Broken Crown. escrita por Paula Greene


Capítulo 5
Capitulo 5 - Werewolf.


Notas iniciais do capítulo

- A lua cheia chegou.
— Emma e Regina saem pra caçar.
— Surpresas e muito sangue...

Finalmenteeeee (:



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A primeira lua cheia veio e se foi e os primeiros raios de luz que apareceram pela manha trouxeram a noticia de que o lobo atacara novamente. Emma recebeu a noticia com certo entusiasmo, não sabia que alguém tinha morrido, mas ao ver a expressão de melancolia da princesa fez de tudo para não demonstrar sua excitação. Vestiu-se o mais rápido que pode, juntou suas coisas e se juntou aos guardas que a esperavam para levá-la até o local onde os ataques tinham acontecido. Uma multidão se aglomerava no local, a princesa distribuía palavras gentis e tentava amenizar a situação lhes dizendo que logo tudo isso acabaria, Emma desejou que ela estivesse certa ou então seria apenas mais uma vitima.

Emma desmontou do cavalo e não encarou a princesa, falou com o máximo de pessoas que conseguiu, mas ninguém tinha visto nada, afirmaram que somente tinham visto o estrago pela manha.

– Não acha isso estranho? – Emma questionou ainda sem olhar Regina nos olhos. Havia um estábulo completamente destruído. – Como ninguém ouviu nada?

Antes que ela respondesse um guarda apareceu do meio das árvores com uma senhora apoiada em seu braço, ela chorava desesperadamente e Regina correu até ela lhe segurando as mãos.

– O que aconteceu?

– O filho dela, majestade, é o rapaz que encontramos morto.

A mulher não conseguia falar, pois tremia muito e era muito velha.

– Leve-a para o castelo até que se acalme, providencie tudo o que ela precisar. Veja se ela tem mais parentes e se não tiver nós a ajudaremos, entendeu? – Regina disse soltando as mãos da mulher.

Elas seguiram o rastro de sangue que levava até o garoto.

– O nome dele era Peter. – Falou um dos guardas, com um olhar triste.

Regina parou e respirou fundo, Emma que tentava não encará-la continuou caminhando na direção indicada pelo homem. A cena era chocante, o garoto de mais ou menos dezessete anos estava acorrentado a uma árvore, pedaços de seu corpo estavam espalhados pelo local. Havia uma poça de sangue embaixo dos restos dele, seu corpo estava completamente estilhaçado, mas sua cabeça ainda estava presa a árvore com uma expressão assustadora. A imagem era aterrorizante, Emma não conseguia imaginar como a mãe do garoto havia se sentido ao vê-lo daquela forma. Tirou os olhos do rapaz quando escutou a princesa chegando e correu até ela antes que pudesse se aproximar mais parando em sua frente.

– Você não precisa ver isso. – Disse com o olhar melancólico, mas Regina era teimosa e Emma bem sabia. Ela seguiu até o local com Emma logo atrás ela.

O primeiro impulso da princesa foi tampar o nariz devido ao odor que as partes do garoto já emitiam. Em seguida se virou rapidamente, um simples vislumbre fora o suficiente para deixá-la enjoada, Emma desejou que fosse só enjoou.

A princesa Regina não era somente uma mulher muito bonita, ela também tinha um coração muito grande. Estava sempre ajudando as pessoas que podia, sempre encontrava uma maneira de ser o mais gentil possível e isso era admirável, mas também era destrutivo, pois quanto maior o coração de uma pessoa maior a dor que ela sentirá quando esse coração for partido.

Emma observou as lágrimas mancharem o rosto da princesa e não se conteve, a tomou em seus braços e a abraçou forte. Regina repousou seu rosto no pescoço dela e ela sentiu como se o céu se abrisse em cima dela e derramasse uma chuva de sentimentos.

Os olhos de Emma percorriam a extensão do local enquanto Regina ainda estava em seus braços, ela viu pegadas manchadas de sangue ao lado do corpo e meio sem querer desgrudou Regina de si e começou a ir atrás delas. A princesa não entendeu direito, mas logo começou a segui-la.

As pegadas eram enormes, pareciam de um cachorro só que duas talvez três vezes maiores. Elas diminuíam conforme Emma avançava floresta adentro até se transformarem em pegadas irregulares que não lembravam mais um cão e sim um homem, eram pés humanos.

– Seu pai estava certo. – Emma falou segurando o fôlego e encarando a enorme caverna a sua frente.

Havia mais sangue na entrada do lugar e alguns pelos que Emma logo reconheceu. O cheiro que vinha lá de dentro era insuportável, mas mesmo assim ela precisava entrar. Regina segurou sua mão assim que pisou o primeiro pé na entrada da caverna e Emma sentiu um choque percorrer o seu corpo.

– Você não acha melhor chamar ajuda?

– Esse é o meu trabalho, esqueceu? Foi pra isso que o seu pai me contratou. – Ela disse soltando a mão da princesa e entrando no lugar. – Fique ai. – Ordenou, mas em segundos escutou os passos da princesa atrás dela.

Mais partes humanas estavam espalhadas no interior da caverna, por isso o cheiro tão forte. Mas não tinha nenhum lobo ou homem lá dentro.

– Emma? – Regina murmurou puxando a garota pelo braço e outra vez segurando forte a sua mão.

Emma olhou e bufou, era um braço, isso mesmo um braço humano em um dos cantos da caverna.

– Vamos dar o fora daqui. Pegaremos essa fera hoje quando a lua cheia estiver brilhando a cima de nós.

Elas saíram de lá em direção ao castelo, pegariam a fera de surpresa mais tarde. Só perceberam que ainda estavam de mãos dadas quando as árvores ficavam pra trás.

***

O sol já tinha praticamente desaparecido, Emma e Regina estavam escondidas em cima da árvore mais alta aonde conseguiam ter uma boa visão da caverna onde o lobo se escondia. Emma segurava a espada sem desgrudar os olhos da floresta abaixo de si, a morena estava ao seu lado sentada em um galho balançando as pernas. O ar estava frio e úmido, era possível ver as estrelas através das folhas das árvores e a lua cheia que vinha nascendo no horizonte.

– Então nós só sentamos e esperamos? – Regina perguntou com uma expressão de tédio.

– Até que o lobo resolva vir pra sua toca. – Emma respondeu, sem desviar sua atenção.

– Isso é mesmo o que você faz pra viver?

– Sim, se chama tocaia.

– E você não fica entediada?

– A gente encontra maneiras de passar o tempo. – Emma a olhou pela primeira vez desde subiram na árvore e ela estava linda. A luz fraca do céu deixava seus olhos mais destacados, sua pele tão delicada era convidativa e seus lábios vermelhos faziam contraste com todo o resto. As mãos de Emma começaram a suar e sua respiração ficou pesada e ela teve de se esforçar para fazer o que estava ali para fazer. – Comer, andar, observar, que é o que deveríamos estar fazendo.

Regina também voltou sua atenção para floresta e esperou.

A lua cheia já brilhava acima delas quando escutaram o uivo do lobo, Regina se assustou tanto que agarrou a primeira coisa que encontrou, o que para a tortura de Emma era seu braço.

– Você realmente precisa me soltar. – Emma falou tentando soar calma e confiante.

Regina a soltou e ela começou a descer.

– Você não disse que esperaríamos até ele vir aqui e o pegaríamos de surpresa? – Regina falou, estava com medo, tinha insistido tanto para ir nessa caçada que não achou que seria tão assustador. A floresta estava fria escura e Emma não deixou que ela acendesse um fogo, pois assim espantaria a fera. Regina estava começando a pensar que nunca deveria ter deixado o castelo.

– Sim, mas até lá ele já terá atacado metade das pessoas da vila e eu não vou deixar o que nós vimos hoje se repetir.

Emma saiu em direção ao local de onde o som tinha vindo e Regina não pode fazer outra coisa se não segui-la.

Elas ouviram gritos e começaram a correr, quando chegaram ao local Regina instintivamente se escondeu, mas Emma não.

Uma mulher estava encostada em uma árvore chorando baixinho, o lobo a centímetros dela provavelmente podia sentir sua respiração de tão perto que estava. Seu pelo era escuro e estava sujo de sangue seco, era maior do que o rei havia dito que ele seria. No segundo em que ia atacar a mulher Emma assobiou chamando sua atenção. Regina ficou tensa atrás da árvore, seus pés não se mexiam, mas ela sabia que Emma não podia enfrentá-lo sozinha.

O lobo avançou sobre a loira sem cerimônias, Emma saltou para o lado e desferiu um golpe de espada na sua pata esquerda, o animal gemeu, mas logo pareceu se esquecer do ferimento e voltar a atacar Emma. Ele bateu com a pata e acertou ela no peito, o golpe foi tão forte que a atirou longe e ela sentiu faltar ar nos pulmões, mas mesmo assim ergueu a espada e esperou que ele atacasse novamente, mas ele estava entretido com algo melhor: Regina.

A morena havia saído de trás da árvore e jogava galhos e pedras sobre ele que não parecia irritado somente confuso. Emma entrou em desespero, pois agora ele iria atrás dela. Ela se levantou e começou a chamar por ele, mas nada adiantava ele já estava indo em direção a morena. Ele estava a menos de um metro da princesa quando Emma começou a correr, juntou todas as suas forçar e começou a correr. Ele se virou no momento em que ela ia acertá-lo, mas ela foi esperta e o espetou com força fazendo um ferimento profundo em uma das patas dianteiras. Emma empurrou a princesa que caiu em meio a mata no momento em que o lobo voltou a avançar em direção a ela, ele a derrubou e avançou com os dentes pra cima dela. Emma segurava a boca do lobo com a espada entre os dentes dele. Seus dentes eram tão fortes que amassavam a espada. Emma se pegou pensando o que aquilo não era capaz de fazer com a sua cabeça, mas não chegaria a descobrir. Regina se levantou e jogou uma adaga que carregava nele, mas só o deixou mais irritado e ele saiu de cima de Emma bufando de raiva, mas a loira não deixou que ele desse nem uma passo direito. Os dois se atracaram no que parecia ser uma bola de pelo, mato e Emma. O lobo rugia raivoso e Emma soltava gritos abafados toda vez que ele a acertava. Regina tinha o coração na mão. Os dois sumiram da vista dela dentro da floresta e lágrimas começaram a molhar sua face quando a sua respiração se tornou o único som que ela escutava. Nunca na sua vida tinha sentido tanto medo, nunca tinha se arrependido tanto de uma coisa, como se arrependia de estar ali, de ter deixado que Emma fizesse isso sozinha.

Mais ou menos cinco minutos se passaram quando ela começou a escutar ruídos novamente, a floresta se agitava ali perto e seu coração parou.

– Emma? – Ela perguntou, sua voz era só um murmúrio.

Mas não foi Emma quem apareceu, o lobo gigante vinha mancando em sua direção, sua face molhada de sangue, o sangue de Emma, ele mostrava os dentes pra ela. No instante em que achou que fosse morrer viu o vulto da sua salvadora cair sobre a fera cravando a espada que faltava um pedaço em suas costas, o grito de agonia do lobo foi assustado, mais o pior foi a onda de magia que as jogou longe. Uma barreira de cor rosada irradiando magia as atingiu junto com os gritos da fera, Emma e Regina caíram lado a lado e a loira tinha vários ferimentos pelo corpo.

– Ah meu Deus Emma. – Regina a ajudou a se levantar apoiando-a em seus ombros.

– Esta tudo bem, conseguimos. – Ela respondeu com um sorriso brincalhão nos lábios.

– Você conseguiu, mas o que foi isso que nos jogou aqui?

– Eu não sei, mas vamos descobrir. – Elas começaram a caminhar em direção a fera, Regina foi bem contra sua vontade, mas foi, pois Emma tinha um ferimento sério na perna e se apoiava nela.

Elas viram a espada de Emma do outro lado totalmente destruída, e no lugar onde o lobo deveria estar uma mulher completamente nua repousava. Ela tinha a pele branca e magra, grandes cabelos escuros encaracolados e não tinha marcas de ferimentos. Ela começou a despertar quando as mulheres se aproximaram.

Seus olhos eram grandes e azuis, brilhavam assustados e lágrimas começaram a percorrer sua face quando viu o estado em que Emma se encontrava.

– Eu fiz isso? – Perguntou tapando a boca com a mão.

– Você não se lembra? – Regina perguntou tirando a capa e dando pra garota.

– Não, me desculpe, por favor... – Ela olhou para o céu e então para o próprio corpo. – Eu não entendo, é lua cheia. Eu só devia voltar a forma normal pela manha.

– Nós matamos o lobo, você devia estar morta. – Emma falou. Estava pálida.

– Precisamos te levar de volta ao castelo. – Regina disse, não estava nem ai pra garota lobo, tinha que levar Emma a alguém que pudesse cuidar de seus ferimentos.

– Vocês quebraram a minha maldição. – Ela disse e a sombra de um sorriso apareceu em seus lábios.

– De nada, agora vamos. – Regina disse arrastando Emma pra fora da floresta, mas a garota lobo não se mexeu. – O que esta fazendo?

– Se eu for com você... – Ela pegou a espada, ou o que sobrou dela. – Irão me matar.

Emma começou a tremer nos braços de Regina.

– Olha, eu não me importo, você pode ir embora eu prometo, mas precisa me ajudar a levá-la de volta ao castelo. – A expressão da menina era de medo. – Por favor, se o que diz for verdade, se você não for mais machucar ninguém então eu prometo que ninguém precisa saber quem você é.

A garota hesitou por um momento, mas deve ter visto que Regina falava a verdade, pois se juntou a ela e colocou o outro braço de Emma em seus ombros.


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Notas finais do capítulo

Sem Robin Hood nesse ein... rsrs'