí, você conhece o tal garoto?

– Não só conheço, como estou infinitely encantada com ele. Dad, eu nunca me senti assim com ninguém. Ele é... The guy mais incrível e lindo que já conheci. E é o meu angel.

Jonas franziu a testa. Nunca tinha ouvido a filha falar com tanta paixão de alguém.

– Bom, eu só espero que ele te mereça. Porque a minha sereiazinha eu não entrego pra qualquer um não. Ele tem que ser, no mínimo, o melhor homem do universo.

– Ow, dad, que coisa linda de se ouvir. Eu até fiquei, like, emocionada. - uma lágrima escorreu de seu olho fazendo com que seu pai a puxasse para um abraço extremamente carinhoso.

– Nunca mais faz isso com a gente! Você é maluquinha, mas eu não quero te perder nunca, meu amendoim. Eu juro que morreria. - desabafou seu pai em seu ouvido, arrancando ainda mais lágrimas de Megan que o abraçou ainda mais forte.

Davi que ainda continuava no mesmo lugar, engoliu a seco, tentando processar tudo que ouvira. Megan disse coisas sobre ele que o desconsertou por inteiro. Ficou sem ação. Pegou o celular dela e apertando alguns botões, mandou a selfie para o seu próprio celular. Então, saiu do lugar em que estava e desceu as escadas, tentando fazer o mínimo barulho possível. Correu até a porta, mas antes de abrí-la, escutou uma voz vinda de trás.

– O senhor não vai mais esperar a senhorita Megan?

Davi se virou e se deparou com a governanta. Para seu alívio não era Megan.

– Não. Depois eu falo com ela. Mas, a senhora faz um favor pra mim? Devolve pra ela. - entregou o celular a governanta que o recebeu - Valeu!

– Pode deixar. Mas, o senhor pode me dizer o seu nome para que eu possa dizer a senhorita?

Davi ficou pensativo, mas logo lhe ocorreu uma idéia. Tudo para que Megan não desconfiasse de sua ida ali.

– É... Matias. - respondeu e acenando, saiu pela porta, com bastante pressa.

Ao chegar do lado de fora, montou em sua bicicleta e saiu em disparada. Precisava ir embora; precisava colocar todas as idéias em seu lugar. O que Megan havia dito realmente mexeu muito com ele. Lembrou de todas as vezes que a encontrou, de todos os quase beijos, e dos beijos que trocara com ela quando se disfarçava de ruiva. Em meio ao trânsito da cidade, correndo com a bicicleta, lembrou de uma frase que ela disse, em especial.

" Well, just like morango e laranja. Totally different, but se você misturar os dois, o resultado é uma delícia"

Ela tinha razão, o resultado era mesmo uma delícia. Ele mesmo sem saber já havia provado, e em seu coração sentia necessidade de provar ainda mais... Eles eram diferentes sim, aliás, muito diferentes, mas o que era a diferença em meio a essa paixão louca e devastadora que começava a surgir entre os dois?!

Em meio aos seus pensamentos, Davi conseguiu chegar a seguinte conclusão: Esse reality era um grande passo para algo extremamente forte e importante acontecer entre ambos. Não fazia a menor idéia do que seria...

Não ainda...


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Ansiosos para para o reality? Reviews, please!😘