Novos Começos escrita por Tenshikass
Notas iniciais do capítulo
AVISO: Neste capítulo, temos novamente a aparição de diálogos da peça Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare. Por serem citações, estarão destacadas entre aspas e em preto e itálico.
...
Faltava apenas meia hora até o início do nosso primeiro ensaio e eu tinha descoberto no começo do dia quem era meu admirador, agora nem um pouco secreto. Passei todas as aulas inquieta me virando para a carteira dele sempre que podia. Eu estava tão ansiosa que me plantei na frente do vestiário masculino, precisava falar com Naruto de qualquer jeito.
— Aí está você! Mais que demora toda é essa pra se trocar? — Puxei ele para o corredor quando o seu primeiro pé atravessou a porta.
— Eu resolvi jogar uma água no corpo depois da educação física, posso? O que houve?
— Não, você não pode tomar banho quando sua melhor amiga precisa de você.
— O Neji tá ocupado? — Ele zombou.
— AH TÁ OK, TÁ BOM NARUTO, SE É ASSIM EU VOU FALAR COM ELE ENTÃO. — Surtei.
— TÁ BOM, CALMA, MEU DEUS. O QUE ACONTECEU? DATTEBAYO! — Ele surtou de volta e as pessoas começaram a olhar dois malucos berrando.
— Vai parar com esse ciúmes besta?
— Eu já parei, vai, me fala, você tá mais maluca do que de costume.
— Sasuke... se declarou pra mim? — A frase saiu mais como uma pergunta do que como uma constatação. Reparei que era e não era isso ainda, afinal, ele só tinha me feito descobrir e depois nada mais.
— Espera — ele me puxou para nos sentarmos em um banco — está me dizendo que ele se declarou para você ou está me perguntando se ele se declarou para você?
— Ok. Do começo. — Contei a ele a história dos bilhetes anônimos — de como e porque eu achava que tinha sido o Neji a mandá-los, da foto no jardim e do ocorrido hoje cedo, lhe mostrei o último bilhete e a foto.
— Bilhetes com letras de recorte de jornal? Isso é meio que coisa de Serial Killer.
— Naruto!
— Dattebayo! Desculpa, mas é a cara dele mesmo. Definitivamente, ele fez questão que você descobrisse agora que é ele.
— E aí está... O que eu faço agora?
— Nada. — Ele deu de ombros como se fosse o óbvio a se fazer.
— Nada? Como é que eu não vou fazer NADA NARUTO? — me exaltei, mas em seguida baixei o tom de voz para não chamar mais atenção. — Eu espero isso há anos, muitos, muitos, muitos anos.
— Tá, tá, são muitos “muitos”, todo mundo sabe. Mas parece que não acabou ainda. — Ele deduziu e sorriu, seus olhos azuis brilharam.
— Como assim?
— Se tivesse acabado, ele teria te dito, diretamente. Te feito seguir pistas até ele. Talvez ele tenha notado que você achasse que era o Hyuuga, então só te ajudou a voltar para a direção certa.
— Pode ser... Por isso o ataque de ciúmes hoje cedo... E ele desconversou dizendo que me ajudaria a achar o admirador.
— Viu só? E agora que sei o que ele esteve fazendo esse tempo enquanto sumia-
— AH MEUS DEUSES. — O interrompi e quase pulei do banco. — Os sumiços, os cafés da manhã sempre tão cedo! Ele invadia meu quarto subindo pela árvore e chegava mais cedo para colocar o bilhete na minha porta, depois comprava o café da manhã e só tinha que me esperar passar!
— BINGO! E como eu ia dizendo — coloquei as mãos na boca para prometer que não o interromperia mais. — Agora que eu sei o que ele está fazendo, o conhecendo bem, sei que ele ainda não terminou. E isso é em parte por ele, que está organizando o “gran finale” ...
— VAI SER NA PEÇA! — Gritei e logo em seguida tapei a boca novamente.
— E EM PARTE por você, pra te dar tempo. E pode ser antes da peça, sossega, dattebayo.
— Tempo? — Agora minhas deduções acabaram.
— De se resolver. Você vai ter que escolher, vai investir em Itachi ou vai confiar no homem que você realmente ama?
— Nem soou como se você estivesse me obrigando a escolher o Sasuke.
— E estou mentindo?
— Não... Eu achei que fosse superar o que sentia por ele, mas quanto mais perto eu fico de outro alguém, mais falta eu sinto dele... — Corei.
— Então, você tem que se decidir. E não esquece que eu sou fundador do Team Sasusaku. — Ele falou orgulhoso, como se fosse dono de um grande fã clube.
— Sim, você está certo. Certo demais, tipo, demais mesmo, tá com febre? — Falei colocando a mão em sua testa.
— Ah para com isso, eu sou o mais inteligente de vocês. — Ele corou. — Ah, sim, acho que você deve explicar para o Neji, você sabe, a sua confusão.
— Ah, é — suspirei — farei isso.
— E quando vai falar com Itachi?
— A conversa acabou. — falei me levantando, essa parte não seria assim tão fácil. — É melhor você não deixar o Sasuke descobrir que você sabe tanto, se ele quisesse isso teria lhe falado, deve ter tido medo de que você exagerasse tudo.
— Culpado. — Ele riu.
— Bom, eu vou me concentrar no meu papel, já que não tem muito que eu possa fazer sobre isso agora.
— Eu vou encontrar a Hina e te encontramos no Teatro.
— Ok, vejo vocês lá.
— Saki. — O loiro disse antes que eu me afastasse. — Boa sorte.
— Isso é teatro, aqui nós dizemos: Quebre a perna. — Eu pisquei para ele, me virei lentamente girando nos meus pés, o que fez minha saia rodada que ia até quase meus joelhos girar junto e sai andando, para falar a verdade, meus pés pareciam flutuar.
...
Quando Sakura entrou no teatro, os professores Kakashi e Jiraiya já estavam à espera dos alunos e debatiam entre si o segmento do ensaio. Algumas pessoas já se reuniam sentadas no palco, esperando o início, incluindo Sasuke e Karin. Quando a rosada os avistou sentados juntos, a ruiva conversava algo com o Uchiha mais novo enquanto ele apenas assentia. Ela rapidamente se dirigiu até eles, não disse nada, apenas se sentou ao lado de Sasuke devagar e segurou sua mão que estava apoiada no piso de madeira do palco. Ela permaneceu ereta e virada para frente, seu rosto corava de leve e o olhava com o canto do olho para ver a reação dele, que virou de lado para olhá-la e apenas sorriu, apertando sua mão um pouco mais na dela — “ela entendeu” pensou Sasuke. Ficaram assim até que o palco estivesse com todos os 32 alunos que atuariam na peça. Os alunos responsáveis pelo cenário, iluminação, figurino, efeitos sonoros e outras coisas mais, se organizavam em um horário diferente do deles.
— É ótimo que estejam todos bem e saudáveis, hoje teremos enfim nosso primeiro ensaio, então a folga oficialmente acabou. — disse Jiraiya balançando as mãos para baixo pedindo silêncio. Sasuke e Sakura soltaram as mãos.
— Como se eu já não trabalhasse e estudasse. — disse Hidan se queixando baixo, ele e seu grupo junto com Itachi, estavam sentados próximos a Sakura, Sasuke e Karin. Itachi não tirava os olhos do irmão e não parecia muito feliz.
— Como eu suponho e espero que vocês já saibam, a nossa peça é composta de cinco atos, com duas cenas cada um. O enredo da peça consiste resumidamente: No casamento de Teseu e Hipólita; na disputa amorosa de Lisandro e Demétrio por Hérmia, e de Helena por Demétrio; na confusão criada por Puck, envolvendo os quatros amantes; em uma disputa entre Oberon e Titânia por um pajem, um serviçal, por assim dizer, indiano; e uma peça dentro da peça. — Explicou Kakashi.
Quando o professor terminou de explicar Naruto abafou uma risada, desde que descobrira que ele seria responsável por criar a confusão entre os casais na peça ele não conseguia parar de pensar na coincidência que era ele se metendo entre eles na vida real.
— Como assim uma peça dentro da peça? — perguntou Sasori e o professor quase o fuzilou com o olhar, afinal, seu papel incluía representar o leão na tal peça.
— Como todos JÁ DEVERIAM saber, na história, é preparada uma peça teatral para a comemoração do casamento de Teseu e Hipólita, que acontece no quinto e último ato. A peça se chama “A mais lamentável comédia, a mais cruel morte de Píramo e Tisbe”. Portanto, aqueles de vocês que fazem parte do núcleo secundário interpretam os personagens que serão atores e interpretarão outros personagens.
— Fala sério, que caralho hein. — Resmungou Hidan e dessa vez fez questão de ser ouvido.
— Yagakure, tenha modos. Eu sei que todos vão se sair muito bem, ensaiaremos bastante para que isso aconteça. — disse Kakashi.
— Claro, professor Kakashi — Itachi se pronunciou — só que agora não temos mais tanto tempo assim. — Seu tom era de deboche, todos sabiam de quem era a culpa do atraso, não ligavam de início, pois tiveram um mês e meio mais livre, mas como tudo que é bom dura pouco, o tempo encurtou — teriam apenas mais dois meses de aula antes das férias e quando voltassem em setembro, apenas mais um mês antes da data de apresentação.
— Obrigada pelo comentário pertinente, Uchiha. — disse Jiraiya, antes de Kakashi mandá-lo para um lugar desagradável — Então vamos seguindo, começaremos hoje pelo primeiro ato, cena um. Se levantem aqueles que eu chamar. Gaara, Ino, Kiba, Sagi, Sakura, Karin, Itachi e Sasuke. Os cinco selecionados para compor o séquito de Teseu e Hipólita também, tomem seus lugares e ajam como tal.
Conforme ele foi chamando os nomes todos foram se levantando, e era nítido na cara de alguns que seria ótimo — péssimo — que logo na primeira cena, Sagi, Itachi e Sasuke tivessem que contracenar juntos.
— Contextualizando — Kakashi começou quando todos tomaram suas posições no palco e o restante dos alunos descera para as cadeiras. — Nesta primeira cena temos o diálogo sobre o casamento de Teseu e Hipólita, e o pedido para que Filóstrato organize a festa. Depois, entram Egeu, Hérmia, Lisandro e Demétrio, e discutisse como Hérmia não ama Demétrio e sim Lisandro — Sasuke e Itachi se encararam e depois miraram Sakura que apenas coçou a cabeça desviando o olhar — é feito o ultimato por seu pai e Teseu, onde ela tem que escolher entre se casar com o noivo prometido ou morrer. Por fim, encerramos com o plano de fuga dos amantes Lisandro e Hérmia, e Helena entrando para finalizar. Prontos? Ino, Gaara e Kiba podem assumir.
Havia alguma coisa errada com o quase casal. A Yamanaka tinha o olhar distante, triste, e o ruivo com seus olhos azul-piscina parecia igualmente perturbado, pouco pareciam estar em uma cena de dois amantes diante de um futuro casamento.
[Cena 1 – Atenas, Palácio de Teseu. Entram Teseu, Hipólita, Filóstrato e o séquito]
GAARA — “Depressa, bela Hipólita, aproxima-se a hora de nossas núpcias. Quatro dias felizes nos trarão uma outra lua. Mas, para mim, como esta lua velha se extingue lentamente! [...]”
INO — “Mergulharão depressa quatro dias na negra noite; quatro noites, presto, farão escoar o tempo como em sonhos. [...]”
A voz da garota loira vacilou, ela estava quase chorando, olhou para os professores, mas esses assentiram para que ela continuasse. Quando terminou sua fala, pediu para se retirar, o que foi permitido, embora sua personagem devesse permanecer até o fim da cena ao lado de Teseu, não haveria mais falas. Sakura tentou ir atrás da amiga, mas Kakashi a barrou — ela era quem mais tinha falas além de Teseu na cena.
— Mas professor... — Sakura insistiu.
— Você pode ir vê-la assim que a cena acabar, ok? Eu vou ir pessoalmente ver se ela está se sentindo mal, assim que terminar nos encontre na secretaria. — Sem muitas opções a rosada assentiu e voltou ao seu lugar.
— Continue, Gaara. — Pediu o professor Jiraiya quando Kakashi se retirou atrás de Ino. O ruivo estava imóvel no lugar, ainda olhando para onde poucos minutos antes esteve uma Hipólita desolada.
GAARA — “Vai, Filóstrato, concita os atenienses para a festa, desperta o alegre e buliçoso espírito da alegria [...]”
KIBA — De certo o farei, alteza. — A fala foi acrescentada pelos professores no roteiro, já que no texto original Filóstrato apenas assentiria sem falar nada e sairia.
[Entram Egeu, Hérmia, Lisandro e Demétrio]
SAGI — “Salve, Teseu, nosso famoso duque!”
GAARA — “Bom Egeu, obrigado. Que há de novo?”
SAGI — “Cheio de dor, venho fazer-te queixa de minha própria filha, Hérmia querida. Vem para cá, Demétrio.” — Sagi revirou os olhos para Itachi. — “Nobre lorde, tem este homem o meu consentimento para casar com ela.” NUNCA. — Acrescentou saindo do personagem e encarando Itachi.
— Haruno — chamou Jiraiya fazendo Sakura e Sagi se virarem. — O mais velho, atenha-se ao personagem, por favor.
— Claro, professor.
SAGI — “Agora avança. Lisandro. E este, meu príncipe gracioso, o peito de Hérmia traz enfeitiçado.” — Sagi não conseguiu segurar o riso ao ver sua irmã corar, ele já a vira resmungando sobre o Uchiha mais novo, o chamando de feiticeiro.
— Haruno. — Repreendeu novamente Jiraiya.
— Desculpe.
SAGI — “Sim, Lisandro, tu mesmo, com tuas rimas! Prendas de amor com ela tu trocaste; sob a sua janela, à luz da lua [...]” — Se Sagi soubesse dos bilhetes anônimos com letras de músicas, já estaria morto de tanto rir. — “[...] Se ela, agora diante de Vossa Graça, com Demétrio não quiser se casar, eu me reporto à antiga lei de Atenas que confere aos pais direito de dispor dos filhos. [...] Ou a entregarei para este cavalheiro, ou para a morte [...]”
GAARA — “Hérmia, que respondeis? Sede prudente, bela menina. [...] É Demétrio cavalheiro mui digno.” — Quando o ruivo terminou, Sakura o fulminava com os olhos, tinha certeza de que ele sabia ou tinha algo a ver com o problema de Ino.
SAKURA — “E assim Lisandro.”
GAARA — “Sim, em si mesmo; mas uma vez que ele com vosso pai não conta, deveríeis o outro considerar como o mais digno.”
SAKURA — “Ah, se meu pai o visse com meus olhos!”
— Eu vejo. — disse Sagi.
— Haruno, pela última vez, eu percebi que você decorou otimamente seu texto e se envolveu com o enredo, agradeço, mas pare de interferir na peça.
— Perdão, professor. — Sagi sorria e olhava diretamente para Itachi, que sorria nervosamente de volta, tinha os punhos cerrados como se a qualquer momento fosse voar no Haruno.
— Continuem. — pediu Jiraiya.
GAARA — “Com juízo dele é que razoável fora que vossos olhos vissem.”
SAKURA — “Vossa Graça me perdoe, mas não sei que força oculta me dá tanta ousadia...” — Ela parou e deu um passo para ficar mais perto de Gaara. — O que você fez com ela?
— Eu não... — Gaara desviou o olhar.
— Eu não acredito, agora você também senhorita Haruno? Ou vocês terminam essa cena, ou serão suspensos. Entenderam?
— Sim. — disseram os cincos.
— Perfeito. Pela última vez, continuem.
SAKURA — “[...] Suplico a Vossa Graça declarar-me o que de pior me tocará por sorte, se eu me negar a desposar Demétrio.” — Ela olhou para o lado e seu olhar se cruzou com o de Itachi.
GAARA — “Ou morrer morte crua, ou, para sempre, sair da sociedade [...] examinai a fundo vosso sangue e vede se é possível suportardes um hábito de freira [...]”
SAKURA — “Assim crescer prefiro, meu bom lorde, viver e perecer, a ver os sacros privilégios de minha mocidade em poder de um senhor, cujo aborrido jugo minha alma do íntimo repele.” — Ela olhou novamente para Itachi e pensou que a última coisa que seu corpo fazia era repelir ele.
GAARA — “Refleti mais um pouco. Na outra lua quando tiver de ser selado o liame sempiterno entre mim e a minha amada...” — Ao se ouvir dizer “minha amada” o ruivo se calou e depois de alguns segundos saiu correndo do palco.
— Por todos os deuses, de todas as religiões, o que eu faço com vocês? — Se lamentou Jiraiya. — Eu vou tomar o lugar de Teseu, só vamos terminar isso logo.
PROFESSOR — “Nesse dia tereis de decidir-vos ou a morrer [...], ou a ser esposa de Demétrio, ou a fazer no altar de Diana juramento de eterna austeridade num viver virginal e solitário.” — Ouviram-se risos vindos dos bancos quando o professor disse “virginal”, mas logo cessaram quando ele lhes lançou um olhar de repreensão.
ITACHI — “Hérmia, concorda; e tu, Lisandro, — Itachi fez questão de chegar mais perto do irmão — deixa a pretensão de opor teus fracos títulos ao meu direito certo e indiscutível.”
Qualquer um que visse de fora achava que os irmãos sacariam espadas e entrariam em um embate se as tivessem — a postura de ambos era de praticantes da arte marcial Kendo.
SASUKE — “Do pai de Hérmia, Demétrio, o afeto tendes; casai com ele, então; — O Uchiha mais novo foi tão enfático e debochado que arrancou risos da plateia — seja ela minha.”
SAGI — “Lisandro zombador, é bem verdade que meu amor é dele — O Haruno negou com as mãos, arrancando mais risos dos outros alunos — e, pois, vai dar-lhe tudo quanto possuo: Hérmia pertence-me; todo direito que sobre ela tenho a Demétrio o transfiro.”
SASUKE — “Eu sou, milorde, de família tão nobre quanto a dele; de patrimônio igual somos herdeiros; maior é o meu amor. [...] sou amado da irresistível Hérmia — O Uchiha mais novo dessa vez se pôs frente a Sakura e beijou sua mão, fazendo-a se arrepiar, era um improviso; depois tornou a sua posição. — [...] Por que causa não me bater em prol do meu direito? Demétrio a filha de Nedar namorou e a alma ganhou-lhe, e ela, coitada, piamente o adora, adora até quase à loucura a este homem volúvel e culpado.” Até aqui ele é um galinha. — Sasuke acrescentou e seu irmão só não foi para cima dele porque o professor interveio entre os dois.
— Uchiha, você também não! — Itachi se afastou, mas moveu os lábios para que Sasuke os lesse “você já era”.
Mais um diálogo do professor interpretando Teseu se seguiu e deu lugar a última parte da cena.
[Saem Teseu, Hipólita, Egeu, Demétrio e séquito]
SASUKE — “Então, minha querida, por que as faces tão pálidas assim? Qual o motivo de murcharem tão rápido essas rosas?”
Hérmia podia até estar pálida, mas não era o caso da Haruno. Sasuke estava bem próximo à ela e a olhava tão intensamente que era como se só os dois estivessem ali. Se era amor e devoção que ele queria transmitir através do personagem, ele conseguira.
SAKURA — “Talvez por falta da água que lhes viesse da tempestade dos meus próprios olhos.”
SASUKE — “Oh Deus! Por tudo quanto tenho lido ou das lendas e histórias escutado, em tempo algum teve um tranquilo curso o verdadeiro amor.”
SAKURA — “Oh sofrimento! Nascer no alto e aceitar o cativeiro! “— Sakura se virou de costas para o Uchiha, temia que fosse esquecer suas falas se continuasse sob aquele olhar tão apaixonado. “[...] Se sempre contrariados foram todos os amantes sinceros, é que o próprio destino o determina desse modo. Que nos ensine, pois, a ser pacientes [...]”
Pouco adiantou se virar de costas para ele, pois Sasuke se aproximou e segurou sua mão.
SASUKE — “Isso consola. Porém, Hérmia, escuta-me: [...] se me amas, foge da mansão paterna na noite de amanhã. No bosquezinho a uma légua distante da cidade deverás encontrar-me, justamente onde uma vez te vi em companhia de Helena [...]”
A rosada sentiu um frenesi correr pelo seu corpo, pela atuação e pelo contato dele. Virou-se para encará-lo e tomou sua outra mão, agora segurando as duas próximas ao seu corpo.
SAKURA — “Meu bondoso Lisandro, eu juro pelo mais potente arco do deus Cupido, por sua seta melhor de penas de ouro, [...] pelo que une as almas [...] amanhã, sem faltar [...] estarei contigo.”
A cena fora tão apaixonante que alguns alunos começaram a aplaudir.
SASUKE — “Não faltes à palavra. Ai vem Helena.” — Com relutância, soltaram as mãos, a face de ambos estava vermelha.
[Entra Helena]
SAKURA — “Formosa Helena, por que tanta pressa?”
KARIN — “Eu, formosa? Desmente-te depressa. Ama Demétrio a tua formosura [...]”
SAKURA — “Faço-lhe cara feia, ela me adora.”
KARIN — “Quem me dera na voz tão doce nota!”
SAKURA — “Vai de par seu ardor com o meu desdém.”
HELENA — “Com o seu desprezo o meu amor também.”
SAKURA — “Coragem! Por mais tempo ele não há de fazer juras com tal tenacidade, que eu e Lisandro, há um momento, apenas, resolvemos fugir.”
SASUKE — “Não queremos, Helena, ocultar nada: amanhã [...] eu e Hérmia combinamos da cidade deixar as portas, rumo à liberdade.”
[Saem Hérmia e Lisandro]
KARIN — “Como é possível que a felicidade possa reinar em tal desigualdade! Em toda Atenas sou considerada tão formosa quanto Hérmia; mas a nada quer Demétrio atender. [...] Da formosa Hérmia vou contar-lhe a fuga. É certeza: no bosque ele madruga, para segui-la. [...]”
[Sai Helena]
— E encerramos. Foi ótimo, apesar das interferências. Me parece que pelo menos o elenco primário está bem familiarizado com seus papéis. Dispensados, nos vemos depois de amanhã, mesmo horário.
...
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Obrigada por ler ♥