We're Not a Team. We're a Time Bomb. escrita por Amanda


Capítulo 24
She Was My Best Woman


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera, durante o primeiro "pov" de Steve, deem play aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ekzHIouo8Q4 . DURANTE O PRIMEIRO POV DELE, NÃO QUANDO A LETRA APARECER! A primeira parte desse capítulo tá muito broken, ok, então preparem o core. Enjoy!



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POV. Steve Rogers

Não entendi o que se passara. Por que a Terra continuava girando? Todos no mundo deveriam parar e lamentar aquela perda incomensurável. Por que isso não estava acontecendo? Por que todos no planeta não estavam de luto, como deveria ser?

A única coisa que eu entendia e que tinha certeza de que era real era o fato de eu sentir o celular escorregar pela minha mão e cair no chão com violência; sinto como se os ossos das minhas pernas deixassem de existir e também vou ao solo, sucumbindo em um sentimento de dor e desolação que nenhum ser jamais mereceria sentir.

Escuto pessoas perguntando o que há, com vozes preocupadas, mas não consigo abrir a boca. Tinha certeza de que se tentasse falar algo, só iriam sair as palavras “eu queria dançar mais”.

Por alguma razão, uma voz se sobressai das outras; consigo escutar Natasha perguntando o que diabos tinha se passado. Quando olhei para seu rosto, senti algo escorrer pela minha face; era uma lágrima.

– Ela se foi. – Falei, rouco – Peggy está morta. – E, ao ouvir essas palavras saindo de minha boca, tão reais, tão palpáveis, tão irreversíveis, senti mais coisas escorrerem pelo meu rosto, com muito mais fúria e fluidez; mais lágrimas. Tentei abrir a boca e falar algo, mas tudo que emiti foi o som de um soluço.

Todos os presentes na sala ficaram um breve momento em silêncio, sem ousarem dizer nada; quando o choque inicial passou, todos desataram a falar ao mesmo tempo, e eu sabia que eram palavras de apoio, mas eu não ouvia nada, não queria ouvir nada, apenas o som da voz da minha melhor garota:

“Você ainda me deve uma dança”.

“Não se atrase”.

Sinto mãos em meus ombros e percebo que estou sendo erguido e guiado para outro lugar por Sam, Natasha e Jemma. Deixo-me levar e ando pelos corredores, não faço ideia de por quanto tempo. Poderia ter sido por alguns minutos. Poderia ter sido por uma eternidade. Eu não sabia e não queria saber e eu não me importava e tudo que eu sabia era que eu estava soluçando e chorando e lágrimas caiam.

Peggy não vai voltar.

Nunca.

Nunca.

Percebo que paramos de andar apenas ao ouvir uma porta se fechando atrás de mim. Sinto uma pressão nos ombros e de repente estou sentado em uma coisa fofa; eu estava no meu quarto. Vi Sam sentar na minha frente e Jemma e Natasha ao meu lado; eu sabia que Jemma falara alguma coisa, mas eu não cheguei a dar atenção, então ouvi Natasha dizer:

– Steve, por favor, fale alguma coisa. – Eu acordei do transe em que estava e, ainda chorando, olhei para ela.

– Eu não tive nem a chance de me despedir. – Falei, a voz falhando – Eu não pude nem dizer adeus à ela. E eu nunca poderei, porque nem ao seu velório... – Eu solucei ao dizer a última palavra – Nem ao seu velório eu poderei ir, porque ela morava em Washington. Eu não... Ela não... – Não consegui continuar.

Em um gesto surpreendente e inesperado (n/a: perdoem o pleonasmo, mas ele foi intencional; Steve estava tão broken que nem estava pensando direito, por isso, os erros que encontrarem em seu “pov” são propositais), Natasha colocou os braços ao redor de meus ombros e me abraçou.

E, naquele abraço, quando eu estava reconfortado e protegido e seguro, deixei todo o peso sair de meus ombros e serem jogados nos de Natasha, porque eu sabia que tudo ia dar certo quando ela me abraçasse e eu sabia que tudo que senti desabar sobre mim seria mais fácil de enfrentar enquanto estivesse sob os braços de Natasha, que falou para mim:

– Ela sabe. Ela sempre soube que você iria querer dizer adeus. Eu tenho certeza disso, Steve. Ela se foi, mas se foi com a certeza de que você estaria lá para ela.

E quando eu ouvi essas palavras eu comecei a chorar mais, não pelas coisas terem ficado piores, mas por eu sentir que podia me soltar, que podia me libertar da dor que estava sentindo derramando lágrimas.

Estava grato ao Sam.

Estava grato à Jemma.

Estava muito grato à Natasha.

E sentia uma enorme gratidão à Peggy por ela me fazer o homem mais feliz do mundo quando preciso.

– Eu posso... – Funguei, me separando de Natasha – Posso ficar sozinho por um instante?

Eles assentiram e saíram do quarto, mas não sem antes dizerem mais algumas palavras de consolo; quando fiquei só no quarto, peguei a bússola que ainda levava no bolso e vi a foto de Peggy que estava colada nela; lembrei-me de tudo, lembrei-me do momento em que ela atirou em mim com ciúmes e eu me protegi com escudo, lembrei-me dela no vestido vermelho indo até mim no pub, lembrei-me dela me dizendo que esperava o parceiro certo, lembrei-me de nossa valsa, lembrei-me de nosso primeiro beijo que foi a última vez que vi seu rosto antes de congelar, lembrei-me dela marcando comigo nossa última dança, em que eu iria pegá-la dali a uma semana, às sete horas.

Chorei.

Gritei.

Me machuquei.

Lembrei.

Same bed, but it feels just a little bit bigger now

A mesma cama, mas parece um pouco maior agora
Our song on the radio, but it don't sound the same

Nossa canção no rádio, mas ela não soa como antes
When our friends talk about you all that it does is just tear me down

Quando nossos amigos falam sobre você tudo o que isso faz é me arruinar
‘Cause my heart breaks a little when I hear your name

Porque meu coração se parte um pouco quando ouço seu nome
It all just sounds like

E tudo soa como

Hmm, too young, too dumb to realize

Hmm, jovem demais, tolo demais para perceber
That I should’ve bought you flowers and held your hand

Que deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão
Should’ve gave you all my hours when I had the chance

Deveria ter lhe dado as minhas horas quando tive a chance
Take you to every party, ‘cause all you wanted to do was dance

Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que queria era dançar
Now my baby’s dancing, but she's dancing with another man

Agora minha garota está dançando, mas está dançando com outro homem

My pride, my ego, my needs and my selfish ways

Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta
Caused a good strong woman like you to walk out my life

Fizeram uma mulher boa e forte como você sair da minha vida
Now I never, never get to clean up the mess I made, oh

Agora nunca, nunca conseguirei limpar a bagunça em que eu fiz
And it haunts me every time I close my eyes

E me assombra sempre que fecho meus olhos
It all just sounds like

Tudo isso soa como

Although it hurts, I'll be the first to say that I was wrong

Apesar de doer, serei o primeiro a dizer que estava errado
Oh, I know I'm probably much too late

Oh, sei que provavelmente estou muito atrasado
To try and apologize for my mistakes

Para tentar me desculpar pelos meus erros
But I just want you to know

Mas só quero que saiba
I hope he buys you flowers, I hope he holds your hand

Espero que ele lhe compre flores e que segure sua mão
Give you all his hours when he has the chance

Que lhe dê todas as suas horas quando tiver a chance
Take you to every party, ‘cause I remember how much you loved to dance

Que leve você a todas as festas, porque me lembro do quanto você amava dançar
Do all the things I should’ve done when I was your man

Que faça todas as coisas que eu deveria ter feito quando era o seu homem
Do all the things I should’ve done when I was your man

Que faça todas as coisas que eu deveria ter feito quando era o seu homem

POV. Natasha Romanoff

Entrei no meu quarto, abalada; encontrei Clint lá, com uma expressão de preocupação compreensiva no rosto.

– Como ele está? – Perguntou. Eu suspirei.

– Mal, naturalmente. – Sentei-me ao seu lado – Eu não gosto de vê-lo assim. Ele estava frágil, arrasado. Eu estou preocupada com ele.

Olhei nos olhos de Clint e vi que ele ficou com um pouco de ciúmes, mas teve a decência de tentar esconder e ainda dizer:

– Você devia ir lá falar com ele. Dar o apoio que ele merece.

– Não. – Falei – Ele pediu para ficar sozinho e eu sei quando a pessoa precisa de um tempo; e é disso que ele necessita agora. Temos que respeitar isso.

Ele assente e eu percebo que ele estava com as mãos escondidas atrás das costas. Levanto uma sobrancelha para ele, desconfiada.

– Clint. – Disse – O que você tem aí? – Ele me olha com uma indiferença falsa.

– Ah, nada demais. Só... – Ele revela uma caixa preta e fina – Só uma coisinha que comprei enquanto todos dormiam.

Ele abre a caixa e revela um colar lindo. Eu fico feliz com o presente, mas não muito animada por só conseguir pensar em Steve, mas tento não demonstrar.

– Meu Deus, Clint. – Falei, pegando a joia – Ele é lindo. Obrigada, muito obrigada. – Ele sorri e coloca o colar no meu pescoço. Eu o admiro no espelho que tinha no meu quarto.

– Perfeito. – Sorri – Obrigada. – Ele beijou minha testa com ternura e isso me fez feliz, mas ainda assim não o bastante para me fazer esquecer meu melhor amigo trancado no quarto, chorando e sofrendo.

POV. Steve Rogers

Depois de alguns minutos ainda abraçado com a bússola que continha a foto da que fora a minha melhor mulher, respirei fundo e percebi que ficar ali lamentando não iria trazê-la de volta. Eu era um líder. Os Vingadores precisavam de mim, principalmente com uma ameaça mundial solta por aí. Eu tinha que ter uma atitude, para enfim honrar a imagem de Peggy e tudo que ela fizera por mim.

Lavei o rosto, guardei a bússola e suspirei. Hora de sair do casulo.

Quando deixei o quarto, fui direto para a oficina, lugar em que sabia que iria encontrar Stark. Estava certo. Ao perceber minha presença, Tony franze a testa, preocupado.

– Olá, Gelado. – Ele disse – Está melhor?

– Sim, Tony, obrigado, mas eu vim aqui falar de outra coisa. Eu preciso que faça algo.

– Manda.

– Tente, de alguma forma, alterar o sistema de câmeras para que elas exibam uma gravação que não mostre nada importante do que estamos fazendo. As câmeras não podem mostrar ao vivo, mas precisam mostrar algo que já aconteceu. Seria uma gravação diferente a cada meia hora. Acha que consegue fazer isso? – Ele riu, zombeteiro.

– Eu consegui construir uma legião de armaduras com alta tecnologia, Capitão. Isso vai ser mais fácil que tirar doce de criança.

– Obrigado.

Quando estávamos prestes a voltar nossa atenção para outras coisas, todas as telas flutuantes que existiam na oficina se acionaram sozinhas; eu me detive e olhei questionador para Stark, que deu de ombros, tão confuso quanto eu.

Nas telas apareceram ninguém menos que Ultron, mas desta vez ele estava diferente; não era mais todo cinza. Era prateado brilhante, com luzes vermelhas correndo pelo corpo e os olhos reluzindo rubro com mais intensidade que nunca. Ele sorria.

– Saudações, humanos. – Ele falou com sua voz duplicada que agora estava mais gutural; quando ele falou, pôde-se ouvi-lo multiplicado várias vezes, espalhado por toda a Torre Stark; ele havia entrado no sistema completo e aquela mensagem passava em todas as redes de comunicação da Torre – Eu só passei por aqui para dar uma breve mensagem, mais especificamente, mostrar algo para vocês. – Ele pegou a câmera que o gravava e passou por trás dele.

Foi possível ver dezenas de “Ultrons” semiconstruídos, em cima de mesas em um lugar que parecia uma oficina. Ele estava criando um exército.

– Vocês irão ter o prazer de minha companhia em breve, insetos. Mas dessa vez eu estarei acompanhado por dezenas e dezenas de robôs extremamente ofensivos. Adivinha qual a melhor parte? Eles me obedecem apenas. – Ele riu – Tinha mais alguma coisa para eu falar para vocês... – Ele levou a mão ao queixo, pensativo – Ah! Lembrei! Não existe mais “Hail H.Y.D.R.A.”. Tudo que resta agora é “Hail Ultron”.

E a última coisa que ouvimos é sua risada, amplificada por toda a Torre, antes que as telas desliguem.


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Notas finais do capítulo

A tradução da música é mais ou menos como Steve se sentiu quando descobriu que Peggy estava casada, mesmo conosco sabendo que a culpa não foi dele (T-T), ele ficava pensando em como poderia ter sido um homem melhor para ela. Broken, eu sei, broken.
Curiosidade: 4 – O meu capítulo favorito e que eu mais gostei de escrever foi o 15, “Tin-Old”.