Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 20
Capítulo 20




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Rony estava em sua sala no ministério. Graças ao seu esforço durante esses meses, Kingsley estava muito satisfeito com ele. Deu-lhe uma sala, e ele tinha tanta autoridade quanto Harry, que às vezes ficava aliviado com isso. Não nasceu para liderar alguma coisa. Já Rony estava totalmente acostumado com isso. Por isso na maioria das vezes, deixava Rony dar as ordens.

Ele organizou alguns papeis, e se levantou, seguindo pelo corredor.

– Bom dia! – Harry disse animado saindo de sua sala.

– Bom dia Harry!

– Está indo para a reunião?

– Sim!

– E as crianças, como estão? – Harry andava ao lado dele.

– Estão bem... Ainda me sinto um pouco inseguro por Hermione ficar sozinha com elas.

– Hermione sabe se cuidar Rony.

– Eu vou contratar um elfo... Preciso de alguém para ajudá-la. Ainda mais depois de ontem.

– O que aconteceu ontem?

– Foi um casal meio estranho lá. Disseram que trabalhavam no St Mungus, mas não pareciam nenhum pouco com medibruxos. Disseram que iam fazer um registro dos nascidos daquela semana.

– Mas os registros são feitos no Ministério.

– É eu sei! E ainda pediram amostra de sangue.

– Amostra de sangue? Não precisam disso!

– E vieram com perguntas estranhas... Nem perguntaram nosso nome.

– Rony... Isso é muito grave.

– É eu sei... Não dormi pensando nisso. E agora fico ainda mais preocupado com eles.

Eles chegaram à sala de reuniões, e todos os outros aurores já estavam lá.

– Bom dia! – Harry disse.

– Bom dia! – Os outros disseram juntos. Rony e Harry se sentaram em suas respectivas cadeiras e todos ficaram em silencio.

– E então... O que temos pra hoje? – Rony perguntou.

– Senhor... – Um dos aurores se manifestou. Rony era muito bem respeitado pelos aurores. – Tivemos queixas de algumas famílias, alegando que seus vizinhos mexiam com magia das trevas.

– Queixas? – Harry ergueu as sobrancelhas. – Mas isso é uma acusação muito grave.

– Sim... Mas não foi apenas uma família que reclamou. Foram três. E todas no mesmo dia. Disseram que viam luzes estranhas na casa de um casal.

– Isso não é motivo para estarem fazendo magia negra. – Rony falou.

– Eles também disseram que já se sentiram ameaçados pelo mesmo casal. – Ele continuou.

– Muito bem... Vamos averiguar isso. – Rony pegou o papel da mão do colega.

– Acho que tem coisas piores para nos preocuparmos. Nem sempre os vizinhos se dão bem. – Nicholas disse.

– E qual coisas piores nós temos, Vincent? – Rony o olhou atento. Harry preferiu ficar calado. Sabia das trocas de alfinetadas que os dois davam todos os dias, principalmente por Rony ainda insistir que Nicholas era apaixonado por Hermione.

– Por exemplo... Estão querendo libertar Pierre D’larc e Scabior.

– O que? – Rony perguntou. – Quem te disse isso Vincent?

– Estão todos comentando por aqui.

– E você como auror não deveria estar prestando atenção em fofocas, e sim em provas! Tem provas disso?

– Bom... Não...

– Então ponto final! – Rony disse nervoso. – Aliás... Se Harry concordar comigo, gostaria de dizer a todos que estão proibidos comentários que não foram comprovados.

– Concordo. – Harry disse. – Isso atrapalha nosso desempenho.

– Exatamente. Vamos apenas nos focar no que realmente é nosso trabalho. – Ele olhou para Vincent. Com certeza se Rony não fosse quase o seu chefe, ele teria atacado ele ali mesmo.

– Vincent... Você pode ir averiguar o casal. – Rony falou. –Vigie eles por um dia. Se algo estiver fora do comum você nos avisa.

– Sim Senhor. – Ele disse com desgosto.

– Ótimo... Reunião encerrada.

Os aurores se levantaram e saíram um por um. Harry olhou para o amigo, e Rony logo entendeu o olhar.

– O que foi Harry?

– Não acha que está pegando pesado demais com ele?

– Não, não acho.

– Tá certo que quase sempre ele é um imbecil, e quer ter alguma autoridade aqui... Mas você não pode tratá-lo assim apenas por achar que ele é apaixonado por Hermione.

– Primeiro, que eu não ACHO nada. Você mesmo já disse que estava desconfiado das perguntas dele sobre ela. Segundo, não vou com a cara dele.

– Bom tudo bem... Não está mais aqui quem falou.

– Precisamos averiguar essa história que ele disse sobre Pierre e Scabior.

– Você mesmo não disse que eram fofocas?

– É, mas precisamos ter certeza. Eles não podem ser soltos!

– Está bem... Depois do almoço resolvemos isso, ok?

– Certo... Vou almoçar em casa hoje. Vou aproveitar e tentar convencer Hermione em contratar um elfo.

– Boa sorte com a cabeça dura. – Harry riu. – Eu também vou almoçar em casa. Gina está reclamando de dor nas costas, não quero deixar ela se esforçar muito.

– Hum, Dona de casa Potter vai fazer o almoço hoje?

– Dona de casa não... Marido útil. – Harry riu.

– Certo. – Rony riu também.

– Nos vemos mais tarde então. Até.

– Até.





XXXX



– Mia, pode pegar a fralda, por favor? – Hermione estava tentando trocar a fralda de Allan, mas ele não parava quieto um segundo. – Mérlin... Pensei que era chatice do seu pai, mas seu irmão é mesmo inquieto.

– Aqui mamãe. – Mia lhe entregou a fralda e se debruçou sobre o berço da irmã. – Anny é tão quietinha mãe... Olha só. – Mia fez carinhos no rosto da irmã, que segurou o seu dedo.

– É sim... Se parece com você. – Hermione sorriu e colocou a fralda em Allan, que começou a chorar. – Oh não... – Hermione o pegou no colo tentando niná-lo. – Como esse menino é difícil meu Deus.

– Me deixa tentar ninar ele mamãe?

– Não sei não filha, ele se mexe demais...

– Eu vou tomar cuidado.

– Está bem, então se sente ali. – Hermione apontou para a poltrona. Mia correu e se sentou. Hermione com cuidado colocou o bebê no colo de Mia. Ela passou sua pequena mãozinha pelo rosto do irmão.

– Shhh... Não chora maninho... A mamãe está aqui pra cuidar da gente... Você tem que ficar quietinho. Não pode ficar se agitando assim.

Hermione olhava curiosa para eles, sempre atenta.

– Tem que se acalmar... – Ela falava docilmente. Aos poucos Allan parou de chorar, e ficou quieto. – Olha mamãe... – Mia disse orgulhosa.

Hermione abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu.

– Ér... Melhor eu fazê-lo dormir. E você mocinha, vai já para o banho. Já está quase na hora do almoço.

– Ahhh mãe... Mas eu queria brincar com a Anny.

– Mas primeiro vai tomar um banho, porque você brincou com o Bichento a manhã inteira.

– Ta bom mãe... – Ela abaixou a cabeça e saiu do quarto. Hermione riu. Mia sabia exatamente como deixá-la com pena.

Hermione andava pelo quarto tentando fazer Allan dormir. Como ele era o mais agitado, ela sempre o fazia dormir primeiro. Anny raramente chorava. Só quando sentia fome. Hermione sentiu o cheiro do seu perfume preferido e se virou para a porta. O ruivo estava parado encostado na porta com o casaco pendurado em seu ombro.

– Eu poderia ficar vendo essa cena por várias horas. – Ele disse sorrindo.

– Acho que não gostaria de ver sua esposa toda mal arrumada e descabelada depois de cuidar de três crianças o dia inteiro.

– Você fica linda de qualquer jeito, principalmente cuidando dos nossos filhos.

– Você aprendeu a mentir muito bem. – Ela riu.

Rony se aproximou do berço da filha, e acariciou seu delicado rosto.

– Pensei que ela estivesse dormindo... Está tão quietinha.

– Ela fica assim quase o dia inteiro. Só chora quando quer comer. Enquanto esse daqui faz a maior pirraça. Acredita que ele estava chorando agora a pouco e Mia conversou com ele, ele parou de chorar.

– Mia é um anjo, capaz de fazer qualquer um se acalmar. – Ele sorriu beijando Hermione rapidamente. – E aí campeão! – Rony pegou a mãozinha do filho e bateu levemente contra sua mão. – Não deixa sua mãe muito louca não porque se não sobra pra mim.

Hermione riu indignada.

– Eu realmente estou cansada. – Ela disse sincera balançando os braços para Allan dormir.

– Não se preocupe... Hoje mesmo vou falar com Michael. Ele é chefe do departamento de controle de criaturas mágicas... Talvez possa me indicar um elfo que esteja procurando um trabalho.

– Ron...

– Hermione, por favor, não discuta. – Ele disse calmamente. – Você acabou de assumir que está cansada. Com alguém para ajudá-la você vai poder cuidar das crianças e quando eu chegar à noite não vai estar cansada o suficiente para negar um carinho em seu marido.

Hermione ficou calada. Tinha que assumir, estava muito cansada fazendo tudo sozinha.

– Vou tomar um banho antes do almoço. – Ele disse rapidamente saindo do quarto. Hermione olhou para Allan, e ele estava dormindo. Com cuidado ela o colocou no berço. Andou até o berço de Anny para fazê-la dormir, mas ela já estava dormindo.

Hermione sorriu. Toda vez que ela ouvia a voz de Rony ela dormia tranquilamente. Era algo inexplicável, mas que Hermione já tinha percebido há muito tempo.





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– Finalmente, temos o sangue. E hoje é o dia. – Ela disse animada. – Bom... Então vamos lá! – Ela colocou a mão em seu colar.

– Tem certeza que isso vai funcionar?

– Claro que tenho!

– Mas... O sangue... Você não sabe qual é o bebê da profecia.

– Eles são gêmeos seu idiota, qualquer um serve. – Ela pegou os dois frascos. – Eu vou beber os dois. – Ela abriu o primeiro, e o virou na boca. Antes mesmo que pudesse sentir o gosto, virou o outro. Ela jogou os dois frascos no chão, e segurou em seu colar.

– Vamos... Faça.

– Olha... E se isso não funcionar...?

– FAÇA LOGO!

Ele apontou sua varinha pra ela, um pouco trêmulo.

– Avada Kedavra!

O feitiço atingiu a mulher em cheio. Ela caiu no chão, totalmente sem vida. O homem se aproximou calmamente, e pegou o colar que estava em seu pescoço. Abriu o pequeno pingente e o colocou por cima do corpo da mulher.

Durante os primeiros segundos, nada aconteceu. Até que algo saiu de dentro do pingente. Uma fumaça escura, e entrou direto no corpo dela. O homem ainda com sua varinha em mãos deu passos para trás. A mulher abriu os olhos, e com um pouco de dificuldade se sentou. O homem se aproximou e ajudou ela a se levantar. Ela olhou em volta como se não soubesse da existência daquele lugar.

– Milady? – Ele perguntou um pouco amedrontado.

– Onde está minha varinha? – Seu tom era autoritário. O homem tirou a varinha do bolso e entregou a ela. – Ah... Como é bom estar de volta. – Ela sorriu olhando para sua varinha.





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Rony, Hermione e Mia estavam almoçando. Por incrível que pareça os gêmeos estavam dormindo tranquilamente. Hermione aproveitou o tempo livre para descansar. Rony fez o almoço, reclamando o tempo inteiro que tinham logo que contratar um elfo doméstico.

– Mamãe... Eu queria ir pra escola... – Mia disse e Rony e Hermione a olharam.

– Filha... Você só tem oito anos... Vai pra Hogwarts só quando fizer onze. – Rony disse.

– Não papai... Eu quero ir pra uma escola trouxa, enquanto não vou para Hogwarts.

Hermione e Rony se olharam.

– Bom, vamos pensar na ideia. – Hermione sorriu.

Mia começou a tagarelar falando sobre o porquê queria ir para a escola trouxa, mas os pensamentos de Hermione estavam em outro lugar. Ela fechou os olhos, e pôde ver claramente um homem em sua frente, conversando com ela.

– “Bem vinda de volta Milady.” – Ele disse. – “Não se preocupe... Já sabemos onde encontrar os bebês.”.

– “Os bebês?” – Uma mulher perguntava brava. – “O que quer dizer com os bebês?”.

– “É que... Bem... Eles são gêmeos na verdade.”.

– “O QUE?”

– “Mas Milady... Não se preocupe. Stella tomou o sangue dos dois, para não haver complicações.”.

– “Para o seu bem eu espero que seja verdade... Agora só precisamos esperar... Quando as crianças completarem cinco anos, eu estarei mais forte, e assim poderei terminar logo com isso.”.

– “Sim Milady... Mas precisamos de um plano... Os pais das crianças são muito espertos...”

– “E quem são os pais das crianças?”.

– “Hermione e Ronald Weasley.”.






– HERMIONE! – Rony praticamente gritou. Ela abriu os olhos e os dois a olhavam estranhamente. – Estou te chamando há cinco minutos! O que deu em você?

– Nada... – Ela sorriu forçadamente e se levantou. – Eu... Vou ver os gêmeos. – Ela saiu apressada da cozinha, implorando para que ele não tenha desconfiado de nada... Mas ela se esqueceu de que Rony era esperto.




Ela subiu as escadas correndo, e entrou no quarto dos gêmeos. Olhou para cada um dos berços. Eles ainda estavam lá. Hermione respirou aliviada, mas nem tão aliviada. Lembrou-se do que a mulher disse: “Quando as crianças completarem cinco anos...”. Hermione sentiu um aperto em seu coração. Não poderia deixar que nada de errado acontecesse com seus filhos. Precisava contar para Rony. Teriam que protegê-los.

– O que aconteceu? – Rony parou na porta. Hermione deu um pulo se assustando.

– Rony! Não faça isso! – Ela cochichou.

– Quero que me diga o que aconteceu.

– Shhh! Vem, vamos sair daqui. – Ela saiu puxando-o pela mão e entraram em seu quarto. – Onde está Mia?

– Lá fora brincando com o Bichento. Agora quer fazer o favor de contar?

– Lembra quando aqueles... Medibruxos... Pediram para pegar amostras de sangue dos gêmeos?

– Sim.

– Eu disse que pegaria, porque não confiei muito neles.

– É eu também não confiei. Fiquei aliviado por você ter feito isso.

– Pois é... Mas eu não tirei o sangue deles.

– Não? Então... De quem era...?

Rony parou de falar e olhou para ela. Ele levantou as mangas da blusa dela, mostrando os curativos, um em cada braço.

– Hermione! Você tirou seu próprio sangue? – Ele quase gritou.

– Não tive escolha Ron! Eu não sabia pra que eles iam usar aquilo, então resolvi tirar o meu!

– Mas que ideia estúpida Hermione!

– Você preferia que fossem dos seus filhos?

– Não! Eu preferia que você tivesse me dado algum sinal, e eu expulsaria eles da minha casa!

– Isso seria pior Ronald!

– Já parou pra pensar que algo ruim pode acontecer com você? – Ele segurou os braços dela. Ela ficou em silencio. – Já aconteceu?

– Quando você chamou minha atenção agora a pouco... Eu... Vi uma coisa.

– Viu o que Hermione?

– Um homem... Tinha a voz daquele homem que veio aqui, mas não se parecia com ele. Eles falavam... Sobre os gêmeos.

Ela contou tudo o que viu e ouviu, e Rony ficou perplexo.

– Eu não estou acreditando. – Ele ficou de costas para ela passando a mão pelos cabelos. Hermione percebeu que ele estava bravo.

– Ron... – Ela tentou tocar em seu ombro, mas ele se afastou.

– Tem ideia do que pode acontecer com você?

– Antes eu do que os gêmeos...

– Não Hermione. Nenhum de vocês tem que correr perigo! Nenhum! Deveria ter me contado, eu teria resolvido isso!

– E quem garante?

– Eu garanto! – Ele aumentou o tom de voz ficando extremamente vermelho. – Se alguma coisa acontecer com você eu não sei o que eu faço!
– Temos tempo Rony... Vamos tentar descobrir tudo. – Ela se aproximou dele e mais uma vez tentou contato, tocando o seu rosto. Ele a olhou por uns instantes, e depois devagar tirou a mão dela de seu rosto.

– Vou voltar para o Ministério. Irei mandar alguém para ficar com vocês.

– Rony não precisa...

– Não discuta comigo. – Ele disse sério e Hermione se calou. Ele se virou e saiu do quarto.




XXXXXX


Rony chegou “daquele” jeito no Ministério. Ficou ainda mais impaciente quando sua secretária lhe avisou que tinham marcado uma reunião de ultima hora, e que ele já estava atrasado. Ele se apressou para ir até a sala de reuniões, e praticamente escancarou a porta, assustando todos os presentes. Não disse nem um “boa tarde”, e se sentou ao lado de Harry.

– O que aconteceu? – Harry sussurrou para ele.

– Depois. – Ele disse rapidamente. – Então, o que aconteceu? – Ele perguntou olhando para todos.

– Passei a manhã vigiando a casa que você... O Senhor... me mandou. – Nicholas falou.

– E então?

– Não aconteceu nada de anormal. O casal conversava normalmente. Não me aproximei muito porque eles poderiam desconfiar de algo. A única coisa diferente que havia era vidros de poção polissuco na lixeira. Eu mesmo analisei.

– E você acha que poção polissuco não é nada de anormal? – Harry perguntou.

– Bom... Depois que a poção polissuco foi praticamente autorizada, muitas pessoas usam.

– Ela não foi autorizada. – Rony falou friamente. – É como uma praga. Tentamos ao máximo evitar, mas ela sempre se espalha. Assim como no mundo dos trouxas eles tem problemas com drogas. Não é legalizada, mas muitas pessoas usam.

– Mas a maioria das pessoas não ligam mais para isso.

– Mas ainda é crime usar poção polissuco. Principalmente quando os vizinhos se queixam de que a família tem ligação com magia das trevas.

Todos ficaram em silencio. Sabiam que Rony estava naqueles dias, e preferiam não testar a paciência dele, ou poderiam ser demitidos.

– Eu mesmo irei verificar a família. – Harry falou. – Alexander e Zack irão comigo.

Os dois balançaram a cabeça afirmando.

– Ótimo. Reunião encerrada. – Rony se levantou e os outros aurores saíram quase correndo da sala. Rony e Harry saíram por ultimo.

– Agora me conta, o que aconteceu?

– Hermione fez uma grande burrada Harry! Uma enorme burrada!

Rony contou tudo para Harry. Ficou tão chocado que eles pararam no corredor. Harry tentou digerir tudo aquilo, mas parecia inacreditável.

– Temos que agir rápido Rony!

– Mas não sabemos quem eram Harry! E nem sabemos se foram realmente eles.

– Hermione não disse que a voz era do homem?

– É, mas muitos homens têm as vozes parecidas. Eu vou checar alguns ex-comensais... Talvez descubra alguma coisa. Também vou ler sobre profecias, às vezes acho algo.

– Certo... Eu irei averiguar esse casal e depois volto pra te ajudar.

– Harry! – Nicholas vinha correndo em sua direção. Harry e Rony se viraram para ele. – Eu gostaria de ir com você.

– Não precisa Nicholas, Zack e Alexander irão comigo.

– Mas eu queria... Não aguento mais ficar preso aqui nesse Ministério. – Ele olhou para Rony, que fechou a cara.

– Nicholas, eu realmente não preciso. – Harry tentou ser educado.

– Eu tenho um trabalho para você, Vincent. – Rony disse.

– Qual é?

– Ficar na minha casa até a hora que eu chegar. Preciso de alguém para tomar conta de Hermione e das crianças.

Harry e Nicholas olharam para ele sem acreditar. Principalmente Harry, que sabia todos os ciúmes que o amigo sentia de Nicholas.

– Está falando sério?

– Eu estou rindo por acaso?

– Não... É que... Bom... Está bem. – Puderam ver claramente certo brilho nos olhos dele, que Rony não gostou nada.

– Então o que está esperando?

– Ah... Certo. – Ele saiu correndo pelo corredor.

– Rony o que deu em você? - Harry perguntou abismado. – Você mesmo não diz que ele é apaixonado por Hermione? Por que vai deixar eles praticamente SOZINHOS em sua casa?

– Exatamente porque eu acho que ele é apaixonado por ela... Se for assim... Aconteça o que acontecer, ele vai protegê-la com a própria vida.





XXXXXX




Hermione estava tão preocupada com tudo o que estava acontecendo, que estava na sala, com os gêmeos nos carrinhos de bebê, e Mia no sofá assistindo desenho animado. Rony era contra a televisão em casa, mas como Mia cresceu assistindo desenhos, não negou o pedido da princesinha. Hermione lia um livro, mas a cada dois minutos olhava para os filhos. Estava começando a ficar neurótica. Além de ter reforçado os feitiços em volta da casa, também optou por trancar as portas.

A campainha tocou. Hermione fechou o livro rapidamente e não se levantou. A campainha continuou tocando, varias vezes.

– Mamãe, não vai atender? – Mia perguntou.

– Sim... Vou. – Hermione sorriu e se levantou. Colocou a mão em sua varinha, no bolso de sua calça. Destrancou a porta, tremendo. Assim que abriu, olhou perplexa para o homem em sua frente.

– Nicholas? O que tá fazendo aqui?

– Oi... Er... Seu marido... Pediu para que eu viesse ficar com vocês.

– Por que Rony pediu isso?

– Bom isso eu não sei. Mas eu cumpro ordens, por isso estou aqui.

– Realmente não preciso que você fique aqui...

– Não obedeço a ordens suas, obedeço do Rony! – Ele disse friamente e entrou.

– Mas a casa também é minha! – Ela disse fechando a porta.

– E dele também. E ele é meu chefe, praticamente. Então prefiro ficar aqui sem o seu consentimento do que ser demitido.

Hermione bufou.

– Oi Nicholas! – Mia disse animada.

– Oi Mia! – Ele sorriu para ela. Olhou para o carrinho de bebê, observando os gêmeos. – Se parecem com Rony. – Ele disse sem olhá-la.

– É... – Hermione respondeu desanimada. – Pode se sentar, já que não adianta eu te mandar embora.

– Eu prefiro ficar em pé. – Ele disse encostando-se na parede.

– Como quiser. – Hermione o ignorou e voltou para o sofá, pegando o livro. Ficou um pouco desconfortável com a presença dele em sua casa, mas só de imaginar como Rony deveria estar morrendo de ciúmes naquele instante fez com que ela tivesse vontade de rir. Imaginou como Rony estava realmente preocupado para chegar a esse ponto.

Enquanto ela lia o livro e imaginava Rony com ciúmes, Nicholas a observava. Ela era tão calma e serena... Olhava para os filhos de minuto em minuto. Com certeza era uma mãe dedicada. Era como se estivesse hipnotizado. Não conseguia parar de olhá-la. Até que ela olhou para ele. Tentou disfarçar e olhou pela janela. Hermione riu e voltou a ler o livro.



XXXXX



A mesa de Rony estava lotada de papéis, mas ele não lia nenhum. Olhava para a parede, encostado em sua cadeira. Não conseguia parar de pensar em sua casa. O que Nicholas estaria fazendo, se estaria dando em cima de Hermione, se estaria brincando com seus filhos naquele exato momento. Soube que tinha sido uma loucura o que ele tinha feito, e se arrependeu assim que entrou em sua sala. Mas pelo menos sua família estaria segura, pelo menos até ele conseguir resolver todo aquele problema.

– Rony! – Harry abriu a porta da sala dele e entrou praticamente correndo.

– O que foi? – Perguntou preocupado.

– Descobri uma coisa... Você não vai acreditar!









– Posso fazer uma pergunta? – Nicholas finalmente disse alguma coisa depois de longos minutos.

– Claro. – Hermione fechou o livro e olhou para ele.

– Está acontecendo algo muito grave... Para... Ele me pedir para vir aqui?

– Rony é muito inseguro. Eu não concordei em contratarmos um elfo antes, mas agora ele insiste em fazer isso.

– Você é... Uma bruxa muito esperta. Consegue cuidar da casa sozinha...

– Diga isso pra ele. – Ela riu. – Rony é muito difícil de lidar.

– Nem me fala. Quer dizer... Ele me manda fazer algumas coisas sem importância...

– Como o que?

– Bom, hoje, por exemplo, me mandou vigiar um casal. Os vizinhos se queixaram deles, mas eu acho que era apenas briga de vizinhos... Fiquei a manhã inteira parado na porta da casa deles e tudo o que eu descobri é que eles usavam poção polissuco.

– Não parece muito grave... Infelizmente poção polissuco está em todos os lugares.

– Nem me diga. E isso dificulta bastante quando estamos em uma missão... Às vezes ex-comensais se disfarçam de pessoas normais para tentarem se safar.

Hermione pensou um pouco. Lembrou-se de quando foi à Hogsmeade, e se sentiu incomodada com o homem e a mulher. Um casal. O mesmo homem que apareceu em sua mente mais cedo. O casal de medibruxos... A mesma voz...

– É ISSO! – Ela se levantou do sofá exasperada. Mia se assustou e olhou para ela. – POÇÃO POLISSUCO!

– Sim... Isso que eu disse!

– Não, você não está entendendo! Eles estavam usando poção polissuco!

– Eles? Eles quem?

– Meu Deus! Como não pensei nisso antes! – Ela praticamente falava sozinha. – Preciso falar com Rony!

– Você não pode ir falar com ele. – Ele entrou na frente de Hermione quando ela começou a andar.

– Eu não vou falar com ele agora. Não vou deixar meus filhos com você.

– O que quer dizer com isso?

– Não quero dizer nada. Só não vou deixar meus filhos com um estranho.

– Eu não sou um estranho.

– Pra mim você é.

– Pois fique sabendo que se eu quisesse sequestrar filhos de alguém, não seriam os seus. Principalmente se forem chatos como você.

– Eu não sou chata, seu... Idiota! – Ela se irritou.

– Não me chama de idiota!

– O que tá acontecendo aqui? – Rony e Harry saíram da lareira.

– Ron! – Hermione correu até ele e o abraçou. – Rony! Eles estavam usando poção polissuco! O casal de medibruxos... Era o homem que apareceu para mim!

– Sim... Eu sei. – Ele disse um pouco desanimado.

– Sabe?

– Harry foi até a casa deles.

– Foi? E então? – Ela perguntou eufórica.

– Bellatrix voltou.


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