[Dramione] - Revelações escrita por Mione Malfoy


Capítulo 6
Six Months Later


Notas iniciais do capítulo

Hoje estou especialmente feliz. Mas também estou nervosa. O encontro Dramione vai rolar! Espero que gostem. Beijinhos e enjoy!



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Six Months Later

POV HERMIONE GRANGER

A guerra finalmente havia terminado. Nos dias que se seguiram a queda de Voldemort, Harry, Ronald e eu viramos o centro de absolutamente tudo. O Ministério precisava de nomes e detalhes para dar prosseguimento as prisões e julgamento dos Comensais da Morte fugitivos e Harry foi de longe o mais pressionado. Os aurores queriam todos os detalhes da história de Tom Riddle e as Horcruxes e o Profeta Diário o importunava pedindo detalhes sobre tudo isso e também as descobertas dele sobre Snape.

Foram necessários três meses inteiros para que finalmente nos dispensassem. Kingsley a todo momento pedia desculpas, mas nós sabíamos que era necessário. Ao mesmo tempo ainda haviam todas as preocupações com os funerais de Fred, Ninfadora e Remo. Andrômeda vivia apenas para cuidar do pequeno Ted que era seu único consolo depois de tudo. A família Weasley estava agora mais unida do que nunca, Gui e Jorge decidiram por reabrir a Gemialidades Weasley, que inclusive foi a primeira loja do Beco Diagonal a ser reaberta. Fleur havia descoberto sua gravidez o que ajudou a amenizar toda a dor que a família ainda sentia e trazer de volta o brilho dos olhos de Molly. Harry havia se mudado para o Largo Grimmauld e ele e Gina tinham oficializado o namoro. Percy continuava a trabalhar no ministério, agora como principal assessor do novo Ministro da Magia. Kingsley fora realmente escolhido para assumir o cargo definitivamente e por mais que reclamasse das responsabilidades era visível o quanto gostava de seu trabalho.

Ron e Harry foram chamados para trabalhar como aurores e prontamente aceitaram a oferta. Tinha sido acertado que eles receberiam primeiro um treinamento básico, já que ambos ainda não haviam concluído os estudos (e nem pretendiam, diga-se de passagem), e só depois é que assumiriam efetivamente seus cargos. Também me ofereceram uma vaga no ministério como auror, vaga essa que eu recusei. Eu já estava farta de batalhas e por mais que Harry e Ronald não quisessem voltar a escola, eu já estava mais do que decidida a tirar excelentes notas nos meus NIEM’s. Era inaceitável para mim essa conversa de não terminar os estudos e Gina costumava rir por causa disso dizendo que não esperava menos vindo da sabe-tudo irritante de Hogwarts.

O castelo é claro tinha que passar por sérias reformas antes de reabrir mas segundo Minerva, ele estaria pronto antes das aulas começarem novamente em setembro. Nada como um pouco de magia para acelerar as coisas. Como as aulas haviam sido interrompidas na metade do ano escolar, ela decretou que seria desconsiderado e que aqueles que estavam estudando retomariam o ano do começo. Defesa Contra as Artes das Trevas voltou a ser exatamente isso e McGonagall corria a procurar professores novos tanto para essa disciplina quanto para Transfiguração e Estudos dos Trouxas que também havia sido normalizada.

Ao fim de seis meses todos estavam finalmente voltando a rotina normal e seguindo suas vidas, foi quando resolvi retomar minha vida também. A primeira coisa que eu resolvi fazer foi ir atrás de meus pais, mas isso era algo que eu não poderia fazer sozinha então resolvi procurar a ajuda do Ministério.

Fui até o gabinete do Ministro e me preparei para a conversa que teria com ele. Na verdade essa conversa já vinha sendo adiada há muito tempo por causa das muitas coisas que tinham que ser feitas. Estava na sala de espera aguardando ser chamada quando Percy veio me receber.

– Hermione, que bom vê-la. Disseram que você veio ver o ministro.

– Olá Percy, como tem passado? Eu realmente vim procurá-lo mas me disseram que ele havia saído.

– Na verdade ele estava em uma reunião com o ministro trouxa. Sabe como é, atualizando ele sobre como vão as coisas, os julgamentos e tudo mais.

Ao ouvir a palavra julgamento me senti enrijecer e lembrei-me do segundo motivo pelo qual eu estava ali.

– Entendo. Quando posso vê-lo?

– Ele deve voltar a qualquer momento. Chamo você assim que ele voltar. Ok?

– Obrigada Percy, você é um amor.

Nos despedimos e eu me sentei novamente, os pensamentos vagueando. A verdade é que durante esses seis meses eu jamais deixei de pensar em Draco Malfoy. Eu havia descoberto que ele e a mãe haviam sido confinados a prisão domiciliar, visitas eram limitadas, todas supervisionadas pelos aurores que os guardavam. Draco e Narcisa haviam perdido as varinhas e um elfo doméstico havia sido designado para tomar conta dos afazeres de casa. A única visita que eles recebiam era da família Zabini e dos Nott. Blásio e Theodore eram muito amigos de Draco e na realidade os únicos amigos verdadeiros que ele tinha.

Por várias vezes eu quis ir até lá mas me pegava pensando no que aconteceria se eu realmente fosse. Será que eu conseguiria entrar novamente naquela casa? Será que ele aceitaria me receber? Eu queria muito conversar com ele sobre as coisas que ele havia me dito naquele corredor durante o sexto ano. Mas e se fosse mentira? E mesmo que fosse verdade, o que faríamos? O que Harry e Rony fariam quando descobrissem que a pessoa que eu amava era um ex-Comensal da Morte?

Fui despertada de meus devaneios quando ouvi a voz de Percy me chamar. Ele abriu a porta para que eu pudesse entrar, me ofereceu alguma bebida que eu recusei e saiu fechando a porta atrás de si. Kingsley veio me abraçar e me conduziu a cadeira a sua frente tomando seu lugar atrás da mesa.

– A que devo a honra de sua visita Hermione?

– Acho que você se lembra que há muito tempo eu disse que precisaria conversar com você. Com tudo que andou acontecendo era meio impossível mas agora creio que a hora tenha chegado.

– É claro, é claro. Mas o que exatamente você queria comigo?

– Bem. Quando Harry, Ron e eu saímos em busca das Horcruxes para destruir Voldemort nós sabíamos que correríamos riscos imensos. Ron e eu estávamos preparados para o caso de não voltarmos para casa vivos e obviamente eu tomei minhas precauções. – fiz uma pausa, a garganta querendo fechar. Pigarreei e voltei a falar – Bem, meus pais são trouxas e portanto os riscos que eles corriam eram imensos e já que eu estaria lutando contra Voldemort eu não podia deixá-los desprotegidos. Eu alterei suas memórias e os mandei para Austrália. Quero sua ajuda para encontrá-los.

– Mas nem precisa pedir Hermione, farei isso com imenso prazer. Preciso de informações para ajudar.

– Eu alterei a memória deles para que eles pensassem ser Wendell e Monica Wilkins, eles acham que não tem uma filha e quando os mandei para Austrália fiz com que pensassem em se mudar para Sydney.

– Ok. Isso já é o suficiente para começar. Vou entrar em contato com o Ministro da Magia de lá e pedir urgência. Vamos encontrar seus pais e remover o feitiço. Fora isso você ainda quer mais alguma coisa? É só pedir.

– Na verdade Kin, tem sim. Fiquei sabendo que o julgamento da família Malfoy foi marcado.

– Sim, para o final desse mês. Porque?

– Bem. Eu quero falar com Draco Malfoy antes do julgamento, mas eu não sei se consigo entrar naquela casa. Você sabe… – disse puxando a manga da camisa para cobrir a marca feita por Bellatrix.

– Claro, entendo. Tem algum lugar em mente ou eu devo providenciar?

– Se puderem levá-lo até minha casa eu agradeceria. – eu havia pensado bastante naquilo e era o lugar mais privado que eu conhecia – Mas Kin, eu gostaria… gostaria de falar com ele a sós.

– Hermione…

– Juro a você que não vai acontecer nada com ele. Eu só preciso de uma hora a sós para discutir algumas coisas.

– Bem, ele não tem uma varinha. E eu creio que você vai saber se defender caso seja necessário. Ok, faremos isso. Quando?

– Na sexta pode ser?

– Ok. Vou falar agora mesmo com os aurores que estão com a custódia.

Agradeci e me despedi de Kingsley e saí do gabinete, saí correndo do ministério e aparatei para casa. Era isso, estava marcado, sexta-feira eu teria uma conversa definitiva com Draco Malfoy.

POV DRACO MALFOY

Seis meses. Seis malditos meses trancado dentro daquela casa que eu odiava. Se não fossem as constantes visitas de Blás e Theo eu teria morrido de tédio. As visitas também alegravam minha mãe. Ela, a mãe de Zabini e a mãe de Nott eram muito amigas desde os tempos de escola. Minha mãe aliás estava mais contente do que eu imaginaria devido nossa situação, mas ela também tinha motivos. Em paralelo ao nosso processo sobre a guerra minha mãe havia pedido o divórcio ao meu pai. Era óbvio que ele não ia ceder de boa vontade, mas no fim das contas minha mãe era novamente Narcisa Rosier Black.

Tudo era tranquilo e maçante e eu não via a hora de poder sair dali, fosse para ser livre e tentar viver minha vida o mais normal possível, fosse para fazer companhia a meu pai em Azkaban. Foi num dia desses em que eu não tinha nada para fazer que a notícia chegou, um dos aurores que era responsável por guardar a mim e minha mãe recebeu uma coruja do ministério. Nosso julgamento havia sido marcado para o fim do mês. Minha mãe ficou um pouco nervosa mas eu a acalmei e a levei até seu quarto para que descansasse. Assim que desci o mesmo auror veio ao meu encontro.

– Garoto, tem mais uma coisa.

– Claro né? Notícia ruim nunca vem sozinha. O que foi?

– Hermione Granger solicitou pessoalmente ao ministro para falar com você.

Meu coração saltou uma batida e eu senti o ar desaparecer de meus pulmões. Hermione queria falar comigo? Porque? Sobre o que?

– Hermione Granger? Tem certeza?

– Sim. É o que diz no pergaminho que recebi. Você vai ser levado até a casa dela porque ela se recusa a vir até aqui.

Eu sabia muito bem o porque dela se recusar a entrar naquela casa, eu entendia e concordava, e é claro que dar uma saída também podia ser bom. Eu me sentia sufocado ali, afinal não foi só Hermione quem eu vi sofrer sob o meu teto.

– Entendo. E quando será isso?

– Sexta-feira.

– Essa sexta-feira?

– Sim. – ele fez menção de sair mas eu o chamei novamente.

– Espera. Sabe o que ela quer falar comigo?

– Não foi informado. Só deram ordens de que eu levasse você até a casa dela e depois o trouxesse de volta.

– Não vai ficar lá de pé para ouvir tudo como você faz sempre que Blás e Theo vem aqui?

– Não. Ela pediu uma conversa em particular.

E virou-se para ir embora, me deixando totalmente incrédulo a beira da escada. O que ela tinha para falar de tão importante que não poderia ser ouvido? Será que ela queria só desabafar e me xingar por tudo que eu já fiz? Não, se fosse isso não tinha porque ela pedir para que o auror se retirasse. Uma ideia maluca começou a dançar em minha cabeça e eu pude sentir meus lábios se curvando em um sorriso, era impossível mas mesmo assim. E se talvez, só talvez, ela quisesse falar comigo sobre meu projeto de declaração no sexto ano?

Uma voz em minha cabeça rapidamente me cortou. “É claro que é sobre isso idiota. Ela quer dizer que você é um imbecil e que jamais vai gostar de alguém como você. Ainda mais depois de tudo que você fez para ela”. Minha consciência tinha razão, Hermione devia me odiar, e ela tinha todos os motivos para isso. Resolvi não pensar mais nisso até a sexta chegar, era impossível, mas eu tentaria.

***

Levantei da cama bem cedo na manhã de sexta. A verdade é que eu não tinha conseguido dormir, nervoso com minha conversa com Hermione, mesmo assim não me sentia nem um pouco cansado. Me arrumei rápido e desci para tomar o café da manhã já que não sabia que horas eles iriam me levar até ela. Tomei apenas um café porque também não tinha apetite, terminei rápido e fui para sala esperar que o auror que me levaria aparecesse.

Lá pelas nove da manhá meu “carcereiro” apareceu. Ele me chamou e nós fomos até a porta da frente, caminhamos até os portões e ele pegou meu braço, me senti girando no lugar e o desconforto da aparatação. Quando paramos eu vi a casa branca de dois andares onde uma Hermione me esperava em frente a porta.

O auror fez sinal para que eu fosse até ela e ficou parado na frente da casa. Fui andando nervoso e apreensivo até ficarmos frente a frente. Ela não disse nenhuma palavra, apenas abriu a porta e fez sinal para que eu entrasse enquanto entrava atrás de mim fechando a porta. Fui conduzido até a sala e fiquei em pé em frente a uma das poltronas, Hermione parecia tão ou mais nervosa do que eu, tinha os dedos das mãos cruzados e não parava de mexer o pé. Um silêncio constrangedor se instalou e eu fiquei sem saber o que fazer. Podia ver a confusão que ela sentia e aquilo só me deixava mais nervoso ainda. Estava prestes a correr para porta e voltar para casa quando ela resolveu falar algo.

– Er… Aceita um café?

– Não obrigado. – engoli em seco – Na verdade eu só quero saber porque eu estou aqui Granger.

Percebi seu rosto ficar vermelho e ela baixou o olhar para as mãos que ainda estavam cruzadas, respirou fundo e então levantou a cabeça.

– Sente-se. – disse enquanto se sentava e eu fazia o mesmo. – A verdade é que eu não sei bem como começar nossa conversa.

– Porque?

– Porque é um assunto delicado.

– E que assunto delicado você, a garota brilhante do trio de ouro, teria a tratar com um mísero Comensal da Morte como eu? – ironizei para disfarçar o nervosismo.

– Ex. – disse ela baixando o rosto novamente.

– Hã?

– Ex-Comensal da Morte. Você não fugiu. Você se entregou e eu sei que está arrependido do que fez. Não se deprecie Draco Malfoy, você é o que você quer ser.

Olhei para ela surpreendido com suas palavras encorajadoras. Eu realmente não a mereço.

– Sei. – novamente em tom de ironia, cada minuto mais nervoso – E como é que você tem tanta certeza de que eu estou realmente arrependido hein Granger?

– Porque eu vi o quanto você sofreu durante o sexto ano. – disse levantando a cabeça e me olhando nos olhos pela primeira vez desde que cheguei – Sei que você não queria fazer aquilo e tenho quase certeza de que só o fez por medo do que poderia acontecer a você ou sua família. Tudo que você fez de errado não foi porque você é cruel ou uma má pessoa. Você só queria salvar aqueles que você ama. Eu sei o que é isso.

Aquilo realmente me pegou de surpresa. Ela sabia de tudo, ela entendia, ela não… me julgava. Por tanto tempo eu fui apenas rotulado e naquele momento eu percebia que havia alguém que realmente me enxergava e não apenas olhava sem ver como todos os outros faziam. Senti como se meus sentimentos por ela se intenssificassem, se é que era possível. Senti meu rosto aquecendo e sabia que eu devia estar corando, o que era péssimo com a minha pele pálida. Baixei rapidamente a cabeça.

– Granger… você….

– Hermione, me chame de Hermione. – Ela pareceu envergonhada também e voltou a olhar para as mãos.

– Hermione. Eu nunca imaginei que você pensasse desse jeito. Na verdade, pensei que você me odiasse. Eu sempre fui tão idiota com você. Quer dizer, sabe como é, as ofensas e as brigas constantes. Nunca pensei que você pudesse me ver dessa forma. – eu disse sem pensar. Droga. Porque eu ficava tão vulnerável perto dela?

– Minha mãe costumava dizer que eu sempre procuro ver o melhor nas pessoas.

– Costumava?

– É… Como você eu também fiz coisas para proteger as pessoas que eu amo. Antes de ir com Harry caçar Horcruxes achei mais seguro alterar a memória dos meus pais. – ela olhou para mim e ruborizou – Eu os mandei para longe, mas agora finalmente vou começar a procurar por eles, Kingsley disse que me ajudaria.

– Isso é bom. Espero que encontre logo seus pais.

Um silêncio constrangedor se manisfestou e eu me mexi na poltrona desconfortável. Depois de mais um minuto ela resolveu se manifestar novamente.

– Sabe nós temos pouco tempo para conversar e não foi para conversarmos amenidades que chamei você aqui.

– Eu sei. – fiz uma pequena pausa – Você ainda não me disse que assunto delicado é esse.

– Não tem bem uma maneira de começar então acho que… Sabe Malfoy…

– Draco. Me chame de Draco. – disse imitando sua fala de minutos atrás.

– Draco. Eu chamei você aqui porque estou curiosa.

– Com o que?

– Aquilo que você me disse na noite da morte de Dumbledore.

Engoli em seco, nervoso e olhei para ela. Não era sério não é? Ela não podia estar falando sério. Eu já tinha tirado essa ideia da cabeça. Ela era Hermione Granger, membro do trio de ouro de Hogwarts, heroína de guerra, a garota mais inteligente e extraordinária que eu alguma vez já conheci. Porque ela estava se dando ao trabalho de falar comigo sobre uma confissão de amor idiota e mal feita de anos atrás? Ela jamais se apaixonaria por um ex-Comensal da Morte, estúpido, mimado, arrogante, idiota, prepotente e preconceituoso como eu. Eu passei anos tratando-a mal, ofendendo e humilhando. Então porque ela queria falar disso?

– Eu não entendi.

– Draco eu quero entender o que você me disse naquela noite. Você nunca antes havia agido daquela forma comigo. O jeito que você falou deixou subentendido que realmente se preocupa com meu bem estar. Porque?

Senti meu coração acelerar os batimentos e fiquei ainda mais nervoso. Me mexi novamente na poltrona e reuni toda a coragem que consegui.

– E isso importa?


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Notas finais do capítulo

É isso pessoas lindas do meu core, espero que esteja do agrado. E sim, esse final foi proposital, não está faltando um pedaço do capítulo. Relaxem que o capítulo de amanhã vem que vem também (quanto "em").