Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 33
Eu não consigo ficar longe de você.


Notas iniciais do capítulo

Oi lindezasssssss, eu sei que vocês estão mega curiosas, então postei rapidinho hahaha. Boa leitura!



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Blythe estava sentada ao meu lado, encarando o nada com uma expressão suave, enquanto eu me remoia por dentro, querendo pedir desculpas para os meus amigos.

— Pare de se culpar queridinha – diz ela ao meu lado. – Você só está fazendo isso para que eles enxerguem.

— Você fala isso porque não tem amigos – respondo.

— Quem disse isso para você? – ela ergue uma sobrancelha.

— Eu sei, ninguém precisa me falar.

— Engano todo seu, pois eu tenho amigos, mas estou sendo solidaria, porque nesse momento quem não tem amigos é você.

Boom. Acertou em cheio.

Nesse instante, todos eles entram na sala. Faço menção de que vou me levantar para ir falar com eles, mas Blythe me segura. Ela nega com a cabeça, e odeio aceitar o fato de que ela está certa. Se eu fosse agora, provavelmente brigaríamos mais, e eu não iria me afastar de Blythe agora, eu queria mostrar quem era a verdadeira Samantha.

— Espero que você saiba a matéria queridinha. Não vou fazer tudo sozinha. – olho para ela com indignação, até parece que eu não iria saber fazer.

A professora começa a distribuir as folhas, e então começamos a fazer, ou pelo menos eu tento já que a minha cabeça não consegue focar em nada, e sempre esbarro com os olhos de Dylan em minha direção. Caramba, o que ele pensa que está fazendo? Não pode ficar me encarando desse jeito com a namorada dele a menos de um metro e distancia. Era frustrante, de um lado, eu odiava com todas as forças existentes na face da terra, do outro, eu quase diria que ainda o amava. Céus, não permita que eu tenha esse tipo de pensamento.

— Lídia sua idiota – a loura sussurra ao meu lado – Para de comer o Dylan com os olhos e me ajuda aqui.

— Não estou comendo ele – murmuro.

Olho para a folha, e tento ler as questões, respondo algumas, encaro as pessoas, tento ler outras, olho para o relógio, suspiro, rabisco o canto da folha, olho para o relógio mais uma vez.

— Terminamos. – anuncia Blythe.

Olho para ela com espanto, e noto que ela respondeu as minhas partes também. Sinto-me constrangida e ao mesmo tempo agradecida.

A professora nos libera para sair da sala, Blythe me espera na porta, e todos ficam olhando para a cena, droga, porque ela não vai embora simplesmente? Todos estão olhando. Suspiro, não tem jeito. Pego minhas coisas, e vamos embora juntas, sem dizer nada, apenas lado a lado.

— Vou ensaiar com as outras lideres. – anuncia a mesma. – Sobreviva.

Faço que sim com a cabeça e vou em direção à biblioteca. Minha cabeça estava à milhão, todos os últimos acontecimentos fervilhando dentro de mim. Eu vou ficar louca desse jeito. Sento no chão, no meio das prateleiras, olho para os catálogos e rio internamente.

— Autoajuda? Nunca achei que você precisasse disso.

Não vou respondê-lo, vou ignorar fingir que ele simplesmente não está aqui. Ele não está aqui. Não está.

— É bom? – não resisto e acabo o olhando – Quero dizer, o livro, você sabe. Não quero que pense algo errado.

— Penso muitas coisas erradas. Sobre você. – eu queria tanto iniciar uma briga, falar tantas coisas entaladas na minha garganta.

— Desculpa Lídia – ele abaixa a cabeça, quase penso em abraça-lo, ele parece estar tão frágil. Seu corpo mais magro, o rosto mais fino, algumas olheiras, lábios rachados.

— O que está acontecendo com você? – me repreendo momentaneamente pela pergunta estúpida, mas havia tantas perguntas que precisavam ser respondidas. Dylan parece estar doente, triste, abalado.

— O que você quer dizer? – pergunta ele.

Tudo. Nada. Deixa para lá. – levanto do chão e tento passar por ele, que barra a passagem. – Sai.

— Conversa comigo. – pede ele. Um tom que beira o desespero.

— Não. – quase não consigo responder. Eu quero conversar, quero falar um monte de coisas, que eu venho guardando há tempos.

— Por favor.

— Não.

Próximo demais, estamos próximos demais, preciso me afastar.

— Lídia.

Sua voz ainda é a mesma, mas de um jeito diferente, tudo nele é igual, exatamente como antes, mas ainda assim, ele estava diferente. Levanto a cabeça para poder olhá-lo melhor. Muito perto. Sua respiração bate de encontro com o meu rosto. Muito perto. Preciso me afastar, mas não quero. Seus olhos são fendas profundas, com grandes olheiras em baixo, a expressão cansada, a barba nascendo, lábios rachados. Lábios que eu quero muito beijar.

— Se afasta – tento empurrá-lo pelo peito, mas ele segura meus pulsos, fazendo com que minhas costas fiquem encostadas na prateleira.

— Lídia... – não faz isso, pelo amor de Deus, se afasta. Tento dizer tudo isso, mas não consigo, é impossível afastar uma pessoa quando se quer ela tão perto. Eu o quero perto de mim, mais e mais.

— Dylan... Não... – mas ele já está com a sua boca sob a minha, sugando meus lábios com força. Não tento resistir, apenas fechos os olhos e aproveito o momento, eu preciso disso, de Dylan perto de mim. Assim como tudo começa rápido demais, termina rápido demais. A realidade nos puxa de volta, e ele se afasta de mim.

— Eu... Isso não podia ter acontecido – ele olha para os lados, evita de me olhar nos olhos.

Você me beijou.— acuso-o.

— E você não me afastou, pelo contrario, estava me beijando de volta.— ele grita.

— Porque você tá aumentando o tom de voz?

— Você quer me deixar maluco? É isso? Você me beija, depois de tudo o que eu fiz, não está brigando comigo, sendo que vive me ignorando. VOCÊ TEM UM NAMORADO, droga... Droga Lídia... Assim eu nunca vou conseguir esquecer você.

Não digo nada, apenas olho para ele.

— Scott não é meu namorado.

Ele ri nasalado, bate com a mão na testa, bagunça os cabelos e me olha em seguida.

— Isso é tudo o que você tem a me dizer? Que ele não é o seu namorado? Você não sente remorso?

Eu sentia remorso? Não. Eu sentia raiva. De mim, por estar sendo fraca, por estar cedendo a ele. Sentia um ódio mortal dele. Por ter ido embora, por ter voltado, por Samantha, por me fazer amar ele mesmo depois de tudo.

— Não se aproxime mais de mim Dylan. Você quis que fosse assim – olho para ele, sua expressão abalada – Você decidiu brincar comigo, ir embora, e voltar. Não peça desculpas, você não está arrependido. Você fez isso Dylan, tudo é culpa sua.

— CULPA MINHA? – ele bate com força em uma das prateleiras, fazendo com que ela balance. Que diabos ele pensa que está fazendo? Quer nos matar com um monte de livros em cima? – Eu não tenho culpa de ter pais negligentes, não tenho culpa de ter tido que usar coisas para aliviar o meu estresse, eu não tenho culpa por ter me apaixonado por você.

Não digo nada. Penso bem antes de responder, não quero que as coisas fujam ainda mais do meu controle.

— Você tem culpa por ter nos abandonado Dylan. Essa foi sua opção... Você decidiu que sua vida era ruim o suficiente e que nenhuns de nós prestavam para estar ao seu lado nos momentos difíceis.

— Você não entende... – ele tenta negar com a cabeça, mas ele sabe que no fundo está errado.

— É não entendo, e nem quero. Você fez isso Dylan. Eu fiquei dezessete dias em um péssimo estado, por sua causa. Foi sua decisão mandar aquele áudio, pedindo para que eu te esquecesse. Você tomou medidas que julgou estar certas, sem pensar em ninguém ao seu redor.

— Eu estava me protegendo.

— E de quebra, machucando todos.

— Eu não queria que isso acabasse assim.

Eu não queria que isso nem tivesse começado Dylan. Não digo nada. Apenas olho para ele.

— Eu também não queria muitas coisas Dylan. Muitas mesmo.

Passo por ele e esbarro em seu ombro. Ele me segura pelo braço.

— O que eu faço?

— Não é problema meu. – solto meu braço e praticamente corro para fora da biblioteca.

Meus pés me levam para o ginásio, e me sinto sufocada, preciso respirar. As lagrimas descem pelo meu rosto, e não tem jeito de pará-las.

— Céus, o que Dylan está fazendo comigo? – pergunto para mim mesma.

— Lídia...

Droga.

— O que eu acabei de dizer para você? – ele está atrás de mim, posso sentir. Ele sabe que eu estou chorando. Eu quero que ele fique longe de mim.

— Não consigo ficar longe de você, esse é o problema.

Viro-me para ele, quero bater na sua cara de novo, quebrar aqueles dentes perfeitamente brancos, depois queria beijá-lo, deixar que ele me tocasse da mesma forma que ele tinha feito naquela noite.

— Eu te amo Lídia, e eu me odeio por estar dizendo isso – seus olhos estão maiores, quase dilatados. – Eu me odeio por te amar, por fazer com que eu sofra, por fazer mal a Sam, por te fazer mal.

— Dylan? – ouvimos uma voz ao longe. Nenhum de nós dois se move. Não falamos nada, apenas continuamos nós encarando. - Dylan? – a voz de Samantha se aproxima, e logo ela nos encontra.

— Oi Sam – diz ele. Falso, como ele conseguia fingir tão bem? Ele tinha acabado de falar que me ama, que se odiava por fazer mal para a garota que ele abraçava pela cintura.

Os dois começam uma conversa intima, me ignorando, apenas dou de costas e continuo caminhando. Mal cheguei à porta do ginásio e o sinal toca, libertando todos os alunos. Continuei andando, me sentindo esgotada. Fisicamente e emocionalmente.

Craig e Scott estão do lado de fora, conversando animadamente. Chego perto deles, e tento me contagiar com a sua animação, que logo acaba quando Taylor chega e arrasta Craig para longe sem nem mesmo falar com ninguém. Scott que não deixa passar nada, pergunta o que aconteceu. Não tenho motivos para esconder nada dele, conto tudo, até mesmo sobre o beijo.

— Sua vida é uma dessas fanfics bem clichês e malucas – ele suspira e dá risada.

— Desde quando você lê fanfic? – pergunto.

— Isso não vem ao caso, vem, vamos para casa. – ele abraça meus ombros, e começamos a andar.

— Oi Scottie. – Samantha faz com que eu dê um pulo de susto, aparecendo de repente.

— Ér... Oi? – responde ele meio constrangido.

— Quero convidar você para a minha festa de aniversário – ela lhe entrega um convite prateado, ele pega o papel na mão, desconfiado.

— Ok.

— Pode ir com ele Lídia, cada convidado tem direito a um acompanhante. – diz para mim com um sorriso no rosto. Tenho vontade de vomitar. O que será que ela falaria se soubesse que eu tinha beijado o namorado dela?

— Ok.

Ela nos dá tchau e vai embora. Solto um suspiro sôfrego.

— Vamos quebrar a banca e encher a cara, certo? – pergunta Scott para mim.

— Certo. – pelo visto, eu não conseguiria ficar longe de Dylan tão fácil assim.


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Notas finais do capítulo

Awn, Lídia e esse fofo, lindo e cheiroso do Dylan, só amor



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