Hope, Mais Uma Vez Amor escrita por Nynna Days


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Adiantando o capítulo porque amo você e porque adorei escrever esse capítulo.

E porque planejo começar a escrever Mirror antes de acabar minhas férias. Espero que gostem. E sobre os palpites sobre Harper... Nossa, vocês estão bons, hem. kkkkkkkk



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Era o grande dia.

Eu estava tremendo enquanto esperava a nossa vez de tocar. Algumas bandas já haviam ido e a qualidade de suas músicas me assustou. Ao mesmo tempo estava coberta de adrenalina. Queria que todos tremessem de medo igual a mim. Por isso estufei o meu peito e deixei minha expressão a mais confiante possível.

Mary estava inquieta batendo uma baqueta na outra e olhando para o teto, como se estivesse se obrigando a não esquecer a batida. Dexter se sentou no sofá dedilhando e ajeitando as cordas de seu baixo. Seus olhos escuros fixos nos movimentos de seus dedos treinados. Ele relaxou e me encarou, dando um pequeno sorriso. Harper estava ao meu lado, só que sua atenção estava totalmente voltada para a banda que estava no palco.

Invejava a sua calma. Meu coração estava tão acelerado que se igualava ao de um colibri. Nunca tinha ficado tão nervosa assim. Fechando os olhos por um segundo, percebi que estava errada. Aquele ritmo cardíaco parece lento comparado ao que sentia quando estava com Adriel. Minhas mãos ficaram suadas e eu tive que limpá-las em meu vestido.

Fiz uma careta para a minha roupa. Mary que tinha escolhido e eu não deveria me impressionar com a quantidade de babados que a saia tinha. Por outro lado, o tamanho compensava já que seu cumprimento ia até a metade de minhas coxas. A parte de cima dele era composto por um corpete preto com alças finas. Tudo feito em um tom de preto e roxo. Coloquei minhas botas que tinham o cano longo até o final de minhas panturrilhas e meia-calça arrastão.

Pensei em alisar meu cabelo, mas Harper me impediu. Era daquilo que estávamos precisando. Aquele visual rebelde. Então tive que ter a paciência para ajeitar todos os cachos de um jeito individual, dando uma devida atenção. Se não fosse a sombra escura e o batom vermelho, não estaria maquiada. Esse era o meu limite ao meu arrumar. Sempre fui adepta ao prático e essas garotas estavam me forçando.

“Vocês entram em dois minutos.”, o ajudante nos avisou.

Engoli a seco e vi Dexter assentindo. Harper pegou a sua guitarra e eu sequei minhas mãos novamente no pano de meu vestido. Quando a outra banda passou por nós – cinco garotos que se auto denominaram como “The Wave” e o baixista piscou para mim – sabia que o nosso tempo de relaxar tinha se esgotado. Levantei a cabeça, mostrando orgulho. Não tinha me arriscado apenas para desistir no último segundo.

“É a nossa vez.”, Harper disse e nos reunimos no backstage fazendo um círculo ao dar as mãos. Podia sentir a adrenalina começando a invadir minha circulação e eu sorri. “Não importa o que aconteça lá fora. Somos uma banda e sempre seremos.”

“Esse é só o início.”, eu disse tomada pela energia e o nervosismo que todos emanavam. “Um pequeno passo para um grande futuro.”, todos assentiram comovidos por aquele momento. Nossos sonhos estavam finalmente dando vazão. “No três. Um, Dois, Três...”

Todos nós gritamos The Looser em um uníssono. Sabíamos que o nome de nossa banda não inspirava tanta confiança, mas gostávamos de ser errados. Harper empurrou as cortinas que nos ocultavam e assumiu seu lugar com a guitarra. Dexter foi em seguida, parando no lado paralelo ao de Harper. Mary quase ficou escondida atrás da enorme bateria.

Respirei fundo antes de entrar e me pus na frente da banda inteira, segurando o suporte do microfone. Há algumas cadeiras de distância, três pessoas estavam sentadas. Um deles eu reconheci como o dono de uma gravadora famosa e que estava patrocinando o concurso. A de seu lado direito era uma cantora semi-profissional que tinha se disponibilizado. E o da esquerda... Bem, esse eu não conhecia.

“The Looser?”, o dono na gravadora leu o nome levantando uma sobrancelha e dando um sorriso amigável. “Nome bastante sugestivo, não acham?”

“Quem nunca perdeu na vida?”, Dexter respondeu e deu de ombros. Encarei-o, surpreendida por sua segurança. “Estamos apenas querendo mostrar que somos como todas as outras pessoas. Ganhamos, perdemos, mas não desistimos.”

Essa resposta serviu para satisfazer os jurados que nos mandaram iniciar a música. Respirei fundo e fechei os olhos por um segundo. A imagem de Adriel foi a primeira a me atingir. Queria que ele escutasse essa música. Boa parte dela tiveram inspiração em seus olhos verdes e como eles me atingiam. Mary bateu uma baqueta na outra, nos dando o sinal para começar.

You think you know me

But you don't know me

You think you own me

But you can't control me

Um misto de lembrança tomou minha mente. A quantidade pessoas que diziam que me conheciam apenas por terem lido meu histórico e por passarem poucas horas de seu dia comigo. Fechei os olhos, me balançando lentamente e sentindo meu corpo todo vibrar. Porque aquela era eu. Estava me expondo. Exatamente como fazia com Adriel.

You look at me and there's just one thing that you see

So listen to me

Listen to me

Abri os olhos, encarando os jurados com confiança e tive que segurar o sorriso ao vê-los se mexendo junto com a batida da música. Troquei um rápido olhar com Harper. Ela tinha um sorriso nos lábios por ter visto a mesma coisa que eu. Entreguei-me totalmente a música e soltei o microfone do suporte.

You push me back

I push you back

Harder, harder

You scream at me

I scream at you

Louder, L-L-L-Louder



I'm dangerous so I'm warning you

Cause you're not afraid of me

And I can't convince you

You don't know me

Dei uma volta pelo palco e me recostei em Dexter enquanto o refrão saía com precisão de meus lábios. Quando percebi que a ponte estava chegando, me aproximei do suporte e voltei a encaixar o microfone, e foi como se eu não estivesse mais cantando para os jurados. Mas sim para a minha inspiração de olhos esmeraldinos. Meu peito se apertou com o desejo de que ele estivesse aqui.

And the longer that you stay, the ice is melting

And the pain feels okay, it feels okay (hey)

You push me back

I push you back

You scream at me

I scream at you

Louder

Quando a nota saiu de meus lábios sem esforço, tive que me esforçar para não arfar de surpresa. Senti a banda tomando uma nova onda de adrenalina com o meu acerto. Estávamos no último refrão. Faltava pouco e já beirávamos a perfeição. Um meio sorriso surgiu em meus lábios. Se Adriel estivesse ali, se orgulharia. Finalmente tinha juntado as minhas dificuldades e feitos delas a minha fortaleza.

You push me back

I push you back

Harder, harder

You scream at me

I scream at you

Louder, L-L-L-Louder



I'm dangerous so I'm warning you

Cause you're not afraid of me

And I can't convince you

I don't have to I think you know me

Os jurados se levantaram batendo palmas com força e senti meu peito se inflando consequentemente elevando o meu ego. Puta merda tinha sido ótimo. Saímos do palco com sorrisos bobos em nossos rostos. E assim que ficamos longe de olhares inquisitivos, começamos a pular e comemorar.

“Eu não acredito que conseguimos.”, Mary disse e se jogou em um sofá qualquer. Ela balançou a cabeça, fazendo com que alguns fios dourados saíssem de seu coque perfeito. “Minhas mãos estão tremendo.”

“Agora pode tremer bastante.”, Harper disse pondo sua guitarra em um canto e pegando água em um frigobar. Ela me encarou com um pequeno sorriso. “Temos que agradecer a incrível música da Brown.”

“Isso e ao seu agudo.”, Dexter passou um braço entorno de meus ombros. “Menina, que nota foi aquela? Tenho certeza que você nunca a atingiu em um ensaio.”

Dei de ombros, sentindo meu rosto começando a corar.

“Foi só uma coisa de momento.”, respondi, envergonhada por tantos elogios. Eu mesma estava impressionada. “Acho que isso nunca mais vai acontecer.”

“Será?”

Levantei o olhar para a nova voz e senti todos os meus músculos travando ao encará-lo. O motivo por ter beirado a perfeição e por estar tão aprofundada e envolvida pela música. Adriel estava parado no fundo do backstage com os braços cruzados por cima de uma camisa preta. E, ao invés da raiva que eu já estava preparando encontrar, havia orgulho.

E algo mais.

*****************************

“Como me achou?”

Foi a primeira coisa que consegui pronunciar desde que ele havia nos encontrado. O pessoal ficou confraternizando com outras bandas e eu subi com ele para levar a maior bronca da minha vida. Antes de ser trancada no banheiro como vingança. Mas tudo o que fez Adriel fez foi se sentar na minha cama e por os braços para trás, para equilibrar seu corpo.

Ele estava se divertindo com o medo de minha pele exalava. Cruzei os braços e me recostei na porta, encarando-o com o máximo de indiferença possível. Seu sorriso se ampliou e ele levantou uma sobrancelha. Era incrível como a sua beleza poderia ser ofuscada por sua expressão presunçosa.

“Tenho meus contatos.”, ele deu de ombros e fez uma cara indignada. “O que você fez comigo não foi nada educado, Mellany.”

Ri.

“Se eu tivesse pedido com carinho você me deixaria fugir para Nova York com meus três amigos para seguir o meu sonho de montar uma banda?”, perguntei, retórica. Ele me encarou por alguns segundos antes de negar. “Foi o que eu achei. E a chave estava em um lugar bem perto da porta, sabe?”

Mesmo que todas aquelas palavras humoradas estivessem saindo de meus lábios, dentro de mim parecia acontecer um furacão. Tudo se agitava e acelerava. Conseguia escutar o meu pulso tamborilando contra os meus ouvidos. Umedeci os lábios com a língua e desviei os meus olhos do dele. A visão de Adriel recostado em minha cama não me trazia pensamentos educados. Ou decentes.

Nem percebi que ele havia se levantado até que seus braços ficaram em cada lado de meu rosto. Suas mãos bateram na porta com tanta força que fez a fez estremecer. E a mim também. Criei coragem e o encarei. Seus olhos estavam tingidos em azul e sua respiração estava densa. Ele não deveria estar tão perto. Meu autocontrole estava beirado o limite. Um limite que poderia ser facilmente ultrapassado com essa proximidade de seus lábios dos meus.

“Você não tem noção de como eu fiquei quando te escutei indo.”, ele rosnou as palavras, fazendo com que elas saíssem entredentes. Fechei os olhos, sentindo uma pontada em meu peito. “Mellany, não pode simplesmente fugir e achar que ninguém irá ser atingido por sua ausência.”, seu tom de voz se abaixou.

Abri os olhos e arfei tamanha a nossa proximidade. Descruzei os braços e minhas mãos ansiaram por seu toque. Reprimi-me entrelaçando meus dedos. Seu hálito doce invadiu o meu rosto e acelerou meus batimentos. Respirava como se tivesse asma. E tudo dentro de mim repetia o quanto aquilo era errado e o quanto eu queria aquilo. Só um beijo não nos mataria, certo?

“São essas atitudes infantis que me levam a loucura.”, ele disse quebrando o contato visual e se afastando.

Meu corpo começou a queimar. Depois esfriou. Depois queimou de novo. Ele me chamou de infantil? Adriel permaneceu de costas para mim e moveu os dedos por seus fios descoordenados. Meus olhos azuis se estreitaram de raiva. Raiva de mim mesma. Por achar que um homem feito Adriel iria querer ficar com uma pirralha feito eu.

“Onde você está indo?”

Permaneci de costas com a mão na maçaneta. Não queria que ele visse toda a dor em meus olhos. Queria que ele sentisse a raiva que esvaía de meus poros, deixando todo o ar denso com a tensão carregada. Minhas mãos se fecharam em punho e meu estômago deu uma volta. Escutei os seus passos se aproximando, então pararam hesitante a alguns centímetros de mim.

“Não interessa.”, respondi levantando minha cabeça. Olhei-o por cima do ombro e dei um sorriso frio. “Talvez eu vá fazer alguma coisa infantil.”, dei de ombros. Ele abriu a boca para me dizer algo, mas o cortei. “Não se preocupe. Você não é meu guarda, nem nada do tipo. Então não se meta.”

Sai e fechei a porta com raiva. Enquanto andava pelo corredor, passei os dedos por meus cabelos, despreocupada que se despenteassem. Só gostaria de sair dali. Ir para longe daqueles pensamentos e esquecer o dono naqueles olhos verdes dominantes. Estava com a mente tão distante que trombei em alguém e quase caí. Mas senti uma mão em meu braço, felizmente impedindo a minha queda.

Então me peguei encarando os olhos escuros do baixista da banda que tocou antes de nós. Ele tinha um meio sorriso quente, enquanto esperava que meus pés se firmassem. Seus cabelos eram longos tocando os ombros com leve ondas castanhas. Sua pele tinha um tom de dourado bem bonito. O seu corpo era magro e alto, mas suas mãos eram firmes.

“Desculpe.”, disse sem desviar meus olhos dos seus. Retribuí seu sorriso. “Estava tão distraída que nem te vi...”

“A culpa é toda minha.”, ele disse e me estendeu a mão. “Josh Jackson, mas prefiro J.J. Sou da outra banda. The Wave.”, apertamos a mão e soltamos lentamente. Seus olhos escuros se estreitaram levemente, fazendo-o ficar fofo e sexy. “Você é a vocalista de The Looser não é?”

“Mellany Brown.”, me apresentei.

“Vocês foram muito bem.”, elogiou. Sua cabeça pendeu para a direita, fazendo com que alguns fios castanhos caíssem em seus olhos. “Estava indo para a algum lugar?”, ele questionou. Neguei fazendo com que seu sorriso se ampliasse. “Então, eu e alguns amigos estamos indo a uma festa da cidade. Nos divertir, sabe? Quer ir comigo?”

Então aconteceu uma coisa que nunca houve antes. Eu hesitei. Sempre fui do tipo que se jogava primeiro para depois ver o tamanho do precipício. J.J não parecia ofensivo. Analisei-o de cima a baixo – ganhando um olhar irônico – e percebi que se ele aparentasse ser algum problema, aquelas curtas aulas de defesa pessoal poderiam ajudar.

Sorri.

“Só preciso mandar uma mensagem para a minha amiga.”, eu disse tateando meu vestido. “Puta merda. Esqueci meu celular no quarto.”, olhei para o corredor e balancei a cabeça. “Realmente não quero voltar lá.”

J.J puxou seu celular do bolso e me ofereceu. Agradeci com um aceno de cabeça e digitei uma mensagem rápida para Harper avisando que estaria com o pessoal da outra banda. Antes que ela pudesse me repreender – ou querer participar – devolvi o celular e peguei a mão do moreno. Ele praticamente me comia com os olhos.

“Me leve para a diversão.”

Ele sorriu passando a língua pelos lábios. Tinha um piercing na sobrancelha.

“Não irá se arrepender.”

*************************

Quando Jeremy em disse que não poderíamos ficar juntos por sermos parecidos demais, fiquei magoada porque não entendia. Afinal, nos entenderíamos e nunca iríamos nos repreender. Meia hora depois de estar com J.J e o pessoal de sua banda, finalmente compreendi o argumento de Jeremy. Nós precisávamos de alguém que fosse nosso oposto para nos dar limites. Senão acabaríamos no fundo do posso. E eu estava na beirada desse posso.

“Tome.”, J.J me ofereceu o baseado. Seus olhos escuros estavam cerrados e avermelhados. Um reflexo dos meus. “Você é linda, sabia?”

Soltei a fumaça na direção de seu rosto, ganhando um meio sorriso em retorno. Peguei a garrafa de vodca ao meu lado e tomei um gole. Todo meu corpo se esquentou e amoleceu. J.J se aproximou e me beijou. Gemi ao senti-lo morder meu lábio inferior e sua mão – um pouco abusada – explorar minha pele na coxa, apertando-a.

O cheiro de drogas e bebida tomava conta da raive em que estávamos. A música quase explodia os meus tímpanos. Mas eu não ligava. Só queria esquecer. E foda-se se eu decepcionasse alguém. Ninguém tinha o direito de me julgar. Ninguém me conhecia o suficiente para isso. Os lábios de J.J em meu pescoço não me distraíam o suficiente. Dei outro trago e suspirei.

“Preciso ir ao banheiro.”, sussurrei em seu ouvido. Mal reconheci minha própria voz. Estava arrastada e amortecida. Comecei a gargalhar. “Porra, estou falando igual a uma drogada.”, ri de novo. “Estou drogada.”

J.J deu outro sorriso e tirou as mãos de mim, dando-me passagem. No caminho – dificultado por todas as substâncias tóxicas em meu organismo – percebi o verdadeiro motivo de ter hesitado antes de ir com o baixista. Além do fato da minha consciência ter adquirido a irritante voz rouca de Adriel. J.J me lembrava alguém. Austin.

Parei em frente ao espelho, tendo que me segurar nas beiradas de mármore da pia para me equilibrar. Por um segundo senti nojo de mim mesma. Olhei para a garrafa que tinha trazido sem perceber. Tinha retrocedido tudo em apenas uma noite. Sorri. Mas eu era infantil, certo? Tomei mais um gole da bebida e fiz uma careta.

“Vamos ver se J.J me acha infantil o suficiente na cama.”, repeti para o meu reflexo.

Meu senso de direção estava uma porcaria. Estava indo na direção do banheiro masculino, ao invés do da saída. Movi minha perna para o outro lado, mas meu corpo não seguiu minha orientação. Previ uma queda horrível.

E com a garrafa em minha mão, resultaria em um cenário bastante sangrento. Só que parecia que Deus estava do meu lado. Antes que eu tivesse o desprazer de conhecer o gosto daquele chão – coberto de bactérias e doenças venéreas – uma mão firme se fechou em meu braço. Ao ver o quanto estava perto do chão, eu ri. Meu corpo todo tremia com a força do meu riso. Meu salvador me levantou e me recostou na parede ao constatar que não estava em condições para fazer isso por mim mesma.

“Você está bem?”

Demorou um segundo para eu reconhecer aquela voz. Meu corpo foi mais rápido do que meu cérebro, estremecendo. Adriel parecia mais tenso do que o normal. Sorri. Ele parecia puro demais para estar em um ambiente como aquele. Minhas pernas bambearam e eu senti seus dedos se fechando em minha cintura, fazendo com que seu corpo se pressionasse no meu. Jesus, que corpo era aquele.

“Você deve ser uma loucura na cama.”, deixei escapar. Ele arregalou os olhos e vi seu rosto se avermelhando. Gargalhei. “Você é virgem, não é? Um santo, igual a sua irmã.”, bufei e virei o rosto para poder beber mais. “Uma pena. Mas te garanto que posso resolver isso de inúmeras maneiras.”, movi minha mão até a ponta de sua camisa. O vi engolindo a seco. “Primeiro tiramos a roupa, depois deitamos na cama e ...”

Ele me interrompeu.

“Mellany, chega.”, me repreendeu. Mas percebi que estava nervoso. Me orgulhei. Não era a única que estava no limite. “Vamos voltar para o hotel agora. Por bem ou por mal.”

Revirei os olhos.

“Por bem ou por mal.”, imitei sua voz e bufei. “Você sempre diz isso desde que nos conhecemos.”, cruzei os braços. A garrafa dificultou um pouco, mas consegui. “Já fui bastante boazinha com você. Então se você quiser que eu saia daqui, será por mal.”

Ele aproximou o seu rosto o suficiente para que não tivesse dúvida de seu sorriso irônico.

“Ok.”

Então percebi que tinha sido elevada. E que minha barriga estava sendo pressionada nos ombros de Adriel enquanto ele me levava para fora. J.J até se levantou, mas balançou a cabeça e voltou a atenção para uma loira que estava sentada em meu lugar. Filho da puta. Me concentrei em não vomitar. E em não passar a mão na bunda de Adriel.

Mas o corpo dele era uma tentação.

E eu adorava ser tentada.


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Notas finais do capítulo

A música acima é da Liz Gillies - You Don't Know Me. E no próximo, finalmente o fim desse mistério. O que Harper e Adriel escondem...



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