A Life to Share with You escrita por ThisGirl


Capítulo 7
Capítulo 7 Parte II


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Ele estava em choque. Simplesmente não acreditava na cena que seus olhos presenciavam. Ladrões em uma pousada. Céus, onde o mundo iria parar?

Tomando cuidado para não fazer barulho, e chamar a atenção, contou três deles. Um ameaçava a adorável recepcionista que os tinha atendido. O segundo ia agrupando os hospedes, agora vitimas, em um canto da sala de espera, enquanto o terceiro aparentemente iria buscar o resto das pessoas.

Dinheiro, sequestro, o que eles queriam? Isso era o que intrigava Booth.

Eles estavam fortemente armados, mp5 A2, vz 61, pistolas.

Booth pensou em Brennan. Tinha que tirá-la dali antes que eles chegassem aos quartos do segundo andar. Não podia deixar que ela fosse pega. Pensando nisso, seguiu o mais rápido que pode para o quarto para acordá-la.

Brennan estava dormindo calmamente, a respiração compassada, abraçada ao travesseiro de Booth. Ela estava enrolada em partes por uma coberta, mas uma coxa escapava por entre as frestas. Booth suspirou. Em outras circunstâncias essa cena seria excitante, na verdade ela é só que há problemas graves a serem resolvidos.

Bones – Ele sussurrou ao ouvido dela – C’mon, wake up.

–Hmmmn, Booth – Ela reclamou – Ainda esta escuro.

–Bones é sério, acorde, por favor – Ele disse com uma voz suplicante.

Brennan abriu os olhos vagarosamente para encontrar um Booth totalmente desperto ao seu lado. Ela puxou o cobertor cobrindo os seios, e disse.

–O que foi? Algo aconteceu?

–Sim, na verdade esta acontecendo. Ao que parece a pousada esta sendo assaltada, e estão fazendo os hospedes de refém pouco a pouco. Logo estarão aqui.

Brennan paralisou. Eles estavam sendo o que?

–O que? Mas? Eu não entendo, porqu-

–Bones, shiiiu – Ele tapou a boca dela – Apenas se troque.

Ela o escutou atentamente, e vestiu-se. Colocou uma calça do pijama que achou em sua mala, e uma camiseta regata. Estava frio, mas aparentemente Angela não havia cogitado essa possibilidade quando fez a mala dela.

Ela terminou de se vestir, e tremeu ao sentir uma brisa gelada entrar pela janela. Booth não deixou de reparar, e retirou sua blusa e entregou a ela.

–Coloque-a, assim você não sentirá tanto frio – Ele disse.

Ela assentiu e vestiu a blusa. Brennan observou enquanto Booth revirava em sua mala a procura de algo, e deixou escapar uma expressão surpresa quando ele retirou uma pistola de lá.

–Sempre soube que andar armado teria seus benefícios. – Ele disse - Agora vamos.

Brennan o seguiu para fora do quarto em direção aos fundos da pousada. Ao que parecia havia uma escada que dava acesso a uma parte abandonada, e uma grande janela. Eles andaram pacientemente temendo fazer qualquer barulho que os denunciasse. Quando chegaram à janela que dava para fora da pousada, Booth entregou um celular a Brennan e disse.

–Corra para o mais longe que você conseguir, encontre uma estrada, e algum lugar que tenha sinal. Ligue para o FBI, e diga apenas diga essa palavra: “metamorfose”, e eles saberão o que fazer – Instruiu.

–O que? Você está louco Booth? – Ela exclamou baixo, porém irritada – Não vou deixar você aqui sozinho, e além do que essas pessoas precisam de ajuda.

Ele suspirou. Mulher difícil à dele.

–Olha Bones, não posso salvar essas pessoas sabendo que você esta em perigo, e precisaremos de reforços. Até lá tentarei bolar um plano. Você precisa sair daqui, agora. – Ele disse firme.

Ela o olhou com olhos fumegando de raiva. Não gostava de ordens, ainda mais essas.

–Eu odeio você por me fazer ir embora! – Ela disse brava.

Booth a observou. Queria poder ter a certeza de que tudo isso acabaria bem, mas não tinha. Eram três contra um. Se ele não saísse vivo dali queria ao menos que Brennan saísse. Não suportaria se algo de ruim acontecesse a ela.

Ele a trouxe para perto de si, em um puxão forte, e beijou-a. Um beijo cheio de paixão e angústia, e com gosto de despedida. O beijo durou mais do que planejava e quando separou seus lábios dos dela sentiu o ar voltar a seus pulmões.

–Eu tinha medo que você surtasse, mas agora eu não ligo. Não posso correr o risco de você ir embora sem saber – Ele desabafou –Amo você, Temperance Brennan.

Ele observou o rosto branco dela ficar ainda mais claro, era óbvio que ela não estava preparada para uma declaração dessas, ainda mais neste momento. Mas ele simplesmente não ligava. Ele a amava, e precisava contar isso.

–Agora vá, por favor - disse ajudando-a a passar pela janela.

Ela o encarou por um momento antes de seguir caminho pela mata adentro. De repente Booth se sentiu sozinho. Como se seu mundo estivesse se quebrando. Ela estava partindo.

Booth estudava as ações dos ladrões calmamente, como um animal que observa sua presa. Um deles era canhoto, então seus movimentos já poderiam ser previsíveis.

Sua arma estava carregada, e ele observava enquanto os ladrões reviravam a pousada. Eles estavam em busca de algo específico.

Aparentemente todos os hospedes estavam reunidos no canto da sala, enquanto um observava os outros dois ladrões conversavam entre si.

Onde ela está? – O ladrão perguntou a recepcionista.

Eu não sei, por favor, eu não sei.

Eles estavam atrás de alguém. Uma mulher. Booth gelou. Poderia ser quaisquer umas das mulheres que estavam hospedadas ali, inclusive Bones.

De repetente o outro ladrão tirou uma foto e mostrou a todos.

Não estamos interessados em vocês, mas sim nesse casal. Especificamente nessa mulher. – Anunciou – Mas se eles não aparecerem vocês morrem.

A foto estava muito longe para que Booth pudesse ver o rosto do casal que estava na imagem, mas ele já imaginava quem seria. Eles eram o único casal que não estava junto com os outros. Eles eram o alvo. Bones era o alvo.

–Não posso passar um fim de semana totalmente em paz não é? – Booth disse alto, aproximando-se do topo da escada – Vocês, foras da lei realmente me amam. Tão platônico.

Em questão de segundos, todas as armas estavam apontadas para ele. Bom, alguém teria que começar.

Brennan corria pela mata a dentro a procura de sinal, estava sem relógio, mas estimava que no mínimo já estava há trinta minutos nessa corrida sem fim.

Ainda estava escuro, e o sol não dava indícios que nasceria mais cedo. Droga.

Ela recostou-se em uma arvore cansada. Respirou fundo. Booth ou ela, ou talvez os dois, atraiam perigo como ninguém. Céus. Seria muito pedir um fim de semana de paz?

Ela olhou no celular, e quase desmaiou de alegria ao ver que havia sinal. Bem pouco, estava fraco, mas havia. Sem bobear, discou para o numero.

Silêncio na linha. Somente a respiração dela ecoava. A palavra-chave.

–“MetamorfoseEla disse.

Imediatamente responderam.

Agente Booth?

Em questão de segundos, todas as armas estavam apontadas para ele. Bom, alguém teria que começar.

–Onde esta a mulher?

Booth não respondeu, e lentamente descia as escadas.

Sentia em suas costas os olhos de todos ali, e a sua frente as armas devidamente apontadas.

Parou no final da escada, e encarou os ladrões, ou seja lá quem eles eram.

–Quanta falta de educação, eu estou aqui, não é o suficiente? – Booth perguntou – O que querem com ela?

Um dos ladrões do bando hesitou, e olhou para o outro, provavelmente pedindo permissão para responder.

–Temos um recado para ela.

Booth o observou confuso.

–Recado de quem? – Perguntou

O ladrão novamente hesitou, e antes que pudesse responder o outro o interrompeu.

–Já chega dessa brincadeira – gritou – Onde esta a mulher?

Booth recostou-se a coluna que estava atrás de si, e sorriu. Um sorriso maléfico. De quem planejava algo.

–Vocês não vão achá-la se é isto que querem. – Disse.

–Pegue ele – O líder dos três berrou.

Quando Booth estava sendo revistado, aproveitou que o ladrão estava a sua frente, e o apunhalou nas costelas. Houve um estralo alto, e talvez algumas costelas quebradas, mas ele não ligou. Virou o cara, passando o braço por seu pescoço, apertando-o.

–Um movimento, e o seu amiguinho aqui morre – Booth anunciou.

–Atire nele, agora! – Um deles ordenou, e Booth entendeu que entre eles não havia companheirismo, eram puros e totalmente individualistas.

Diante desse fato, ele jogou seu refém contra o líder, enquanto pegava a arma para atirar no outro. O tiro foi certeiro, ao lado esquerdo do peito. Mas outra arma havia sido disparada, foi quando Booth sentiu uma queimação na perna.

Tinha sido atingido.

Ele ignorou o ferimento, enquanto lutava contra o líder do bando. Ele era rápido, assim como ele. Mas Booth estava ferido. Em um descuido foi atingido por um chute na perna, e caiu desnorteado no chão. Céus, como doía.

–Onde esta a mulher?

Esqueça você nunca vai achá-la, não enquanto eu estiver vivo. – Booth disse.

Ele viu o ódio crescer no seu oponente, que vinha pisando firme em sua direção. Booth sem hesitar levantou-se ignorando a dor e partiu para o ataque.

Depois de alguns minutos que combate físico, ele finalmente conseguiu imobilizar o cara.

–O que você quer com ela? – Booth praticamente cuspiu as palavras na cara dele.

–Isso é assunto meu com a bela doutora.

Booth o segurou pela camisa, desferindo um soco em seu rosto.

–O que você quer com ela? – Ele tornou a perguntar – E se você não me responder, não garanto que terá outra oportunidade.

O homem o encarou frio e calculista.

–Você não me amedronta agente – disse – Mas diga para sua doutora que nós estamos chegando, ele esta chegando. E quando isso acontecer Deus tenha piedade dela.

–Quem é ele?

O homem apenas o encarou, e sorriu diabólico. Usou todas as suas forças para se soltar de Booth, e empurrá-lo para longe. Nesse meio tempo pegou um comprimido na jaqueta, e engoliu.

–Quer um conselho de um fora da lei? Afaste-se dela agente, antes que você a prejudique mais. Afinal, tudo isso é sua culpa.

Essas foram às palavras do homem antes de desfalecer no chão da pousada. Booth o encarava atônito, enquanto as demais pessoas pareciam acordar do transe momentâneo em que viviam.

Aquele aparentemente não era o fim,esse foi o pensamento de Booth antes do FBI invadir o local.

Brennan estava inquieta. Preocupada seria mais correto. Já haviam se passado quarenta minutos desde que o FBI tomou o local, e tudo que eles fizeram foi afastá-la. Até agora não havia recebido noticias de Booth, e isso a estava matando por dentro. Será que ele estava bem? Estava ferido?

Apenas havia escutado que houveram vitimas fatais, e isso a assustava.

Como viveria em um mundo sem Booth? Se ela ao menos pudesse voltar no tempo e dizer o quanto ele significava para ela. Se ela pudesse ao menos voltar ao tempo e dizer que ...

– Hey Bones.

Ela paralisou diante a visão de um Booth com a perna enfaixada a sua frente.

Se não tivesse sentada na beirada da ambulância provavelmente havia desmaiado. Sem pestanejar ela o alcançou apenas com alguns passou, e o abraçou mais forte do que achava ser possível. Booth estava vivo, tudo ficaria bem.

Ele apenas retribuiu o carinho, deixando a preocupação com ela se esvair, havia ficado preso em uma das ambulâncias do FBI, e não poderia vê-la, até agora.

–Seu estúpido – Bones disse quebrando o abraço – Seu estúpido, bastardo, idiota...

Ela nem terminou de falar, e começou a bater nele.

–Ei, ei – Booth disse tentando se esquivar dos golpes – O que eu fiz?

Ela continuou o ataque.

–Me deixou aqui preocupada com você – Ela disse, enquanto as lágrimas brotavam de seus olhos – Eu amo você, e você me deixa aqui, pensando o pior...

Booth paralisou.

Ele estava tendo uma alucinação, não era possível.

Estava escutando coisas. Ela havia dito que o amava? Certo?

–Espera um pouco – Ele disse respirando fundo, segurando as mãos dela – Você disse mesmo que...

–Eu te amo seu idiota – Ela sorriu em meio a lagrimas – A noção de perder você me fez perceber que... Eu não posso viver sem você, eu não quero. Eu só... Amo você, simples assim. E isso me assusta, mas não mais do que viver em um mundo sem você Booth.

Ele sorriu. Aquela mulher era perfeita. Só ela mesma podia transformar talvez um dos piores dias da vida dele no melhor. Com apenas uma frase.

Ele se aproximou dela, segurando seu rosto em suas mãos. Perdeu-se nos olhos azuis que tanto amava, antes de beija-la como se não houvesse amanhã.

Suas mãos perderam-se nos cabelos sedosos dela, enquanto a outra a trazia para mais perto de si.

Brennan o recebeu calorosamente, aprofundando o beijo, suspirando. Aquilo era tão bom. Ela passou as mãos pelo pescoço dele, e quebrou o beijo em busca de ar.

–Eu amo você – ele disse.

–Eu sei – Brennan sorriu – E percebi que adoro quando você diz isso.

–Eu sei – agora era a vez dele.

Eles voltaram a se beijar, encostados na ambulância. A sorte era que estavam um pouco afastados do tumulto, e escondidos pela ambulância, se não a demonstração mais que pública de afeto deles acarretaria alguns problemas.

–Como esta a sua perna? – Brennan perguntou, afundando o rosto em seu pescoço. Apenas queria ficar juntinha a ele.

–Bem, foi apenas de raspão – respondeu – Mas não quero falar sobre isso, vamos sair daqui?

Ela concordou com a cabeça, e entrelaçou seus dedos nos dele. Saíram caminhando em direção ao estacionamento, ignorando os olhares sobre si.

Nesse momento eram apenas um casal de apaixonados, resistindo a provação que a vida os dava.

Mas dizem que o amor vence tudo, não?


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