Simplesmente Escolha escrita por Ju


Capítulo 37
Uma parte, de uma longa história. Parte 2.




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Notas iniciais não estão saindo :/

FELIXXXX NATAL SUPER ATRASADO NEAM GENTE LINDA ♥

e FELIXXX ANO NOVO, MAIS DO QUE ATRASADO.

MAS TUDO DE BOM E TODOS AQUELES BAGULHOS CLICHÊS DE SEMPRE! AMO VOCÊS ♥

Mas, só quero agradecer pelo incentivo, nos comentários do último capítulo. Obrigada, de verdade ♥

E acho, que, jamais conseguiria abandonar a fi'c e vocês, sério!

Bom, espero que gostem, e me perdoem no final.

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[...] Eu não quero sobreviver. Quero viver.

–Doze anos de escravidão.

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– [...] Enfim. É um plano com falhas, mas, qual plano não tem? – Giovane concluiu com um sorriso.

–Você não é filho do rei. – Coloquei a mão sobre a boca e me atirei de costas na cama.

–Ah por Deus! Depois de tudo o que eu disse? Sério? – Sua voz saiu sarcástica.

–Mas o exame! Como? – Perguntei me virando para encara-lo.

–America, tão bobinha – Giovane se sentou e cutucou meu nariz, de leve. – Não existem rebeldes apenas no acampamento. Você e muitas outras pessoas devem pensar assim. Mas, com certeza, vários estão por ai. – Ele suspirou. – Ter um no laboratório onde o exame seria realizado, não foi problema.

–E quem mais sabe? – Exigi o encarando.

–Do que? – Ele fez cara de inocente. Eu bufei.

–Como você consegue fazer isso? – Falei cansada.

–Isso o que?

–Ser falso? – Minha voz saiu com puro nojo.

Giovane riu.

–“Não me jugais minha cara” – Ele citou. – Li isso em algum daqueles livros da biblioteca. Isso é um jogo. O melhor jogador sempre vence. – Meus olhos se encheram.

–Então tudo para você foi um jogo? – Perguntei, num breve sussurro; Sentando-me de frente para Giovane.

Ele demorou um pouco a responder. Quem sabe, por não saber o que dizer? Ou por não entender o sentido da pergunta? Na verdade, nem eu a entendi direito.

De repente Giovane arregalou os olhos. Rapidamente ficou de joelhos em minha frente. Puxou meu queixo, forçando-me a encara-lo. As nossas faces ficaram separadas por uns dois centímetros. Então ele falou:

–O livro era realmente muito bom. – Eu continuei o encarando. – Quer saber outra citação do mesmo?

Consegui apenas balançar a cabeça, em sinal de concordância. Ele sorriu. Aproximou-se mais (se for possível), me olhando nos olhos, sussurrou:

–“Não duvideis de minhas intenções. São as melhores possíveis. Às vezes são as piores também. Mas quero passar todas elas ao seu lado, minha cara”.

Seu hálito era tão bom. Seus lábios tão perto dos meus, eram uma tentação.

Tirei delicadamente meu queixo de sua mão, mas sem deixar de encará-lo. Se eu esperava algum sinal de dúvida em seu olhar, não o encontrei. As questões eram: Eu queria de novo? Guardar mais um segredo? Um novo beijo e um novo arrependimento?

Eu sabia que uma hora explodiria. Esse era o problema. E quando eu explodisse todos a minha volta se machucariam. Meu maior medo era: Machucar quem não tinha culpa alguma. Mas minha maior dúvida era: Alguém era inocente?

Desviei dos olhos de Giovane. Dei um beijo em sua bochecha. Sussurrei-lhe:

–Não devo; não posso.

Desci da cama. Senti os olhos de Giovane, observarem cada movimento que eu fazia até a porta.

–Ou você sai, ou eu saio. – Falei com a mão na fechadura, encarando a mesma.

Não conseguir olhar para ele, mas ouvi seus movimentos para descer da cama e caminhar até, estar de frente comigo.

–Você não queria a verdade? Pois eu lhe-dei ela. Acho que sou a única pessoa que nunca mentiu para você. – Ele estava visivelmente magoado

–Por mais que você diga que essa foi toda, a verdade, eu não consigo acreditar. Olho em seus olhos – Levantei o rosto e finalmente o olhei. – E vejo que você traz consigo muitas outras coisas. Eu não tenho que fazer uma escolha? Acho que preciso saber de tudo não é mesmo?

–Mas...

–Não. –Eu o interrompi. – Olhe para mim. Olhe no fundo dos meus olhos. – Giovane me obedeceu. - Diga-me, que, você disse tudo o que sabe?

Eu não pude me surpreende por ter o silencio como resposta. Suspirei abaixando os olhos.

–Eu dei a verdade que você aguenta. – Giovane disse sério.

–Você acha que eu sou alguma criança mimada? Que não aguenta, saber realmente due tudo? – Ah ele estava enganado.

–Não, não. – Disse imediatamente. – Não de tudo sobre mim. Pelo menos, não agora.

–O que você guarda?

–Um dia você vai saber. – Falou de um jeito distante.

–Saia. – Eu estava confusa, mas isso já estava irritando, eu não o queria ali para me ver chorar de novo.

–Eu confio em você. – Giovane se aproximou e beijou minha testa.

Dei espaço para ele passar. Quando estava de costas para mim, saindo do quarto, eu disse:

–E eu confiava em você. – Giovane ouviu. Precisou de um minuto para assentir e sair.

Precisei de um minuto para fechar a porta, com toda força que eu tinha. Fui correndo para cama, pulando na mesma. Afundei o rosto no travesseiro e gritei o mais alto que podia. Chorei e solucei por um bom tempo. E pela primeira vez, não me importei se alguém ouvia.

#POV SAMANTA

Esperei na parede do corredor de America. Tive medo de ouvir o que mais eu tinha medo, mas eu fiquei e ouvi.

“-Ela não fazia parte do plano.”

Uma lágrima caiu, e eu não tentei impedir. Eu suspeitava disso a muito tempo. Porém, ( como previsto ), quando confrontei meu pai, ele negou.

“- Você e America são tudo Sam. Não duvide de si mesma.” – Ele dissera.

Mas eu sabia que estava lá, porque Shalon não aguentava mais minha mãe. Sabia que ainda estava “casado” com ela, por mim. E eu o amava por isso. Por querer cuidar de mim, mesmo que sua felicidade tenha que ser posta de lado.

Ouvi todo o relato de Giovane. Tudo mesmo. Acho que, ele sabia que eu estava lá, porque falava um tom acima do seu habitual. Acho que, ele queria que eu ouvisse.

“-O último capítulo de nossa história ainda não foi contado.”

E eu não queria que fosse. Eu só gostaria de ter uma vida normal. Poderia respeitar até as castas. Só o que eu queria, era uma história.

Recuperei o folego, depois que Giovane contou do plano para America. Fiquei surpresa por ele não revelar que já havia estado do lado de Shalon. Porém, quis sair dali antes de Giovane aparecer.

Dirigi-me a Aspen, que estava na porta do quarto.

–Soldado Leger.

–Senhorita Samanta.

Ótimo. Havia alguém nos observando. Toquei na minha meia tatuagem.

“-Por favor, entenda.” – Supliquei em meus pensamentos.

Passei por Aspen e segui para fora do castelo. Caminhei pela beirada da floresta e me sentei em uma das pedras maiores, onde os guardas não podiam me ver. Esperei lá durante uma hora. Deixei-me levar pela doce brisa algumas vezes, me perdendo em pensamentos. Chorei algumas vezes. Então, quando achei que Aspen não compreendera o sútil convite, me levantei, limpei algumas folhas das pernas e me preparei para voltar.

Foi ai, que o vi.

Correndo, de touca preta e calças jeans, camiseta preta simples. Aspen entendeu, eu sabia que entenderia.

–Samanta. – Ele disse olhando para os lados.

–Aspen! Ainda bem que você entendeu.

–Claro pequena criança. – Disse num tom zombeteiro.

–Nem comece. – Ergui as mãos em sinal de protesto.

–Ela está difícil hoje? – Perguntou sério, mas estava se segurando para não rir.

–Não. Mas vai estar. Giovane contou tudo.

–Tudo? – Aspen ergueu as sobrancelhas.

–Bem... O que eu ouvi antes de sair de lá, foi tudo sobre o acampamento. E não, ele não teve coragem de contar sobre os sulistas. Mas contou o plano.

–Bom você sabe, melhor que eu até, o que vem agora, certo? – Seu sorriso foi triste.

–Claro, passei minha vida toda sabendo. – Suspirei.

–Agora é... – Aspen começou, e me olhou.

–Tudo ou nada. – Continuei.

–Vencer ou vencer. – Ele continuou.

–Lutar e lutar.

–Viver ou morrer. – Aspen terminou.

Olhamo-nos e sorrimos; tristes e felizes, ao mesmo tempo. Era isso, o plano havia iniciado.

***

Suspirei.

Aspen havia me deixado para pegar seu uniforme e ir para seu turno. Quando Shalon estava apresentando-me aos outros escolhidos, me dei bem com Aspen logo de cara. Ele era o primeiro namorado e o segundo rebelde a participar da vida de America.

Eu não tinha o que que fazer, deixaria America chorar e chorar, até aceitar ou... Recusar. Pensar que ela podia recusar, me dava calafrios. Minha vida seria desperdiçada e há de muitas outras pessoas também. Sem a participação de America, tudo iria por água abaixo. Eu só queria uma vida normal, sem castas. Espero ter isso, quando tudo acabar; Espero que tudo acabe bem.

Desci da pedra e dei uma rápida alongada nos músculos rigídos, por estarem parados tanto tempo.

Dei uma rápida olhada para a floresta. Olhei em direção ao castelo.

E a vi. Sentada perto do arbusto mais afastado do jardim. America. Quando me viu arregalou os olhos e se levantou. Olhando para depois de mim. Eu diminuí os passos sem entender. Então olhei para trás.

Eles estavam vindo. Rebeldes.

Fiquei paralisada. Eu corria para dentro do castelo ou corria para me juntar a eles?

Meus pensamentos eram rápidos demais, e eu nada conseguia fazer.

Vi os rebeldes mais perto. E os guardas indo à luta. E eu estava no meio. E America, estava no meio.

Ela me olhava atônica. Tão perdida quanto eu.

Então mais rápido que qualquer coisa, uma rebelde parou na frente de America. Com uma arma apontada para a mesma. Aspen vinha correndo, mas não chegaria antes da bala perfurar o peito de America.

Eu estava mais perto. Eu sabia o que deveria fazer.

Saí correndo sem me importar. Estava apenas a alguns metros de onde America e... Maria? Estavam.

Faltando alguns passos, consegui ouvir as seguintes palavras de Maria para America:

“-Você roubou muitas coisas. Desde criança eu sabia que você era tudo. Mas hoje, é a minha vez...”.

Maria atirou. Eu corri e saltei na frente de America. A bala entrou e me causou muita dor. E mesmo caindo de joelhos, sem forças, nada jamais, doeu tanto, quanto o grito exasperado de America:

–NÃO! SAM, SAM. MINHA IRMÃ... POR FAVOR... MINHA IRMÃ...

E a última coisa que eu consegui dizer foi:

–America,foi pouco tempo, minha irmã. Mas, foi real.

E a última coisa que vi foi:

Uma lágrima caindo daqueles lindos olhos azuis.

Então, a escuridão infinita me engoliu e mais nada aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Até qualquer hora :*



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