Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 31
E se?


Notas iniciais do capítulo

Oi minha gente ♥ Tudo bem com vocês?
Eu estava me coçando para postar logo esse capítulo, então, espero vocês lá embaixo... boa leitura!



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Scott.

Lídia tinha implorado para irmos tomar sorvete, e nem deixou que eu contasse sobre Dylan. Acabou despejando toda a historia, nem dando abertura para que eu falasse.

—... Então ele veio com um papinho sacana, como se eu não conhecesse aquele discurso pronto que ele sempre tem. – ela cuspia as palavras com tanta raiva, que eu nem me atrevia a responder, com medo de ser bombardeado. – SCOTT!

— Que foi? – perguntei assustado.

— Você tá me escutando? – pergunta irritada.

— Sim – respondo – estou esperando você terminar de falar – tento me defender, mas ela me dá uma olhada sinistra e nem falo mais nada.

— Puta que pariu - diz ela. Olho para os lados procurando o motivo do seu xingo, então sinto algo gelado escorrendo no meu rosto.

— Ah, que palhaçada – digo. Enfio o dedo no meu pote de sorvete e passo no nariz dela. Logo uma guerra de sorvete começa, parecendo que havia duas crianças brincando em vez de dois adolescentes maduros.

— Nossa, que meleca ein Scottie – olhei para a voz da pessoa atrás de mim. Reconheceria aquele tom de voz em qualquer lugar. Além de Lídia, somente mais uma pessoa me chamava de Scottie. Samantha.

— Scottie? – pergunta Lídia, antes que eu sequer possa formular uma resposta decente – Quem é você?

Não, não, não! Ninguém faz esse tipo de pergunta à Samantha Parnuel, pois todos sabem quem ela é, e ninguém desafia Samantha desse jeito, ninguém sabe que por trás desse rostinho de anjo tinha um demônio escondido.

— Muito prazer, sou Samantha Parnuel – ela estendeu a mão para Lídia, que deixou a mesma estendida no ar – Uau, que falta de educação. – ela deu um sorrisinho tímido como se estivesse encabulada, mas no fundo, tinha odiado Lídia com todas as forças, conhecia bem Sam para saber quando ela detestava alguém logo de cara, Lídia estava nessa lista.

— Caiam fora, os dois – disse áspera.

— Líd – chamei-a baixinho. Já prevendo a confusão que vinha.

— Desde quando você tem intimidade com ela assim? – Dylan que até então não tinha aberto a boca, resolveu falar.

— E desde quando você acha que tem que falar com a gente? –responde Lídia mais rápido. Hoje não era o dia que eu poderia abrir minha boca para falar uma frase mesmo viu – Você é um babaca McCallen, acha que é grande coisa, mas é só um mimadinho cuzão.

Ninguém se mexeu, todos olhavam para Lídia. Ela tinha me contado tudo, desde o começo de sua história com Dylan, fui a primeira pessoa que ela teve coragem de desabafar, e com certeza nunca vi ninguém chorar tanto. Desde então, ela tinha mudado muito, estava mais agressiva, arisca, mas eu sabia que no fundo, ela só estava magoada, quebrada demais.

— Você está exaltada por quê? – perguntou Samantha.

— Cala a boca, o assunto não é com você – Lídia respondeu, sem olhar para Samantha, que lhe lançou um olhar nada bom. Ela ocupada enquanto travava uma guerra de olhares intensa com Dylan.

— Relaxa Sam – responde ele ainda a olhando – Ela está chateada, afinal, nenhuma garota gosta de ser comida e largada. – ele soltou um risinho debochado. Levantei na hora, pronto para dar um belo de um soco nele, mas Lídia tinha sido mais rápida, acertando o rosto de Dylan com um tapa.

Ninguém disse nada, todos na sorveteria olhavam a cena com espanto. Dylan também parecia não acreditar no que tinha acontecido, ainda estava com o rosto virado de lado e com a boca aberta, em choque.

— Nunca mais ouse McCallen – Lídia apontava para ele, que não olhava para ela. – Nunca mais ouse na sua vida, dizer algo assim sobre mim.

Lídia estava ofegante, seu peito descia e subia rapidamente, com as mãos fechadas em punho. Mas seus olhos... Estavam marejados, e eu sabia que ela iria chorar a qualquer instante. Dei uma rápida olhada em Samantha, que observava tudo de sobrancelhas franzidas, analisando a situação. Ela me pegou em flagra, deu um sorrisinho e piscou. Ninguém mais viu.

— Vamos Scottie.— ela deu ênfase ao chamar meu nome, querendo mostrar para Samantha quem mandava ali, e ao mesmo tempo para Dylan, que ela já o tinha o superado. No fundo ambos sabíamos que não era bem assim.

Peguei minha mochila e joguei umas notas em cima da mesa, e segui Lídia porta a fora. Ela andava depressa, e quase não conseguia acompanhá-la.

— Lídia – chamei – Senhor Jesus, menina, me espera— puxei-a pelo braço, fazendo com que parasse de andar. – O que foi?

— Quem é aquela puta?— perguntou direta e reta. Se eu não a conhecesse diria que estava com ciúmes de mim, mas na verdade era de Dylan que eu bem sei.

— Samantha, minha ex-namorada e pelo visto atual do Dylan.

— QUEM ELA PENSA QUE É PARA TE CHAMAR DE SCOTTIE? – gritou no meio da rua, e algumas pessoas que passavam olharam assustadas – Vou voltar lá e dar na cara dela.

— Jesus menina, o que é isso? – Lídia Evans com ciúmes de mim? Isso é uma novidade e tanto.

— Raiva. Nojo. Desprezo. Vontade de matar. E não necessariamente nessa ordem. – ela deu um suspiro longo e se sentou na guia da calçada.

— Deve estar doendo não é? – perguntei, enquanto sentava ao seu lado.

Ela encostou a cabeça em meu ombro, e passei meus braços ao seu redor.

— Você nem imagina o quanto – desabafou – Talvez você imagine não é mesmo?

— Como assim?

— Samantha. – disse simplesmente. – Eu vi como você a olhou.

— Lídia... Eu... – tentei formular uma frase em vão. Ela tinha acertado em cheio, num lugar que doía e não dava para esconder.

— Tudo bem Scottie. Pessoas legais como nós resolvem se apaixonar por pessoas erradas como eles.

Não respondi, apenas absorvi suas palavras enquanto digeria todos os acontecimentos. A volta de Dylan e de Samantha, Lídia, e tudo mais. Eu não conseguia distinguir nada, me sentia confuso demais. Impotente também era uma boa descrição.

Não sei quanto tempo ficamos naquele silencio, enquanto estávamos sentados na calçada. Mas era reconfortante ficar ao lado de Lídia, e eu me sentia um idiota por não conseguir me apaixonar por uma das garotas mais legais que eu já conheci. A vida seria mais fácil se conseguíssemos ser mais do que amigos.

— Lídia – chamei baixinho. Ela respondeu com um quase inaudível ‘’hm’’ – Obrigado por tudo.

Ela não respondeu nada. Apenas me abraçou forte, e eu entendia o que ela queria dizer, ali através daquele abraço, tudo o que jamais seria dito por palavras.

***

Dylan.

Samantha me olhava com preocupação, afinal eu não tinha aberto a boca uma vez no caminho de volta para casa, ela tampouco resolveu puxar assunto. Menina esperta.

Quando chegamos a frente à porta da casa dela, a abracei com força, depositando um beijo em sua testa, e sem dizer nada, me afastei rapidamente.

Mil vezes droga. O que tinha acabado de acontecer? Lídia estava me enlouquecendo. Como ela tem coragem de ficar ainda mais linda do que antes? Como ela pôde se interessar por Adams, e ainda ficar trocando apelindinhos com ele? Scottie. Meu rabo para esse Adams – não no sentido literal, não me entendam mal, por favor – E pior de tudo, como ela tem coragem de bater? E de me chamar de mimadinho cuzão? Sei que eu sou um tanto egocêntrico, mas não sou mimado, muito menos cuzão. Ela tinha conseguido realmente me ofender, apenas com duas palavrinhas, mexe com o meu psicológico. Eu sei que ela tem muitos motivos para isso, mas não era me tratando daquele jeito que poderíamos ter uma relação de respeito mutuo.

Ah, mas a quem eu estou tentando enganar? Eu não queria ter uma relação de respeito mutuo com Lídia, eu queria muito mais que isso. Quando eu voltei eu sabia que as coisas nunca seriam como antes, mas pensei que também não estivessem tão estragadas assim. E eu estava sendo um completo idiota, o que passou na minha cabeça para dizer uma coisa que nem aquela para ela? Não é a toa que ela tinha me dado um tapa, eu merecia mesmo.

Talvez eu devesse dar mais ouvidos ao que Samantha diz. Ela tinha me aconselhado a ficar longe de Lídia, não por ciúme, obviamente, mas porque ela sabia que isso iria acontecer. Sam sempre tinha me dito que não queria competir nada com Lídia, mesmo sem a conhecer, como se alguém fosse capaz de competir com Samantha Parnuel.

E agora? Como eu iria olhar para ela amanha? Será que ela contaria aos nossos amigos? Eu ainda poderia chamá-los de amigos? Todos eles deveriam me odiar assim como Lídia. E o pior de tudo era que eu entendia, e se eu estivesse no lugar deles, eu também me odiaria, MAS QUE GRANDE MERDA EU FIZ!

Seria melhor se eu tivesse ficado de vez em Amsterdã, maldita hora que Jess resolveu voltar, com a desculpa de que Mia precisava conhecer os avós. Minha mãe não queria nem que a garota a chamasse de vovó, pois se sentia velha. Que ideia mais estúpida.

Minha cabeça fervilha com os montes de ‘’ e se’’. E se eu não tivesse nunca ido embora? Eu ainda teria meus amigos, mas não teria a oportunidade de recuperar minha família, como talvez eu tenha agora. Mas e se eu tivesse ficado? Eu não teria que lidar com nada disso.

Não precisaria aguentar os discursos ridículos do meu pai, sobre como ele não tinha filhos com boa prudência e educação, e nem aturar aquela coisa que eu chamava de mãe, que não conseguia sentir nada alem de amor próprio. E pior de tudo, eu não precisaria ver a raiva, a amargura, a decepção nos rostos de quem realmente tinha sido minha família. Meus amigos. Eu não precisaria sabe qual é a sensação de perdê-los novamente.


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Notas finais do capítulo

Gente, umas coisinhas rapidas aqui kkkkk, vocês me deixaram confusas com os reviews passado - amei cada um deles, são todos divertidos e me alegram - vocês são TEAM SCOTT ou TEAM DYLAN? Contem para a tia.
Ah, vcs notaram que eu mudei a capa? Ficou boa? N manjo mt dos paranaue de photoshop :( Enfim, espero que tenham gostado, to aguardando a resposta de vcs;
ME SIGAM NO TT, OU PASSEM O USER DE VCS @Nehhemia.
bjs no kokoroto



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