Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 31
Capítulo 31




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Domingo na Toca a família inteira estava animada, como sempre. Todos estavam reunidos à mesa para começarem o almoço, quando todos se calaram quando Fred começou a falar:

– Mamãe, papai... Temos uma coisa para dizer. – Fred se levantou. Todos voltaram sua atenção para ele. – Katherine esposa de Fred também se levantou. – Nós vamos ter um bebê.

A mesa se explodiu em comemoração. Todos abraçavam os dois animados e parabenizavam.

– Então quer dizer que teremos dois bebês de uma vez? – Molly perguntou animada olhando para Sírius e Mirella.

– Na verdade, três. – Jorge disse sorrindo para Angelina.

Mais uma vez todos comemoraram, abraçando Jorge e Angelina.

– Três bebês de uma vez? Por Mérlin! Que felicidade! – Molly disse emocionada.

– Na verdade, serão quatro. – Fleur disse em seu sotaque francês. Gui olhou assustado para ela, mas depois a abraçou emocionado.

– Quatro bebês! – Arthur disse se sentando. – Quatro bebês de uma vez.

– Acho que serão cinco... – Gina apareceu na porta com sua varinha na mão, que saia alguns fios vermelhos dela.

Harry não teve reação, e Rony deu tapinhas em seu ombro. As mulheres correram para abraçar Gina, e os homens parabenizavam Harry que ainda estava em estado de choque.

– Acho que ele ficou petrificado. – Jorge disse batendo no ombro dele.

– Pega um balde de água gelada! – Fred brincou.

– Eu... Vou ser pai, de novo? – Harry perguntou se recuperando.

– Sim Harry! – Rony disse animado.

Harry abriu um largo sorriso e correu para abraçar Gina. Até se esqueceram do almoço, de tanta felicidade e comemoração. Hermione saiu do meio da multidão e se escorou na porta, observando todos parabenizarem as novas mamães. Rony percebeu que ela estava afastada e foi até ela.

– Está tudo bem? – Ele segurou sua mão.

– Sim. – Ela sorriu. – É que... Me sinto mal por não me lembrar das minhas gestações.

– Está assim por causa das notícias?

– Estou assim por tudo que está acontecendo Rony... – Ela disse sem olhá-lo. – Mas temos que aprender a conviver com certas coisas, e certas pessoas. – Ela olhou para ele e sorriu.

Rony abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido pela voz de Gina.

– Mione, vem! Vamos tirar uma foto das mulheres!

Hermione correu para se posicionar ao lado de Gina, e elas posaram para a foto, todas animadas.





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Mia sentou-se no grande salão para tomar o seu café. Teddy estava sentado lendo o profeta diário, e Victória lia uma carta.

– Bom dia. – Ela disse.

– Bom dia. – Os dois responderam.

– O que tem de novo? – Perguntou a Teddy.

– Um cara foi solto de Azkaban.

– Solto de Azkaban? – Mia perguntou. – Nunca ouvi falar de alguém que foi solto de Azkaban.

– Aqui diz que não tinham provas suficientes contra ele. E também ele já tá meio biruta já, dizendo coisas sem sentido como uma cidade lendária chamada Urbem Vitam. Todo mundo sabe que essa cidade só existe nos livros. – Ele riu, mas Mia ficou séria.

– Como ele se chama?

– Hum... Aqui diz que o verdadeiro nome dele é Max Clifford, mas ele foi preso com o nome de Pierre D’larc.

Mia olhou assustada para Teddy.

– Que foi? – Ele perguntou.

– Aí diz por que ele foi preso?

– Ah diz que ele foi preso por sequestro e não sei mais o que, mas como não tinham provas suficientes e ele parece ser um louco de pedra resolveram soltá-lo.

– Tinha algum companheiro de cela?

– Não, ficou em uma cela especial. Ele foi preso no mesmo dia que o ex Comensal da morte foi preso, mas tem regras que dizem que os Ex Comensais ficam em celas separadas dos demais. Mas por que esse interesse? O cara é o maior biruta, não amedronta ninguém. E também de certa forma mandaram ele pro Chile.

– Pro Chile?

– É... Dizem que para não causar problemas. Ele não vai voltar com certeza. Deve ter ficado traumatizado por passar tanto tempo em Azkaban. Parece que foram...

– Três anos.

– É, como sabe?

Mia não respondeu. Talvez Teddy tivesse razão. Qualquer bruxo que passasse nem que fosse um ano em Azkaban nunca mais iria querer saber de maldade.

– Intuição. – Ela sorriu. – E então Vic... Notícias?

– As melhores! – Ela disse animada! – Mamãe vai ter um bebê!

– Serio? Oh... Parabéns! – Mia disse animada. Teddy sorriu para ela.

– Sempre quis uma irmã ou um irmão!

– Não é tão fácil quanto pensa. – Mia disse rindo. – Mas é muito bom ter irmãos. Ainda mais sendo a mais velha.

– E minha mãe disse que Tia Ginny, tia Mirella, tia Angelina e tia Kath também irão ter um bebê. – Ela disse perplexa.

– O que? Todas elas? – Teddy perguntou assustado.

– Parece que sim! – Ela começou a rir.

– Nossa... Que família rápida a sua. – Teddy brincou com Mia.

– Ah, você também recebeu uma carta. – Vic a entregou.

– Pensei que papai nunca mais iria me escrever.

– Não é do seu pai... É da sua mãe. – Vic sorriu para ela.

Mia olhou a carta e reconheceu a caligrafia de sua mãe. Quase rasgando o envelope ela abriu a folha e quase a devorou:



“Querida Mia,

Espero que esteja aproveitando Hogwarts como eu aproveitei. Sei que está se saindo muito bem, afinal, seu pai sempre diz que herdou minha inteligência. Fico feliz por isso, mas preocupada por saber que herdou a coragem e a determinação de seu pai. Espero que não se meta em encrencas, e que tenha cuidado. Mal posso esperar para te ver nas férias. Sei que tem sido dias confusos para nossa família, mas fico feliz em dizer que estamos nos acertando. Eu e seu pai estamos bem, quero dizer, aos poucos. Mas sabe como seu pai é... Aos poucos iremos nos resolver. E os gêmeos crescem mais a cada dia. Allan aprendeu a falar corretamente, e graças à Mérlin não deu mais sinais de magia. Imagina só a bagunça que seria? Anny também deu o seu primeiro sinal de magia nesse sábado. Estamos muito felizes! Estou ansiosa para te ver, e pedir desculpas por ter te tratado daquela maneira na ultima vez que nos vimos, mas seu pai já deve ter lhe contado o porquê. Mas peço que não se preocupe, estamos dando um jeito nisso. O que importa é que apesar das minhas lembranças terem sumido da minha mente, meu amor por você permanece em meu coração.

Sinto sua falta,

Com amor, mamãe.”




Mia terminou de ler a carta com os olhos em lágrimas. Victória e Teddy olhavam para ela esperando uma resposta, mas ela não dizia nada. Apenas sorria.

– Que foi Mia? Não vai me dizer que sua mãe também está grávida... – Victória disse.

– Não é possível. Se estiver só pode ser alguma coisa fora do normal com sua família e...

– Não, ela não está grávida. – Mia dobrou a carta sorrindo e limpou as lágrimas que caiam devagar em seu rosto. – Mamãe está voltando ao normal.

– Oh isso é maravilhoso! – Victória disse animada. – Eu sabia que a tia Mione era forte.

– Eu não te disse? – Teddy falava animado.

– Ela disse que ainda não tem suas lembranças de volta, mas só de ter escrito essa carta pra mim e de falar que ela e meu pai estão bem... Está perfeito!

– Então ela não está grávida? – Teddy perguntou.

– Não Teddy! Está maluco? Mamãe já tem três filhos... Acho que meu pai ficaria louco com tantos filhos em casa. Ele já perde os cabelos comigo e com os gêmeos. – Ela riu. – Não... Estamos bem assim. Nossa família já é completa.

– Isso merece uma comemoração! – Teddy disse empolgado. – Descobri que Jordan da Corvinal está vendendo guloseimas. Escondido, claro... Mas acho que isso merece uma coisa especial! – Teddy se levantou. – Me esperem na sala Comunal da Lufa Lufa... Esse horário está vazio. Vamos comemorar que sua mãe está melhorando... E comemorar que a Cegonha parece que parou na casa dos Weasley e não quer ir embora mais. – Ele brincou e saiu correndo. Mia e Victória ficaram rindo esperando por ele.





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– E como está se sentindo? – As mulheres conversavam sobre gravidez, no jardim, enquanto os homens jogavam quadribol e as crianças brincavam ao lado.

– Senti um pouco de enjoo, mas menos do que quando engravidei de Tiago. – Gina disse.

– Eu também sinto enjoos, mas com frequência. Não foi assim com Victória. – Fleur comentou.

– Eu não sinto nada. Na verdade fiz o teste porque minha mãe disse que eu estava diferente, mas eu não notei nada. – Angelina disse sorridente.

– Eu senti um pouco de tontura, mas nada de mais. – Katherine falou.

– Eu também sinto muitos enjoos, Sírius fica louco com isso. Quer me levar ao hospital toda vez. – Mirella disse rindo.

Hermione ficava em silencio, apenas ouvindo a conversa das mulheres. Queria conseguir se lembrar de sua gravidez e participar da conversa. Mas não se lembrava. Não se lembrava da alegria que ficou em saber que estava grávida. Não se lembrava da alegria que Rony ficou ao saber que seria pai. Ela olhava para os gêmeos brincando, e a única coisa que se lembrava era das fotos que Tiffy tinha lhe mostrado. Queria lembrar dela segurando os bebes em seu colo. E pensou se talvez estivesse realmente grávida. Como ela e Rony iam ser dali pra frente.

– Hermione! – Gina a chamou.

– Hum? – Ela olhou para ela.

– Está tudo bem?

– Ah... Sim. Oh, para onde foram as outras?

– Ficaram com fome, foram até a cozinha. – Gina sorriu. – Está tão quieta.

– É que não me sinto a vontade em falar desse assunto. – Ela sorriu triste.

– Não se sente a vontade? Mas você teve mais filhos que nós e... Oh... Perdão Mione, por um segundo eu me esqueci e... Mérlin... Que burra.

– Tudo bem Gina... Não se preocupe. Algumas vezes eu também me esqueço de algumas coisas, se é que me entende. – Ela riu.

– Bela piada, mas não teve graça. – Gina disse um pouco séria, mas não pôde evitar dar um riso. – Hermione... Tudo vai dar certo. Amanhã vamos juntas ao St Mungus, e o resultado sai na hora. Se você estiver realmente grávida, tenho certeza que Rony vai ficar ao seu lado.

– Eu sei que vai... Só tenho medo de ele me decepcionar de novo. E eu não vou perdoá-lo outra vez Gina.

– Deixe o tempo resolver tudo, Mione.

As duas sorriram e então as outras mulheres voltaram. Não conversaram mais sobre gravidez, graças à Gina. Hermione participou animada da conversa dessa vez. Algumas vezes trocava olhares com Rony. Ele estava sem camisa montado em sua vassoura, realmente uma linda visão. Hermione não se lembrava dele ter ficado tão forte e definido. Isso a fez querer fugir com ele para um lugar mais reservado.





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Os dois voltaram para casa e já era tarde da noite. Os gêmeos dormiam cada um em um colo. Saíram da lareira e a casa estava silenciosa. Como Rony ia passar uma semana em casa, achou melhor dar a semana de folga para Tiffy.

Eles subiram direto para o quarto dos gêmeos, colocando-os em suas camas.

– Eu estou com um pouco de fome... – Rony disse quando saíam do quarto.

– Fome? Você comeu a tarde inteira Rony!

– Estou em fase de crescimento Hermione.

– Sei, vai ter crescimento aqui. – Ela pegou na barriga dele e riu.

– Ah até parece... Durante os treinamentos eu malho, sabia? – Ele riu.

– Hum... Na frente de todo mundo? – Ela cruzou os braços. Rony sabia o que significava “todo mundo”

– Não, não é na frente de todo mundo. – Ele a puxou pela cintura. – Os aurores malham em uma sala separada. – Ele sorriu.

– Assim espero. – Hermione sorriu de volta.

– Adoro quando sente ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes!

– Não? Hum... Ok. Eu tenho ciúmes de você! Agora ainda mais! – Ele sorriu.

– Mais? E tem como?

– Você sabe que eu tenho ciúmes de você?

– Não preciso ter minhas lembranças de volta pra saber que você sempre foi o maior ciumento. – Ela brincou e ele a puxou para um abraço.

– Melhor eu descer, antes que fique tarde. – Ele beijou a testa dela. – Já volto. - Ele desceu as escadas correndo entrando na cozinha. Hermione correu para o quarto, tomou um banho rápido (bem rápido mesmo, dez minutos), e vestiu sua melhor camisola com a melhor lingerie.

Rony voltou para o quarto e Hermione estava parada em pé ao lado da cama, com a camisola que ele mais adorava. Ele sorriu para ela e se aproximou.

– Hoje é alguma data especial? – Ele sorriu.

– Hum... Não. Por que seria?

– Está usando minha camisola preferida, o perfume que te dei no natal... E adoro quando joga o cabelo assim. – Ele passou a mão pelos cabelos dela. – Eu nunca me esqueci de nenhuma data especial.

– Apenas quis ficar assim... – Ela se afastou dele e deitou na cama. – Precisamos dormir... Amanhã temos que acordar cedo. – Ela se cobriu e virou de costas, sorrindo satisfeita. Rony sabia que Hermione estava jogando com ele, e sabia também que merecia. Mas aquilo era quase cruel. Ele se deitou ao lado dela, querendo abraçá-la e beijá-la, mas conteve seus desejos. Pelo menos enquanto ele tentava concertar as coisas.




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Mia, Teddy e Victória estavam na Sala Comunal da Lufa Lufa. Riam bastante enquanto se deliciavam com as guloseimas.

– Acho que batemos o Recorde. Em uma semana de aula já entramos em várias enrascadas. – Teddy disse rindo.

– Por culpa sua sempre. – Mia disse pra ele.

– Mas foi legal gente. Temos história para contar. Mas o record com certeza foi do tio Harry, da tia Mione e do tio Rony. – Victória disse.

– Isso é verdade. – Mia riu.

– Hey, por que não voltamos para lá e jogamos mais uma partida de xadrez? Vai que achamos outra coisa lá. – Teddy sugeriu.

– Não mesmo!

– Nem pensar Teddy!

– Ah gente, qual é. Não nos pegaram uma vez, não vão nos pegar de novo!

– Já tivemos sorte uma vez, não podemos arriscar.

– Por favor... Só mais uma vez. É tão legal! Já pararam pra pensar como vamos ficar famosos?

– A não ser que tenhamos uma cicatriz em forma de raio na testa não temos motivos para ficar famosos. – Mia disse.

– Vamos ficar conhecidos como o trio que quebra regras. Vão nos comparar com sua família. Seus tios Fred e Jorge são uma lenda em Hogwarts, e nem preciso dizer do seu tio Harry e dos seus pais.

As duas se olharam pensativas. Era legal quebrar as regras, e estavam começando a gostar disso.

– Está bem, mas é a ultima vez que vamos voltar lá. – Mia disse.

– Beleza! – Teddy disse empolgado pegando a capa de invisibilidade.





Os três andaram pelos corredores vazios de Hogwarts,e pararam em frente uma enorme porta. Teddy a empurrou, e eles entraram na sala escura. Correram para a porta da frente, mas ela já estava aberta.

– Espera! A porta está aberta, tem alguém aqui! – Mia disse parando em frente à porta. Teddy despiu os três da capa e encarou a porta.

– Ah devemos ter deixado ela aberta. Ninguém entra aqui Mia, nem mesmo os professores. Devem até ter se esquecido disso.

– Não sei não Teddy... – Victória disse amedrontada.

Teddy se aproximou da porta e observou a sala abandonada. Estava do mesmo jeito que a deixaram, e não havia ninguém.

– Viram? Não tem ninguém. – Ele se virou animado para elas, mas o sorriso em seu rosto desapareceu quando viu Minerva parada atrás delas. As duas se viraram e prenderam a respiração.

– Minha sala, agora. – Ela disse virando de costas e andando. Os três se entreolharam, imaginando que estavam perdidos.




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– Sabem o que significa Proibido? – Minerva perguntou extremamente irritada. – Vocês dois estão causando muitos problemas aqui! Terei que tomar medidas drásticas.

– Não nos expulse professora, por favor. – Teddy disse olhando.

– Mas eu deveria senhor Lupin. Foram à sala proibida duas vezes, saíram de Hogwarts sem permissão, e andavam pelos corredores quando deveriam estar dormindo.

– Com licença professora. – Neville entrou na sala, olhando para os três. – A Senhora me chamou?

– Desculpe incomodá-lo professor Longbotton, mas uma aluna da sua casa estava na sala proibida. Achei que devia avisá-lo para tomar medidas. – Ela encarou Victória.

– Hum... Parece que isso está no sangue não é? – Neville cruzou o braço olhando para os três. – Acho que ficaria feliz se a Senhorita Delacour me ajudasse com as mandrágoras. – Ele sorriu para ela. Durante as aulas ele notou que Victória não gostava muito das aulas de herbologia, principalmente quando se tratava de mandrágoras.

Victória fez uma cara de arrependimento e abaixou a cabeça.

– E acho justo tirar vinte pontos da Grifinória por isso.

– Vinte pontos? – Victória perguntou indignada.

– Sim Senhorita. – Neville disse sério. – Quebrar regras em Hogwarts não é permitido. Vocês tem sorte pela professora Mcgonagall não ter expulsado vocês.

– E tem mesmo! – Minerva disse. – Espero que isso não se repita.

– Sim Senhora. – Os três disseram.

– E quanto à vocês dois. O professor Squitch teve que se ausentar hoje, por problemas pessoais. Eu terei que adverti-los.

Teddy e Mia se olharam.

– Vinte pontos de cada serão tirados da Lufa Lufa. E a partir de amanhã irão ajudar Hagrid a desgnomizar os jardins de Hogwarts.

Os dois queriam naquele momento que tivessem sido da Grifinória. Era muito melhor cuidar de mandrágoras do que desgnomizar todos os jardins de Hogwarts.

– Espero que voltem direto para o dormitório. E eu irei escrever uma carta para seus pais, e para sua avó.

– Sim Senhora. – Os três disseram.

– Professor, pode acompanhá-los até os dormitórios?

– Sim Senhora. – Neville disse. – Vamos.

Os três abaixaram a cabeça e se viraram.

– A Senhorita Weasley pode ficar.

Mia parou e encarou Minerva assustada. Olhou para os dois sem entender. Eles saíram acompanhados de Neville, deixando Mia totalmente amedrontada.

– De todos os alunos dessa escola, imaginei realmente que a Senhorita seria a que daria mais trabalho. – Minerva disse olhando para ela. – Além de ter herdado a inteligência de sua mãe, parece que herdou o espírito de aventura dos Weasley. – Ela dizia séria para Mia. – Mas tenho o direito de alertá-la Amélia, não fique procurando aventuras em Hogwarts. Há coisas aqui que seria melhor que ninguém soubesse que existe.

Mia a olhou assustada.

– Mas acho que não sou eu que tenho que dizer isso. – Ela disse olhando para o retrato de Dumbledore, que encarava as duas em silencio.

– Boa noite Senhorita Weasley. – Ele disse bondoso.

– Boa noite Professor. – Mia disse amedrontada.

– Não se preocupe... Professora Mcgonagall não vai puni-la. Eu queria apenas alertá-la, como a professora Mcgonagall está fazendo. Como ela disse, Hogwarts tem coisas escondidas que nem ao menos os professores sabem. A Sala Proibida era um desses lugares. Foi um erro de minha parte ter deixado algo tão valioso com pouca proteção.

– Algo valioso Senhor? – Mia perguntou.

– Creio que está com uma pedra pequena, não está?

Mia colocou a mão em seu bolso, tirando a pedra que Teddy tinha lhe dado.

– Isso é valioso? – Perguntou confusa.

– Oh sim... Não sabe como é valioso. – Ele sorriu.

– Então... Tenho que devolver. – Ela olhou para Minerva.

– Não será necessário. – Ela disse parecendo mais calma.

– Não?

– Sabe Amélia... Em todos esses anos que estive em Hogwarts, conheci bruxos extremamente inteligentes e poderosos. Mas nenhum deles saberia jogar uma partida de xadrez perfeitamente. Seu pai, além de leal e corajoso, é também o único bruxo que conheci que consegue derrotar qualquer um em uma partida de xadrez. – Ele sorriu. Mia sabia que seu pai era ótimo no xadrez, mas não sabia que Dumbledore também achava isso. – Estou feliz em saber que a Senhorita tem esse dom. Mas também estou decepcionado. Não esperava que alguém fosse conseguir ganhar aquela partida de xadrez bruxo, por isso achei que essa pedra estava segura.

– Mas... Ninguém... Conseguiu pegá-la antes?

– Apenas uma pessoa conseguiu passar por aquele tabuleiro.

– Meu pai... – Deu um palpite.

– Sim, seu pai. Graças à ele... Uma outra pessoa conseguiu chegar à essa pedra. E claro, com ajuda de sua mãe, que ainda é uma das bruxas mais inteligentes que conheço.

– Mas eu não vejo por que essa pedra é tão valiosa. – Ela olhou para a pequena pedra em sua mão.

– Acho que contei apenas três mentiras durante toda a minha vida... E uma delas foi dizer que essa pedra foi destruída. Pensei que dizendo isso, ninguém ia se preocupar mais com ela. E achei também que algum dia ela seria útil. E a protegi, esperando que a pessoa que a merecesse iria encontrá-la. Apenas quem a merecesse conseguiria terminar aquele jogo de xadrez.

– Eu a mereço? Mas eu nem sei o que fazer com ela Senhor...

– Você saberá na hora certa. – Ele sorriu. – Mas guarde-a com cautela. Melhor se as pessoas não souberem que você a possui, principalmente seus pais.

– Quer que eu esconda a pedra até dos meus pais?

– Por hora, sim.

Mia encarou a pedra e a guardou no bolso.

– Então... Eu não estou encrencada?

Dumbledore riu.

– Pequena Weasley, ninguém fica encrencado por merecer algo tão valioso.

Mia olhou sem entender. Realmente não sabia por que uma pedra tão pequena seria tão valiosa. Minerva a liberou para ir para seu dormitório, e a acompanhou. Quando Mia finalmente estava em sua cama, não conseguiu dormir, pensando por que Dumbledore teria deixado uma coisa tão valiosa fácil daquele jeito. E então se lembrou do que ele disse: “Seu pai, além de leal e corajoso, é também o único bruxo que conheci que consegue derrotar qualquer um em uma partida de xadrez.”.

Era óbvio que ele imaginou que nenhum outro bruxo fosse capaz de ganhar aquela partida e conseguir pegar a pedra. Sem contar que as únicas pessoas que gostavam de quebrar regras eram os três. Sentiu-se feliz por ser comparada com seu pai e sua mãe. Mas estava com medo. Se tinha algo tão valioso em suas mãos, com certeza havia algum bruxo atrás daquela pedra.


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