–Com certeza, mas e depois, quantas vezes nos falamos, porque deixou para dizer hoje?

–Me perdoe...

–Não.

Ela desligou na minha cara, meu coração foi despedaçado. Comecei a chorar, não conseguia pensar direito. Esperava que ela pudesse ao menos me perdoar, mas ela não era mulher para mim. Liguei para a Tânia desmarcando o nosso almoço, não queria ver ninguém mais na minha frente, me tranquei no quarto e me entreguei as lágrimas.

PDV BELLA

Desliguei o telefone na cara dele, como ele pode fazer isso comigo, me iludir e depois dizer que tem namorada??? Tentei entender de todas as formas possíveis, mas não consegui. Segui para a minha casa junto com a Rose, ela não disse uma só palavra a respeito do ocorrido, mas eu sei bem o que a Alice ia dizer, ela viu a aliança de compromisso na mão dele lá no shopping, só eu não quis ver... O pior de tudo era que eu teria que ir na festa hoje, se não a Alice ficaria muito triste comigo. Na minha casa eu e a Rose nos entregamos aos preparativos. Unha, cabelo, roupas, maquiagem... o dia seria longo.

No decorrer das nossa atividades o meu telefone não parou de tocar, todas as vezes era ele. Eu não podia atender, por dentro eu estava arrasada, mas não iria ceder. Até que me encheu o saco aquela insistência.

–Alô.

–Bella, não desliga por favor...

–O que você quer?

–Preciso falar com você.

–Já me disse o que tinha pra dizer.

–Não ... eu... tenho....

–Você não tem mais nada para dizer. Me esquece vai.

–Não consigo... Desculpe por te falar por telefone...você insistiu...

–Nem em mil anos eu esperaria que fosse algo parecido como que você me falou.

–Me perdoe... me dê mais uma chance... eu largo tudo para ficar com você.

–Chega de mentiras, outra hora a gente conversa. Eu estou meio ocupada.

–O que você vai fazer hoje a noite?

–Tenho uma festa para ir e tenho que estar deslumbrante.

–Uma festa???

–É ou você achou que eu ficaria o fim de semana inteiro me lamentando por você ter me enganado?- Por fora eu estava fria e calculista, mas por dentro eu estava desnorteada.

–Não é claro que não, divirta-se na festa. Mas não se esqueça de mim.

–Vou ver o que eu posso fazer.

Desliguei o telefone e quis cai no choro, a Rose não deixou.

Fomos à festa, fiquei pouco tempo, me senti deslocada. Meu coração estava partido e eu queria curtir a minha fossa em paz. Coloquei meus fones de ouvido e decidi deixar tocar tudo o que eu tinha direito, as musicas me acalmaram até que ouvi uma que fez com que todas as lágrimas guardadas fossem colocadas para fora de uma única vez. Tocava uma musica antiga de um grupo chamado ADRYANA E A RAPAZIADA, a música FIM DE NOITE:

Fim de Noite

Adryana e a Rapaziada

Você nunca vai me ver sofrer
Não consegue me fazer chorar
Não vai!
Isso eu disse prá te convencer
Que eu nem ligava em te perder
Que eu queria tudo terminar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

Na primeira noite eu nem liguei
Deu até vontade de dançar
Demais!
Eu conheci pessoas que eu gostei
Só no fim da festa eu me lembrei
Que você não vinha me buscar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

No fim da noite
Que eu não quis você
Que eu tinha
Todo o tempo prá viver
Que o meu coração
Foi despertar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
A solidão!
Eu descobri
Que nada sei de mim
Eu digo "não"
Mas eu te amo, sim
E sem você
Não sei nem me cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

No fim da noite
Eu queria te ver
E nos teus braços
Dormir e sonhar
Meu pensamento
Buscando você
Tudo prá me arrepender
De te deixar...

No fim da noite
Não sei o que fazer
Sou de momentos
Sem nada depois
E o sentimento
Me faz entender
Que o amor da noite
É o fruto de nós dois!

No fim da noite
Que eu não quis você
Que eu tinha
Todo o tempo prá viver
Que o meu coração
Foi despertar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
A solidão!
Eu descobri
Que nada sei de mim
Que eu digo "não"
Mas eu te amo, sim
E sem você
Não sei nem me cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

No fim da noite
Eu queria te ver
E nos teus braços
Dormir e sonhar
Meu pensamento
Buscando você
Tudo prá me arrepender
De te deixar...(2x)

No fim da noite
Não sei o que fazer
Sou de momentos
Sem nada depois
E o sentimento
Me faz entender
Que o amor da noite
É o fruto de nós dois!

Adoemeci com lágrimas nos olhos, não queria pensar no amanhã. Acordei tarde no domingo, não por causa da festa, mas da fossa em que eu me entreguei. Não tinha mais vontade de comer, de dormir, de fazer nada. Passei boa parte do dia no quarto, meu pai tinha uma caracteristica propria, não gostava de invadir o espaço dos outros, se alguem quisesse conversar tinha que puxar o papo, se não ficavam em silencio. Quando a noite começou a vir o meu telefone tocou insistentemente. Vi no visor o nome que eu nem queria pensar, mas não resisti e atendi.