Little Hell escrita por Diana
Notas iniciais do capítulo
Olá!
Nem vou pedir desculpas pela demora, porque né. Cês devem tá querendo me bater e tal :P
Nesse capítulo, Piper começa a encarar seus sentimentos por Reyna de uma maneira diferente, e Annie fica encara uma dúvida entre sua melhor amiga e Clarisse.
Espero que gostem!
Boa leitura!
Capítulo 19
REYNA
— A gente fez? – A paz momentânea que Reyna desfrutava em seu quarto foi quebrada pela imagem de Piper à sua frente. A voz da garota parecendo o mar quando desejoso de quebrar as rochas. Ao entender todas as palavras da outra, Reyna ruboriza e solta um “não” esganiçado.
— Não? – Piper parecia aliviada e desapontada ao mesmo tempo. Só então Reyna tira o olhar do livro que estava lendo para encontrar a adolescente de toalha à sua frente, recém saída do banho. Se fosse possível, a morena ruborizara ainda mais.
— Não, Piper. – Reyna suspirou pesado. Tentava se controlar e ignorar a figura displicente e seminua de Piper a olhando com seus olhos caleidoscópicos. – Eu cheguei na festa, te tirei de lá, você não estava em condições de ir pra casa. Você me implorou para ligar para os seus pais e dizer que dormiria aqui. Você apagou de vez assim que chegamos. – A morena explicava cada ação tomada por elas pausadamente.
— Então... – O silêncio sugestivo de Piper apenas irritou Reyna ainda mais.
— Não. Você apagou. Troquei suas roupas, te deixei na cama e fui dormir no sofá. Satisfeita? – As orbes caleidoscópicas finalmente pareceram aceitar a verdade que Reyna lhe oferecia.
— Como uma criança. – A garota pareceu ofendida.
— Pra quem “foge” das vistas do outro e vai parar numa festa cheia de estranhos.
— Sem sermão! – Reyna reprimiu a vontade de rir. Por fim, ela esperava que a lição tivesse sido aprendida pela adolescente.
— Vista-se logo. – A morena disse e, sem saber bem o por quê, antes de sair do quarto, deixa um beijo estalado na testa da garota, o que pareceu minar toda a energia de Piper para continuar a discussão.
PIPER
Piper ouviu os passos de Reyna se afastarem e a porta atrás dela se fechar suavemente. O que tinha acontecido ali? Sinceramente, ela não queria saber. Pouco depois, seus olhos encontraram o celular da mais velha abandonado na mesa de estudos. Uma vontade incontrolável tomou conta da garota e, por mais que ela tentasse se conter e entrasse num diálogo moral, ela sabia que, como sempre, sua curiosidade venceria todo o resto.
A garota balança a cabeça, e decide começar a vestir sua roupa. Reyna chegaria a qualquer minuto e a chamaria para irem, ou a qualquer minuto, a morena daria pela falta do celular e poderia pegar Piper em flagrante. Nada tentador.
Contudo, a cada peça de roupa que vestia, Piper arriscava um olhar para o aparelho. Era como se ele a convidasse o tempo todo a bisbilhota-lo. E quanto mais ela tentava suprimir sua curiosidade, mais ela falhava em seu intento. Piper perdia a batalha. E se desesperava por isso. Ela não tinha o mínimo interesse na vida de Reyna, tinha?
Por fim, ela desistiu. Dois passos largos e ela estava de frente ao aparelho, o encarando nervosamente, como se, a qualquer instante, o celular de Reyna fosse atacá-la ou acionar algum alarme chamando sua dona. Piper soltou um suspiro de indignação, mal acreditando no nível de paranóia que a acometia ali. Se fosse qualquer outra pessoa, ela nem pensaria duas vezes, e já olharia o celular e o deixar ali, como se nada tivesse acontecido. Mas algo a retinha naquele meio-termo idiota.
O estopim da situação se deu quando o aparelho notificou uma mensagem. Piper esqueceu qualquer escrúpulo ou julgamento interior. Ela pegou o celular, digitou a senha que ela tinha visto Reyna faze-lo algumas vezes e, de alguma forma, memorizara. Ela respirou fundo e abriu a mensagem.
O coração da garota parou um instante a mensagem vinha de uma tal de Rachel. O impulso e a curiosidade e mais um milhão de outras coisas que ela não sabia o que eram, a levaram mais longe. Ela já nem se preocupava com o fato de Reyna entrar de repente e a pegar naquela situação embaraçadora. Ela carregou a foto, que mostrava uma garota ruiva em pé de frente a um quadro. Uma garota ruiva com um sorriso bonito.
Piper se assustou consigo mesma ao perceber que ela estava segurando sua vontade de chorar, escancarar a porta e sair gritando com Reyna ao mesmo tempo. Ela tomou um tempo e, subitamente, descobriu como respirar fundo novamente. Ela podia fazer isso. Ela não se importava com o que Reyna fazia da vida, com quem Reyna saía ou transava ou namorava ou qualquer outra coisa.
Finalmente, ela leu a mensagem deixada pela tal de Rachel. Se fosse possível, Piper sentiu sua irritação crescer ainda mais com o “Te vejo hoje à noite” deixado pela ruiva. Ela já ia digitar algo grosseiro. Ela sabia que seu autocontrole já tinha ido para o espaço e a garota nem ponderava mais qualquer conseqüência
— Piper? – As batidas na porta e a voz de Reyna a situaram. Tremendo, Piper largou o celular onde antes estava, mas as palavras de Rachel continuavam martelando em sua cabeça.
— S-Sim? – A garota gaguejou um pouco antes de responder e torceu para Reyna não perceber o nervosismo em sua voz.
— Cinco minutos! – A morena gritou e se afastou novamente. Piper ouviu seus passos. Piper ouviu seus passos se afastando. Piper segurou uma lágrima quando dirigiu um último olhar desapontado para o celular. Ela soltou um suspiro de alívio e decidiu terminar de se arrumar. Aquilo tudo era ridículo. Suas reações estavam desproporcionais.
ANNABETH
Quando Annabeth viu Piper entrar na sala durante a metade do segundo horário com cara de pouquíssimos amigos, a loira não sabia se sentia-se aliviada o intimidada. No que Piper estava pensando? O que tinha acontecido para aborrecer Piper McLean a ponto de ela deixar transparecer?
A amiga lhe lançou aquele olhar ‘agora não’ quando largou a mochila no canto e se sentou, sem se preocupar se estava chamando a atenção da turma inteira, inclusive do professor. Como se Sr. Robson precisasse de alguma desculpa para pegar no pé dos alunos, a loira pensou.
— Srta. McLean? – O homem a chamou, arrogância e satisfação ecoando pela sala.
— Sim? – Piper sustentou o olhar e Annabeth viu o lampejo de quem procura por encrenca. O típico olhar de que Clarisse tinha quando queria irritar alguém. Annabeth quase sentiu pena do professor de história. Clarisse era maleável, Piper não.
— Poderia me dizer por que entrou só agora?
— Porque a diretora me autorizou. – Irritada, Piper tira um papel da mochila e o entrega ao professor.
— Ótimo. – O homem leu o papel e ruborizou um pouco. – Ótimo.
Piper sorriu para Annabeth, e a loira leu o sorriso. Elas eram melhores amigas desde a primeira série. Piper podia esconder tudo de qualquer pessoa no mundo, menos dela. E a loira se preocupou instantaneamente, pois no sorriso vitorioso de Piper havia um traço de tristeza. Alguma coisa tinha acontecido durante a estadia forçada da garota na casa de Reyna.
— Hey – Annabeth quase pulou da carteira ao sentir a mão firme de Clarisse em seu ombro. A morena estava sentada na carteira de trás e estivera tão quieta durante as aulas que Annabeth praticamente esquecera que tinha alguém ali. Era quase como se Clarisse tivesse faltado.
— Você me assustou! – A loira sussurrou, alternando seu olhar do caderno para o professor que escrevia sem parar no quadro negro, como se quisesse puni-los.
— Não tenho treino hoje. Queria saber se você toparia ir ao cinema comigo... – Annabeth ignorou seus instintos de boa aluna e se virou para encontrar os olhos castanhos de Clarisse. Os olhos castanhos de Clarisse e o sorriso bobo e sedutor da wrestler. Ela já ia aceitar o convite quando se lembrou de Piper.
— Eu adoraria, mas... – A loira indicou a amiga com a cabeça e Clarisse apenas franziu o cenho.
— Você tem que conversar com sua melhor amiga que, nesse instante, quer matar um...– Clarisse ergueu uma sobrancelha. Annabeth não acreditou que a morena conseguira ler Piper assim de primeira. – Certeza que quer trocar o cinema comigo por uma possibilidade de briga?
— O quê? Piper não está tão irritada assim.. Como você? – Ela nem notou que aumentara um pouco o tom de voz, atraindo um pigarro e um resmungo do Sr. Robson. Clarisse lançou outro olhar à cherokee e encarou Annabeth de um jeito que fez a loira estremecer.
— Confie em mim. Sei quando alguém está com raiva. Me diga se mudar de ideia. – Clarisse voltou a copiar a matéria e Annabeth fez o mesmo.
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Obrigada!
Aguardo vocês nos reviews!
Beijão da tia Diana!