Broken Crown. escrita por Paula Greene


Capítulo 6
Capitulo 6 - I Said Yes.


Notas iniciais do capítulo

- Primeiro me desculpem por esse cap, sério foi muito difícil escrevê-lo.
— Robin marca a data do casamento.
— Emma diz a verdade sobre seus sentimentos.
— Killian quer ir pra Terra do Nunca.

Obs. Essa história ainda esta muito longe de terminar, então pfvr sem dramas...



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Emma acordou sozinha no quarto todo seu corpo doía, mas ela se esforçou para se levantar e foi caminhando até a janela. A noite brilhava lá fora a fazendo se perguntar como ainda não tinha amanhecido. Queria saber onde Regina estava como ela estava e a garota... O lobo era uma garota... Olhou a lua cheia que essa noite parecia especialmente maior, talvez fosse um sinal, talvez as coisas fossem melhorar.

Barulhos vindos do lado de fora do quarto chamaram sua atenção, mas ela não conseguiu caminhar até lá, pois estava fraca de mais. A garota/lobo realmente tinha acabado com ela, sua perna ardia e quando olhou se lembrou que havia um corte feio lá e que ela não deveria nem estar andando. Voltou pra cama meio se arrastando meio pulando e sentiu mãos lhe ajudando a se locomover, desejou que fosse Regina, mas no momento em que a pessoa lhe tocou soube que não era, pois toda vez que Regina estava por perto seu corpo respondia a presença dela.

O escudeiro Quartz trazia com ele medicamentos e alimentos. Ajudou Emma a se deitar e lhe deu os medicamentos. O garoto quase nunca falava, mas era leal como nenhum outro.

Depois que Emma se alimentou começou a se sentir muito melhor, mas a perna ainda latejava.

– A princesa me pediu que a avisasse quando você acordasse.

– Certo preciso mesmo falar com ela.

O garoto saiu deixando Emma sozinha com seus pensamentos. A verdade era que ainda não sabia como estava viva, tinha certeza quando viu a fera que morreria naquele dia e que Regina iria junto dela, mas quando a fera a largou estirada no chão e foi em direção a princesa, Emma teve um surto de adrenalina sabendo que faria de tudo para salvá-la mesmo que pra isso precisasse morrer.

Seus olhos começaram a ficar muito pesados, mas se repreendeu, Regina estava vindo então tinha de se manter acordada.

Quase meia hora depois a princesa apareceu. Não parecia machucada, mas estava muito pálida e nervosa. Ela se sentou ao lado de Emma na cama e passou a mão pelos seus cabelos.

– Achei que você não acordaria mais.

– Ainda nem amanheceu.

– Emma você esteve dormindo por dois dias.

Emma tentou se sentar, mas Regina não permitiu. Dois dias eram muita coisa, mas seu corpo estava tão ruim que ela não duvidava.

– Droga, dois dias? O que eu perdi?

– Bom, a garota se foi caso você esteja se perguntando, eu a deixei ir. O reino esta em festa, em todos os lugares as pessoas estão festejando, você está perdendo os melhores bailes.

Regina sorriu sem graça, alguma coisa estava visivelmente a perturbando.

– Porque você não esta festejando? Tem muitos motivos pra isso.

Ela pegou a mão de Emma na sua e entrelaçou seus dedos, naquele momento tudo se resumia a Regina. Ela era a mulher mais linda do mundo, por dentro e por fora e por alguns segundos Emma chegou a achar que ela se declararia.

– Eu preciso conversar sobre uma coisa, você tem sido uma amiga pra mim me explicando coisas que eu não entendo e agora eu realmente preciso de alguém que me escute. Eu sei que não é um bom momento e que você esta ferida, mas sinto que vou explodir.

Ela olhou os olhos de Emma cheios de esperança.

– Você pode falar comigo sobre o que quiser.

– Eu sei, é só que... Emma, Robin marcou a data do casamento. Ele marcou e eu não sei o que fazer papai esta muito doente e eu que quero que ele veja quando eu me casar é só que eu já não tenho mais certeza de que estou apaixonada por Robin Hood.

Emma se sentou na cama tentando controlar a respiração, não podia acreditar que aquele idiota tinha feito isso.

– Então não se case com ele, se você não o ama não faça isso.

– Mas Emma...

– Não Regina...

Emma usou de certa grosseria na voz, queria que Regina entendesse que não era assim que as coisas deviam ser, que ela não devia se casar com alguém que não amava só para agradar alguém que amava.

– Por favor, não faça isso.

Regina ficou confusa com o pedido, soltou a mão de Emma e se levantou. Emma se esforçou para segui-la e mesmo com as dores que sentia ficou de pé observando a morena caminhar pelo quarto de um lado para o outro.

A loira beirava as lágrimas, nunca na sua vida pensou que agiria assim. Tudo sempre tinha sido tão bem planejado, ela nem ao menos gostava de improvisar e ali estava ela sendo impulsiva descuidada e emotiva. Quando se deu por si as lágrimas já manchavam seu rosto, ela tentou limpá-las, mas era inútil, pois outras novas apareciam.

– Emma... Aquilo tudo o que você me disse sobre o amor... – Regina disse pausadamente, respirando fundo. – Você esta apaixonada, não está? Como eu não percebi isso antes? Era tão óbvio. O sarcasmo, as piadas rudes pra disfarçar. Você tentou esconder a sua paixão por ele o menosprezando, tirando sarro das roupas dele, do jeito e até do cheiro dele. Eu devia ter percebido que você reparava de mais nessas coisas...

– Ele?

Emma tentou dar um passo na direção da princesa, mas não conseguiu. O maldito quarto era grande de mais e Regina estava muito longe para que Emma pudesse ver suas expressões.

O remédio a estava deixando devagar, mas compreendeu que Regina achou que ela estava apaixonada pelo cavaleiro e isso era tão errado que a deixava enjoada.

– Sim, você o ama.

– Você esta certa, Regina. Eu estou imensamente apaixonada por alguém. Estou sim. Desde o dia em que cheguei aqui eu estou, eu não consigo mais pensar em outra coisa em todos os momentos da minha vida, mas não é por ele Regina.

A princesa se aproximou para que Emma pudesse encará-la, seu rosto também estava manchado com lágrimas e sua expressão representava tristeza.

– Eu estou apaixonada por você. – Emma falou. – Eu sei que temos sido amigas e que eu sou outra mulher, mas eu estou apaixonada por você. Eu não sou um cavaleiro em uma armadura brilhante ou um príncipe, eu sou só uma caçadora de recompensas que já percorreu todo o mundo, eu já vivi de tudo, mas nada se compara ao que estou sentindo agora Regina porque eu estou apaixonada por você.

– O que? – Regina sussurrou. – Isso... Não.

– Regina...

– Não. – A voz tremula da princesa fez o coração de Emma se encolher. – Isso não pode acontecer.

Emma tentou alcançá-la.

– Eu amo você.

– Não se aproxime de mim. Então todo esse tempo que eu achei que você fosse minha amiga você só estava me querendo? Você acha que eu não sei que todos os homens nojentos do reino me desejam? Porque você acha que eu não tenho ninguém pra conversar? Achei que você fosse diferente, por Deus Emma você é uma garota.

Regina estava furiosa.

– Por favor. – Emma murmurou, mas a morena já estava indo em direção a porta.

– Você vai ter seu ouro pelo trabalho que fez, depois acho que deveria ir embora. – Regina disse antes de sair, ela também tinha lágrimas nos olhos, mas talvez fosse mais por amargura.

Emma deixou seu corpo cair assim como as lágrimas que caiam sobre seu rosto.

Emma já tinha se machucado muitas vezes na vida, perseguindo ladrões, assassinos e bestas e também já tinha tido algumas decepções amorosas, poucas, mas existentes. Ali naquela noite pela primeira vez na sua vida a dor emocional ultrapassou a dor física e tudo o que ela podia sentir era seu coração se quebrando.

Se ela soubesse que do outro lado da porta a princesa tampava a boca para abafar o próprio choro. Se ela soubesse que o seu coração não era o único a ser partido aquela noite. Se ela ao menos soubesse do que eu sei...

***

Duas semanas depois...

Emma estava sentada na mesa mais distante da taberna, ainda não tinha deixado o maldito reino, mas tinha intenção de fazer isso assim que ficasse sóbria o suficiente. Uma musica animada estava sendo tocada no local, homens nojentos gritavam, bebiam, jogavam e faziam coisas de homens. As garçonetes passavam servindo cerveja e vinho sem parar para todos os lados, o cheiro era quase insuportável, mas Emma Swan estava bêbada o suficiente para não se importar. Reconheceu o garoto Quartz em meio a multidão e sorriu para ele que caminhou até ela totalmente desajeitado, ainda era muito novo e inexperiente, mas Emma havia pegado gosto pelo garoto, pois ele sempre ouvia, ria de suas piadas e não a julgava. Veio sacudindo os cabelos loiros que quase cobriam seu rosto sem sinais de barba.

Ele se sentou de frente pra ela olhando curioso para todos os lados.

– Emma, você esta bem?

– Porque você esta perguntando isso, amigo?

– Porque você não parece bem.

Emma deu uma grande golada na taça de vinho acabando com o conteúdo. Ergueu a taça no alto e em segundos uma moça muito bonita voltou a enchê-la. Emma a pagou e antes de ela ir deu uma piscadela para o garoto que se encolheu sorrindo sem jeito. Emma se perguntou se talvez o garoto fosse virgem e sorriu com o pensamento.

Ele voltou a ficar sério e tirou um envelope do casaco.

– O que é isso? – Emma perguntou.

O garoto hesitou, mas enfim a entregou.

Ela pegou o envelope com as mãos que já não estavam tão hábeis devido ao álcool. Pode ver claramente o selo real e sentiu o sangue ferver.

Abriu o envelope sentindo o chão se abrir embaixo dela, quase derrubou a taça, mas voltou a equilibrá-la e a acabar com o liquido todo em uma única golada. Estava segurando o convite de casamento da princesa Regina com o comandante da guarda real Robert.

Emma quis se levantar quis sacar a espada e acertar alguém, mas se conteve.

A alguns metros dali um grupo de homens começaram a se agitar. Gritavam mais que os outros chamando toda a atenção para si. Emma se levantou caminhando até lá, estava pagando para que alguém arrumasse confusão com ela, pois adoraria ter algo em que enfiar a espada imaginando a cara de Robin Hood. Quartz a seguiu arrependido de ter-lhe entregado aquilo, mas tinha disso uma ordem direta da princesa e ele não podia desobedecer.

A multidão se reunia ao redor de um único homem, alto e bonito. Vestia roupas de couro pretas e usava brincos. Emma o reconheceu de uma outra vez que estivera naquele lugar, mas sua cabeça estava muito bagunçada para que pudesse se lembrar.

O homem subiu em cima de uma cadeira.

– Então eles acham mesmo que podem nos prender aqui ein? – Ele gritou e a multidão o aplaudiu.

– Dizem que o mar no lugar onde estou indo é perigoso de mais para qualquer navio. Que bom que eu não tenho qualquer navio eu tenho o Jolly Rogers.

Os homens que estavam a volta dele gritaram.

– Dizem que nenhum capitão é capaz de navegar por lá, mas eu não sou qualquer capitão. – Ele gritava e era acompanhado por aplausos e gritos de apoio. – Eu sou Killian Jones.

– E nós não somos pessoas quaisquer, nós somos PIRATAS!

Ele ergueu o copo no ar e foi acompanhando de gritos e vivas.

– Eu estou recrutando homens corajosos para irem comigo, mas estão certos quando dizem que não é pra qualquer um, somente um homem bravo pode levar sua espada praquele lugar, mas lhe digo que esse homem voltara mais rico que qualquer rei. Estou levando o Jolly Rogers para Terra do Nunca.

No momento em que ele disse o nome do lugar pra onde estava indo os gritos e aplausos cessaram. Todos sabiam que aquela terra era amaldiçoada e ninguém se atrevia a navegar até lá, mas Emma adorou o atrevimento do homem e antes que Quartz pudesse impedi-la ela se aproximou. As pessoas abriam caminho para que ela pudesse passar e assim que a viu o homem sorriu satisfeito.

– Você aceita mulheres?

– A mulher a quem chamam ‘salvadora’? Eu adoraria essa companhia. – Ele desceu da cadeira e estendeu a mão para ela. – Prazer, capitão Killian Jones.

– Emma Swan e não me chame de salvadora.

– Zarpamos amanha Swan. – Ele piscou e ela sorriu.

Depois que Emma saiu vários homens também se apresentaram, ela tentava fingir que não, mas muitas pessoas a admiravam pelo que tinha feito, mal sabiam eles que apenas havia tido sorte.

– Emma, você não sabe o que esta fazendo, esta bêbada, não pode ir praquele lugar. – Quartz disse nervoso.

– Garoto, não ah nada pra mim aqui eu já devia ter ido embora há dias atrás.

– Pra casa, não pra um lugar de onde você provavelmente não voltara viva.

– Esta tudo bem, Quartz, eu não tenho muito que perder. – Respondeu dando um tapinha nas costas do rapaz. Pobre Emma, não sabia de nada.

Antes de sair da taberna passou pela garçonete da qual Quartz havia gostado e lhe deu uma boa quantidade de ouro.

– Faça meu amigo feliz. – Ela disse recebendo um sorriso safado de volta.

O navio partiu no dia seguinte levando Emma Swan e Killian Jones para o que poderia ser a maior aventura de suas vidas, demorariam muito a voltar, afinal o tempo era diferente na Terra dos meninos perdidos.

Regina não esperava que Emma realmente aparecesse no casamento, mas não imaginava que ela fosse tão estúpida. Quando Quartz a falou dos planos da garota seu coração lhe mandou ir atrás dela e tirar aquelas idéias de sua cabeça, mas não podia fazer aquilo, não podia ir atrás de Emma.

Pobre Regina, não sabia de nada.

Naquela noite Emma conseguiu enxergar finalmente um novo começo, pois apesar de tudo ela era movida a emoções, era movida a aventuras. Naquela noite Regina chorou baixinho abraçada ao travesseiro, talvez nunca mais visse a garota que pela primeira vez desde que a mãe se fora a fez sentir alguma coisa de verdade.

Pobres leitores, não sabem de nada...


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Notas finais do capítulo

Vou acender a luz do armário rapidinho pra poder dizer que adoro vocês, ok? Ok.