Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 24
Capítulo 24 - Eu quero você.


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não escrevo uma cena de relação sexual (não é explícita), e também é minha primeira com um casal LGBTQI+, então, peguem leve rs e se sintam livres para dizer o que acharam da descrição! Boa leitura ♥



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...

— Oi, roxinha. — falei me sentando na carteira vazia ao seu lado, ela estava arrumando seu material para ir embora.

— Não me chama assim, Sagi, roxinha? Sério? — Ela soltou uma risada incrédula.

— Eu sou o rosinha, o que que tem de mais? E você não gosta de nenhum dos apelidos que eu sugiro Konan... — brinquei.

— Nan, continue com Nan, eu achei fofo. — Ela corou.

— Então, Nan... — tentei parecer menos feliz e ansioso do que realmente estava. — Pensei que poderíamos ter o nosso encontro de sexta no lugar em que nos conhecemos. — Resolvi aceitar as sugestões da minha irmã maluca e Ino.

— Nas corridas ilegais?

— Elas não são ilegais! Tem até perímetros e equipe de segurança!

— Eu sei — ela riu — esqueceu que eu sou uma competidora? É só que zoar vocês meninos dizendo que o amor de vocês é ilegal sempre funciona.

— Não esqueci... — disse envergonhado — Eu queria recomeçar as coisas lá, fazer diferente, não ser um babaca. — Sustentei seu olhar para lhe mostrar que estava falando sério, eu sabia que ela dava valor à quem conversava a olhando fundo nos olhos.

— Tudo bem, vai ter sua chance, e por que não? Vai ser divertido, sabe que adoro o lugar, mesmo com muito de vocês.

Deles. — Me defendi, não queria mais ser o tipo de cara que vinha sendo, desde que a vi pela primeira vez, mesmo que tenha tudo dado errado, a necessidade de mudar me preencheu. Passei vários dias antes do início das aulas entrando em contato com garotas que já havia me envolvido, pedindo desculpas — muitas me xingaram, outras sequer me atenderam ou aceitaram me ver, mas outras conseguiram me perdoar. Ela era a única com quem eu não tive coragem de falar, eu tinha me apaixonado e colocado tudo à perder, mas tudo mudou quando entramos na mesma classe; e não tinham deuses o suficiente que minha irmã acreditasse para eu poder agradecer.

— É o que vamos ver. — Ela disse e se levantou, colocou sua mochila sobre o ombro e com a mão livre bagunçou meu cabelo. Senti vontade de puxar seu braço e sentá-la no meu colo, mas me contive.

...

Eu estava sentado no banco da praça quando senti duas mãos no meu rosto cobrindo meus olhos.

— Demorei muito? — Deidara sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei, levei minhas mãos às suas e as abaixei.

— Você não deveria dizer “advinha quem é”?

— Eu não resisti, tinha que me fazer presente. — O loiro deu a volta no banco e parou na minha frente abrindo aquele sorriso que me tirava o chão.

— Não, você não demorou, são nove em ponto, eu que cheguei um pouco mais cedo. E aonde iremos?

— Uma balada ótima que eu conheci e queria muito te levar, topa?

— Perfeito. — disse me levantando do banco.

Decidimos que usaríamos um carro chamado por aplicativo para não termos que dirigir caso consumíssemos bebidas alcoólicas. Quase atravessamos a cidade para chegar a tal balada, mas valeu a pena. O lugar era incrível, espaçoso, com alguns espaços preenchidos com pequenas mesas e grandes sofás embutidos nas paredes. Enormes quadros se espalhavam pelas paredes, vários eu reconheci sendo produções de artistas locais, muitos deles de imagens com um toque anarquista. Luzes coloridas atravessavam o salão escuro, em um pequeno palco nos fundos ficava a mesa do DJ. Logo depois da entrada se encontrava o bar, um longo balcão de mármore com o tampo de vidro se estendia em forma de meia lua, as prateleiras de bebida pareciam intermináveis e essas eram tão coloridas quantos as luminárias do salão. O lugar estava mais cheio do que eu esperava para uma quinta-feira, mas a maioria presente aparentava ter um pouco mais que apenas 18 anos como nós dois, era compreensível não terem que se importar com acordar cedo para ir ao colégio no dia seguinte e com certeza estavam acostumados à disfarçar a ressaca em seus empregos.

— Eu adoro isso. — disse Deidara voltando à mesa que escolhemos, ela era um pouco mais afastada da pista de dança. — Aqui. — Ele colocou um copo na minha frente e me serviu uma cerveja.

— A cerveja ou a gritaria misturada com a música? — perguntei enquanto dava o primeiro gole.

— Você. — Levantei o olhar do meu copo para encará-lo. — Esse seu jeito de observar tudo quando chega em um lugar, era isso que estava fazendo, não é? — continuou quando conseguiu minha atenção.

— Sim, você me conhece, não consigo evitar. — Dei de ombros tentando não transparecer estar animado por ele notar uma coisa assim.

— Artistas são assim, observadores por natureza. — Ele tomou um gole da sua cerveja.

— E como estão suas esculturas? — perguntei.

— Paradas. Me falta inspiração ultimamente... E suas peças, Sasori? Ainda está trabalhando com madeira?

— Às vezes, quando tenho tempo livre, até vendi algumas pequenas marionetes para um ventríloquo esquisitão faz um tempo.

— Mas esquisito que você? — ele riu.

— Bem mais. — Ri de volta e então senti uma vontade súbita de perguntar. — Por que não convidou a Konan e os meninos para virem hoje? — Nossos olhares se cruzaram e então ele desviou o rosto para a pista de dança.

— Vamos dançar?

— Mas nem acabei minha cerve-

Antes que eu pudesse concluir ele tinha levantado e me puxado pela mão. Eu não conhecia a música, mas ela era a cara do Deidara, um tipo de rock psicodélico que beira a música eletrônica, mas fazendo isso com a guitarra de um jeito dançante. Havia muita gente na pista, quando chegamos a um local minimamente livre para dançar, o loiro segurou minhas duas mãos e levantou meus braços no ar movendo o meu corpo no ritmo da música. Dançamos cerca de quatro músicas variadas antes que minhas pernas não aguentassem mais e eu pedisse para darmos uma pausa. Bem nesse momento o ritmo no salão mudou para uma música um pouco mais contemplativa e lenta, então passamos no bar e depois fomos nos sentar.

— Ah, cara, acho que estou fora de forma! — disse despencando no sofá.

— Que nada, você dança muito bem, só precisamos fazer isso com mais frequência. — disse Deidara enchendo nossos copos com mais cerveja.

— Você tem toda razão, sempre que saímos Hidan e Itachi escolhem os lugares, e quase sempre tem a ver com carros e mulheres nuas. — Arranquei uma gargalhada do loiro.

— É verdade, não sei como a Konan aguenta, ah espera, sei sim, ela também adora carros e mulheres nuas!

— Pra valer! — brindamos com nossos copos e derramamos um pouco de cerveja na mesa, rimos ainda mais.

Depois de mais duas rodadas de cerveja, a música voltou a ficar animada e voltamos para a pista cheia novamente. Conforme a noite avançava, a balada ficava mais cheia, perdemos nossos lugares então decidimos nos sentar no bar. Mudamos de bebida e começamos tomando duas rodadas de shots de vodca. Depois, resolvi pedir uma bebida do cardápio chamada “Frozen” a qual eu não fazia ideia do que tinha dentro, mas era azul, gelada e doce. Deidara pediu uma chamada “Pinã colada”, era branca e tinha pedaços de coco e abacaxi misturadas nela, uma delícia — que eu soube depois de pedir para experimentar. Quando terminamos os drinks, voltamos para a pista, mas antes de nos juntarmos à multidão, peguei o loiro pelo braço e o puxei para uma parede do corredor que se estendia e tinha a placa “banheiro masculino” no final.

— O que foi, não se sente bem? — ele perguntou ao identificar a placa no fundo do corredor.

— Não, quer dizer, eu me sinto bem. — Eu não sabia dizer se meu rosto estava quente por estar corando violentamente ou pelo efeito da bebida.

— E então?

O encostei na parede e o beijei. Fechei os olhos e apenas selei meus lábios nos dele devagar. Me afastei um pouco e tornei a abrir os olhos.

— Sasori- — ele começou a dizer, mas o interrompi.

— Por que não convidou os outros? — Eu sentia meu corpo formigar, efeito da bebida e do nervosismo de talvez ter entendido tudo errado, mas era impossível que “me dar um sonho de uma noite de primavera” fosse o contrário do que eu achava que fosse.

— Por isso.

Ele subitamente levantou a mão e agarrou meu pescoço, me beijando de um jeito que eu não lembrava de já ter sido beijado. Com um movimento rápido trocou nossas posições e me encostou na parede, desceu a mão do meu pescoço e segurou meu pulso, levantou meu braço e o prendeu para cima na parede, com a outra mão ele segurava o outro braço. Tudo isso enquanto seu beijo me devorava, sua língua ansiosa se enroscando na minha, seu corpo pressionando o meu contra a parede. Não paramos para tomar fôlego em um beijo que se seguiu por dois minutos. Quando nos separamos eu estava em chamas.

— É um bom motivo. — Consegui falar depois de alguns segundos, mas minha voz saía entrecortada.

— Desculpa por ter fugido a noite toda. — O loiro estava com a face muito vermelha, eu não sabia que era possível a pessoa mais desenvolta e descarada que eu conhecia poder corar daquela maneira.

— Bem que achei estranho você dançando tanto. — Eu ri e ele empurrou meu ombro de leve, manteve sua mão o segurando.

— Fiquei com medo... — Ele desviou o olhar e uma mecha do seu cabelo caiu em seu rosto.

— Você? Com medo? Do que? — meu tom de voz era um misto de surpresa com incredulidade.

— De você me dar um fora. — Ele me olhou nos olhos e eu corei.

— Deidara, você não sabe a quanto tempo eu espero por isso. — falei sinceramente.

— Acho que sei. Na verdade, eu notei que você estava meio estranho comigo, só demorei um pouco para perceber que não era por um motivo ruim. — Ele sorriu sem graça, eu estava adorando vê-lo tão desarmado na minha frente.

— E agora? — perguntei e o puxei pela camisa para mais perto.

— Eu não sei se vai acreditar, mas não é só mais uma curtição pra mim... Então se você quiser ir mais devagar-

Calei sua boca com mais um beijo. Mais voraz e mais faminto do que o anterior, soltei sua camisa e prendi minhas mãos envolta da sua cintura, troquei nossas posições novamente, agora o colocando contra a parede. Senti meus pulmões desesperadamente procurarem por ar e foi quando comecei a controlar a respiração pelo nariz, mas não pararia aquele beijo. Desci uma das mãos da cintura para a perna dele para ter certeza — ele teve uma ereção. Deidara estremeceu ao sentir o toque da minha mão deslizando por cima da sua calça, então mordeu meus lábios. Eu tirei a mão e nos afastamos.

— Seu apartamento, agora. — Eu disse e saí em direção ao banheiro, precisava sentir um pouco de água corrente no rosto.

...

— Tem certeza disso? — Deidara me perguntava pela terceira vez.

— Acho que nunca te vi tão nervoso, e fofo — eu ri — acha que se eu não tivesse certeza, estaríamos no seu quarto? — estávamos os dois sentados na varanda, à essa altura depois de tanta pegação, usando apenas cuecas box; a minha preta, a dele, vermelha.

— É que eu quero ter certeza de que é algo que você quer, tanto quanto eu. Que não estou apressando as coisas. — Ele passou a mão pelo meu rosto e eu a segurei a mantendo em minha bochecha. Seu toque, seu cheiro, seus olhos, seu corpo, sua voz embargada depois de cada beijo, tudo, tudo nele me atraía.

— Eu quero você. — disse e o beijei calmamente.

Logo o beijo se tornou mais, nossas mãos exploravam os dois corpos por inteiro. Deidara inclinou seu corpo sobre o meu e eu me deitei sobre as roupas jogadas no chão. Quando seu corpo fez contato com o meu, senti um choque me percorrer, sua pele era quente, até o peso do seu corpo sobre o meu era excitante. Ele me beijava e mordia meus lábios. Logo desceu para o meu pescoço, lambendo e dando chupões, me contorci debaixo do seu corpo e senti nossos órgãos se tocarem com apenas o pano fino das cuecas que ainda vestíamos os separando. — Aaaah — arfei, eu estava enlouquecendo, minha mão apertando suas costas, sua bunda, enquanto ele lambia e chupava o lóbulo da minha orelha. Aproveitei a posição adequada do seu pescoço tão próximo à mim e devolvi a cortesia — minha língua explorava sua pele salgada que aos poucos ficava adocicada onde eu já estava lambendo, lhe dei um chupão e pensei que queria sentir o gosto de outro lugar. Por que não?

De súbito o separei de mim e me levantei, me colocando de joelhos, como se lendo meus pensamentos ele ficou de pé na minha frente. Abaixei sua cueca e olhei para cima, o loiro corava intensamente e mordeu os lábios, foi minha deixa — Deidara enlouquecia enquanto eu realizava minhas fantasias, suas mãos agarravam meus cabelos com força e acompanhavam o movimento da minha cabeça, vindo e voltando. Eu também usava as mãos, queria sentir a experiência completa, ele pulsando na minha mão — a cada movimento circular da minha língua, o loiro gemia.

Eu também estava maluco, nunca tinha ficado tão excitado e pulsava dentro da cueca que estava ficando úmida com meu desejo. Quando parei para tomar fôlego, Deidara me beijou, ferozmente, como se quisesse compartilhar o gosto da minha experiência. Ele me colocou de pé e meu corpo apenas se movia de acordo com o que ele queria, como se quisesse ser dominado. Ele desceu o beijo para o meu pescoço, depois para minha clavícula, seguindo para o meu peito, deslizou a ponta da língua por todo o meu abdômen até chegar ao começo do tecido da minha cueca — que ele tirou com os dentes, o que me fez pirar.

Agora era eu quem estava mordendo os lábios enquanto Deidara parecia de divertir muito, ele fazia coisas com a boca e com as mãos que eu não imaginava serem possíveis, ou até imaginava, mas não tinha tanta experiência e confiança para o fazer. Desci as mãos para os seus longos cabelos loiros e os enrolei em volta delas, meu quadril se movia junto com o loiro, querendo mais. Quando ele percebeu que eu estava quase no ápice, parou, se levantou e me beijou de novo, agora compartilhávamos o meu sabor.

Deidara me levou devagar até a cama, sem parar o beijo. Me deitei no colchão e ele se deitou por cima de mim. Voltou seus beijos para o meu pescoço e eu virei a cabeça de lado para acompanhar seu braço se esticando e sua mão tateando sua mesa de cabeceira, alcançando uma camisinha. Ajudei-o a colocá-la. Voltamos a nos beijar, dessa vez com mais calma, mas não como menos desejo. Nossas bocas aproveitando nossos sabores, nossos corpo se aquecendo internamente, quando envolvi minhas mãos em suas costas o abraçando, foi o sinal. Os primeiros movimentos foram lentos, comedidos. Mas conforme ele se movia, eu me movia, e logo ficaram acelerados e mais profundos. Ele colocou uma das mãos na parede e a outra se apoiava no meu peitoral, o peso do seu corpo sobre o meu quase me tirava todo o ar, mas o toque da sua pele no meu órgão ereto me levava ao delírio. Meus pulmões queimavam, meu coração batia acelerado, mas eu queria mais e mais, enquanto chupava seu pescoço, lambia sua orelha, joguei minha pernas para cima, as entrelaçando, prendendo seu quadril, o que o fez ir ainda mais fundo e gemer alto. Seus gemidos desencadearam os meus e foram ficando mais altos, mais altos, mais altos, até que gritamos. Chegamos ao ápice juntos. Suados e Arfantes.

O loiro despencou ao meu lado, não se demorou e se deitou lateralmente, jogando suas pernas nas minhas e me abraçando. Ficamos assim um tempo, nos contemplando com nossas testas suadas uma colada na outra. Senti que poderia passar o resto da vida ali, perdido naqueles olhos azuis. Como se lendo meus pensamentos ele disse.

— Eu também ficaria aqui para sempre, mas Itachi nos mataria se não formos trabalhar. — Ele sorriu e eu ri.

Não demorou muito para os beijos recomeçarem, e todo o resto: na cama, no chão, no chuveiro, na droga da varanda — eu jamais esqueceria aquela lua acima de nós. Madrugada à dentro, quando nós dois já estávamos exaustos, Deidara perguntou.

— Esse sonho de uma noite de primavera foi bom pra você?

— Não vou acordar nunca mais. — Foi tudo o que respondi enquanto descansava minha cabeça no seu peito nu e ele acariciava os meus cabelos em um cafuné.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



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