Assim que cheguei à escola, percebi que estava escorrendo sangue de meu nariz. O médico falou que isso aconteceria, meu sangue esta ficando ralo. Se continuar deste jeito, daqui a pouco vou ter que andar igual uma mulher menstruada, com tampão no nariz. Conseguir conter o sangramento, mas levei mais de vinte minutos para me recuperar psicologicamente. E sabe o que eu acho dessa situação? É uma droga esta morrendo! Isso é um fato. Fui para sala de aula no segundo tempo. A professora Margo não se importou muito com meu atraso, a final, eu sou um garoto prodígio. Mas não pude deixar de provocar Eny, lhe dando uma piscada maliciosa antes de me sentar.

Em quanto à aula seguia em um tremendo tédio, comecei a pensar sobre o que faria em relação a minha atual situação. No momento a única coisa que decidi é que irei fazer uma lista das coisas que quero fazer antes de morrer. Sei que parece idiotice, e é. Mas vou aproveitar meus últimos dias como nunca. Comecei a anotar em meu caderno.

• Uma viaje sem destino.

• Ir a uma festa que não seja a minha

Eu sempre fui um “bom” garoto na escola, quem sabe arrumar um pouco de confusão?

• Pegar detenção na escola

Isso é meloso, mas vou me arrepender de não passar um tempo com as pessoas que amo.

• Passar um tempo com quem eu amo

Acho que por enquanto é só isso, mais tarde penso em mais coisas para adicionar a lista. O sinal soa em fim o começo do intervalo.

_Oi amorzinho! _Briana gruda em meu braço, me dando um beijo rápido.

_Podemos dar oi de novo?

_Seu safado. _Me repreende com um sorriso malicioso.

_Eu sou o safado? Seu sorriso me diz o contrario. _Envolvo sua cintura, lhe dando um beijo profundo. Interrompi o beijo ao escutar nossos amigos zoando. Kyle estava fingindo com os braços beijar uma garota.

_Deixa de ser ridículo Kyle!

_Ah, desculpa, estava dando um amasso gostoso aqui.

_Você é ridículo, sorte sua se bonitinho. _Diz Izzy. Ela e a Luene vivem grudas com a Briana. Já estou até acostumado com a presença delas.

_Então vem cá e me dá um beijo alucinante gata.

_Ah! _Dizem as duas em coro.

_O que você tomou no café cara? Ou sei lá, ainda e efeito festa do Thomy? _Diz Luene.

_A festa estava demais, isso até aquele filhote do demônio aparecer e estragar tudo. O que me faz lembrar que ainda estou com raiva de você Thomas. _Me dar um tapa no braço.

_Ai! Mas você ainda me ama. _Dou um sorriso, lhe dando um beijo rápido.

_Se eu estivesse nessa festa, essa coisa ia se vê comigo. _Disse Luene.

_Se você não tivesse roubado o cartão do seu pai.

_Se você Thomy, fosse um ótimo amigo e me emprestasse o seu.

_Eu não sou um ótimo amigo? Você iria exorcizar meu cartão.

_Possivelmente. _Admite. Todos começaram a gargalhar.

_Vai à frente, daqui a pouco encontro vocês no refeitório.

_Tudo bem amorzinho. _Me dar um beijo antes de ir com as meninas. Ficamos apenas eu e Kyle. Eny sai da sala, com sua cara emburrada de sempre, nem nós reparando no corredor.

_O que foi Kyle?

_Que?

_Deixa de enrolar, eu sei que você quer me dizer algo. Conheço-te.

_Eu e os rapazes estamos montando uma aposta, nada certo ainda.

_E daí? Desembucha.

_ Logan, Ralph e Kendall apostaram cem que você não consegue passar uma noite com a Eny. Ela é estranha, mas até que é bonitinha. Uma tremenda gata selvagem. _Após ouvir sobre sua aposta ridícula, quis dá um soco na cara dele, mas depois me controlei e sorri.

_Isso é sério? _Questionei ao vê que ele não me retribuiu o sorriso.

_Sim, e ai? Tá dentro?

_Não sei cara...

_Fala sério! Não acredito que Thomas o maioral esta amarelando. _Gritou.

_Cala a boca Kyle! Eu topo tá!

_Você têm duas semanas. _Sorriu.

_Duas semanas?

_Por quê? Acha que não consegue?

_Não, apenas acho que vocês já perderam e eu estou ganhando dinheiro fácil. _sorrio.

O que é uma tremenda mentira. Fala sério! Logo a Eny! Não podia ser qualquer outra garota não? Posso até tentar, mas isso vai ser difícil. Porém tenho uma cartada na manga, caso não consiga. E acho com certeza que vou ter que usar essa carta com aquela garota frígida.

Despedi-me de Kyle e segui para o refeitório. Assim que entrei, vi Briana e Eny, em uma calorosa troca de olhares mortais. Eny entorna suco na cabeça de Briana. Isso não é bom.

_Sua desgraçada! _Grita Briana, que mais parece uma granada preste a explodir.

_O que esta acontecendo aqui? _Pergunto, é óbvio, se eu não separá-las as duas iniciaram a terceira guerra mundial.

_Esse filhote do demônio! _Bri, me olha com um olhar triste. Essa garota é psicótica com o cabelo.

_Olha só o que ela fez no meu cabelo.

_Eny e suas brincadeiras sem graça. Adora mais que tudo provocar as pessoas.

_Parem com isso! Eny deixe de ser tão criança!

_A única criança aqui e você, seu mimado! _Rapidamente ela larga seu lanche na mesa ao lado, e antes que possa raciocinar com clareza, suco de laranja atingiu minha cara em cheio. Depois disso foi uma guerra, literalmente uma guerra de comida. A diretora teve a infelicidade de assim que entrou no refeitório, foi recebida com um sanduíche em sua cara. O que não posso negar que foi uma cena muito boa e divertida de se vê.

_Que começou tudo isso?! _Gritou a diretora a plenos pulmões. Todos apontaram para nós. Mais que coisa! Ninguém tem mais cumplicidade não? Resumindo, fomos todos parar na sala da direção. Eu, Bri e a filhote do demônio da Eny.

Em quanto à diretora questionava quem foi que iniciou aquela zorra. Briana já foi repreendida pela sua fúria em não medir palavras lindas a descrever Eny. Ocorreu-me uma ideia insana, mas que me ajudaria a cumpri uma das metas. Afinal, eu quero levar detenção uma vez na vida, antes de morre. E também me rendera pontos para ganhar a aposta.

_E você Thomas? Há algo que queira dizer a sua defesa? _Fui tirando de meus pensamentos anormais, pela voz da diretora.

_Não. Apenas que, eu iniciei a briga. _Droga! Eu não acredito que fiz isso, é vamos vê no que dá. Eny se contorceu, quase caindo da cadeira ao me ouvir assumir a culpa, parecia até que eu tinha jogado ácido na garota. Ela deveria esta me agradecendo e não me olhando com um olhar mortal. Tipo, que droga você andou usando? Depois de Briana ser liberada e a diretora escolhe um a punição para mim, saímos da sala.

_O que pensa que esta fazendo idiota? Acha que se der uma de legal comigo me conquista? _Grita me empurrando pra parede.

_Você deveria era me agradecer neste momento. Eu assumo suas idiotices e é assim que você agradece? _Dou um sorriso para provocá-la.

_Que seja! _Me solta, encarando-me intensamente. O que em padrões Eny, não é coisa boa.

_Você esta bem? _Pergunta, com um olhar de, “Oh, meu cão quebrou a pata”. Toco rapidamente meu nariz, sentindo o líquido do qual passei a me acostumas durante esses dias. Tiro a mão, vendo o sangue. Mas o que me faz realmente ficar furioso é o fato de Eny me olhar com esse olhar de pena. Não preciso da pena de ninguém.

_Vá se ferra! Deixa-me em paz garota! _Grito, a empurrando para o lado e saindo rapidamente em direção ao banheiro.

Eu não posso suportar que alguém sinta este sentimento medíocre, essa tal pena. Por inferno com a pena! Olho-me no espelho, vendo o quão o antigo Thomas divertido, popular e zoeiro se encontra morto há tempos. O que aconteceu Thomas? Por que essa aparência de defunto? A morte me aconteceu, essa droga de esta morrendo. Sou um defunto ambulante, esperando o momento de ser enterrado. Quem sabe com sorte, receba algumas flores em meu túmulo. Afasto meus pensamentos depressivos, nada de pensar sobre isso. Viva, e curta seus últimos dias. Sorri, lavando o nariz.

Bri, suas amigas e os garotos do time, se encontram reunidos, conversando sobre alguma banalidade no estacionamento. Assim que Briana me avista, me lança um olhar assassino. Ao chegar ao seu lado, envolvo sua cintura, pronto para lhe dá um beijo, mas ela vira o rosto, fazendo com que, o que seria um beijo apaixonante e quente, virar um beijo na bochecha.

_Qual é o seu problema Thomas? Por que defendeu aquele ser? _Diz, com os olhos cheios de lágrimas, pronta para explodir, criando uma tempestade. Eu não queria e muito menos pensei que Bri fosse ficar tão revoltada como agora, com minha atitude.

_Bri...

_Você esta gostando daquilo? _começa a chorar.

_Ihhihihi! _Ouço meus amigos dizerem, rindo, zoando com a situação. Odeio garota chorando perto de mim, pelo simples fato de não saber o que fazer para que ela pare. Nessas horas eu sou um péssimo namorado. Puxo-a. Nós afastamos de nossos amigos, para que possamos conversar.

_Bri, eu gosto de você. Nem em um milhão de anos irei gostar da Eny. Não posso te explicar o porquê, mas espero que entenda minha atitude de assumir a culpa, e ela não tem nada a vê com o fato de esta querendo me fazer de bonzinho pra Eny. Quero essa garota o mais longe de mim possível. _Principalmente agora depois de ela me vê com o nariz sangrando. E sua carinha de pena. Ah! Que ódio!

_Você me perdoa? _Ela me olha séria, com os braços cruzados. Dou um sorriso, ela tenta conte o seu, mas acaba sorrindo também.

_Isso foi um sim? _Me aproximo, colocando as mãos em sua cintura. Dando vários beijos em seu pescoço. Beijamo-nos, até que o ar seja preciso.

_Sim Thomas, isso é um sim. _Sorri.

_E essa sua nova fragrância pós-guerra de comida é alucinante, me deixa mais caidinha por você.

_Parem de se agarrar! _Grita Logan. _Vamos logo, estou com fome!

Nós aproximamos de mãos dadas, do pessoal.

_A propósito, obrigado por me fazerem esta com fome. Suas crianças, iniciando uma guerra de comida, veem se pode. _Diz indignado Logan.

_Pena que eu errei a mira, da próxima mando aquele sanduíche que foi parar na cara da diretora na sua. _Diz Kyle rindo. Logan lhe dar um soco no braço.

_Aonde vamos hoje?

_Que tal naquela lanchonete na 7th Street? _Diz Luene. Fico calado, sei muito bem que lanchonete é essa, e sei melhor ainda quem também trabalha lá. Eny. E não quero encará-la tão cedo. Mas para minha desgraça, vendo que não respondo.

_Claro, mas antes tenho que passa em casa. Estou horrível e com esse odor nada agradável. _Diz Bri, com um sorriso.