Broken Crown. escrita por Paula Greene


Capítulo 4
Capitulo 4 - Flowers Or Arrows?


Notas iniciais do capítulo

- Emma tem um sonhos bastante provocante com Regina e ganha um presente especial.
— Robin Hood não é tão bom quanto pensa.
— Emma da aulas de esgrima pra princesa e elas falam sobre o amor.

Capitulo todo fofo gente.



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Emma sonhou que Regina a visitava no meio da noite. Ela estava triste e solitária e achava que Emma a podia ajudar. Dizia coisas sem sentido e às vezes sua imagem ficava desfocada, mas Emma só precisava apertar as vistas e lá estava ela perfeitamente bela. Depois de dizer algo que Emma não se importou em tentar entender ela começou a se despir, desamarrava os inúmeros laços do vestido e aos pouco ia tirando tudo. Tinha uma delicadeza enorme aquela mulher, se movimentava provocante enquanto se livrava das ultimas peças como uma verdadeira profissional, ela era linda. Emma ficou sem ar quando pode ver aquele corpo magnífico na sua frente, seus seios eriçados, o abdômen liso, a intimidade rosada e delicada, suas pernas grosas e definidas. Quando ela se aproximou Emma sentiu o cheio de maçãs e vinho, estava a ponto de beijá-la quando alguém a arrancou daquele sonho maravilhoso jogando um travesseiro nela. Seu primeiro instinto foi xingar a pessoa com os nomes mais feios que conhecia, mas quando viu o motivo de seus tormentos andando pelo quarto abrindo as janelas só o que fez foi olhá-la com indignação.

– Que diabos...?

– Está um lindo dia lá fora senhorita Swan e eu tenho um presente para você. – Emma se sentou meio sem jeito, podia sentir o gosto amargo de vinho na sua boca, tinha dormido de mais provavelmente. Regina usava uma roupa azul clara simples, seus cabelos estavam trançados para trás e ela sorria com animação, deuses como aquela mulher era linda, Emma pensou afundando a cabeça nos lençóis, Regina riu ao ver a cena. – Você não ficou nem um pouco curiosa pra saber o que é?

– É uma espada? – Emma perguntou ainda com a cabeça enfiada no meio dos lençóis.

– Estraga prazeres, como você sabe? – Emma não a estava vendo, mas podia imaginar a cara de birra que ela fez.

Sentou-se novamente e sorriu pra ela. Ainda estava com dificuldades em abrir completamente os olhos, pois as luzes que vinham pelas janelas eram muito fortes.

– Porque eu disse que te ensinaria a duelar hoje. Você é muito previsível.

Regina revirou os olhos e trouxe o embrulho até a cama de Emma.

– Eu não sou previsível. Duvido que você saiba como ela é. – Ela se sentou ao lado de Emma na cama, seria um momento constrangedor se não fossem duas garotas, é claro que pra Emma aquilo não significava nada, mas a inocente da Regina não entendia como era provocante aquela aproximação logo pela manha ainda mais depois de um sonho como aquele.

– Cheia de frescuras, provavelmente.

– Apesar de ser uma princesa eu não gosto de frescuras, Swan. – Disse cruzando os braços, Emma adorava quando ela se fingia de brava parecia uma criança birrenta.

– Você vai se casar com o príncipe das frescuras, então... – Emma riu e começou a abrir o pacote, não devia ter falado aquilo, mas não se conteve.

– Robin? Ele é um cavaleiro não um príncipe. – Disse e Emma suspirou. Como ela podia ser assim tão bobinha às vezes? – E saiba que ele não tem frescuras.

– Ele usa mais brilho nas roupas que você. E tem cheiro de mulher. – Emma fez uma cara de nojo.

– E você cheira a floresta. – Regina se inclinou sobre a cama fazendo uma careta e fingindo que a cheirava. Emma se encolheu, pois o movimento da princesa a fez se arrepiar. – E vinho.

Emma riu sarcasticamente. Regina não voltou pra onde estava, continuou inclinada sobre Emma a assistindo a abrir o presente. Quando por fim terminou a espada estava visível sobre suas pernas. Era uma espada média, com punho de couro marrom com fios de ouro traçados e um cisne de ouro talhado na ponta. A lâmina era de um metal raro muito parecido com o ouro branco só que mais resistente. Estava muito bem afiada. Emma suspirou de boca aberta e se perdeu encarando a belíssima espada era como se tivesse sido feita exclusivamente para ela e não duvidava de que tivesse mesmo. Era a sua cara.

– Se eu não conhecesse você diria que esta tentando me levar pra cama.

Regina sorriu feliz por ter agradado.

– Fico feliz que tenha gostado.

– Gostado? – Emma se levantou completamente acordada, deu golpes no ar. Ela se encaixava perfeitamente em sua mão. – Eu amei. Obrigada Regina.

– Acho que me deve desculpas por me chamar de previsível. – Ela disse fazendo cada de vitima.

– Me desculpe, milady, por chamá-la de previsível. - Emma fingiu uma reverência arrancando uma gargalhada da morena. – Mas a sua escolha pra marido ainda é questionável.

Regina tentou fazer cara de brava, mas estava rindo de mais pra conseguir parar. Levantou-se correndo atrás de Emma pelo quarto enquanto a loira subia em cima dos movei golpeando o ar com a espada nova.

***

Emma carregava as duas espadas já que o treinamento de Regina era pra ser algo secreto, a menina andava alguns passos a frente meio caminhando meio dançando. Emma já havia se pegado olhando pra bunda da morena algumas vezes ao longo do caminho, mas agora fazia um esforço para que ninguém visse que ela estava fazendo isso. Todas as pessoas que passavam por elas olhavam pra princesa com sorrisos nos rostos, como se fosse uma grande satisfação encontrar com ela, Emma sabia que de fato era. Ninguém reparava na garota que vestia armadura atrás da princesa e Emma gostava disso, pois as pessoas sempre reparam em garotas que usam armaduras.

Pouco antes de chegarem ao seu destino um homem vestindo uma completa armadura da guarda real para em frente delas em seu brilhante cavalo cinza. Havia o desenho de um arco e flecha em seu peito e outro na capa vermelha que ele usava. Parecia um príncipe, mas Emma duvidou que aquele homem pudesse lutar com todos aqueles apetrechos, ele certamente estava tentando ser mais bonito que útil. Quando desmontou Emma entendeu o porque de não ter gostado dele quando o viu lá em cima, era Robert, ou melhor, Robin Hood. Ele estufou o peito ao descer e lançou um sorriso galante a Regina. Seus cabelos eram muito bem penteados e os dentes tão brilhantes que cegavam.

– Mi lady. – Ele disse se curvando em uma reverencia. Emma deixou escapar um risinho se lembrando que ainda aquela manha tinha zombado dele e fingido uma reverencia quase tão exagerada quanto aquela. O sorriso dele se desfez quando a viu. – Senhorita Swan Bela armadura, mas parece um pouco presunçoso. – Ele sorriu novamente, antes que Emma pudesse abrir a boca para responder ele virou as costas para ela passando o braço em volta do de Regina, aquilo realmente a irritou. – Minha princesa está um dia tão bonito, acabo de vir de uma apreensão em um navio pirata ancorado no porto da cidade, acredita nisso? Piratas ancorando na cidade, mas enfim, acontece que olhando para o mar aberto não pude deixar de pensar em você e em como a beleza daquele azul em nada se compara a sua beleza.

Emma teve vontade de vomitar, como aquele cara podia ser tão babaca? Mas mesmo assim pode ver Regina suspirando. Ela era tão inocente que conseguia acreditar naquelas palavras vazias.

– Você é mesmo muito galante Robin, mas temo não poder te acompanhar hoje tenho coisas importantes a resolver com a senhorita Swan. – Ela disse e Emma pode sentir a raiva que ele sentiu dela, sorriu de lado imaginando a cara de babaca que ele devia exibir.

– Tenho certeza que qualquer assunto que tenha com a caçadora de recompensas pode ser dispensável. – Ele sorriu complacente, mas Regina soltou seu braço postando um beijo delicado em sua face.

– Sinto muito, querido. É realmente importante. – Ela olhou Emma fazendo sinal que a seguisse.

Robin Hood não conseguia esconder o desapontamento no belo rostinho, estreitou os olhos quando Emma passou por ele com um sorriso sarcástico. Pelo resto do caminho ela não se preocupou em tirar os olhos da bunda da princesa.

***

Elas treinaram por quase três horas seguidas. O grandioso pé de maçã fazia uma sombra agradável e o cheio era ótimo também. Varias vezes Regina pedia uma pausa e se sentava Emma ria e a puxava de volta, a morena estava realmente ficando boa, pois aprendia tudo muito rápido.

– Só precisa erguer um pouco mais. – Emma se colocou atrás da princesa posicionando seu braço no local certo, talvez se aproveitando um pouquinho. – Lembre-se de olhar sempre pro alvo, nunca pra própria espada ou para o próprio movimento.

– Acho que vou precisar de uma espada mais leve. – Regina disse desferindo um golpe no ar.

– Você esta indo muito bem. A melhor aluna que já tive. – Emma observava cada movimento da garota.

– Teve muitas alunas senhorita Swan? – Regina acertou um dos galhos da árvore por acidente.

– Não, você é a primeira. – Emma deu risada e ajudou a outra a recolher o galho do caminho.

– Então como pode dizer que eu sou a melhor? – Ela se aproximou encostando a ponta da espada na garganta de Emma que não recuou.

– Porque uma mulher como você jamais conseguiria encontrar outra mulher a altura. – Emma bateu com sua espada na de Regina e elas começaram a duelar, pode ver na expressão da morena que ela não havia entendido a resposta, mas achou melhor assim, pois sabia que a assustaria se ela soubesse. Tentou mudar de assunto. – Mas o que foi aquilo sobre o mar azul e flechas e suspiros apaixonados?

Regina riu.

– O que eu posso fazer? Ele é um galanteador. Tenho certeza de que vai pegar mais leve depois do casamento. – Ela bloqueou um golpe de Emma.

– Tenho certeza que sim. – Emma sabia que toda aquela conversa era lorota, aquele cara não a amava, nem ao menos sabia disfarçar. Era um pilantra de segunda. – O que ele faz, exatamente?

– É comandante da guarda real. Acho que literalmente só comanda, eu não acho que ele se envolva muito na ação como gosta de se gabar.

– Então porque esta com ele? – Emma tinha certeza de Regina não podia gostar realmente daquele cara, esperou que ela dissesse que estava sendo obrigada ou algo assim.

– Porque ele é bom pra mim, talvez você ache estranhas as demonstrações exageradas de afeto, mas eu gosto dele. – Ela jogou a espada num canto pedindo tempo novamente, se sentou em baixo da árvore, mas Emma continuou no mesmo lugar.

– Você o ama?

Os olhos de Regina eram confusos.

– Eu não sei. Essa é uma pergunta estranha.

– Essa é a pergunta certa, princesa. – Emma foi até onde ela tinha atirado a espada e a recolheu, Regina estava visivelmente esgotada e ela não queria ser responsável se a princesa precisasse de massagens noturnas e chamasse o ‘encantado’ para ajudá-la.

– Porque? – Ela perguntou e Emma sentiu que começava a desvendar a princesa, ela não era só inocente, mas também era ingênua e não sabia muita coisa do mundo. Sabia que ela fora criada sem a mãe, somente pelas criadas e pelo pai e isso explicava muita coisa, pais geralmente não conversavam sobre esses assuntos importantes com suas filhas. Emma teve vontade de se sentar ao lado dela e lhe explicar como o mundo funcionava lhe dizer tudo aquilo que precisava saber, mas se limitou a piscar pra ela.

– Porque você não pode se casar com alguém que não ama. Todos nós sabemos disso.

– Mas quando é que sabemos que amamos alguém? – Emma se encolheu, não queria ter de responder a essa pergunta, pois não se lembrava de ter amado alguém em sua vida.

Teve uma vez em que se apaixonou por um caçador, mas não era amor ela só gostava de andar com ele pela floresta e achava bonito o modo como ele se sentia mal por matar algum animal. Teve também aquela garota que ela conheceu em uma viagem ao norte, ela tinha belos cabelos ruivos e sardas que Emma achava adoráveis, mas quando teve de ir embora não chegou a sentir tanta falta dela assim. Não podia falar sobre amor se não soubesse realmente como ele era, certo? Mas sua mãe e seu pai sempre falavam sobre o amor e sobre como se conheceram e sobre o casamento então Emma sabia como devia se sentir.

– Você não sabe que é amor de imediato... Quer dizer, no começo você só acha que é alguma atração muito forte... As vezes demora um pouco pra você perceber e aceitar que esta amando... – Ela limpou a garganta. – E quando você vê não consegue mais ficar longe da pessoa ela passa a fazer parte da sua vida até mesmo quando não esta presente e você sente essa necessidade de correr até ela toda vez que algo bom te acontece... E quando coisas ruins acontecem essa pessoa é a única que você tem vontade de ver... – Ela suspirou pesadamente, não imaginou que soubesse tanto assim sobre o amor. – Amor é quando nada mais importa além da felicidade da pessoa, é quando você não consegue mais controlar o que esta fazendo... E quando você não pode estar com a pessoa isso deixa marcas emocionais e físicas também... É tenho certeza de que um amor não correspondido pode deixar marcas físicas... Eu não sei muito, mas eu sei que é algo que não pode ser manipulado...

Quando ela parou de falar os olhos de Regina pesavam sobre ela, talvez tivesse percebido que não se sentia assim em relação ao comandante da guarda real, mas o que mais chocou Emma Swan naquele momento foi a facilidade com a qual falou do assunto. Um sentimento que até então nunca tinha sentido na vida e então percebeu que conseguiu falar todas aquelas coisas tão facilmente porque era exatamente daquela forma que se sentia em relação à princesa, ela amava Regina Mills a princesa mais bela de todos os reinos, a mulher que todos os homens do mundo desejavam. Ela estava perdida.

Regina não disse uma palavra, mas Emma não podia continuar ali, recolheu as espadas e começou a caminhar em direção a saída.

– Eu realmente preciso estar em outro lugar agora. Continuamos essa conversa agradável depois, ok? – Não deu tempo de a princesa responder e quando já estava fora da vista da princesa correu o mais rápido que suas pernas aguentavam.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pois esse é meu capitulo preferido até agora. Obrigada a todos pelos reviews e pelos elogios, vocês são uns fofoooos... Beijoos :3