Eu estava simplesmente estupenda. 

Com um vestido azul turquesa todo cheio de brilhinhos, tomara que caia e rodado. Cabelos lisos com um penteado que as minhas criadas chamaram de buque, ele pega a franja e prende de um jeito volumoso na frente do cabelo. Salto alto, o colar de pássaro, que me fazia lembrar de casa e brincos dourados. Minha boca estava com um gloss e meus olhos destacados com delineador e sobra, ambos pretos.

—Meninas, Estou linda!

—Senhorita, só melhoramos o que tem de melhor. -Lucy respondeu entusiasmada. 

—Agora vá! O rei gosta de pessoas antecipadas.

Se elas soubessem o que o rei realmente pensava sobre mim.

—Obrigada. E não me esperem, esses banquetes terminam tarde demais.

—Como a senhorita desejar. - Anne falou.

Desci as escada devagar. Pensando em como minha vida virou do avesso. Posso ser uma das novas princesas de Illea, o novo príncipe daria um bom amigo e os rebeldes..

—America?

Era Maxon. Nem havia percebido que estava parada no meio da escada, quase chorando. Sem pensar me lancei em seus braços. Ficamos abraçados por um longo tempo.

—America, o que houve? - Ele estava perplexo. 

—Nada... Bem, só muita pressão, pressão por todos os lados.

Não poderia contar que ouvi aquela conversa, ele acharia que estava bisbilhotando. Não, eu tinha que ganhar a confiança dele. Se ele quisesse me contaria.

—America, aguente só mais um pouco, logo será só minha e ..

Ele foi interrompido por um grito que vinha do alta da escada.

—SENHORITAA, AMERICAA!

Era Giovane.

—Passei por seu quarto, mas as criadas me avisaram que você já havia descido senhorita America e.. - com certeza ironia era seu forte - A Maxon maninho querido, vamos descendo o banquete já vai começar.

O olhar de Maxon era uma coisa mista. O sentimento era de puro ciúmes.

—Como descobriu meu quarto? - Falei tentando aliviar a tensão que se formava.

—Ah senhorita America, ganhei digamos uma assistente pessoal, que me leva a qualquer lugar do palácio.

—Silvia, America - Maxon completou.

Começamos a descer o final da escada, em silencio.

Quando chegamos as portas para o jardim, Giovane disse que entraria pelo outro lado, então se despediu. Eu e Maxon continuamos esperando os guardas abrirem as portas, assim que entramos no jardim fiquei maravilhada.

Rosas gigantes e vermelhas foram penduradas em cordas com pequenas luzes brancas. Mesas quadradas estavam espalhadas por todo o jardim. Com toalhas brancas e vasos dourados com flores, aquilo era preto? Enfim, com flores pretas. Três velas redondinhas circulavam o enfeite de mesa. Um palco improvisado mais ao longe. Como eles conseguiram preparar isso tudo tão rápido?

—Bem você e Giovane parecem bem íntimos - Era Maxon sentando em umas das mesas, junto comigo - Quando vocês se conheceram ?

Seu tom era visivelmente de incomodado.

—Eu vim tomar um ar no jardim e ele estava por aqui, conversamos acho que dois minutos. Achei ele legal.

Maxon apagou uma das velas com os dedos. 

—Ah, só isso? - Sua pergunta era essa, porém sua curiosidade era muito maior.

—Sim, o que haveria a mais? - Não havia mesmo.

—Nada. Tenho que ir.