Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 23
Capítulo 23 - Haruno. (Ato II - Cena I)


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Neste capítulo, temos novamente a aparição de diálogos da peça Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare. Por serem citações, estarão destacadas entre aspas e em preto e itálico.



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— E aí, Haruno. — Itachi se aproximou de Sakura ao vê-la sentada sozinha no palco, foi a primeira vez que o Uchiha falou com ela depois do beijo.

— Oi, Itachi. Como você está?

— Um pouco cansado, acho que nunca tivemos uma demanda tão grande de trabalho. — Ele se sentou ao seu lado.

— Você deveria tirar um final de semana de folga, quando der, descansar. — Sugeriu Sakura, enquanto lia o papel do roteiro.

— Eu deveria mesmo. — Ele disse e então se deitou, pousando sua cabeça no colo da garota de cabelos rosa. — Posso descansar um pouco aqui?

— Itachi... — Ela tirou a folha do roteiro da frente do rosto para olhá-lo e lá estava aquele olhar travesso de sempre, não pôde deixar de notar o quanto ele estava bonito, seu cabelo longo e preto preso em um rabo de cavalo, uma regata branca, justa, coberta por uma camisa preta aberta de tecido fino, quase transparente, uma calça de sarja preta e um all star preto e branco, o detalhe que chamava atenção era um lenço vermelho amarrado em seu pescoço.

— Eu não estou fazendo nada demais, só descansando enquanto minha amiga lê. — Ele disse fechando os olhos e sorrindo.

Amiga?

— É o que somos, não é? Quer dizer, a gente se dá muito bem, Sakura, achei que não teria problema em manter a amizade. — Ele não abriu os olhos e manteve o tom de voz natural, não dava para dizer se estava falando sério ou apenas dando uma desculpa para permanecer ali.

— Por mim tudo bem, mas só amigos. — Sakura tocou um dedo em sua testa como um alerta, ele sorriu e então cruzou as mãos sob seu abdômen, relaxando o corpo.

A Haruno observou seu rosto por uns instantes e notou que ele já estava dormindo. Sereno assim, nem parecia o furacão sexy que bagunçava a vida de metade das garotas da cidade e com certeza de todas as do bairro. Ela continuou sua leitura e cerca de 15 minutos depois as pessoas começaram à chegar para o ensaio.

— Itachi? — chamou, mas o moreno não respondeu. — Acorda, Itachi. — Insistiu e então ele abriu os olhos devagar, capturando os seus.

— Como é bom ser o seu rosto a primeira coisa que vejo ao acordar. — Ele disse de um jeito terno e a fez corar.

— Não diga essas coisas assim... — Ela desviou o olhar para cima — Olha só, daqui a pouco o ensaio vai começar, é melhor você se levantar.

— Só mais cinco minutos. — O Uchiha mais velho falou de um jeito manhoso, se virou de lado e enterrou o rosto na barriga da rosada, segurando sua blusa.

— Eu não sou um colchão, nem seu despertador, bobo, levanta! — Ela riu e cutucou sua cabeça com o dedo indicador.

— Ah é? Então eu sou bobo? — Itachi disse levantando o rosto para olhá-la, um brilho atravessou seus olhos e ele abriu um enorme sorriso, antes que a Haruno se desse conta, ele a deitou para trás e ficando sobre ela começou a encher sua barriga de cócegas, arrancando-lhe gargalhadas.

— HAHAHAHAHA, PARA, PARA HAHAHAHA, PARA ITACHI!

— O que estão fazendo? — A voz do Uchiha mais novo soou atrás do dois.

— Sa-Sasuke! — A garota parou de súbito. — N-Nada! — Itachi havia se movido para o lado.

— Brincadeira saudável entre amigos. — disse Itachi levantando os braços em sinal de sua honestidade.

— Saudável e amigo na mesma frase dita por você parece até uma piada, irmão. — Sasuke estendeu a mão para que Sakura se levantasse.

— Não comecem, vocês dois. — A Haruno pediu.

— Estou de boa. — disse Itachi se levantando e saindo andando.

— Desculpa, é que ver vocês tão próximos-

O Uchiha mais novo não completou sua frase, Sakura deus alguns passos em sua direção e depositou um beijo em sua bochecha. Ele sentiu até o último fio do seu cabelo se arrepiar ao sentir os lábios quentes dela tocando sua pele. Ao mesmo tempo, sentiu que a Haruno segurou uma de suas mãos e depositou o que ele deduziu pelo tato ser um pedaço de papel. Então ela afastou seus lábios do rosto do garoto e sussurrou em seu ouvido:

— Você acha que somos próximos assim? Leia.

Ela se afastou e saiu, Sasuke permaneceu imóvel, aproveitando as sensações, o calor, o cheiro dela tão perto. Sabia que seu rosto estava queimando, mas antes de deixar sua imaginação fluir, olhou para sua mão e identificou o pedaço de papel dobrado. O desdobrou e encontrou algo escrito com a letra de Sakura.

Time has brought you heart to me

I have loved you for a thousand years

I’ll love you for a thousand more

 

O tempo trouxe o seu coração para mim, eu te amei por mil anos, eu te amarei por mais mil... — Sasuke traduziu a música que ele já conhecia, era uma parte da mesma canção que ele a dedicou depois de terem trabalhado juntos no jardim, A Thousand Years. Sentiu seus olhos se encherem de água, ele piscou e logo algumas lágrimas caíram. Enxugou-as rapidamente com as costas das mãos, não queria que alguém acabasse o vendo. — Então é assim... é assim que é amar alguém... amar você? — Pensou em voz alta, refletindo sobre a sensação maravilhosa que o invadia enquanto levava a mão ao colar que carregava embaixo da camisa.

Boa tarde, pessoal! Vamos começar! — Exclamou o professor Kakashi fazendo um gesto com as mãos para que os alunos se aproximassem.

Sasuke dobrou o bilhete e guardou em seu bolso, seus olhos percorreram o palco procurando por ela, a encontrou conversando e rindo de algo que seu melhor amigo Uzumaki falava, pensou em como amava aquele sorriso, em como tinha sorte.

Hoje nós vamos começar o segundo ato, cena um! — disse o professor Jiraiya quando todos se juntaram em um quase círculo — Aqui conheceremos o travesso Puck, Titânia e Oberon se encontrarão no bosque, Helena e Demétrio irão discutir sobre sua relação de amor e ódio, Oberon vai ordenar ao Puck que vá atrás da flor que possui o feitiço do amor e planejara usá-la em Titânia como vingança para que se apaixone pelo primeiro que veja, e fará Puck a usar em Demétrio, para que se apaixone por Helena. Certo? No palco: Naruto, Hinata, Neji, Karin, Itachi e aqueles que fazem parte do séquito de Titânia e Oberon, tomem seus lugares.

[Um bosque de Atenas. Uma fada serva de Titânia e Puck entram por lados diferentes]

NARUTO — “Olá, espírito! Para onde vais?” Mas não era uma fada, dattebayo?

— Uzumaki, fada, duende, espírito, elfo, pertencem todos a mesma esfera mística, você inclusive é um desses espíritos, se atenha ao texto e não se importe. — disse o professor Kakashi levando a mão até a testa em sinal de dor de cabeça.

— Foi mal, professor. — O loiro coçou a cabeça e riu sem graça.

FADA — “[...] Nos belos gramados por tudo me esgueiro mais apressada que a lua quando na mata flutua. Contente, sirvo à rainha das fadas; [...] Adeus, espírito travesso; é hora; já vem a fada e os elfos; vou-me embora.”

NARUTO — “Para este ponto o rei já se encaminha. Cuidado! Não se encontre com a rainha, pois Oberon se mostra estomagado deveras por lhe haver ela roubado o gracioso menino da Índia oriundo.” Caramba, eu lembrei mesmo disso tudo.

— Não, não lembrou, você está lendo seu roteiro. — disse Kakashi revirando os olhos.

Ah é mesmo, dattebayo. — Todos começaram a rir.

— Você só não é um dos elfos sem fala do séquito porque é bom nisso, em nos fazer rir, agora continuem! — disse Jiraiya.

— Credo, que mal-humorado... — sussurrou Naruto.

FADA — “Se esquecida todo não pareço, tu és aquele espírito travesso de nome Bom Robim. És tu que [...] tiras do leite a nata e, de mansinho, desajustas as peças do moinho; [...] que ris às gargalhadas, de inclemente, do viajante noturno exausto e lasso, pós teres transviado um bom pedaço. [...] Dize: és ele?”

NARUTO — Sim! Ah, não, quer dizer — ele tossiu limpando a garganta — “Fada, acertaste. Eu sou, realmente, o ledo vagabundo noturno que brinquedo faço de tudo, porque a todo instante alegre de Oberon deixe o semblante.”

— Realmente, esse papel cai como uma luva no nosso vagabundo. — brincou Shikamaru que aparecera apenas para acompanhar o ensaio, já que estava responsável pela equipe da parte técnica. Todos riram.

— Muito obrigada, que amigo bom você é, Shika. — respondeu Naruto.

— Disponha, bobão.

— Senhor Nara, eu autorizei sua presença única e exclusivamente para avaliar nossa acústica e outros detalhes de cena necessários à sua função, não vou admitir interferência na peça! — repreendeu Jiraiya.

Sorry. — O moreno achava um saco ter que ficar ali somente assistindo e fazendo anotações, preferia estar praticando xadrez.

Seguindo. — disse Kakashi.

[Entra, por um lado, Oberon com o seu séquito; por outro, Titânia com o dela]

NEJI — “Orgulhosa Titânia, é mau indício assim nos encontrarmos ao luar.”

HINATA — “O ciumento Oberon! Fadas, partamos; abjurei do seu leito e companhia”

NEJI — “Detém-te, presunçosa; acata as ordens de teu senhor.”

HINATA — “Então, senhora eu sou. No entanto eu sei que do país das fadas vieste furtivamente. [...] Por que causa vieste aqui ter, deixando a Índia longínqua? Certamente tão só pela imperiosa Amazonas de botas elegantes, vossa guerreira amada, que está a ponto de casar com Teseu.”

NEJI — “Não te envergonhas, Titânia, de atirar-me esses remoques pelo interesse que eu dedico a Hipólita, se eu não ignoro que amas a Teseu? [...]”

HINATA — “Tudo isso é o ciúme que a inventar vos leva. [...]”

O teatro inteiro fazia silêncio enquanto os primos Hyuugas atuavam em seus papéis de rei e rainha das fadas. Seus amigos estavam fascinados pela desenvoltura dos dois no palco, ninguém imaginaria tanta naturalidade e segurança das duas pessoas mais introvertidas da escola; Hinata com sua timidez e ansiedade e Neji com sua postura antissocial pareciam brilhar como verdadeiros espíritos de luz.

NEJI — “Neste bosque morar é vosso intento?”

HINATA — “Até o dia, talvez, do casamento de Hipólita e Teseu. [...] Eu terei cuidado de evitar vossos sítios preferidos.”

NEJI — “Dá-me o menino e eu seguirei contigo.”

HINATA — “Nem por todo o teu reino. Vamos, duendes! A ser da paz amigo nunca aprendes.”

Quando Hinata saiu do palco, todos a aplaudiram e seu rosto parecia ter sido pintado inteiro de vermelho vivo. Naruto sorria e fazia sinal de “nice” com os polegares para a namorada.

[Sai Titânia com seu séquito]

NEJI — “Bem; segue o teu caminho; deste bosque não sairás sem que por esta injúria te venha atormentar. Vem para perto, meu gentil Puck. [...] Uma florzinha do ocidente, antes branca como leite, agora purpurina, da ferida que do amor lhe proveio “Amor ardente” é o nome que lhe dão as raparigas. Vai buscar-me essa planta. Se deitarmos um pouco de seu suco sobre as pálpebras de homem ou de mulher entregue ao sono, ficará loucamente apaixonado por quem primeiro vir, quando desperto. [...]”

NARUTO — “Porei um cinto na terra em quatro vezes dez minutos.” O que isso quer dizer?

Quarentena minutos, Uzumaki, agora saia daí! — disse Jiraiya e todos os presentes na plateia riram, o loiro tinha mesmo o dom natural para a comédia, mesmo que não estivesse fazendo de propósito.

[Sai Puck]

NEJI — “De posse desse suco, hei de achar meio de surpreender Titânia adormecida, para nos olhos lhe deitar o líquido. Ao despertar, o que enxergar primeiro, seja leão, urso, lobo, touro [...], perseguirá com alma enamorada. E antes de eu lhe tirar da vista o encanto, o que farei com o suco de uma outra erva, obrigá-la-ei a me entregar o pajem. Mas quem vem vindo aí? Sendo invisível, poderei escutar-lhes a conversa.”

— Uau, como o Neji, quer dizer, esse Oberon é maligno, dattebayo!

— Uzumaki! — Exclamou Kakashi

— Foi mal!

[Entra Demétrio, seguido de Helena]

ITACHI — “Não te dedico amor; não me persigas, onde Lisandro se acha e Haruno formosa?”

Karin, que estava em cena com o Uchiha mais velho riu e ele se tocou do que havia dito.

— O que disse? — Interrompeu Jiraiya.

— Desculpa, professor, eu me confundi, posso repetir? — O Uchiha mais velho riu sem graça, todos olhavam para Sakura sentada em uma das cadeiras na plateia, se afundando no assento, com as mãos cobrindo o rosto, envergonhada. Sasuke e Sagi reviravam os olhos.

— Pode, continue. — Assentiu Jiraiya.

ITACHI — “...onde Lisandro se acha e Hérmia formosa? Quero matá-lo e ser por ela morto. Disseste que ambos nesta selva estavam; como selvagem, no entretanto, eu corro desesperado seus recantos todos sem poder encontrar Hérmia adorada. Vai-te! Fora daqui! Não me persigas!”

KARIN — “Imã de coração endurecido, sou por vós atraída, mas de ferro não tenho o coração; como o aço é puro. Cessai de me aliciar e, incontinenti, deixarei de seguir-vos.”

ITACHI — “Alicio-vos? Acaso já vos disse galanteios? Ou com franqueza não vos falo sempre que não vos amo nem vos posso amar?”

— O Itachi dispensando uma garota é que me parece uma comédia.

— Naruto- — Antes de o professor Kakashi continuar berrando com o loiro, Itachi se moveu de seu lugar e deu um “cascudo” na cabeça do Uzumaki o fazendo se calar.

KARIN — “Por isso mesmo é que vos amo tanto. Vosso cãozinho sou. [...] Mais modesto lugar em vosso amor não me é possível. Mas para mim será título honroso como vosso cãozinho ser tratada.” Que droga de textinho machista, hein professor? — A ruiva questionou quando terminou sua fala.

— O texto tem mais de 400 anos, minha querida, Helena deve ter sido representada por algum bêbado barbudo! Prometo permitir uma releitura para o futuro, agora, continue mesmo assim! — disse Jiraiya.

— Que seja. Continua aí, Don Juan. — respondeu a ruiva.

ITACHI — “Não me forceis a repugnância da alma; sinto-me mal só de vos ver o rosto.”

— Então é melhor não olhar.

— Karin... — disse Kakashi.

KARIN — “E eu doente fico, quando não vos vejo.” Fala sério...

ITACHI — “Comprometeis demais vosso recato saindo da cidade, dessa forma, [...] e assim confiando às tentações da noite e aos maus conselhos de um lugar deserto o tesouro de vossa virgindade.”

— Ameaça de abuso, professor! — Karin exclamou e as garotas vaiaram da plateia, concordando com a ruiva.

— Ok. Ok. E não são ameaças de abuso, são alertas, na verdade ele acaba a ameaçando de morte... Ah, que tal irmos para a parte que volta o Oberon? Neji, por favor. — disse Kakashi, se rendendo.

[Saem Helena e Demétrio]

NEJI — “Adeus, ninfa! Este bosque ele não deixa sem que de lhe fugires tenha queixa.”

[Puck entra]

NEJI — “Trouxeste a flor? Sê, pois, bem-vindo, espírito vagueante.”

NARUTO — “Ei-la aqui”

NEJI — “Agradecido. [...] Titânia ai parte da noite dorme sob gracioso dossel petaliforme, por danças e canções acalentada. [...] Pôr-lhe-ei nos olhos este suco brando. [...] Toma uma parte dele também. Na floresta te cumpre achar uma ateniense (Helena) que, desprezada, de paixão se fina por altivo rapaz de alma ferina (Demétrio). Quando a dormir o achares, de mansinho nas pálpebras lhe deita um bocadinho do suco. Mas cuidado! É indispensável que ao despertar, tenha ele à vista a amável dama que ora despreza. [...] Volta antes que primeiro cante o galo.”

NARUTO — Beleza. Opa, é “Ficai tranquilo; saberei achá-lo.”

[Saem]

— E é isso! — disse Kakashi e todos aplaudiram.

— Graças a Deus. — Bufou Jiraiya.

— Em dois dias nós voltamos com os ensaios, não faltem. Nos vemos nas aulas, dispensados. E Naruto! — o professor chamou o loiro.

— Sim? — Ele já estava saindo de fininho pela porta, mas se deteve e voltou.

— Leia mais suas falas, filho. — Suspirou Kakashi.

— Pode deixar, dattebayo! — o Uzumaki abriu seu maior sorriso e se apressou em sair do campo de visão do professor.

...

— O que foi aquilo, Itachi? — perguntou Sasori se aproximando de mim na saída do prédio do teatro.

— Não sei do que você está falando. — Disfarcei, eu sabia muito bem do que.

— Você disse o nome dela de propósito no palco ou...

— Não foi de propósito... — admiti.

— Caralho, você está gostando mesmo dela. — Sasori levou uma mão à boca, seus olhos estavam arregalados de surpresa.

— Pode ser.

— Não, não, você está apaixonado, tipo, de verdade e eu acho que nunca vi isso. — Insistiu e eu ri.

— Curioso né? Deve ser isso que chamam de karma, eu me apaixonei pela única garota que não posso ter. — Me lembrei dos seus olhos verdes brilhantes me encarando quando acordei em seu colo, as mechas de cabelo rosa lhe caindo na lateral do rosto, tive que me esforçar muito para não as tocar.

— Mas você não a beijou?

— Foi um único beijo e de despedida. Você sabe, ela realmente ama ele. Acho que hoje eu notei isso mais do que em todos esses anos. — Eu havia visto ela beijar o rosto do meu irmão quando sai de perto deles, também o vi chorar depois de ler algo que ela o entregou.

— Cara, que complicado, sinto muito. — Sasori disse coçando a cabeça.

— Não me olhe com essa cara de pena, moranguinho. — Ele franziu o cenho, detestava o apelido que Hidan o colocou. — É claro que me sinto derrotado, mas ela acabou me ensinando que não faz mal eu pensar em coisas mais sérias, me permitir ir um pouco mais além.

— Uau, cacete, Itachi, a Haruno é uma santa! Vamos canonizá-la! — Sasori começou a gargalhar.

— Ah, calado. — Eu dei um tapa em sua cabeça. — E amanhã? Nervoso?

— Um pouco. — Ele esfregava o local onde eu bati, seu rosto começou a ficar vermelho.

— Só relaxa, deixa seus instintos te levarem, faça tudo o que os dois quiserem e não se arrependa. — Aconselhei.

— Ok. — Foi tudo o que ele me respondeu, observei bem o seu rosto e não sabia se me sentia feliz por ele, ou triste. O ruivo estava claramente apaixonado e eu não fazia ideia das intenções de Deidara, só podia esperar que fossem as melhores. Me dei conta de que devia ser assim que se sentiam as garotas com quem saí e depois simplesmente sumi, ou apenas dispensei sem sequer arrumar uma desculpa satisfatória — inseguras e preocupadas antes de avançar comigo e, depois, apaixonadas e magoadas. Sempre tive relações consensuais, mas de zero responsabilidade afetiva; fazia todas acreditarem que teria um algo mais, quando eu só queria me divertir.

Eu sou mesmo um cuzão... — Pensei em voz alta.

— O que? — Perguntou Sasori.

— Nada não. — Eu começaria a repensar muita coisa na minha vida e deveria essa mudança à ela.

...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



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