Domingo.

O castelo passaria por uma transformação para a chegada de Giovane, amanhã.

Decidi que passaria o dia no quarto. Mas de tarde, Anne me obrigou a descer para o jardim, alegando que eu tinha que aproveitar o sol.

Quando estava descendo as escadas para o jardim, ouvi vozes de perto da porta. Recuei, mas ainda pude ouvi o que eles falavam.

—Senhor - Não reconheci a voz, mas era logicamente um guarda - O príncipe Maxon tinha razão, eles estão procurando alguma coisa.

—Não é o que eles querem e sim quem eles querem.- Esse era o rei.

—Não importa - Essa era a voz de Maxon - Eles estão sendo cada vez mais rápidos! E estão aumentando a frequência dos ataques e o número de rebeldes.

—Não importa para você por que sabe que é ela que eles querem, não sabe?

—Não importa realmente para mim pai!

—Maxon! Não seja tolo! Ela tem que ir para casa. Ela está dando motivos para eles atacarem.

—Você não quer ela aqui, por que seu filhinho vai chegar e tem medo de se apaixonar por ela não é?

—Você é tolo Maxon! Ele nunca ira se apaixonar por ela. Ele é mais esperto do que você pensa.

—Pai eu a amo! E nada do que você diga vai me fazer mandar ela embora.

Eu ouvi um barulho de bofetada.

—Você nunca mais me desafie entendeu?

Sai de lá correndo. Não podia mais ouvir aquilo.

Eu estou dando motivo para eles atacarem. Eu estou pondo todos em perigo. Durante o caminho algumas lágrimas teimosas insistiram em cair.

Estava esparramada na grama pouco me importando com os criados que passavam de lá para cá com os preparativos para o banquete. Tentei me ajeitar o máximo que pude quando ouvi alguém se aproximar de mim.

—Ninguém lhe ensinou, que não deve ficar assim no meio do jardim do palácio?

Não reconheci quem era,mas falava de um modo zombeteiro.

—Ninguém lhe ensinou que não deve interromper o sofrimento dos outros?

As minhas lágrimas haviam dado um tempo, de jeito que eu consegui responder zombeteiro também.

—Me ensinaram a umas duas semanas a ser um cavalheiro - Ele me disse estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Aceitei.

—Duas semanas? Devia ter praticado mais.

—Oh me desculpe se vou começar a ser príncipe só amanhã.

Foi ai que me caiu a ficha, ele era Giovane. Ele usava calças de moletom e camisa de manga. Nunca imaginei um príncipe assim.

—Mas você não ia chegar só amanhã?

—Não, acabei de chegar. Por que você acha que eles estão que nem loucos.

Ele gesticulava com as mãos apontando para os criados "malucos" correndo.

—Se a senhorita estivesse em seu quarto, já saberia que o banquete é hoje a noite.

—Oh me desculpe por ser tão rebelde.

—Oh claro.

—Agora eu acho que tenho que ir me engomar para o se banquete de boas vindas. - Falei com todo sarcasmo.

—Acho melhor mesmo. - Ele também era irônico. 

—Obrigada.

—Acho melhor acompanha-la até lá.

—Não precisa se incomodar.

—Faço questão. 

***

Já estávamos no corredor do meu quarto quando ele me perguntou:

—Como é estar na Seleção senhorita America?

—1)Senhorita? 2) É exaustivo.

—Claro que é. - Ele revirou os olhos.

—Claro que é.

Havíamos chegado na porta do meu quarto.

—Por favor, vá se arrumar e ficar exausta por isso.

—Eu vou e ficarei extremamente exausta. 

—Nos vemos no banquete,senhorita America.

—Nos vemos no banquete, príncipe Giovane.