We're Not a Team. We're a Time Bomb. escrita por Amanda


Capítulo 23
Weakness


Notas iniciais do capítulo

Eu vou confessar uma coisa. Eu tô muito chateada com vocês. Eu escrevi alguns capítulos Clintasha e muita gente reclamou; tudo bem, eu entendo isso e levei numa boa (na verdade até gaitei um pouco, haha). Mas quando eu dei continuidade, muita gente falou muita coisa, comentários destinados apenas a falar mal do shipp, ignorando completamente o restante do conteúdo do capítulo. Quero deixar claro que NÃO SÃO TODAS, mas mesmo assim, vocês têm que entender que SIM, EXISTEM leitores Clintasha na fic, ainda que poucos. Que tal respeitar o gosto deles também? Quando eu coloquei a cena em que Clint se declara para Natasha (de forma linda sim, muito obrigada), eu esperava que alguns vissem como ele realmente a ama, que é real sim e que é recíproco. No mesmo capítulo em que aconteceu isso, Fitz voltou para a Torre, fato muito mais importante para a história. Resultado: vários comentários reclamando de Clintasha. Gente até ameaçou desistir da fic. Fiquei muito broken com isso. A verdade é que eu REALMENTE me afeiçoei com vocês, leitores, e ver que alguns quiseram parar de ler uma história que eu só escrevo pra vocês por não respeitarem gostos de uma minoria e o rumo que eu estava dando à fic (sem nem mesmo saber o final) me deixou muito triste. Eu vou continuar com Clintasha até meus planos para Stasha (que siim, vai acontecer) se concretizarem. Eu sei que é chato ler uma coisa dessas e tudo isso pode ter sido desnecessário, eu estou ciente disso e puxo toda a responsabilidade para mim, mas eu precisava desabafar, rsrsrsrsrs. Além do que eu acredito que a relação autor/leitor tem que ser a melhor e mais aberta possível. De qualquer forma... Espero que gostem do capítulo.



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POV. Wanda Maximoff

Acordei enfim, sentindo uma dor na barriga e no pescoço. Quando olhei ao redor, descobri que estava na cela de novo. Soltei um muxoxo e me ajeitei na parede, me sentando. Ward ainda dormia e Pietro olhava para mim.

– Você está bem? – Perguntou ele. Eu esfreguei o pescoço e assenti.

– Ele não conseguiu me machucar tanto assim. – Respondi.

– Tá, mas e além disso? – Questionou ele. Eu inclinei a cabeça, confusa.

– Como assim?

– Você está diferente. Desde que lutamos contra Ultron pela última vez. O que há? – Eu parei e pensei um pouco. Não adiantaria mentir para Pietro; ele me conhecia melhor do que ninguém. Suspirei.

– Lembra quando o Capitão América me salvou? – Ele assentiu – Então, quando ele estava me trazendo de volta para a cela, eu perguntei o porquê dele ter feito aquilo. Ele me respondeu que não deixaria que nada acontecesse com um aliado. E eu não tenho parado de pensar nisso desde então. Tipo, nós éramos inimigos e do nada ele me chamou de aliada. Isso é... Estranho pra mim.

– Wanda. Você não está se escutando. Você não se lembra de nada? Nós estamos aqui para nos vingarmos. Pare de pensar absurdos.

– Eu estou ciente disso, Pietro. Eu só... Gostei de ser chamada de aliada.

Imediatamente depois, eu notei que o “x” em meu peito brilhou menos por um segundo e logo depois voltou com mais intensidade do que o normal; comecei a sentir uma dor muito forte, como se meu coração estivesse sendo esmagado. Eu caí no chão, arfando, querendo pressionar o local da dor, mas sem poder por causa da algema.

– Wanda? Wanda! – Pietro se ergueu e colocou minha cabeça em seu colo; a essa altura a dor já cessara e eu parei de ofegar – Você está bem? O que foi isso?

Eu saí de cima dele, tossindo. O brilho do “x” agora já estava normal. Então quer dizer que eu não posso nem esboçar sinais de que não vou cumprir meu objetivo, hã? Interessante.

– Você sabe o que foi. – Falei, com a voz fraca – O juramento que eu fiz, o feitiço. O que me matará se eu não cumprir o objetivo de me vingar dos Vingadores. Como eu mostrei gratidão a um desses Vingadores, o feitiço achou melhor me mandar um lembrete sobre o meu juramento.

Pietro assentiu e eu olhei novamente para o “x”. Aparentemente ele estava sossegado agora. Mas foi bom isso ter acontecido.

Pelo menos agora eu me lembro muito bem de ter que matar os Vingadores.

POV. Natasha Romanoff

Eu estava feliz por estar com Clint. Isso me era lembrado todas as vezes em que eu o olhava. Foi como ele disse, tínhamos paz quando estávamos juntos.

Nós entramos na cozinha, rindo e brincando. Depois de ter me falado tudo que eu poderia pedir para ouvir, ele me levou para a cozinha. Quando perguntei se ele iria fazer algo especial, ele respondeu que só tava com fome mesmo. Esse ridículo.

Após ele terminar o sanduíche, roubei um pedaço. Ele olhou para mim indignado.

– “Com licença, Clint”. – Ele fez uma voz fina que não tinha nada a ver com a minha – “Você poderia me dar um pedaço de seu sanduíche?”. Claro, Natasha, fique a vontade. – Ironizou ele, me fazendo rir.

– Quer de volta? – Perguntei, engolindo. Ele revirou os olhos e se aproximou para me beijar. Quando nossos lábios se tocaram, ouvimos um pigarreio atrás de nós. Ao nos separarmos, nos deparamos com todos os que estavam na Torre atrás de Stark, nos encarando. Tony tinha uma sobrancelha erguida.

– Vocês não tinham nada, não é? – Perguntou ele.

Eu me separei de Clint, sentindo um vazio no estômago, aquele tipo que você sente quando sabe que se ferrou bonito. Droga. Aconteceu justamente o que eu não queria: a minha relação com Clint foi exposta.

Mas eu pensei no que ele tinha me dito no quarto. Em como seria mais fácil. E em como isso o satisfaria, porque eu sei que ele ficaria mais feliz.

Então eu entrelaço meus dedos nos de Clint e olho para Stark.

– Mas agora temos. – Eu dei um sorriso cínico – Eu estou com o Clint. Quer nos falar alguma coisa?

Eu sinto o olhar de gratidão que Barton me lança, mas ignoro. Tony solta uma risadinha leve.

– Parece que finalmente se decidiu entre o Capitão e o Gavião, Srtª Romanoff.

– Eu nunca tive dúvidas, Stark. – Eu ri. Puxei Clint para a mesa (roubando mais um pedaço de seu sanduíche, fazendo-o ficar com uma cara de frustração hilária) e me sentei, vendo todos os outros fazerem o mesmo. Quando vi Steve se aproximar, me senti meio mal por ter falado aquilo sobre Clint na frente dele porque ao ouvir ele esboçou uma expressão mais cabisbaixa, não sei exatamente a razão.

Depois de todos terminarem de comer, Fitz – que teve a comida dada na boca por Simmons, já que ele ainda tinha tiques violentos – olhou para os lados e perguntou:

– Bem... E quanto a Ward? Deve ser uma missão e tanto, não é. Quando é que ele volta?

Silêncio geral na mesa. Vi Steve e Simmons trocarem olhares temerosos e Rogers engoliu em seco antes de falar:

– Ah, Fitz... Nós temos que te contar uma coisa. Uma coisa bem delicada.

Todos ficaram calados enquanto Steve explicava para Fitz tudo o que acontecera; todos acompanharam a mudança de expressão de Fitz, que foi de atenção, passou por confusão, até ir para a negação.

– Não. Isso é mentira. – Ele disse, balançando a cabeça – Você tá inventando isso. – Ele olha para Simmons, desesperado – Jemma, por favor, diz que isso não é verdade. Fala pra ele, fala que nada disso é real. Por favor, Jemma, Ward é nosso amigo, ele não... – Quando viu no olhar de Simmons que era sério, ele permitiu que lágrimas subissem aos seus olhos.

– Fitz... Ele já... – Jemma tocou em seu ombro, mas ele a afastou, dessa vez deixando que uma única lágrima escorresse pelo seu rosto.

– Não! – Ele gritou – Ward não é mal! Ele não... – Os tiques dele começam a se agravar e ele para de falar; May, Coulson, Triplett e Skye se juntaram a Simmons e tentaram de tudo para tentar abrandá-lo; depois de algumas palavras de conforto e alguns abraços, ele finalmente se acalmou. Respira fundo e olha para Steve:

– Eu quero vê-lo. Eu quero ver Ward. – Steve olha para a equipe que rodeava Fitz e, ao receber carta branca, permite que o prisioneiro receba visitas, desde que ele seja levado para a sala de interrogatório e Triplett ficasse na porta para ajudar caso qualquer coisa acontecesse. Fitz agradece e é levado para fora, ainda abalado, por Simmons e Triplett.

Eu me levantei e fui até Steve. O virei na cadeira e o fiz olhar para mim.

Por que contar para ele? Justo agora? – Perguntei. Eu não entendia. Ele tinha escondido isso com razão. Não compreendi o motivo para deixar tudo em pratos limpos.

– Eu falei com Jemma. – Disse ele, calmamente – Nós decidimos uma coisa. É mais saudável livrar Fitz do sofrimento de vez, quanto mais cedo ele soubesse melhor. Estávamos só esperando ele dar uma referência à Ward para contarmos. Bem... Aconteceu.

Eu bufei. Olhei para os Vingadores e vi que eles pensaram o mesmo que eu.

Todos no hall para acompanhar.

POV. Grant Ward

Triplett havia me colocado novamente na sala de interrogatórios e, sinceramente, a ideia de ter que passar por mais uma daquelas cenas com May não foi muito reconfortante. Porém, quando a porta abriu, não foi ela que apareceu; foi Fitz.

Eu senti uma satisfação, um alívio estranho em vê-lo andando e consciente; vi que tinha alguns tiques, mas nada que venha a incomodar, talvez. Mas nada forte o bastante para deixar transparecer.

Ele para há alguns metros na minha frente e me olha. Eu ergo as sobrancelhas.

– Em que posso ser útil? – Perguntei; Fitz comprime os lábios levemente.

– É verdade o que estão dizendo? – Ele disse – Que você não é nada mais que um traidor? – Eu me surpreendi em ouvir aquilo. Ele sabia a minha índole. Qual o motivo para isso agora?

– Eu não entendi. Quando eu te joguei no mar junto com Simmons não fui claro o bastante? – Resolvi fazer jogo duro para me livrar logo dali. Fitz vacilou.

– Você fez isso comigo? – Ele pareceu indignado – A culpa disso tudo é sua? Eu não... Ok. Mas por que você fez isso? Digo, nos trair? Nós éramos uma família.

– Não, eu nunca fui parte do grupo de vocês. Eu sempre estive lá por obrigação. Eu nunca traí vocês porque eu nunca estive do seu lado.

Observei Fitz respirar fundo; notei que a piscadela em seu olho se tornara mais insistente.

– Então você nunca se importou com a gente? – Ele perguntou com a voz mansa e fraca. Dessa vez, eu refleti um pouco.

– Sim. Sim, eu me importava com vocês. – Fitz olhou para mim, esperançoso – E isso era uma fraqueza. E fraquezas devem ser eliminadas.

Algo no rosto de Fitz mudou; agora sua expressão era apenas de nojo.

– Eu não acredito. Então era tudo isso que nós éramos? Meros obstáculos? Nada mais do que parte de um treinamento? Eu não acredito que eu te considerei. Eu não acredito que aquele homem que foi comigo numa missão que podia nos matar só queria fazer joguinhos. Sabe, Ward, quando eu via o ódio no olhar das pessoas quando elas falavam de você eu não entendia; mas agora eu compreendo bem o porquê. Você é doentio. Odioso. Eu vou sair daqui antes que meu estômago dê a cambalhota final e eu acabe vomitando. – Dito isso, sai da sala, me deixando apenas com minhas reflexões.

POV. Leo Fitz

Quando fechei a porta atrás de mim, o que eu sentia na barriga era apenas um embrulho. Era verdade. Ward tinha se tornado uma pessoa detestável.

Tique no ombro.

Olhei para Triplett, que estava do lado da porta. Ele falou alguma coisa, mas eu não cheguei a ouvir. Eu andei com ele até o hall, em que encontrei vários rostos preocupados virados para mim.

Tudo que nós éramos para Ward eram obstáculos. Só isso.

Tique na mão.

Vi seus lábios se moverem e sabia que eles estavam falando comigo, mas por algum motivo, nenhum som chegou aos meus ouvidos.

Ward tinha me lançado no meio do oceano. Com Jemma.

Tique no olho.

Sinto mãos em meus ombros e me sentam no sofá, ainda falando sem voz.

Ele podia ter nos matado. A mim e a Jemma. Ele poderia ter matado Jemma.

Tique na mão.

Simmons estava na minha frente, acariciando meu rosto. Fala alguma coisa. Mas dessa vez eu escuto.

– Você está bem?

Não penso mais em Ward.

Não tenho mais tiques.

Simplesmente começo a chorar e a gritar de frustração. Quando todos saem de perto de mim eu me levanto e quebro o vaso que estava do meu lado. Depois uma caixa de vidro. Tudo que estivesse em meu alcance.

– Fitz! – Ouvi Jemma exclamar. Todos olham para o senhor Stark, preocupados com o fato de eu estar estilhaçando tudo que era dele que estivesse ao meu redor. Ele simplesmente ergue a mão, com uma expressão compreensiva.

– Como diz um grande filósofo de hoje: - Fala ele – “Esse é o problema da dor. Ela precisa ser sentida”.

POV. Steve Rogers

Depois da declaração de Stark, todos nós observamos, ainda que aflitos, Fitz quebrar tudo que pudesse ser erguido. Mas eu não aguentava mais vê-lo desse jeito. Quando ele estava prestes a lançar outro acessório de mesa, eu segurei seu braço.

– Fitz. – Ele olha para mim, ofegante – Pare com isso agora. Não vale a pena, entendeu? Ward não vale esses objetos quebrados nem sua fúria. Nós entendemos que você ficou aborrecido, nós também ficamos. Mas tá vendo aquelas pessoas ali? – Eu apontei para Coulson e sua equipe – Eles realmente se importam com você. Você é importante para eles. Pense em como está sendo difícil para eles te verem sofrer desse jeito. Mas, principalmente, pense em como eles te fazem bem. Vai dar tudo certo, Fitz, tudo vai ficar bem. Sabe por quê? Porque eles cuidam de você. Você está sob a asa deles. – Eu olhei de esguelha para Natasha – E está sob o meu escudo. Nós não vamos deixar nada acontecer com você. Eu prometo.

Quando sua respiração ofegante começa a sossegar, solto seu braço; ele respira fundo e solta o objeto que segurava, – que vi ser um porta lápis – começando a se acalmar. Eu o sento no sofá e ele passa os olhos pela sala.

– Me desculpem, eu... – Começa ele, mas eu o interrompo.

– Não precisa se desculpar. Nós entendemos. – Ele olha para mim e esboça um sorriso fraco. Às minhas costas, escuto a voz de Sam:

– Cara, você leu “A Culpa é das Estrelas”?

– Pepper me forçou, ok? – Disse Tony. Todos nós rimos. Eu olho para Fitz e vejo que ele também rira.

– Está melhor? – Pergunto.

– Sim... Sim, Capitão. Obrigado. – Eu sorrio e escuto meu celular tocar no meu bolso. Atendo-o.

– Alô? – Digo.

Alô, Capitão Rogers? – Escuto a voz de um homem.

– Sou eu mesmo. Quem fala?

Aqui é o médico Edward White. Nós estamos ligando porque você é um dos únicos contatos relacionados à Peggy Carter.

­– Sim. O que aconteceu com ela? – Perguntei, já tenso. Escuto um suspiro do outro lado da linha.

Ela faleceu, Capitão.


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