Eu eles e Nós escrita por Lanny Missmuse


Capítulo 6
Capítulo 5.1 - Lana


Notas iniciais do capítulo

É o caps anterior ficou enorme e eu resolvi dividir



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Ao chegar ao Hotel, já no meio da tarde, a gente já estava meio cansado do sol e um pouco embriagados. Depois do banho maravilhoso que tomei, a cama imensa do quarto me pareceu convite suficiente para uma soneca até a hora do jantar! Vesti um conjunto leve de algodão e me enrosquei nos travesseiros.
– Lana?
Dom meteu a cara na porta que eu não tranquei e quando viu que eu não estava sem roupa, entrou quarto adentro.
– Pensei que você fosse dormir um pouco. – me ajeitei na cama, ele veio sentar ao meu lado.
– Não estou cansado, você deve estar por causa da viagem. Vou deixar você dormir depois que você me contar o que Helen estava dizendo a você, naquela hora que vocês estavam sozinhas.
– Por que quer saber? – inclinei a cabeça de um jeito coquete.
– Ela está sendo hostil, não está?
– Olha Dom...
– Eu queria que soubesse que...
– Dominic, por que você me trouxe? – olhei bem fundo naqueles olhos azuis analíticos.
– Por que quer saber? – ele imitou meu tom de minutos atrás.
– É sério Dom... Por quê? – ele se perturbou, desviando o olhar. Continuei calada esperando que ele respondesse.
– Eu queria ver você de novo, mas não é só isso. – ele falou por fim, depois de ponderar bastante ao que parecia – Mas não pense que é por… Não espero que me dê nada em troca, se é isso que pensa. Só quero ter certeza de que aquela pessoa que conversa comigo há meses no Skype existe! - nós rimos. Dom era a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida em anos!
– Que bom saber que você é de verdade! – eu disse.
– Você também! – eu dei um abraço nele, ainda rindo bastante.
– Acho melhor você não abusar da sorte. – Chris e Matt estavam na porta, olhando a gente. Foi o primeiro que falou.
– Vocês não costumam bater? – me afastei sem graça. Dom levantou, entortando o canto da boca.
– Vocês não têm nada para fazer?
– Nós não, mas você sim. – Matt cruzou os braços e se encostou à porta – Esqueceu-se do interview?
– Ih! – Dom estalou a língua – Mas eu...
– O combinado era que eu faria a entrevista para a revista e você faria o interview agora à tarde...
– E Lana?
– Ora Dominic, deixe que ela durma um pouco, deve estar cansada... Quando acordar, levo ela para passear.
Bufei – Não sou um cachorrinho!
Ele sorriu como a peste que era. Ao que parece, a semana ia ser Matt x Lana.
– Dominic cinco minutos! – Helen apareceu no quarto.
– É melhor você ir – bati no ombro dele – ou ela vai achar que é por causa de mim e será mais um motivo para ficar no meu pé. – eu a olhei. Já que era assim que ela queria, era assim que ia ser.
– Você não respondeu a minha pergunta – ele apontou para mim – Eu ainda vou querer saber quando voltar.
E saiu com Helen.
– Então vai ser assim, você dorme um pouco e quando acordar, nós vamos jantar – Matt se virou para ir embora.
– Nem sei se vou conseguir dormir agora – Dom levou meu sono embora com ele – Mas até o jantar de qualquer forma Matt.
– Também não tenho muita coisa para fazer – Christopher entrou no quarto, andando despreocupadamente – O que acha de uma taça de vinho?
Matt se voltou, fitando Chris por um momento.

– Pode ficar se quiser – ele deu de ombros – Se não tiver nada melhor para fazer Matt... – e se virou para mim – O que acha garota?
– Bem, o que é uma taça quando já tomei outras tantas? Por mim...
– Eu vou buscar – Matt suspirou. Intrigava-me essa preocupação exagerada. Christopher era o tipo de cara que adorava contar vantagem e jogar charme (e que charme), mas é só isso! Ele nunca trairia a esposa, que ama tanto. – Tenho um vinho excelente no quarto.
Matt foi buscar o vinho e nós fomos sentar no sofá.
– Quando entramos você e Dom pareciam estar...
– Não comece. Foi apenas um abraço inocente. Nós estávamos conversando... – eu me
interrompi ao ouvir um barulho familiar.
– Seu celular?
Era mesmo. Fiquei imediatamente nervosa, por que não esperava que alguém me ligasse.
Quando olhei quem era, suei frio.
– Lana o que você está fazendo em Sydney? – a inflexão na voz dele já preconizava o pior
– Como você...
– Leo me disse, ela ouviu você combinar a viagem. Que raio de congresso é esse em Pernambuco do qual não se tem nem notícias?! E como você me explica essa ligação internacional Lana? Que diabos você foi fazer aí!
Rodrigo estava furioso, Chris me olhava intrigado, eu tentava encontrar a melhor forma de contar a ele.
– Você ainda não ligou os fatos? Quem também está em Sidney? – não era a coisa mais certa a falar e eu me senti uma estúpida por ter dito isso, mas era tarde para voltar atrás. Minha
mancada deu a dica a ele e a ficha caiu.
– O Muscle também está em Sydney! – o espanto na voz dele podia ser tanto de surpresa quanto de raiva, acho que era o segundo por que ele disse – Ah Claro, você foi se tornar a coelhinha
de Dominic. Era tudo que você queria!
Meu sangue ferveu ao ouvir essas palavras dele. Sua voz era cheia de veneno e raiva e eu quase podia imaginar as coisas que ele estava pensando. Lágrimas de raiva brotaram sem que eu quisesse.
– Você está se comportando como uma vadia – ele continuou – Ah claro, tinha que sair correndo assim que ele estalasse os dedos! Quero ver...
– Cala a boca seu idiota! Você está com raiva por que acha que eu vim procurar aqui o que eu não encontro mais em você! – falei ríspida – Você é um estúpido por pensar que eu agiria dessa
maneira!

– Volte para o Brasil agora... Quando você chegar nós conversaremos e...
– Eu não quero conversar com você! – gritei – Por que você quer conversar com essa vadia?! Já que sabe o que estou fazendo, não precisava ligar para tirar satisfações!
– Você mentiu para mim, só para ir atrás de Dominic! O que quer que eu pense? O que você foi fazer aí? Acha mesmo que ele quer só ser seu amiguinho?! – e ele riu sarcástico
Joguei o celular no chão num gesto impensado. Ele se partiu em vários pedaços e eu bati o pé, ao ver a burrada que tinha feito.
– Ei garota, o que houve? – Chris pegou minhas mãos e eu o abracei, afundando meu rosto no seu peito largo, chorando de raiva por mim mesma.
– Chris, o que aconteceu?! – Matt entrou no quarto nesse exato momento, eu me afastei de Chris – O que você fez?!
– Eu não fiz nada... A culpa não foi minha – eles começaram a falar em inglês, Matt parecia apavorado.
– Ei gente calma tá. – eu enxuguei as lágrimas, respirando fundo para acalmar o choro.
– Isso garota, pare de chorar – Chris assentiu me ajudando a limpar o rosto – Nada apavora mais o pequeno Matt do que ver uma garota chorando.
Nós gargalhamos, eu em meio ao choro, Matt revirou os olhos.

– Vamos beber? – ele levantou a garrafa de vinho

* * *
Quando eu terminei a minha segunda taça de vinho, Matt deu sua opinião sobre o incidente.
– Você precisa tentar entendê-lo – ele também estava terminando sua segunda taça – Tem que admitir que seja estranho... Deixaria qualquer um furioso.
– Não Matt, Rodrigo devia acreditar em mim. Nunca menti para ele, eu...
– Mentiu agora! – ele me interrompeu, servindo mais vinho – Você começa a mentir, dizer que está num lugar, quando está no outro. O que acha que ele ia pensar? Se ela está mentindo, é por
que está acontecendo alguma coisa!
Calei-me, não tinha o que responder, ele tinha razão.
– Você disse que precisava mudar...
– É Chris, eu preciso disso. Por mim e por ele, tenho certeza de quando voltar vai ser melhor para nós dois.
– E acha que aquele idiota merece que você mude por ele? Ele chamou você de vadia, não acredita em você e ainda vai mudar por ele?!
– E você mudaria Lana? – Matt parecia absorto, como que refletindo ao mesmo tempo em que perguntava – Mudaria tanto por alguém?
– Por que não? É por alguém que amo! Eu acredito que quando a gente ama uma pessoa e ela vale a pena, mudar é o mínimo que se pode fazer.
– Verdade?
– Claro! – me surpreendi com a dúvida dele – Você pode fazer tudo por alguém que ama qualquer coisa para que sejam felizes. Quando vale a pena... Mas você tem que ter certeza... Agora eu não tenho tanta certeza assim.
Percebi os olhos de Matt fitos em mim, mas eu não olhava para ele. Olhava para o nada, pensando em como ia ser de agora em diante. Rodrigo não me perdoaria e não ia adiantar argumentar. Ele era a única pessoa que eu podia contar era a pessoa que me amava de verdade, agora que Ângela estava furiosa comigo também. Quando eu voltasse estaria muito só. Ia ser desolador voltar para casa.
Mas pensando fria e sinceramente eu sabia que isso poderia acontecer e talvez, estivesse torcendo para isso. Perceber isso me fez sentir nojo de mim mesma.

– É uma pena que tenha acontecido isso – Chris afagou o meu joelho – Espero que o fato de você tenha vindo não cause mais problemas a você.
– Ah você está aí! – Helen veio entrando no quarto. Ao que parece, não havia privacidade para Helen. Portas fechadas não eram empecilhos para ela. – Ema esta procurando você. Já ligou várias
vezes.
– É melhor eu ver isso – ele se levantou – Eu volto já, não bebam todo o vinho.
Foi estranho quando Chris saiu. Matt continuou calado, tomando o vinho e eu fiz o mesmo. Cada um tomando o rumo dos próprios pensamentos.


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