T.N.T escrita por May


Capítulo 21
There Will Be Blood part. 2


Notas iniciais do capítulo

Olá Girls and Boys.
Tudo joínha com vocês?
Trouxe hoje o antepenúltimo capitulo, espero que gostem.
Dedico este capitulo para os fofos que comentaram o capitulo anterior: Maryh Hunter, Mina Grayson, Castiela22, Biiah Arc e Hunter Pri. A fic não terminou,mas já estou com saudades de vocês, obrigada pelo carinho!
Agora, vamos ao que importa:
Boa Leitura...



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Agora...

Era um pouco mais de sete da manhã, Meg estava na sala lendo mais uma de suas revistas já no andar superior estavam todos adormecidos. A demônio observou o anjo se acomodar à sua frente.

– Finalmente, pensei que não sairia nunca mais daquele quarto. Ashley sabe que você a estava espiando?

Castiel suspirou e a ignorou, procurou não esquecer que ela também o ajudara, mesmo sabendo disso, seus instintos lutavam para que a matasse.

– Andei pesquisando sobre a ruiva lá em cima. –continuou Meg sem se importar como silêncio. – Não pode esconder dela o que ela é, aliás, acho incrível o fato de você ainda não ter a matado... Sei que vocês, anjos, os veem como abominações. Estou surpresa por não estarem extintos...

– Você quer mesmo falar sobre Ashley? - Castiel perguntou tentando manter a calma lembrava-se da ultima vez que tentou estar no controle da situação. Quando se tornou Deus.

–Clarence, há um monte de anjos lá fora que não se importam em sujar as mãos e dar uma de Deus por alguns instantes. –insistiu, no minutos seguinte ele não estava mais lá. – Que ótimo, me deixe falando sozinha mesmo.

No andar de cima Katherine se mexia freneticamente na cama.

“ A garota devia ter seus treze anos e parecia assustada, encolhida perto da lareira e de costas para a porta. No outro cômodo havia vampiros mortos...”

A morena abriu os olhos assustada. Mia ainda dormia tranquilamente na cama ao lado e sonhava coisas aleatórias.

Katherine sabia que não conseguiria dormir até descobrir o que aquele sonho significava. Frustrada, seguiu até o banheiro. Não demorou muito para a loira acordar com o barulho do chuveiro, virou-se e não encontrou sua irmã na cama.

Mia levantou-se preguiçosamente e seguiu para o andar inferior, onde Dean se encontrava na cozinha atacando a torta. O caçador notou a presença da loira e apontou a cadeira ao lado.

– Isso aqui está uma delícia. – informou ele de boca cheia, fazendo a garota desviar o olhar.

–Boas maneiras, Dean. –avisou. O caçador terminou de mastigar.

– Desculpe, mas isso está... awesome. –murmurou o Winchester.

– Fico feliz que tenha gostado. – respondeu Mia, o admirando. Dean voltou a olhar e segurou sua mão em cima da mesa.

– O quê está pensando?

– Em como há alguns dias estaríamos brigando e... Agora aqui estou eu, fazendo torta para você. Como isso foi acontecer?

– Ninguém resiste a Dean Winchester... – respondeu ele sério a fazendo rir.

– Eu não resisti a você? – desdenhou. – Admita você não resiste aos meus cabelos loiros, aos meus olhos verdes e brilhantes...

Dean a encarou por uns momentos observando os itens que ela elencara.

– E ao seu sorriso, e a forma como mexe as mãos enquanto fala, ou desvia os olhos quando está com vergonha, ou quando tenta ter a razão mesmo ignorando o que sente... É eu acho que não resisto a você. – o caçador admitiu.

Mia ficou muda por alguns instantes, ele realmente notara cada uma das suas manias, mesmo no curto espaço de tempo que estiveram juntos, de forma que ninguém antes fizera. O Winchester notou como os olhos dela brilharam a cada palavra que ele dissera e, ainda que não entendesse muito bem o que sentia, ficou feliz por finalmente ter dito o que queria.

– Eu não sei o que disser... – sussurrou a garota após alguns minutos de silêncio.

– Então não diga nada. – respondeu Dean a beijando.

– Mentira. Sei o que dizer sim. – disse a garota se afastando. – Desde que vi você naquele hospital eu senti algo especial em relação a você, mesmo que, naquela época, eu estivesse mais preocupada com a minha irmã e pensado em te matar quando você me falou que eu não me importava com Ashley, mesmo quando impliquei com seu carro ou não foi nada educada com você,de alguma forma, você me encantou, Dean Winchester. Não sei se foi seu jeito bad boy, ou sua forma de brincar com as coisas sérias, ou como parece sempre proteger todo mundo sem se importar consigo mesmo... – confidenciou a loira decidida a abrir seu coração. –E pode ser que eu me arrependa mais tarde, mas tenho que te falar que estou apaixonada pro você!

O Winchester escutava atentamente as palavras da loira e elas, aos poucos, o moldavam, o transformava em outra pessoa, uma mais forte, capaz de enfrentar qualquer obstáculo, o tornava um caçador mais forte. Um caçador amado. Apenas um ser humano.

– Você não vai se arrepender. Porque também estou completamente apaixonado por você. –sussurrou ele selando seus lábios novamente. O caçador puxou a garota e ela sentou em seu colo.

– Acho que eu também não resisto a você. –sussurrou a loira de olhos fechados.

***

Katherine chegou à sala e abriu um enorme sorriso ao ver sua irmã e Dean na cozinha aos beijos, ela merecia ser feliz. Sentou-se ao lado de Meg, que não se deu ao trabalho de tirar os olhos da revista.

–Bom dia para você também. –murmurou irônica antes de ligar o ipod e resolver dar uma volta. Estava morrendo de fome, mas não iria interromper o momento romântico do casal.

Katherine andava pelo ferro-velho, antes de sentar-se em uma das ferragens para aproveitar o sol fraco após a longa noite chuvosa. Pensou em como sua vida tinha mudado de repente, em um momento estava tudo normal, caçando com a sua irmã, dormindo em motéis baratos, salvando o mundo... E, então, no momento seguinte descobria que era filha de um demônio, brigou com sua outra irmã -sem saber que esta quase morrera por ela- conheceu um anjo que não quer machucar ninguém, descobriu que existem monstros piores que os que caçavam e que mataram o homem que era o único pai que conheceu. As coisas tinham tomado um rumo que ela nunca imaginaria era, no mínimo, trágico. Por outro lado, sua irmã estava feliz e parecia ter encontrado o cara certo, e tinha Sam que, apesar dela não querer sentir nada por ele e fazer poucos dias- no caso três dias- que o conhecera, parecia ser um bom amigo, um motivo para lutar, que fazia ela não se sentir como um monstro, sentir que era possível não ser um só por causa do sangue de demônio que corria em suas veias.

Fechou os olhos e tentou livrar sua mente de todos aqueles pensamentos, aproveitar a sensação dos raios de sol, quentes contra sua pele, a sensação de ter vencido mais um dia. Era essa a sensação que a movia desde que se tornara uma caçadora, a sensação de mais um dia vencido. Vivia assim, um dia de cada vez -sem ter certeza se estaria ali no seguinte- e, apesar de às vezes isso ser triste, gostava da sensação de vitória ao fim de cada dia. Abriu os olhos e, inconscientemente, eles vagaram em direção a casa.

Viu uma silhueta perto da janela no andar superior e identificou Sam Winchester sem camisa, ele parecia vê-la ali e por isso ela acenou sorrindo.

No quarto, Sam viu a garota no ferro-velho acenando. Não podia negar que, apesar das poucas horas que a conhecia, ela o cativara. A morena era diferente de qualquer outra, tinha um sorriso único e parecia ser capaz de transmitir tudo que queria apenas em olhar. Acenou de volta e lembrou-se da Palavra de Deus, sabia que a morena não iria concordar com aquilo e, de qualquer forma, não teria coragem de pedir algo assim. Era como lembrar-se do que passara com o sangue de Azazel, mas mil vezes pior, porque, como a mesma disse, não tinha como mudar de pai.

*

Na cozinha a loira pegou um pedaço da torta antes de responder a mais uma pergunta do Winchester.

– Quando eu tinha cinco anos meus pais morreram nas mãos de demônios... É bem clichê, mas foi isso, eu fugi e chamei ajuda. Como pode imaginar, ninguém acreditou quando eu falei dos olhos ou nada, pensaram que estava impressionada e me mandaram para um orfanato onde cresci e onde conheci Katherine e Ashley ,a ideia de vingar as mortes dos meus pais nunca me abandonou, mas, até conhecer Ash, não fazia ideia de como e fiquei completamente surpresa quando ela acreditou na minha versão maluca da história...

– Ela sabia como matá-los? – o caçador perguntou curioso.

– Os pais da Ashley, que ela descobriu serem adotivos, também morreram por causa de demônios e ela acabou descobrindo acidentalmente do sal. Isso não os matava ela mesma disse isso, mas tínhamos bons motivos para querer descobrir como matá-los, não descobrimos porem aprendemos a exorcizá-los e mais algumas coisas com as pesquisas da ruiva. Quando ia sair do orfanato Ashley quis ir comigo e eu não poderia negar a ela o direito à sua vingança. No fim, Katherine escolheu essa vida para ela também e então, nos tornamos caçadoras.-explicou.

***

Enquanto isso Kevin seguia Edgar, suas mãos estavam amarradas fortemente com uma corda e sua boca estava com uma fita. Lembrou-se da expressão da sua mãe quando o homem ao seu lado matara o anjo que o levara para casa, pensando nisto as memórias de Ashley preencheram sua mente e se arrependeu imediatamente de ter perguntado se o anjo não poderia protegê-lo em casa, se tivesse aceitado o convite da caçadora nada daquilo estaria acontecendo...

Tinha certeza de que aquele homem era um leviatã, não era difícil imaginar o que queriam com ele...

***

A ruiva acordou com alguns feixes de luz contra seu rosto, abriu os olhos preguiçosamente e viu o sol através da janela. Sorriu fracamente e levantou-se preparando os planos para o dia. Sentia-se pronta para caçar alguns leviatãs.

Desceu os degraus de dois em dois e cumprimentou Meg de forma sorridente antes de seguir para a cozinha.

–Bom dia casal. – desejou ela enquanto pegava uma caixa de leite na geladeira.

Os dois caçadores a olharam assustado por toda aquela alegria repentina.

– Hey ruiva, você está bem? – o Winchester perguntou assustado.

– Olha lá fora, aquilo é Sol e está brilhando! Como eu não estaria bem? Consigo sentir a vitamina D entrando nos meus poros. – sorriu ela e então deu falta de alguém muito importante. – Onde está o anjo?

– Não o vi hoje... – a loira começou a responder, mas no minuto seguinte lá estava o anjo com o semblante confuso.

– Eu estive pensando... Macacos são tão inteligentes e sensíveis. Eles descascam as bananas que comem. Temos mesmo que testar cosméticos neles? Batom é tão importante assim pra você Dean? – o anjo perguntou.

Os três caçadores o encararam sem saber o que dizer. Dean ainda procurava uma resposta para dar ao anjo quando Ashley finalmente se recuperou.

– Qual o problema anjo? Onde você esteve?

– Eu estive observando a natureza e as abelhas... – começou ele para a surpresa de todos novamente. Mia percebeu o olhar decepcionado do caçador, Dean não podia negar que observando ele e a ruiva na noite passada ele tivera esperança de que o velho Cas voltaria.

– Ok, eu não quero saber. Acho melhor nós focarmos em uma coisa: Dick Roman. Temos que mandar esses leviatãs de volta do buraco de onde saíram. – Mia o interrompeu, no mesmo momento em que Sam descia a escada.

– Sobre isso, eu achei uma coisa. – o caçador se aproximou com o caderno onde estavam as anotações de Kevin e abriu para que todos lessem.

– Três caídos? – Mia perguntou a si mesmo onde conseguiriam aquilo.

– Okay, o primeiro é de um anjo caído... – especulou a ruiva, começando a refletir sobre aquilo. – então os outros dois...

Sam sabia que a ruiva chegaria à mesma conclusão que ele chegou à noite passada.

– Então, “corte a cabeça e o corpo caíra”. – leu Dean. – Todos nós concordamos que é a cabeça de Dick, certo?

– Certo. –responderam.

Em um canto mais afastado da cozinha Castiel esticou um frasco com seu sangue para a ruiva.

– O que isso significa? –perguntou ela, mas ele não respondeu, pois a garota já sabia a resposta. – O que vai fazer Cas?

– Se precisar de qualquer coisa, só me chame. – sussurrou ele antes de desaparecer.

– Cas, não! – ela tentou impedir, tarde demais chamando a atenção dos outros. – Pelo menos deixou o sangue. – disse dando de ombros.

–Ok, então temos o sangue do Cas e concordamos em matar Dick, mas e depois? O resto... Eles vão apenas... Cair mortos? – Sam especulou.

– Talvez. –murmurou a loira olhando as anotações do caderno.

– “Talvez” é bom o suficiente para vocês? –perguntou o mais novo ao mesmo tempo em que a morena adentrava a casa.

– Então nós vamos ter que entender qual é a pegadinha. – disse Katherine ficando ao seu lado.

– Talvez essa seja a pegadinha, Deus não está nos contando o detalhe. – murmurou a ruiva.

Os caçadores se entreolharam sem saber o que fazer, tinham que encontrar uma resposta para a pergunta de Sam.

– A Palavra é de Deus... O quanto isso pode melhorar? – Dean perguntou a si mesmo.

Sem uma resposta os dois tomaram o café da manhã em silêncio e todos se dirigiam para seus notebooks à procura de uma pista. Dean encarava o caderno como seu uma pista pudesse saltar milagrosamente dali, Katherine procurava em alguns livros do local e Ashley ainda pensava sobre aquilo.

– Um é do anjo... –murmurou para si mesma. – Então os outros dois... Ah, não.

Os caçadores encararam enquanto a ruiva chamou o Winchester mais novo. Ela fez sinal para que este se sentasse na cama.

– O primeiro é do anjo, o segundo é do governante dos demônios, ou seja, Crowley... E o terceiro, e não menos pior, é um Alfa. Sério mesmo? – perguntou a ruiva.

–Sabia que chegaria a essa conclusão... –suspirou.

– Fora de cogitação! - cortou ela.

– Eu sei que você não tem boas recordações de Crowley...

– Sam, não é por mim, okay? É claro que não me agrada negociar com ele e, sim, tenho péssima recordações dele, mas, é como disse Meg, Crowley sempre é um problema. Como vamos confiar que ele vai dar o sangue dele, ou até mesmo se vai nos ajudar? Ou, o pior, e Katherine? Se ele a ver aqui vai querer levá-la para o lugar sinistro que a estava mantendo antes, e, também, tem Meg prometemos segurança a ela...

Sam escutava a garota atentamente. Sabia que Katherine não concordaria com aquilo, porém que solução mais tinham além desta? Deixar os leviatãs continuarem por mais qualquer tempo na terra além do necessário não era uma opção.

– Eu sei que o que estou pedindo é... Difícil, mas faça por Katherine. Você mais que ninguém sabe como é esse lance de sangue de demônio, e não pediria isso a você se não soubesse como ela se sente...

O caçador não sabia o que disser. Ele e Ashley sabiam que não havia outra forma, e Sam não ia prometer algo que não iria poder cumprir,ainda assim queria dizer à ruiva que as coisa se ajeitariam. O Winchester não sabia, nem um deles imaginava... Ainda.

Os dois se encararam por longos minutos, o tempo que foi necessário para a garota perceber que o caçador não estava prometendo nada.

– Eu não aceito! –declarou por fim. – Quer saber? É isso, eu não aceito. Sei pesquisar, vou encontrar uma solução que não envolva Crowley nem alfas, até porque, eles nem existem mais.

A ruiva desceu as escadas sem esperar por uma resposta, chamando a atenção de todos.

– Consigo encontrar outra saída. – anunciou. – Sei que esta é, supostamente, a palavra de Deus, mas eu pesquiso, é isso que eu falo da vida, e, se me derem um prazo a mais, vou encontrar uma saída.

Os presentes se pensaram por alguns instantes sobre a atitude impulsiva da garota e não demoraram a perceber que tinha algo errado com o plano.

– Qual o problema? –perguntou, a morena, sem desviar os olhos do computador.

–A pequena Cole quer salvar o dia. Assim como o anjo. – Meg supôs rolando os olhos.

– O plano é péssimo. – disse ao mesmo tempo.

– O que há de errado com o plano? – O Winchester mais velho agia como se começar um plano baseado no “talvez” o agradasse. Todos sabiam que não.

– Por favor. Uma semana, e, se não conseguir, vocês podem fazer o que deve ser feito e eu aceito, só me deem uma semana. Só isso. – a ruiva implorou. Ninguém entendia o porquê do problema com a palavra de Deus, tinham consciência de que poderia ser um plano falho, ainda assim, era tudo que tinham. Nenhum deles pensava que precisariam se aliar à Crowley.

– Ruiva, uma semana a mais para você é uma semana a menos para as pessoas que estão sendo, literalmente, comidas por aqueles bocudos lá fora. – Dean falou de forma racional, seu irmão que descera logo após Ashley, observava atentamente.

Ashley não tinha argumento contra o fato exposto da forma que o loiro fizera. Compreendia que estava colocando seus sentimentos e o da sua irmã acima da vida de outras pessoas, mas, apesar de ser uma caçadora era humana, tendia ao egoísmo.

– Três dias. – pediu.

– Diga por que não quer seguir o plano original. – intimou o Winchester mais velho. Os demais assistiam em silêncio, esperavam a resposta da garota enquanto a mesma tentava formular uma sem dizer suas verdadeiras razões.

– É um péssimo plano. – repetiu.

– É, eu entendi na primeira vez que você falou, ruiva, acontece que não acredito em você e, até que confie em nós e diga o verdadeiro motivo para isso tudo, seguiremos o plano original. – decretou o Winchester para a surpresa geral.

– Para inicio o meu nome é Ashley e não “ruiva” ou “pequena Cole” ou nada do tipo, segundo eu não te conheço de verdade para confiar tudo que sei em você, até agora nós nos toleramos por conveniência de ambas as partes, interesses mútuos. Eu ajudei com o seu irmão e com o seu anjo em troca você me ajudou com a minha irmã e foi isso. Não estabelecemos nenhuma relação à base de confiança. – Ashley enunciou. – Agora estou dizendo que posso fazer um plano melhor do que apenas confiar que talvez todos os outros leviatãs morram quando cortarmos a cabeça de Dick. Simples assim.

Mia e Katherine se levantaram prontas para intervir. Sam se aproximou do irmão. Os três se preparavam para apartar e defender. Meg parecia entediada, como sempre.

***

Kevin digitava rapidamente tudo que conseguia traduzir da tabua entregue por Dick. A imagem da sua mãe presa se repetia na sua cabeça e não podia deixar de sentir-se culpado. Pensou que se a ruiva estivesse ali, de alguma forma, daria uma forma para que se sentisse melhor. O leviatã chamado Edgar deixara o cômodo seguido por Dick momentos antes. Procurou rapidamente por qualquer forma de escapar dali e encontrou a porta aberta, para sua surpresa.

***

Katherine seguiu a irmã rumo ao andar superior.

– Qual é o real problema com o plano? –perguntou captando a atenção da ruiva que adentrava o quarto.

– Eu já disse, é um plano ruim. Péssimo na verdade... – Ashley respondeu e se jogou contra a cama.

A morena ficou por ali a encarando, buscava o que dizer sem nada encontrar. Conheciam-se há tanto tempo, eram como irmãs uma para outra, ainda assim não encontrava forma de recuperar o contato que perderam ou uma maneira para mudar as palavras que dissera. A outra garota observava o teto, sabia que Katherine procurava o que dizer, seu dom dava a ela a sabedoria que precisava para perceber que a irmã estava uma completa confusão por dentro. Esperou pacientemente.

– Ash, eu sinto muito.

– Eu sei o que você sente. – interrompeu a mais velha.

– Sei disso, mas me deixe falar. Por favor. – pediu Katherine. – Eu fui injusta com você. Estava magoada e com raiva, perdida, para falar a verdade. Queria culpar alguém e você foi o mais fácil que achei, por que era e ainda é difícil para admitir que não há culpado nesta história. Talvez Crowley seja, mas não alguém de nós. Sinto muito por tudo isso. Pelas coisas que disse a você, porque fui cruel e não tinha esse direito, por não ter estado ao seu lado durante todos esse anos...

– Eu só queria te proteger, Katherine. Eu teria feito qualquer coisa por você, porque é minha irmã e porque eu te amo mesmo você sendo uma babaca e, apesar das coisas que você me disse, sempre vou continuar tentando te proteger. Sinto por não ter conseguido antes. – Ashley interrompeu se levantando da cama e abraçando a irmã para a surpresa da morena.

– Então você... – supôs a mais nova.

– Te perdoo. Claro que sim, sua boba, eu não ficaria brigada por você por muito tempo, somos uma família e a família deve ficar junta. Sempre.

As duas se abraçaram. A vida que viviam era solitária, uma vida onde tudo que tinham era a família. Não iam perder uma a outra.

– Você não é um monstro. – disse Ashley olhando a irmã nos olhos. – Você é você, a minha irmã. Eu vou até o inferno se for preciso para te convencer disto, embora eu não morra de vontade de ver o Capiroto.

As duas riram por um momento, voltando a serem as duas crianças que se conheceram no meio do medo e do desespero.

Elas conversaram por algum tempo evitando temas delicados. Katherine não queria falar sobre Crowley e Ashley não desejava falar nada que não fosse humanamente comum. Ao voltarem para a sala, o clima ficou pesado, Dean não gostara nem um pouco da forma que a garota se pusera instantes atrás.

Mia reparou que Kath e Ashley sentaram-se próximas e desconfiou que tinham se acertado, como sempre. O Winchester percebeu o que a loira observava, passou o braços por cima do ombro da garota em sinal de apoio. A caçadora sorriu o beijando.

Katherine viu a cena e, para implicar com a irmã mais velha, fez um barulho de nojo.

– Vão para um quarto! – gritou quando começaram a se empolgar e jogou uma almofada que acerto a cabeça do Winchester.

Ashley que até então estivera perdida pensando em onde estaria o anjo sorriu a ver a morena e a loira se olhando mortalmente. Katherine e Mia amavam implicar uma com a outra e a ruiva sabia que a irmã mais nova só estava devolvendo as piadinhas que Mia fazia quando uma ou outra arrumava algum romance.

– Estou indo chegar como está o plantio de Dick, alguém vai comigo? – anunciou.

– Podemos ir no shopping, preciso de roupas? As minhas ficou no meu antigo, e morto, Mustang. – pediu a morena que estava com as roupas das irmãs.

– Você roubou um Mustang? - perguntou Sam.

– Qual o problema? Precisava de um carro e ele era lindo. –defendeu-se.

– Ela precisava de um carro e eu quero ter algo para fazer enquanto vocês continuam com esse plano maluco. Agora podemos ir?

– Vocês não podem sair por ai assim, tem anjos atrás de você e o rei do inferno atrás da Katherine. – a loira adiantou-se, preocupada.

– Eu vou com elas. – Meg se ofereceu ao mesmo tempo que as duas diziam saber se cuidar.

E assim as duas caçadoras saíram seguidas pela demônio.

A casa permaneceu em silêncio por algum tempo, antes de Dean intimar:

– Então você vai nos contar o que está acontecendo, Sammy?

***

Sam explicou a eles o que estava acontecendo. O fato de Crowley estar envolvido nisto foi o suficiente para a loira apoiar a irmã em procurar outra saída, ao contrário, Dean continuou apoiando o plano original, sabia que era a única chance que tinham.

– Mia, é a palavra de Deus, se existisse uma outra forma, você não acha que ele teria nos dito isso? – o caçador tentou convencê-la.

– Nos aliar ao Crowley é romper com Katherine e Ashley, eu já falhei muito com ela não vou falhar novamente.

Dean entendia o sentimento da garota, ela só queria proteger a sua família assim como ele mesmo fazia em relação a Sam. Mas naquele momento eles tinham que pensar em todo o mundo.

– Tenho certeza que elas querem acabar com isso tanto quanto qualquer um de nós e se para isso temos que envolver Crowley elas não negariam. – o mais novo tentou convencê-la, mas outra parte de si o dizia o oposto.

A loira colocou a cabeça nas mãos. Era seu trabalho salvar todo mundo, era sobre isso que se tratava ser uma caçadora. Sobre por os sentimentos num canto esquecido e fazer o que precisava ser feito, sempre fora boa com isso, mas agora que envolvia sua família e como as coisas tinham mudado ela não tinha mais tanta certeza se queria realmente acabar com tudo aquilo.

– Elas não vão me perdoar Dean. – sussurrou.

– Claro que vão, não seja tão pessimista. – Dean respondeu afagando as costas da garota que balançou a cabeça negativamente.

– Não vão não. – resmungou ela escondendo o rosto. O caçador rolou os olhos com a atitude dela.

– Mia... – chamou suavemente, enquanto Sam voltava para sua pesquisa. – Mia, ela vão entender, elas sabem que é a única forma de salvar todos nós e mandar os leviatãs de volta para o lugar de onde vieram.

– Eu sei, é o que qualquer uma delas quer, mas não desta forma. – respondeu a loira o encarando.

– Se é o que elas iriam querer, vamos chamar Crowley, elas vão entender quando tudo estiver feito e vão te perdoar. – garantiu o Winchester.

A loira o observou atentamente, o tom que ele usara mostrava que não estava aberto à discussão, e ela conhecia suas irmãs o suficiente para saber que, se não fosse pelo fato do que aconteceu com Katharine, qualquer uma seguiria com o plano.

– Ok, mas vamos chamar o desgraçado agora antes que eu mude de opinião. – a garota falou.

– Essa é a minha garota. – Dean comemorou.

Os três arrumavam tudo rapidamente quando o anjo apareceu no cômodo.

– Vocês estão certos de que isso é o certo a fazer?

– É o que deve ser feito. Alguém tem que mandar esses leviatãs de volta para a casa. –respondeu Dean segurando a faca contra a pele.

No minuto seguinte o demônio aparecia.

***

As irmãs colocaram as ultimas sacolas no carro e logo as três estavam seguindo de volta para a casa de Bobby. A manhã tinha sido movimentada e as garotas comprar mais roupas do que seriam capazes de usar durante o ano, mas apesar das compras exorbitantes em cartões de créditos falsos, o tempo serviu para que as duas se reaproximassem.

– Isso tudo está bizarro! –exclamou Katherine. Observando a cidade que desaparecia atrás do carro.

– Dick está transformando as pessoas em mortos-vivos. Isso está completamente fora de controle. – confirmou a ruiva voltando às antigas preocupações.

Meg rolou os olhos observando ao redor, estava estranhamente quieto na cidade, nenhum demônio fora encontrado e ela começava a se preocupar com isso.

– Hey pequena Cole, consegue sentir algo diferente? – perguntou a demônio e a garota se encolheu levemente. Não queria conversar sobre o dom na frente da sua irmã, sentia-se errada, não era normal.

– Não Meg, não sinto nada diferente. – respondeu sem tirar os olhos da estrada.

Katherine percebeu que a irmã ainda não gostava de conversar sobre seu dom, ele era tão sutil que às vezes ela própria esquecia que a irmã o tinha. A morena perguntou-se quem seriam os pais da garota ao seu lado.

Meg no banco de trás mexia as mãos nervosamente, seu instinto dizia que havia algo errado.

– Pare o carro! – gritou Katherine de repente. Assustando Ashley que quase bateu uma arvore antes de conseguir recuperar a direção do carro.

A ruiva se recuperava do susto de quase bater seu amado carro enquanto, ao seu lado, Katherine repassava a imagem que vira antes.

– Crowley... –sussurrou a morena assustada, e logo a irmã olhou em volta à procura do demônio. – Não aqui, em casa. – explicou.

– Não, eles não fariam... – Ashley tentou dizer a si mesma.

– O quê? Crowley? O que aqueles imbecis pensam que estão fazendo? Tínhamos um acordo!- Meg protestou.

– Vamos resolver isso Meg, não se preocupe. – Ashley tentou acalmá-la.

– Lamento pequena Cole, mas estou caindo fora. Adeusinho...

– Meg não! – Ashley pediu, mas a demônio já não estava mais lá

O carro ficou em silêncio novamente. Ashley não queria pensar em como a irmã se sentia, porque ela própria se sentia um pouco traída, mesmo quando seu lado racional dizia que os Winchesters e Mia tinham feito a coisa certa.

– Era sobre isso? O plano envolvia Crowley? – Katherine perguntou ao juntar as peças.

– Era. Sinto muito.

A ruiva ligou o carro novamente e continuou o caminho até a casa. Não esperava que eles fossem agir tão rápido, na verdade pensou que ganharia os três dias, mas pelo visto não. Iriam ter que confiar no demônio.

– Ele vai me levar de volta. – sussurrou a morena, seu tom não demonstrava medo, era uma constatação.

– Não, ele não vai. – afirmou a irmã. Ashley acreditava que talvez agora que aprendera a lidar com seu dom, pudesse proteger a irmã.

***

Kevin acabara de digitar a tradução da Palavra de Deus para Dick e, aparentemente, sua mãe fora liberta.

– Bom trabalho você fez aqui. Princeton ficará feliz em receber alguém como você, mas infelizmente, terei que pedir sua presença aqui por mais um tempo. – murmurou Dick.

***

– Ora, ora. Olá rapazes, vejo que possuem companhia. – o demônio chegou tagarelando. – Olá Mia, é num prazer finalmente conhecê-la, parece ser brilhante assim como as duas que você chama de irmãs. Não tanto quanto minha pequena Ashley e não mais que a minha querida filha, mas ainda assim brilhante. E Castiel que desprazer te rever, pensei que finalmente morrera, porém vejo que me enganei...

– Crowley, te chamamos aqui por um motivo! – Dean interrompeu.

– Claro que têm um motivo, por que mais chamariam um pobre diabo...

– Te chamamos aqui por que descobrimos uma forma de mandar os leviatãs de volta para o purgatório. – interrompeu Mia.

– Mas para isso precisamos do seu sangue. –completou o caçador, captando a atenção do demônio.

– Onde está a pequena Ashley? –perguntou e Castiel se mexeu incomodado com a pergunta do demônio.

– Dane-se onde ela está. – Dean respondeu incomodado com o fato de a loira estar no mesmo recinto do demônio, mesmo sabendo que ela conseguiria se proteger bem sozinha seu instinto era maior.

– Como descobriram isso? –sondou.

– Não importa, vai nos ajudar ou não? - Sam intimou.

– Com prazer, mas não agora. Primeiro vocês devem ter tudo o que irão precisar e só então darei meu sangue a vocês, afinal não posso correr o risco de vocês por ai com um frasco do meu sangue...

– Precisamos de um alfa, sabe onde arrumar um? – a loira o interrompeu.

– Porque ele deveria saber onde está o maldito alfa, se nem ao menos deveria estar aqui?!-0 Ashley se pronunciou assim que abriu a porta.

–Minha querida Ashley, sempre to delicada.. – o demônio ironizou. – Sentiu minha falta?

– Não nenhum pouco. Por que você não volta para o inferno mesmo?

– Pergunte para seus amigos aqui, já que aparentemente eu sou necessário para resolverem o caso com os leviatãs. Má noticia não? – Crowley provocou.

– Sim, péssima. –rosnou a garota dando alguns passos na direção do demonio, mas foi impedida por Castiel que a segurou.

– Katherine, que filha mais ingrata eu fui arrumar...

Castiel se posicionou na frente das duas recém chegadas e silenciosamente se perguntou por Meg.

– Veja só, está faltando uma... Meg, Meg, vai ser bom encontrá-la novamente. – murmurou o demônio para si mesmo. Ashley carregava um olhar desesperado. - Para a sorte de vocês eu soube por fontes muito confiáveis que ainda resta um alfa...

– Que fonte? –interrompeu Katherine.

– Eu. Mantenha os amigos perto e os inimigos blá, blá... Pensei que fosse mais inteligente filha.

– Ele tem espiões. – explicou Ashley rolando os olhos, era lógico que o demônio não era descuidado. Torcia para que Meg conseguisse escapar.

–Bom, rapazes e garotas, tenho que ir. Pode ficar com eles por enquanto querida, papai vem te buscar quando der a hora. – provocou Crowley desaparecendo.

– Onde está o alfa? –gritou Dean e as chamas cobriram a mesa. – Só precisava de um papel. –resmungou.

O silencio perdurou alguns instantes.

– Eram só três dias, era tão difícil para você esperar Dean?

– Para mim não, para o mundo sim. – respondeu ele subindo as escadas. – Qualquer um que não seja a ruiva e a morena que está sendo caçada por demônios pode vir.

– Bitch. –xingou Ashley jogando-se contra o sofá.

– Está tudo bem? – Castiel perguntou sentado-se ao seu lado.

–Pareço bem? Meg foi pega o que significa que não cumprimos nossa parte do acordo. O loiro está agindo como se estivesse cinco anos e fosse o comandante do parquinho e, agora, Crowley sabe onde encontra Kath.

– Vai ficar tudo bem...

– Você chegou a esta excelentíssima conclusão? Observando os macacos ou as abelhas? – a ruiva respondeu mal-humorada.

O anjo olhou um pouco ofendido a ruiva que começava a se arrepender do que tinha dito.

– Sinto muito. – ela disse rapidamente. Castiel assentiu e continuou em silêncio.

– Por que eu não posso ir? –Katherine perguntou indignada.

– Por que tem mais demônios do que eu posso contar lá fora e um passo e estamos as duas, nas mãos de Crowley. – respondeu Ashley contra gosto.

Mia desceu de mãos dadas com o caçador e com uma mochila nas costas, assim como Dean e Sam.

– Se cuida. – murmurou Sam ao passar pela morena que observava a movimentação indignada por não poder fazer parte da caçada.

A preocupação do caçador fez com que ela cedesse, sabia que só queriam protegê-la, ainda assim sentia-se uma inútil por não poder ajudar.

– Se cuida você. – sussurrou para ele.

***

A noite já caíra quando Dean parou o carro na frente de uma mansão.

Mia não pôde evitar lembrar-se de filmes de terror ao olhá-la, algo não estava certo ali, não precisava da sua irmã sensitiva para saber isso.

– Qual o problema? –perguntou Dean percebendo a inquietação da garota.

– Nenhum... mas você não acha que está quieto demais?

– Está à noite, já devem ter ido dormir... – supôs Sam.

– Ou então é uma armadilha... Peguem as coisas, vamos entrar. – anunciou o mais velho.


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Notas finais do capítulo

E então gostaram?
Capitulo que vem teremos o desfecho da procura ao alfa e ele será o capitulo final, ainda assim teremos o epilogo em seguida.
Já morro de saudades!
Kisses and Candies



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