Broken Crown. escrita por Paula Greene


Capítulo 11
Capitulo 11 - Good Plan.


Notas iniciais do capítulo

- Rumpelsjskadkajasjaksakin
— Henry dãh.
— Regina se veste de Evil Queen em especial para esse cap ;)
— Emma nunca entende nada, essa mulher é meio devagar sei la...
— Tem Swan Queen de mais esse cap.



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– Rumpel... Rumplestisl... tiskins...

Gaguejou o menino e nada aconteceu.

– Rumpelschtitskin... Eu chamo-te.

Tentou com mais firmeza na voz e novamente nada aconteceu. Ia tentar mais uma vez quando...

– Esse não é o meu nome.

Uma voz estridente falou atrás do garoto. Ele se virou dando de cara com o homem mais estranho que já vira, era baixo e desajeitado, agitava as mãos quando falava e tinha uma pele esverdeada que combinava com seu par de olhos dourados. Henry teria corrido se o encontrasse por acaso, mas ele o havia chamado.

– Me chamo Rumpelstiltskin. As suas ordens majestade.

***

Emma saiu do navio a passos largos, durante a madrugada alguém havia ido a bordo sorrateiramente e tentado colocar fogo no navio, sorte que a pessoa havia sido estúpida o suficiente para começar pelo mastro e o único dano eram as bandeiras queimadas. Emma não sabia quem tinha feito aquilo, mas sabia que motivos não faltavam por ai, ela e Killian já haviam irritado muitas pessoas naquele lugar e mundo afora.

Já era o quarto dia naquele reino e os marujos começavam a ficar impacientes, não tinham o costume de ficar tanto tempo sem fazer nada, mas o que acontecia era que aquela missão pela qual estavam ali não dizia respeito a eles e somente a Emma e Killian.

Antes de sair Emma disse a eles que abastecessem o navio, pois logo partiriam e essa era realmente sua intenção. Quando questionaram onde ela estava indo ela somente ignorou e se virou pegou um cavalo e seguiu a trote. Somente Killian e Tinker Bell sabiam onde Emma Swan estava indo e o que pretendia fazer, pois ela havia deixado instruções bastante claras a eles de quando e onde deviam encontrá-la.

Emma deu voltas e voltas ao redor do castelo, ficou horas observando as pessoas que entravam e saiam de todas as direções. O castelo tinha muitas torres e por isso muitas janelas, mas somente duas portas, uma grande de ferro que ficava na frente e era muito bem protegida por guardas, uma menos nos fundos destinada aos funcionários, mas que também era protegida e que normalmente ficava trancada. A única entrada desprotegida e provavelmente desconhecida era pelo jardim de Regina, mas Emma preferia tentar encontrar outro jeito de entrar.

O sol brilhava fortemente acima dela quando ela parou para que o cavalo pudesse descansar, encontrou uma sombra e se sentou em baixo da árvore abrindo o cantil de vinho que sempre levava consigo. Mal tinha dado a primeira golada e um barulho estridente chamou sua atenção, pois ela não havia visto ninguém quando se sentou ali. Levantou-se e adentrou a floreta a fim de verificar o que era. Conforme se aproximava o barulho ficava mais reconhecível, o barulho de espadas se encontrando. Ela se escondeu em meios as árvores para que não fosse vista caso fosse alguém com motivos para tentar tacar fogo em seu navio, mas quando seus olhos viram as pessoas duelando seu instinto foi imediatamente de proteção. Atirou-se no meio da briga parando o golpe do homem na metade do caminho gritando para que o garoto corresse, mas ele ficou parado assistindo a tudo. Emma jogou o corpo contra a criatura fazendo-o bater contra uma árvore e o desarmou, pôs a espada em seu pescoço e no mesmo momento o homem desapareceu em fumaça roxa deixando somente o eco de seu risinho sarcástico.

O garoto deixou a espada que segurava cair no chão e colocou a mão no peito ofegante, Emma tentou ajudá-lo, mas ele parecia estar tendo uma crise e mal conseguia respirar. Emma não sabia o que fazer.

– M... Mãe... Mãe... – O menino tentava falar, mas sua garganta parecia trancada, Emma se ajoelhou na frente dele segurando seus braços, não podia deixar que o filho de Regina morresse na sua frente, mas nunca tinha estado em uma situação como aquela. O menino a olhava com aqueles olhos castanhos arregalados que lembravam tanto a rainha e ela só teve uma idéia. Passou seus braços em volta do garoto e o levou até o cavalo. Subiu com ele e cavalgou o mais rápido que pode rumo ao castelo.

Amaldiçoou sua própria sorte, como podia ter parado justo no local onde o filho de Regina estava sendo atacado por aquela criatura estranha e porque aquele monstro tentava matar o garoto. Só torceu para que o menino não morresse em seus braços, pois sabia que se isso acontecesse ninguém hesitaria em pendurar a cabeça dela em um mastro na entrada do castelo, pois duvidava que Regina pudesse acreditar que ela salvara a vida do garoto.

Chegaram ao castelo e os guardas rapidamente os levaram para dentro. Emma foi levada a uma sala fechada e não viu para onde Henry foi levado, tudo o que ela queria era se certificar de que ele estava bem e agora estava trancada em uma sala do castelo.

Quando se sentou viu que não estava em uma sala qualquer, estava na sala de reuniões, a sala em que ela e Regina começaram a aprender sobre o lobo. Milhares de lembranças alcançaram sua mente e ela pode ver o sorriso da morena brilhando na sua frente. Levantou-se e partiu em direção a porta precisava sair daquele lugar, mas foi impedida por Regina que entrou no lugar no mesmo instante em que ela tentava sair.

Emma pensou que Regina fosse acusá-la de machucar o filho ou que fosse interrogá-la, mas Regina estava sem palavras. Ela vestia um de seus longos vestidos reais e a coroa de rainha a deixava deslumbrante, não era mais uma princesa bonita e ingênua, era uma rainha incrivelmente linda que possuía um toque sombrio em seu jeito de se vestir, um toque que a deixava sensual como o mais belo dos pecados, que de fato ela era.

– Você o salvou. – Regina disse por fim. – Ele me disse que você o salvou...

Emma tentou dizer algo, mas Regina a cortou.

– Ele disse “A salvadora me salvou, Emma me salvou da fera.” – Os olhos de Regina brilharam vermelhos, não era mais a rainha que Emma estava vendo, aquela mulher abalada na sua frente apesar de todas as roupas imponentes era só a Regina, só a Regina. – E eu disse a ele “Sim, é o tipo de coisa que ela faria.”

Regina sorriu mesmo com os olhos cheios de lágrimas, Emma tentou lhe sorrir também, mas não conseguia. Era a segunda vez que via Regina desde que regressara e só o que tinha vontade de fazer era chorar, mas engoliu o choro e lhe deu um olhar complacente.

– O que eu posso fazer por você? Posso lhe dar qualquer coisa, ouro? – Regina perguntou.

– Não preciso de ouro, não estou procurando por nenhuma recompensa. – Falou sem pensar direito no sentido de suas palavras.

– O que esta procurando então Emma Swan? O que faz aqui depois de todos esses anos?

Regina a olhava profundamente esperando por uma resposta, aquele olhar carregava tantos significados, mas Emma não podia os compreender. Tentou desviar sua atenção, mas seu corpo não respondia e só o que ela queria era permanecer ali admirando aquela mulher.

Mas era uma pergunta valida. O que Emma Swan estava realmente fazendo naquele lugar depois de tanto tempo? Quando recebeu a proposta de voltar naquele reino para sequestrar uma princesa Emma não precisou pensar duas vezes antes de aceitar e Killian sempre dizia que era porque no fundo de seu coração ela sabia que precisava voltar, mas como admitiria aquilo pra si mesma? E como admitiria aquilo pra pessoa que já a havia rejeitado uma vez?

– Tenho coisas pra fazer. – Disse abaixando a cabeça.

– Coisas que não podiam ser feitas em Neverland, Westeros, Wonderland, Arendelle...

– Como sabe que fui a todos esses lugares? – Emma levantou os olhos para encarar a rainha que tinha um sorriso doce nos lábios, o temperamento daquela mulher mudava tão rápido que era difícil acompanhar.

– As histórias voam mais longe que os corvos. E eu... Ham... Eu precisava saber se você estava bem. – Foi a vez de Regina de desviar os olhos.

– Você o que? – Emma perguntou e Regina riu.

– Você ainda é muito lenta. – Ela disse com um belo sorriso no rosto, Emma não sabia o que ela estava tentando fazer, mas estava funcionando. Regina a puxou e a abraçou, a ação pegou Emma de surpresa e ela demorou um pouco para retribuir o abraço, mas quando o fez sentiu como se tivesse vinte anos outra vez e fosse aquela garota aventureira que achava saber tudo da vida quando na verdade não sabia de nada. Sentiu como se pudesse sair lá fora e derrubar uma matilha de lobos ferozes sem se machucar, sentiu que podia amar novamente.

A respiração de ambas estava acelerada, uma podia sentir as fortes batidas do coração da outra e nenhuma das duas sabia o que fazer a seguir. Emma queria se afundar naqueles braços pra sempre, mas sentia que se permitisse isso se machucaria mais do que na primeira vez então pensava que o certo era sair correndo dali o mais rápido possível desatracar o navio e sumir rumo a algum mundo não habitado.

– Eu nunca esqueci você. – Regina disse fazendo todas aquelas idéias sumirem da cabeça de Emma. Elas ainda estavam num abraço apertado e a voz de Regina no ouvido de Emma quase a tirou de órbita.

– Porque você esta fazendo isso comigo? – Emma resmungou com uma voz manhosa fazendo Regina soltar uma gargalhada. As duas riram e quando o abraço terminou ambas estavam constrangidas. Apesar de todo o sentimento que existia ali elas não eram mais as amigas de antes, agora ela mal se conheciam.

– Obrigado, por salvar Henry... Por voltar...

Regina fazia um enorme esforço para falar.

– Regina... – Emma também tentou dizer alguma coisa, mas só o que queria era abraçá-la novamente. – Você não precisa agradecer por nada disso... Eu não deixaria o garoto se ferir independente de quem fosse e eu voltei...

– Não por mim. – Regina falou amargurada, mais uma vez seu temperamento surpreendia.

– O que?

– Você não voltou por mim, não salvou meu filho por mim. Eu entendo se passaram mais de dez anos...

– O que você esta tentando dizer?

– Que você me esqueceu, eu não me esqueci de você, mas você me esqueceu. – Regina suspirou e deu as costas a Emma, não queria que ela visse como tinha deixando a rainha abalada. – Eu achei que... Que fosse como nas histórias sabe... Que... Esquece.

– Não... – Emma foi até ela a fazendo olhar em seus olhos. – Eu não estou entendo.

– Você nunca entendeu.

– Então explique pra mim, por favor Regina, me diga o que esta acontecendo. – Sem perceber uma segurou a mão da outra e assim permaneceram.

– Eu sempre fui bonita Emma e sempre tive consciência de que as pessoas se aproximariam de mim somente por isso. Pela minha beleza e pelo meu dinheiro. Você foi a primeira a se aproximar de mim sem nem mesmo querer, achei que você fosse diferente das outras pessoas que dizia me amar, mas você desistiu de mim foi embora e me esqueceu.

A mente de Emma não conseguiu carregar tudo aquilo que Regina dizia, então ela não conseguia entender e por isso ficou em silencio tentando não pifar. Porque Regina dizia aquelas coisas pra ela?

Ao ver que Emma não diria nada Regina soltou suas mãos, agora tinha certeza de que a loira a havia esquecido, pois mesmo depois de praticamente admitir que a amava ela não disse nada. Frustrada a rainha deixou Emma ali estática e foi em direção a porta.

– Você entendeu tudo errado. – Emma falou tão baixo que Regina quase não ouviu. – Eu entendi tudo errado. Você gostava de mim?

Emma tinha um gosto de magoa na voz o que fez o coração de Regina congelar.

– Você tem noção do que eu passei? Como ousa dizer que eu esqueci você? Toda a minha vida é uma procura constante por algo que me faça esquecer você. Não á um maldito dia na minha vida que eu não peço aos deuses que me deixem esquecer você.

Regina se encolheu na parede quando Emma se aproximou, os olhos verdes dela brilhavam.

– Eu tenho vivido um dia mais miserável que o outro porque tenho te amado mais a cada manha que eu acordo sentindo o cheiro de maças na minha cama.

Regina passou a mão pelo rosto de Emma enxugando uma lágrima que descia, mas essa só dava lugar a outras. Aquilo partia seu coração.

– Emma...

Fortes batidas quase derrubaram a porta da sala de reuniões. Emma se afastou de Regina secando as lágrimas dos olhos e se recompondo caminhou em direção a janela, não podia mais encarar aquela mulher. Regina amaldiçoou quem quer que estivesse batendo ali, mas agradeceu que a pessoa não entrou de uma vez e quando viu era porque ela tinha trancado a porta e não se lembrava. Abriu e deu de cara com Robin.

– O que aconteceu? – Ele perguntou visivelmente alterado. – Quem estava tentando atacar meu filho?

– Eu não sei... Era algum tipo de criatura. – Emma disse com a voz arrastada.

– E você estava no lugar certo na hora certa? – Ele perguntou sem se preocupar com o sorriso falso que costumava dar a Emma.

– Sim. – Ela respondeu cerrando os dentes.

Ele se virou pra Regina como se tivesse acabado de vê-la ali.

– O que você esta fazendo aqui? Porque não esta com seu filho?

Regina não respondeu, lançou um olhar a Emma e se retirou. A salvadora achou aquilo extremamente estranho, fez menção de se retirar também, mas foi impedida.

– É bom que o que disse seja verdade Swan.

Ela o olhou pronta para sacar a espada, mas antes que pudesse ele abriu espaço para que ela pudesse passar.

Emma sabia perfeitamente como chegar até a saída, mas Robin estava tão preocupado em acusá-la que não se deu ao trabalho de mandar alguém escoltá-la e ela viu ali oportunidade perfeita para fazer o que tinha saído de manha pra fazer, já estava, afinal, dentro do castelo uma voltinha pela biblioteca não poderia fazer mal algum.


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Notas finais do capítulo

Ta legal assim?