As Crônicas de Anúbis escrita por Sonhadora


Capítulo 3
Eu converso com um fantasma dourado


Notas iniciais do capítulo

Olá acompanhantes e fantasminhas!!
Mais uma capítulo recheado de emoções pra vocês. Por favor, tentem não me matar, ok!
=D



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Quando você passa muito tempo no Duat, você meio que perde a noção de tempo, entende?

Veja bem: Se eu for contar a minha idade em tempos mortais, bem... Eu não saberia precisar quantos anos seriam. Eu, particularmente, me sinto bem novo. Mas, percebo que o mundo ao meu redor envelheceu. E o pior, eu perdi isso.

E é essa a sensação que eu tenho nesse momento. De que o tempo passou, a festa acabou e eu perdi a melhor parte.

De repente eu estava com uma alma muito intrigante, me afirmando que o marido dela havia abalado as estruturas do Ma’at, logo após eu SENTIR uma mudança astronômica no Ma’at. Depois o Tot diz que eu só vivo mal-humorado. Mas, diga-me se você também não ficaria se constantemente presenciasse as piores tragédias da história do Egito de camarote. Começando quando eu era pequeno. Cara, minha própria mãe me abandonou ainda bebê em um pântano qualquer. Minha tia Ísis é quem foi me resgatar.

É claro que mamãe se desculpou, culpou o zé mané do meu pai por tudo o que ela fez, disse que não queria que ele me influenciasse para o Caos e blá, blá, blá! Vamos combinar: acho tem mais nessa história do que ela quer contar.

Depois disso, o meu diabólico pai não teve o que fazer, aprisionou meu pai adotivo em uma caixa mágica e enterrou. Não contente, o matou, cortou em pedacinhos (40 para ser mais exato!) e espalhou os pedaços no deserto. Sabe quanto trabalho deu procurar e emendar todos os pedaços? Mesmo com a ajuda de Ísis demorou horrores!

Agora, vem essa mulher de aura dourada (bonita, não dá pra negar!) me dizer que o marido dela acabara de abalar as estruturas do Ma’at com a maior cara de pau! Aí, é pra acabar! Fechei a cara e revidei o olhar da moça. Kane. Acho que já ouvi esse nome antes.

– Diga-me senhora. Do que, exatamente, a senhora está falando.

Ela sorriu para mim, inclinou a cabeça para o lado e respondeu:

– Ele acaba de libertar o seu patrão. Osíris.

Eu estava chocado. Mas, algo estava errado. Balancei minha cabeça, confuso. Eu sabia que presenças antigas estavam repercutindo no Ma’at. Pude sentí-las. Aquela mulher estava afirmando que era o meu senhor Osíris, mas algo estava errado com a informação. Eu não senti apenas Osíris. Haviam outros, tenho certeza.

– Você deve estar enganada. ~~eu disse~~ Eu senti uma alteração no Ma’at. Mas, se o que me diz é verdade, então não foi somente um deus que foi liberto. Outros vieram também.

A expressão sorridente desapareceu, surgindo em seu lugar uma máscara de confusão.

– Outros? Tem certeza?

– Sim. Tenho. Senti pelo menos outras quatro.

Agora ela demonstrava preocupação. Começou a andar de um lado para o outro, nervosa, balbuciando algumas palavras que eu não consegui entender.

– Olha moça... ~~eu comecei.

– Ruby.

– Como?

– Ruby. Meu nome é Ruby.

– Hmm. Certo, então... Ruby. Você precisa me explicar direito o que está acontecendo. Não estou entendendo nada e algo me diz que você tem as informações que procuro. Se não se importa, eu não gosto de ficar “no escuro”, por assim dizer.

Ela parou de andar e me olhou de um jeito cômico.

– Isso é uma coisa estranha de se ouvir vinda do deus dos mortos. ~~ela sorriu.

Eu percebi a ironia. E não posso dizer que gostei. Mas, no momento em que eu ia revidar, um corvo adentrou no Salão do Julgamento, trazendo no bico um rolinho de pergaminho. O pássaro deixou cair o bilhete em minha mão, deu a volta e saiu. Ruby olhou com curiosidade enquanto eu lia o bilhete.

“Querido Anúbis,

Seria um imenso prazer tê-lo como companhia para o chá. Lhe espero, pontualmente, à meia-noite, no Santuário das estrelas.

Até breve!

Nut.”

Ótimo! No melhor da conversa, a vó Nut me chama para o chá. Mas, como foi eu quem pediu, a moça dourada teria de esperar.

– Estou sendo convocado para visitar uma deusa. Você não sairá daqui até que eu retorne. Ainda tenho perguntas para você. ~~ fiz a minha melhor cara de malvado, para ela saber que eu não estava brincando.

– Tudo bem. ~~ela respondeu~~ Não tenho nenhum outro lugar para ir mesmo! ~~ ela deu de ombros.

Olhei mais uma vez para ela. Queria me certificar de que ela não fugiria, mas não tinha muito tempo. E a minha avó detesta atrasos. Inclinei minha cabeça para moça, numa meia reverência, virei as costas e abri um portal.

Em breve eu estava pisando no chão estrelado de minha avó Nut.


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Notas finais do capítulo

Que tal? Gostaram? Se sim, digam que sim! Se não, digam que não! Só não vale ficar sem comentar.
Aguardo retorno viu! Disso depende o tamanho do próximo capítulo.
Bjus.
=D



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