A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 48
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Demorei dois milhões de anos, mas está aí. Ainda tem mais um capítulo, depois o epílogo e aí, finalmente, acaba.
Aviso: esse capítulo pode dar cárie nos leitores, devido ao alto índice de melação entre o casal principal.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490814/chapter/48

Depois de um tempo, acho que os dois se tocaram e saíram do quarto, fechando a porta atrás de si. Alysson ainda chora com o rosto escondido no meu peito. Eu não ousei me mexer um milímetro sequer.

Senti-a mexer-se um pouco e afrouxei meus braços ao seu redor. Ela endireitou a postura e secou as lágrimas.

– Isso é tão constrangedor - ela disse.

– Ei. - Segurei seu rosto com as duas mãos. - Não tem nada de constrangedor nisso. Você só está passando por um momento difícil. Essa reação é completamente normal. - Ela deu um sorriso fraco.

Inconscientemente, comecei a acariciar seu rosto, depois seus cabelos. Alysson fechou os olhos, apreciando o meu toque.

– Você é a garota mais linda desse mundo - sussurrei. Ela abriu os olhos e me encarou com aquelas esmeraldas verdes. Aquele verde que não é ousado e selvagem com o de Ruby, mas sim calmo, delicado, o verde que me deixa seguro. - Eu não gostava de verde até te conhecer. - Alysson riu. Aquela risada que eu tanto senti falta. - Vai ficar tudo bem - garanti e ela assentiu.

Num ato inesperado, ela me abraçou. Eu logo retribuí o abraço.

– Eu senti tanto a sua falta - Alysson sussurrou.

– E eu a sua.

Ela se soltou do meu abraço. Eu pus uma mecha do seu cabelo atrás de uma de suas orelhas. Então, como da primeira vez, ela agarrou meu pescoço e me puxou delicadamente para um beijo. Um beijo calmo e, ao mesmo tempo, desesperado. Um beijo de saudade.

– Eu te amo, Scott.

– Se ela demorar mais, você pode ir sem ela. Não tem problema - John Cooper disse. - É compreensível.

– Não. Eu nunca sairia daqui sem ela - respondi. - Não sou louco de fazer isso de novo.

– Fico feliz em ouvir isso, Scott. É bom ver que não tenho motivos para me arrepender de ter te aceito.

Eu e Alysson voltamos. É toda aquela discussão, aquela confusão, valeu a pena, afinal. Ela é minha novamente. Acho que eu e Alysson nunca vamos parar de discutir. Sempre vai haver algo, por mais idiota que seja, que precise ser discutido por nós.

Você deve estar se perguntando sobre Marie, Peter e aquela história de Alysson não ser a filha do diretor. Bom, Marie oi expulsa de casa, óbvio. Mas ela jurou que entraria na justiça para a separação legal de bens. Ninguém teve notícias dela até hoje. Peter sumiu do mapa, assim como Ross há um tempo atrás. Tenho medo do que esse garoto inda vai aprontar. Sem saber onde ele está, fica difícil se prevenir dos ataques dele. Mas, por outro lado, é bom não ter notícias dele. É quase como se ele não existisse. Finalmente um pouco de paz. E para terminar, Alysson não é a filha do diretor. Irônico, não? Mas é claro que isso não muda nada entre mim e ela, muito menos entre Alysson e o pai dela. Está tudo igual. Tudo como sempre foi. Só que, dessa vez, sem as ameaças do Peter.

Agora eu estou aqui, na sala dos Cooper, esperando Alysson descer para irmos ao baile. Mas parece que ela não vai ficar pronta para o baile de hoje. Talvez para o do ano que vem.

– Estou pronta! - ela gritou do alto da escada.

– Milagres acontecem - John disse.

– De fato, acontecem - concordei. - Você está especialmente e incrivelmente linda esta noite, srta. Cooper.

– O senhor também não está nada mal, sr. Miller.

– Que tal se vocês dois parassem de melação? - perguntou o diretor. - Está me dando cáries. - Tudo bem, foi um piada horrpivel, mas não teve como nçao rir. - Vamos lá, aproximem-se para que eu posso tirar as fotos.

– Ah, não, pai. Nada de fotos.

– Como não? - protestei. - É o nosso baile de formatura. É claro que tem que ter foto. Vem! - A puxei para mim delicadamente e posei para foto.

– Um dia eu ainda vou te bater por me abrigar a tirar essa foto - ela murmurou.

– Vou ficar esperando.

Depois de uma breve sessão de fotos, saí de casa com Alysson.

– Seu pai está ficando mais em casa agora, não é? - perguntei, os olhos vidrados na estrada a minha frente.

– Sim. Desde que Marie foi embora, ele faz de tudo para ficar mas tempo comigo. Antes a vida dele estava e era aquele colégio. Parece que ele está se desligando dele.

– Aham… E a empresa da família, como está agora que Marie não toma mais conta de lá?

– Parece que meu pai encontrou um parente distante. Um primo, ou algo assim. O dono continua sendo o meu pai, mas quem cuida de tudo é o tal parente.

– Entendi. Sarah e James vão? Você teve notícias deles?

– Ah, Sarah me ligou pouco antes de eu descer as escadas. Eles vão chegar um pouco tarde, mas ela não disse o porquê. Teve alguma notícia do Zac?

– Ele vai sozinho - respondi. - Ele diz e repete que já superou o fim do namoro, mas eu e todo mundo tem a certeza de que isso não passa de conversa fiada.

– Com a Lilyan é exatamente a mesma coisa. A única diferença é que eu e Sarah tivemos que obrigá-la a ir ao baile. Sabe como ela é. Odeia lugares com muitas pessoas.

– Sei - disse, soltando uma breve risada. - Como vai a Chloe?

– Voltou para casa hoje. Outra que não quis vir ao baile comigo, como convidade, sabe? Preferiu voltar para casa mais cedo. Sei que toda aquela história com Peter mexeu bastente com ela. - Assenti. - Mas ela se arrependeu de verdade. Deu pra ver isso nos olho dela.

– Entendo. Fico feliz por isso.

– Eu também.

Chegamos no colégio, onde vai ser o baile. Saí do carro da tia Sally, dei a volta no mesmo e abri a porta para que Alysson saísse.

– Como está a tia Sally? - Alysson perguntou. - Faz alguns dias que eu não vou visitá-la.

– Ela está bem. Está seguindo as recomendações médicas direitinho, apesar de reclamar muito. Ela odeia ficar parada em cima da cama, mas disseram que ela precisa repousar. A sorte é que minha tia não é teimosa.

– Prece que tudo está correndo bem.

– E está. Até com Anthony. Ele voltou a falar comgio.

– Jura?

– É, mas tenho medo que isso seja só porque a tia Sally pediu. Eu queria que ele me perdoasse por vontade própria.

– Tudo bem, amor. Eu entendo, mas algumas coisas são meio difíceis de perdoar. Quer dizer, a mãe dele estava a beira da morte.

– Eu sei. Não o culpo por isso. Eu só queria meu amigo de volta.

Alysson segurou minha mão e me ofereceu um sorriso amigável. E assim, nós entramos no salão do baile.

Não está nada mal para um baile de um colégio de psicopatas e idiotas.

– Fizeram um bom trabalho.

– De fato - Alysson concordou.

Já tinha bastante gente, mas eu não diria todo mundo. Percebe-se que grande parte ainda não chegou. Não a maioria, mas uma quantidade considerável. Também, a festa estava marcada para começar há 30 minutos atrás. Ninguém gosta de ser um dos primeiros a chegar, o que eu acho uma completa idiotice, mas tudo bem.

– Eu nem demorei tanto tempo assim me arrumando- ela murmurou. - Chegamos cedo. Eu poderia ter arrumado melhor o meu cabelo. - Arrumar mais o quê?

– Você está perfeita assim, amor.

– Mas poderia ter ficado melhor. - Neguei com a cabeça e passei meu braço ao redor de seus ombros.

– Se ficasse melhor, eu morreria de overdose. Estaria exagerando no meu vício.

– Seu vício?

– Sua beleza. - Ela começou a rir, atraindo algumas atenções para nós.

– Nossa, Scott. Que cantada horrível!

– Eu tento. - Dei de ombros. - Minha sorte é que eu não preciso mais te conquistar. Você já é minha.

– Errado, sr. Miller. Você tem que me conquistar todos os dias.

– Então, eu tenho feito um bom trabalho.

– Sim. Ainda precisa melhor algumas coisinhas, mas isso consertamos com o tempo.

– Sim, senhora.

– Vamos lá para fora? - Alysson perguntou e eu assenti em resposta.

Fomos para o lado de fora do colégio, mas especificamente para perto da árvore onde Alysson costumava ler antes das aulas. Nos sentamos, não no chão, mas no banco ao lado da árvore. Está uma bela noite. O céu está limpo, sem nuvens, e as estrelas estão bem visíveis.

– Vou sentir falta daqui - ela disse, do nada.

– Eu também. Mas você pode voltar aqui outras vezes, pelo menos. O colégio continua sendo do seu pai.

– É, mas não vai ser a mesma coisa - rebateu. - Eu passei por muita coisa aqui, Scott. Coisas horríveis, e coisas muito boas. Mais ruins do que boas, para falar a verdade. Isso aqui me mudou demais. Não foi aquela mudança do tipo, amadureci. Isso também, mas eu digo, mudanças extremamente radicais e forçadas. As pessoas e seus atos me obrigaram a desconfiar de tudo e de todos, a afastar todo mundo e nunca depender de ninguém para nada. O único que eu posso dizer que eu tinha um pingo de confiança, é o meu pai. Não que eu conte tudo a ele, ou converse frequentemente com ele. Não diria que ele é o meu melhor amigo, mas é uma pessoa que e confio.

– Eu sinto muito, Aly. - Segurei sua mão e comecei a acariciá-la. - Sinto muito por tudo o que você passou, por tudo o que eu fiz você passar.

– Não sinta - ela disse. - Às vezes, as piores coisas acontecem para que as melhores aconteçam. - Ela me olhou. - Você é a melhor coisa que me aconteceu.

– E você é a minha, Aly. - É claro que eu não poderia deixar de beijá-la depois dessa. Beijei-a profundamente. Ela passa as mãos pelo meus cabelos, como de costume, e os puxa levemente. Como eu adoro essas sensação. Alysson é a única que consegue fazer isso comigo, e um dia eu ainda descubro como.

– Eu juro que não era melosa desse jeito antes de te conhecer - ela disse em meio aos risos.

– E eu muito menos. Diz a verdade, você me fez uma lavagem cerebral quando me conheceu.

– Eu nunca faria uma coisa dessas - fingiu indignação. - Que calúnia!

Ficamos mais um tempo em silêncio. Segundos, talvez minutos, que pareceram horas.

– O que vai ser de nós depois de tudo isso? - Alysson perguntou.

– Como assim?

– O Ensino Médio acabou, Scott. Como nós ficamos agora? Vai ser a mesma coisa?

– É claro que vai, Alysson. Você não mora tão longe assim da minha casa.

– E a Faculdade?

– São só alguns anos. A gente aguenta. Já passamos por tanta coisa em um único ano, não serão 4 anos que vão nos separar. Eu acredito que nada mais vai. Depois de ter enfrentado Peter, podem vir até os deuses do Olimpo, que nós vamos permanecer juntos. - Ela assentiu, não muito convencida.

– Você acha que tudo isso valei a pena?

– Com certeza. - Beijei sua testa. - E você? Conseguiu encontrar sua felicidade em meio ao caos? - Alysson assentiu novamente.

– Ela está bem aqui, na minha frente - respondeu olhando nos meus olhos.

– Você só está dizendo isso, porque eu disse que você é a minha.

– E você só disse porque queria que eu ficasse com você.

– Está me chamando de mentiroso?

– Está me chamando de mentirosa?

– Eu desisto! Não dá pra conversar com você. - Me levantei.

– Está desistindo, Miller? - disse, também se levantando. - Não se passaram nem 4 anos ainda.

– Claro que não, Cooper. Eu não desisto tão facilmente. Você, melhor do que ninguém, deveria saber disso.

– Ah, claro. Espero que não venha com aquele papo de “conhecimentos literários” de novo.

– Não. Vou fazer melhor dessa vez. Que tal “conhecimentos musicais”? Certo que você tem um péssimo gosto musical, mas eu faço um esforço por você.

– O quê? Meu gosto musical é perfeito!

– Alysson, você escuta Michael Bublé.

– E você escuta Ed Sheeran.

– Ed Sheeran é um clássico da música romântica. Não compare ele com o Bublé.

– Os dois são iguais.

– Não são, não.

– Mas sei que você ficou escutando músicas do Michael Bublé por um bom tempo.

– Músicas não. Foi só uma, e foi por sua causa, então, nem conta. Continuo não gostando dele.

– Você é tão chato, Scott.

– E você me ama.

– A culpa não é minha. Eu apenas sinto, mas quem comanda essa coisa toda de sentimento e ele aqui - disse apontando para o próprio peito, onde fica com o coração.

– Você é tão romântica, Alysson.

– E você adora isso.

– Com toda certeza.

A música lá dentro aumentou e pudemos ouvir tocar uma música bem conhecida por nós. Se você está pensando em Close your eyes do Michael Bublé, acertou em cheio.

– Não acredito nisso! - exclamei. - Isso é perseguição.

– Pensei que gostasse da música.

– Ela me traz boas lembranças. - De de ombros. - Srta. Cooper, me concede o prazer dessa dança?

– Claro. - Ela sorriu.

E ali mesmo, debaixo da árvore, começamos a dançar, como naquele dia no lago, naquele acampamento. Ah, aquele acampamento. Tanta coisa aconteceu lá. Tanta coisa aconteceu em tanto lugar. Pensando agora, até parece mentira, um sonho, ou pesadelo. Ainda não sei. Só sei que o final é feliz.

Nossa noite terminou ali, coberto pelo lençol infinito de explosões, há anos luz de distância de nós. Dançando, sendo olhados pela felicidade acima de nós, e na presença da nossa felicidade colada em nossos corpos.

Algumas coisas na vida acontecem só por acontecer, outras acontecem por um motivo em especial. Essas coisas variam entre boas, ruins e a morte dos seus pais. No meu caso, os acontecimentos me destruíram, mas o meu motivo me reconstruiu. Alysson Cooper me reconstruiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que falei das outras coisas de uma forma bem vaga, não teve cena com a tia Sally nem com o Anthony, nem com qualquer outro personagem que não fosse o casal principal, mas todo mundo aparece no próximo capítulo. Teremos notícias boas e outras nem tanto.
Bom, até o próximo (e último) capítulo.
Beijos de amora :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A filha do diretor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.