Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 34
A delatora.


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS!!!!!!!!!!!!!!!! LEIAM!!!!!!!
Gente kkkk oi s2, tudo bem com vocês? Seguinte, eu ia escrever nas notas finais, mas n sei o que acontece e sempre quando eu posto o cap, o que eu escrevo lá em baixo desaparece, ou só vai metade =(
A fic está na reta final, observem bem esse capítulo muuuuito importante para a história. Enfim, tenham uma boa leitura e me digam o que acharam posoapsoskoasksaps ♥
tia Caroles ama vcs ♥



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Ao contrario do que eu estava achando, a festa de Samantha no final de semana não tinha sido um completo inferno, só um pouquinho, pelo fato de todos os meus amigos estarem lá e me ignorarem por completo. Nem mesmo Craig estava falando comigo direito, ele ficava só com a Taylor, que provavelmente tinha meio que proibido ele de ficar perto de mim.

Eu não tinha nenhum amigo para desabafar além de Scott, que me entendia e apoiava em algumas coisas, mas vivia repetindo que eu tinha que me entender com meus amigos, para não acabar perdendo de vez. Eu sentia falta de todos, mas há males que vem para o bem, e eu iria acabar sendo largada de lado mais dia, menos dia, do jeito que eles ficavam babando o ovo daquela garota.

Eu realmente não conseguia entender como eles conseguiam gostar tanto dela, ela era muito açucarada sabe, do tipo que todos amam, fofa, delicada, meiguinha, um amor de pessoa. Realmente ninguém desconfiaria de nada, e para não me ajudar, ela nunca chegou a me ameaçar de forma alguma, mesmo depois de eu ter visto ela fazendo algo que me deixou intrigada.

“Estava comendo com Blythe, mas eu não conseguia deixar de olhar para a mesa de frente à minha, todos estavam juntos, felizes e rindo, e até mesmo Dylan e Todd – que até então não estavam se falando – pareciam trocar algumas palavras de forma amigável. Foi então que reparei melhor em Samantha, em seu semblante, algo que sempre me incomodou. Seu sorriso. Ele sempre estava lá, um sorriso bonito, mas sem qualquer indicio de emoção, parecia muito forçado, de uma forma que ela tinha feito tantas vezes até se tornar natural. Taylor estava ao seu lado, mexendo em seu cabelo, e a loura parecia fingir que estava gostando de tanto carinho – eu tinha aprendido amar aquele jeito caloroso de Taylor, e adorava quando ela afagava meus cabelos – e tudo aconteceu de uma maneira tão sutil que se eu não estivesse prestando atenção na cena há algum tempo, teria achado que realmente nada tinha sito propositalmente. Samantha fingiu que iria pegar a latinha de suco, mas de um jeito tão meticulosamente calculado fingindo que ela derramou grande parte do liquido em cima da morena ao seu lado. Todos deram risada e fizeram piadinhas, mas eu sabia o que tinha acontecido muito bem. Ela pediu desculpas, e sorriu devagarzinho, um sorriso sombrio, o que só aumentou minhas duvidas sobre sua índole de boa moça. Quando ela viu que eu tinha a pego no flagra, me lançou um sorriso indecifrável, o que me deixou muito tentada a ir lá e arrancá-lo da cara dela. Tratei logo de desviar os olhos e fingir que nada tinha visto.”

 - Terra chamando Lídia – meu pai estala os dedos na frente do meu rosto, me tirando dos meus devaneios.

— Que? – pergunto ainda fora de mim.

— O que está acontecendo entre você e Jared? – seu tom de voz é preocupado, e sinto um aperto dentro do peito. Jared, meu irmão.

Nós tínhamos brigado, depois de ele tentar com que eu me reconciliasse com Ava e todo mundo, mas ele mais me acusava de estar fazendo drama para chamar a atenção de Dylan, então mandei que ele fosse catar coquinho lá no Acre e me deixar em paz. Depois foi uma série de gritos um com o outro, e duas portas batidas com força. Perdi meu próprio irmão para o lado negro da força, vulgo Samantha Pernuel.

— Brigamos, coisa boba. – dou de ombros tentando disfarçar para que ele mude de assunto.

— Tem certeza? – pergunta minha mãe intrigada. Ela tem uma xícara nas mãos e me olha com a testa enrugada, Jared tem a mesma mania dela – Vocês não ficam mais que dois segundos no mesmo ambiente – droga, minha mãe não deixava passar nada em branco, até parecia um Scott da vida – E já tem uns dias que não se falam, nem na hora da janta, e vocês viviam se alfinetando, brincando, contando como foi o dia de vocês. O que realmente aconteceu?

— Minha irmã pirou de vez – olhei para Jared, e o mesmo se encontrava encostado no batente da porta, de braços cruzados. Ele tinha uma expressão vazia, e isso me deixou gelada por dentro. Nós sempre tivemos uma relação extremamente próxima, e ficar sem falar com o meu próprio irmão estava sendo dez mil vezes pior do que ficar afastada de todos os meus amigos juntos. Jared não devia ter tomado partido naquela historia, eu não queria que ele ficasse ao meu lado, mas que também não ficasse contra, eu entenderia se ele ficasse neutro, desse modo seria bem mais fácil convencê-lo de que eu estava certa. Ok, no fundo eu queria que ele ficasse mesmo do meu lado, mas ele estava no time Samantha, como ele podia me abandonar para ficar do lado daquela garota que ele mal conhece? Todos eles tinham feito isso.

— Posso saber por quê? – perguntou meu pai. Ele devia estar incomodado mesmo para se envolver, já que quem sempre resolvia nossas brigas era minha mãe. Meu pai era muito bonzinho, todo paz e amor, enquanto minha mãe era mais carrasca, já dizia que ia pegar o chinelo e dar na nossa cara.

— Ela brigou com todos os amigos dela – acusou ele – por causa de ciúmes da nova namorada do Dylan. – ele tinha a mesma expressão vazia. Odiava o fato de que ele conseguia esconder suas emoções tão bem.

— Isso é verdade? – perguntou minha mãe de forma inquisitiva.

— Não – olhei para meu gêmeo que ergueu uma sobrancelha – Quer dizer, sim, mas não foi por ciúmes.

Jared riu nasalado e balançou a cabeça de forma negativa.

— Sam nunca fez nada para você, pelo contrario, ela sempre tentou se aproximar de você.

— Você não vê o que eu vejo Jar.

— E o que você vê? – perguntou meu pai.

— Coisas – dou de ombros. Falar que eu desconfio que ela sorri falso, jogou suco de propósito na minha amiga, e que me sinto muito mal ao seu lado, não é motivo suficiente para atacar a garota no ponto de vista deles, no meu sim, oras, porque não? Ela me incomodava de um jeito irracional, e muitas vezes me questionei se eu não estava fantasiando tudo.

— Olha, você devia parar com essa nóia, pedir desculpas para Sam e para todo mundo, inclusive para Dylan, que está arrependido por tudo.

Aquilo tinha sido a gota d’água. Levantei-me num salto batendo a mão em punhos fechados na mesa. Como assim pedir desculpas para Dylan? Ele que me devia desculpas, não eu a ele.

— O que? Vocês ouviram isso? – perguntei para meus pais. Eles dividiam os olhos entre eu e meu irmão.

— Lá vem você fazendo drama de novo, como se não bastassem os dezessete dias, agora você virou a rainha do drama de vez.

Sai o mais depressa dali, ignorando os gritos dos meus pais que me chamavam em vão.

**

— Você vai mesmo ao passeio não vai? – perguntou Blythe pela milésima vez.

— Jesus! – exclamei exaltada – Já disse que sim. Por quê? Quer ir sentada do meu lado no ônibus né?

— Lógico, quero ver você dormindo no meu ombro e babando para eu poder tirar umas fotos engraçadas. – responde debochada, é inevitável, e não consigo segurar o riso. Não, eu não tinha me tornado amiga dela, e nem pretendia, mas aprendemos a nos suportar e de alguma até a nos respeitar para ter um relacionamento de colegas de classe. Apenas isso.

— Você é um idiota – digo ainda rindo.

— E você uma vaca, sua coisa berrante. – diz rindo minimamente. – Vou ficar aqui coleguinha, adíos. – ela acena com os dedos, e continuo meu caminho.

Desço as escadas e dou de cara com Brandon, fazia uns tempos que não conversávamos – sim, tínhamos aulas juntos, então trocávamos meia dúzia de palavras – ele estava sentado com um punhado de dinheiro na mão, e colocando um punhado no bolso.

— Eai Lídia – cumprimenta ele.

— Eai Brandon.

— Tudo certo?

— Sim e você?

— De boa.

Me sento ao lado dele na escada, olhando para o punhado de dinheiro.

— Ta fazendo o que?

— Juntando o dinheiro do pessoal para o lanche comunitário do passeio.

— Legal.

— Eai cara. – Simon chegou perto de nós.

— Eai – cumprimentou o outro.

— Oi Lídia. – respondi apenas com um aceno na cabeça.

Eles me ignoraram e começaram a conversar entre si sobre o lanche do passeio. Levantei-me e comecei a descer novamente as escadas, dando de cara com Samantha. Ela estava linda, para variar. Suspirei a continuei descendo as escadas, mas não contente, ela resolveu me chamar.

— Gostou da festa?

Odiei.

— Sim, muito boa. Parabéns, você sabe ser uma ótima anfitriã. – de onde eu estava tirando toda essa mentira? A garota não tinha olhado para a minha cara uma vez sequer na noite inteira.

— Fico feliz que tenha gostado – diz cínica. Ela dá um daqueles sorrisos. Falso. Tudo nela não parece estar certo.

Acenei com a cabeça e virei às costas para ir embora, mas ela me seguiu. Jesus, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.

— O que foi? – pergunto tentando não soar rude, mas acaba saindo pior do que eu gostaria.

— Apenas caminhando ao seu lado – ela dá de ombros e um sorriso amigável. Cínica demais, como ninguém não percebe?

Paramos em frente a biblioteca, ela entra e dá tchau, continuo seguindo meu caminho.

**

Estava com Blythe comendo, enquanto ela reclamava que não sabia montar barracas para o passeio que nós iríamos, quando uma confusão começou a se formar. Brandon e a diretora pareciam discutir sobre algo, e os dois estavam bem nervosos.

— Lídia, foi você não foi? – Brandon estava fulo da vida, e chegou berrando no meio do refeitório.

— Que? – pergunto sem entender nada.

— Você foi contar que eu estava roubando parte do dinheiro para o lanche do passeio – como assim? Ele estava roubando? Do que ele estava falando?

— Eu?

— É você – responde amargo. Todos estavam á nossa volta observando a confusão que eu não conseguia entender.

— Lídia – chama a diretora – Alguém entregou uma denuncia anônima, falando que o pessoal que estava cuidando dessa parte do passeio está roubando o dinheiro, e Brandon por algum motivo acha que foi você... Isso é verídico?

Eu estava passada, primeiro porque eu não estava entendendo nada, segundo pelo fato de que Brandon estava nos roubando, terceiro porque eu estou sendo acusada de ser uma fofoqueira delatora.

— Hm... Não. Eu não mandei nada. – tento parecer calma, mas me lembro que vi sim Brandon colocando um pouco  de dinheiro no bolso, mas aquilo não deveria significar nada, ou deveria? Droga, lugar errado, na hora errada.

— Se não foi você, então quem foi? – pergunta ácido.

— Eu não estava sozinha, você viu que Simon e Samantha estavam lá também... Porque acha que fui eu? – poderia muito bem ter sido Samantha, só para me deixar nessa situação.

— Então você está falando que não foi você, mas Simon ou Samantha? – pergunta a diretora.

Tenho vontade de dizer que foi Samantha, mas me contenho, não posso acusá-la sem provas, não ainda.

— Não foi o que ela disse – intervém Blythe.

— Mas foi o que ela quis dizer – dessa vez é Taylor, que se mete na conversa sem ser chamada.

— A pergunta não é quem te denunciou, mas se a denuncia é verdadeira. – pergunta um aluno que eu não conheço.

Todos olham para Brandon em busca de respostas, mas ele parece como um rato encurralado pelo gato. Logo uma discussão geral começa, e a diretora tem de intervir, chamando nossa atenção.

— NÃO FUI EU SEUS IDIOTAS – grita Brandon.

— Ah não? E porque isso tava fazendo na sua bolsa – Simon chega com um punhado de dinheiro na mão – Sendo que deveria estar no cofre da escola, como nós tínhamos combinado?

Eita. E agora? O negocio ficou feio, Brandon gritava que era inocente, enquanto um monte de gente o acusava, chamando-o de ladrão para coisas piores. A diretora parecia um pimentão de tão vermelha que estava não sabendo lidar com uma situação tão difícil quanto aquela.

Procurei na multidão de rostos por uma pessoa, que eu sabia que tinha começado tudo aquilo. Brandon poderia ter roubado? Sim. Mas também poderia estar sendo acusado injustamente... Samantha observava tudo ao lado de Dylan, tentando fazer uma cara de indignação como todo o resto do pessoal estava fazendo. Mas aquela coisa que sempre me incomodava estava lá... Aquele sorrisinho de vitória, de deboche, como se ela estivesse gostando de tudo aquilo.

Brandon não era o culpado, Samantha era.


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Notas finais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS!



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