Fall No More escrita por Má Rocha


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Um momento muito esperado está chegando! :D



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Sherlock deveria estar procurando por mais pistas que levassem a desvendar o mistério da cabine de polícia e os homens que saíam dela, mas estava ficando cada vez mais frustrado porque não conseguia chegar a lugar algum. O fato era que Sherlock não estava mais concentrado como antes. Desde que se atirou do prédio do hospital St. Bartolomews e de algum modo sobreviveu, Sherlock convivia com uma dúvida. Sim, era verdade que ele deu uma explicação oficial para Anderson envolvendo um colchão inflável, dublê e muitos figurantes, mas também era verdade que nem mesmo Sherlock acreditava naquilo.

Ele havia confiado todo o plano de sobrevivência ao seu irmão, Mycroft. Escolheu o plano Lazarus, que era o mais adequado para o momento, mas as coisas não foram exatamente como Sherlock planejara. Tudo que o detetive se lembrava era de saltar para a morte, bater a cabeça em algo azul e acordar todo molhado no apartamento do seu irmão com um galo na cabeça. Com toda a pressa necessária para ele sair do país e salvar John Watson e todos os seus amigos, essa história não tinha sido totalmente esclarecida. A única coisa que Mycroft dizia era que foi preciso colocar outro plano em prática, mas ele não explicava os detalhes e nem se preocupava em fazê-lo de verdade.

Obviamente aquilo tudo deixava Sherlock extremamente irritado, porque nunca na sua vida tantos mistérios o cercava sem que ele encontrasse uma explicação plausível. Estava em mais uma daquelas situações em que ele usava a sua teoria: “Quando você elimina o impossível, o que restar, não importa o quão improvável, deve ser a verdade”, mas a linha do impossível e do improvável estava cada vez mais tênue numa época em que vida em outros planetas, naves espaciais e visitas alienígenas eram realidade.

Quando voltou ao mundo real, Sherlock Holmes se viu sozinho, sem nenhum sinal de John Watson por perto. Como não havia nenhum sinal de perigo eminente, Sherlock decidiu se concentrar, e foi caminhando pelas diversas salas da galeria, não encontrando nada que realmente importasse. Num dos corredores do grande prédio o detetive começou a ouvir uma voz um pouco familiar falando sozinha. Aproximando-se com cuidado, Sherlock finalmente descobriu quem estava falando ao telefone: Tom, o namorado esquisito de Molly Hooper.

Como Sherlock não gostava nem um pouco de Tom e não tinha nada de melhor para fazer no momento mesmo, decidiu escutar a conversa do rapaz se escondendo atrás de uma parede paralela. O que o nosso detetive consultor escutou foi mais ou menos isso:

– Sim, ele já está com a carta... Não, não, só agora ele foi ver o quadro. Aquela garota Oswald, está com ele... Claro que a Hooper está lá, ela está cada vez mais fissurada no Doutor... – disse Tom, caminhando na direção do esconderijo de Sherlock – Não, eles não desconfiam... OK, vou para lá ficar de olho neles.

Para o alívio de Sherlock, Tom foi na direção contrária de onde ele estava escondido. Intrigado com aquela conversa, mas finalmente empolgado porque estava acontecendo alguma coisa, o detetive esperou o namorado de Molly se distanciar e começou a segui-lo. Tudo aquilo estava muito estranho, e o fato de Molly e Tom estarem envolvidos tornava tudo mais esquisito ainda. Tudo que Sherlock podia deduzir naquele momento era que não se podia confiar no namorado de Molly de nenhuma maneira.

Depois de andar por algumas salas, Tom parou para se identificar com alguns seguranças que estavam diante de uma espécie de portão de metal. Por algum motivo Tom foi logo liberado, o portão abriu para cima e ele entrou rapidamente. Sherlock esperou por algum tempo e também se aproximou dos seguranças que guardavam a porta. Demonstrando total confiança ele entregou a identificação e disse:

– Sou Mycroft Holmes, deixe-me entrar.

Os seguranças se entreolharam por alguns instantes e um deles guardou a identidade de Sherlock no bolso.

– E então? – perguntou Sherlock, mantendo o ar insolente

Rapidamente um dos seguranças agarrou os braços de Sherlock numa chave de braço digna de lutadores de UFC e por mais que Holmes tentasse se livrar, perdia bastante para o treinamento e força do segurança brutamontes. Depois de se debater sem obter muito sucesso, ele simplesmente desistiu e deixou-se imobilizar. Então o outro segurança falou:

– Sabemos muito bem que você não é Mycroft Holmes! – dizendo isso, virou-se para o segurança-lutador-de-UFC – Jones, todo invasor tem que ser levado para o presidente da UNIT, leve esse farsante lá pra dentro.

– Pode deixar! – respondeu o segurança-lutador-de-UFC cujo sobrenome era Jones

Dito isso, o portão de metal foi aberto, e Sherlock Holmes só não ficou triste por ser pego pela segurança porque a primeira coisa que viu na sua frente foi um quadro gigante. Pintado no quadro, Sherlock podia notar a rainha Elizabeth I na sua juventude, com seus lindos cabelos ruivos, e do seu lado um rosto bem familiar para o detetive. Era um dos homens que saíam da cabine azul, aquele que usava um longo casaco e All-Star, mas no quadro estava vestido com roupas do Período Elisabetano. Sherlock poderia encarar o quadro o dia inteiro, mas logo o segurança foi empurrando ele para andar adiante. A única coisa que ele teve certeza no curto período de tempo em que viu o quadro foi que ele de fato foi pintado na época da rainha Elizabeth I. Como aquilo era possível? Será que o homem de All-Star tinha algum parente distante na corte?

O quadro era uma espécie de porta, que o segurança puxou enquanto segurava Sherlock com uma só mão. Nesse meio tempo ele tentou se soltar, mas arrependeu amargamente quando segundos depois o segurança o segurou de novo, puxando ainda mais a chave de braço.

O nosso detetive viu-se então numa sala estranha, com diversas estátuas cobertas por lençóis e o chão todo sujo de areia, como se a sala fosse uma caixa gigante para os gatos da Molly Hooper. Sherlock não pôde prestar atenção aos detalhes da sala com areia porque mais adiante podia ouvir outra voz muito familiar que dizia:

– Bom, Doutor, esse é o quadro que Elizabeth menciona na carta e...

A voz que dizia aquela frase teve que silenciar por um momento por causa do choque de ver seu irmão diante de si sendo encaminhado por um segurança. Antes mesmo de Sherlock ou Mycroft dizerem qualquer palavra, Jones, o segurança brutamontes foi dizendo orgulhoso:

– Senhor, pegamos esse intruso que tentava se passar por você e seguindo as suas ordens, trouxe ele à sua presença!

– Mas... Seu idiota! Ele não podia estar aqui. Solte-o e volte logo para o seu posto!

Sherlock foi solto, mas não moveu um centímetro. Ele estava encarando não Mycroft, nem Tom, nem garota baixinha de vestido vermelho ou um quadro muito esquisito com uma estranha tecnologia 3-D. Sherlock Holmes na realidade não desgrudava os olhos de um estranho homem queixudo de gravata borboleta e suspensórios. O homem, por sua vez, sorria e agia com naturalidade e foi logo estendendo a mão para um cumprimento:

– Olá, Sherlock Holmes! Sou o Doutor. É muito bom vê-lo são e salvo!


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada pelas reviews, espero que tenham gostado do capítulo! Vou tentar manter o ritmo de postagem, continuem comentando! :)



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