T.N.T escrita por May


Capítulo 20
There Will Be Blood part. 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem?
Dedico este capitulo a: Maryh Hunter, Mina Grayson, Hunter Pri, Douglas Winchester e Biiah Arc. Obrigada por terem comentado seus lindos!
Neste capitulo teremos momentos românticos e algumas complicações.
Espero que gostem...



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Agora...

A ruiva desvencilhou-se do anjo e olhou ao redor.

– Estamos na Califórnia? –perguntou ela reconhecendo o lugar.

– Sim, Carmel. –respondeu o anjo, observando a reação da garota.

Ashley fungou e secou os olhos. Observou as ondas que se quebravam em pequenas montanhas que adentravam aos limites da praia. O sol se punha lentamente e o frio não era mais que uma lembrança.

O céu estava tingido de diferentes tons dourados que se misturavam aos tons arroxeados da noite próxima, transmitia certa nostalgia. A praia estava deserta e a falta de qualquer placa ou indício de civilização mostrava que era uma praia pouco ou não frequentada, ainda assim Ashley reconhecia aquele lugar, se olhasse a norte poderia ver a casa na qual tinha morado com os pais quando criança.

– Porque me trouxe para cá?

– Por que você precisava sair daquele lugar e, depois de ter estado ao meu lado quando precisei, quero que saiba que estou ao seu. – afirmou o anjo segurando a mão da garota.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da garota antes de sorrir fracamente.

– Você é estranho. –sussurrou ela se aconchegando contra o peito dele, que a olhou surpreso e um pouco ofendido. – Sabe tem um monte de anjos querendo minha cabeça em uma bandeja e você quer me ajudar? Eu tenho uma teoria sobre isso.

Castiel a olhou e por algum tempo admirou a beleza da moça antes de interrogar:

– Têm?

–Sim, ou você é um ótimo ator e está me enganando para me matar enquanto durmo ou então, você realmente é maluco e quer me ajudar. Como a primeira tese é complicada demais, afinal se quisesse me matar já teria feito, vou confiar na segunda. –sussurrou ela. Olhos nos olhos. O anjo sorriu.

– Ótima escolha. –elogiou suavemente.

O tempo passou, lentamente, o som do mar era a única coisa que escutavam. Nenhum dos dois entendia o que sentiam um pelo outro ou o quê aquilo significava, mas sabiam que podiam confiar um no outro.

– Você sabe o que tenho feito com o Kevin? –perguntou timidamente encarando a forma que sua mão parecia se encaixar perfeitamente na dele.

– Sei que tem o ajudado com seu dom, foi muito sutil tenho certeza que ninguém mais percebeu. – elogiou.

–É, é um dom sutil. Queria poder fazer o melhor com o que me foi dado, fazer com que não se pareça com o fardo que é. Mas não parece certo influenciar decisões que não cabem a mim, mandar um garoto tão longe da família e privá-lo de ter seus próprios sentimentos...

Castiel a abraçou cuidadosamente, sabia como a garota sentia-se em relação a si mesma, desejou poder contar-lhe de onde vinha seu dom, fazê-la sentir-se melhor com o que era e com o que era capaz de fazer, entretanto que ela não estava preparada para aquilo, não agora.

– Está fazendo o melhor. Esta seria a decisão dele, o ajudou a não sofrer com isso. Tem tirado toda dor e confusão que ele sente e sei que isso custa muito a você. Não deveria sentir-se culpada por ajudá-lo. –sussurrou o anjo contra os cabelos da garota.

***

Na casa de Bobby, os caçadores já tinham dado a falta do anjo e da ruiva. Meg tinha chegada há algum tempo com algumas sacolas. O seu desaparecimento e reaparecimento rendeu algumas discussões. Dean não confiava nela e foi apoiado por Mia, que também não depositava fé alguma em seres de olhos negros. Katherine, entretanto, confiou nela, afinal esta tinha sido a responsável por ter saído do covil de Crowley e Sam tendeu a apoiar a morena, de forma que a demônio foi aceita de volta sob olhares desconfiados dos loiros que seguraram suas armas com força.

–Um passo em falso e eu acabo com a sua raça. Não pense que só porque você salvou minha irmã que eu esqueci o que você é. –resmungou a loira ao passar pela demônio. Dean a olhou orgulhoso por alguns minutos antes de segui-la para o andar superior deixando o irmão com a faca de Ruby.

Dean correu até a loira que já fechava a porta do seu quarto e colocou o pé a impedindo. A loira o encarou assustada.

–O que você está fazendo? –sussurrou ela nervosa.

– Só vim conversar já que, aparentemente, você está me evitando. – respondeu o caçador a olhando maliciosamente e entrando no quarto.

– Estou? Porque acha isso? –a loira se fez de inocente.

– Não sei... Talvez, por que esteja com vergonha. –supôs se aproximando.

–Não tenho vergonha de você! – a loira o encarou desafiadoramente. Os braços do Winchester, contra a porta, um a cada lado seu impossibilitando escapar dali.

– Não? –desafiou Dean diminuindo a distância que existia entre eles. Ambos se encaravam desafiadoramente.

Mia sentia a respiração do caçador contra seu rosto a desconcentrando. Sentiu seu coração se acelerando.O desejo crescia em ambos.

Dean parou de encarar a loira e desviou sua atenção aos seus lábios entreabertos. Sentiu-se tentado a beijá-la novamente. Acabou com a distância entre eles. Tomou seus lábios ferozmente e foi correspondido de imediato. As mãos da loira foram para seus cabelos enquanto as mãos de Dean passeavam pelo seu corpo. Tateando, massageando, sentindo. A garota tomou impulso, tomada pela coragem, e cruzou as pernas ao redor do rapaz que os guiou até a pequena cama.

O beijo foi quebrado apenas para o rapaz tirar a camisa e logo seus corpos se encontraram mais uma vez. Mia passava as unhas nas costas do rapaz.As mãos do rapaz por baixo da camiseta dela. Não tardou a descobrir o sutiã dela e logo ela ergueu os braços para que pudessem se livrar das peças indesejadas. O Winchester a admirou por alguns instantes antes que ela o surpreendesse invertendo as posições e tomando o controle. Ele sorriu malicioso.

Mia desabotoou a calça lentamente, sem nunca quebrar o contato visual. E então livrou se da ultima peça de roupa do rapaz, tirando alguns gemidos do loiro.

***

No andar inferior Sam estava pesquisando sobre as ultimas atitudes de Dick no notebook, Meg lia uma revista qualquer. Katherine estava deitada no sofá entediada, até que a monotonia foi interrompida por alguns barulhos proveniente de um dos quartos. OS três se encararam antes de voltar a mirar a escada.

–Oh meu Deus... –Katherine sussurrou tentando conter a risada. Sabia que a irmã era rápida, mas, definitivamente, não esperava por aquilo.

Sam voltou a encarar suas pesquisas sem jeito e Meg revirou os olhos.

Depois de um momento escutando os ruídos, Katherine levantou-se do sofá inquieta. Ainda chovia lá fora, de forma que não havia como escapar daquele episódio constrangedor. Olhou para os lados a procura de uma saída, Sam a observou discretamente.

A garota suspirou irritada, caminhou até o rádio e o ligou, aumentou o som até que conseguisse superar os demais e caminhou para a cozinha.

O Winchester voltou à atenção para o notebook onde Dick dava uma entrevista ao vivo. Meg revirou os olhos e seguiu para o quarto do profeta, precisava ir incomodar alguém, não nascera para “ficar de vela”.

Na cozinha Katherine caçava algo para fazer, sentia-se mais à vontade com as mãos ocupadas e isso sem dúvida a livraria do constrangimento. Não parecia ter nada de útil na cozinha além de garrafas de cerveja cheias e garrafas de cerveja vazias.Aliviou-se ao lembrar que Meg trouxera algumas coisas do mercado, as sacolas estavam jogadas em um canto da cozinha, mas a garota encontrou ingredientes para fazer um chocolate quente cremoso.

Sam foi inebriado pelo delicioso cheiro que vinha da cozinha e seguiu até o cômodo, onde a morena cantarolava suavemente, enquanto guardava as compras da demônio. Sentindo-se observada Katherine virou-se para porta e encontrou Sam a encarando. Imaginou que ele ficara bravo por ela estar mexendo nas coisas de Bobby, já que, segundo Mia, ele era como um segundo pai para eles. Constrangida desviou os olhos.

O Winchester não sabia o que dizer, de forma que o silêncio perdurou alguns instantes antes da morena se pronunciar.

– Eu pensei que não se importaria de eu guardar as compras... –tagarelou ela se desculpando.

–Tudo bem. –murmurou e se aproximou do fogão e a garota o acompanhou com os olhos. Sam mexeu no conteúdo marrom na panela. – O que é?

– Chocolate quente cremoso, alias já está pronto. –falou ela lembrando da panela no fogo. Tirou rapidamente e colocou sobre a mesa. Antes de oferecer:–Quer?

–Não precisa... – o caçador negou educadamente.

–Pode parar, eu faço questão. Vá em frente. –sorriu a garota lhe entregando um copo e uma colher. Ele a olhou um pouco inseguro, e ela revirou os olhos. – Você luta contra demônios, anjos, wendigos, espíritos vingativos, impediu o apocalipse e está com medo disto?

O caçador se deu por vencido e experimentou a comida exótica que a garota preparara.

– E então, passei no teste? –provocou Katherine observando atentamente a reação do rapaz que abriu um sorriso.

–Está uma delicia Katherine.

–Eu imaginava que ia gostar. –respondeu num tom esnobe fazendo o Winchester rir.

Os dois ignoraram os barulhos e comeram a sobremesa falando sobre assuntos banais.

***

Alguns raios de sol ainda insistiam em cortar o céu enquanto Ashley e Castiel andavam pela praia.

–Sabe, apesar das lembranças eu gosto deste lugar. –confidenciou a ruiva. – É pacifico, traz sensação de segurança, de que tem algo além desta vida que levamos... Quase uma promessa de um futuro melhor.

O anjo a admirou, os cabelos avermelhados chicoteavam insistentemente seu rosto delicado devido ao vento, o sol poente a deixava iluminada em cores vivas. Um doce sorriso estampava seu rosto. Ela estava feliz em rever o lugar onde crescera, e Castiel estava feliz em poder proporcionar isso à garota.

Já fazia algum tempo que os dois caminhavam pela areia, lado a lado, ainda assim ele não conseguia deixar de notar sua beleza.

–Você gosta do sol. –afirmou Castiel após um longo tempo a observando.

–Sim. Sol e mar,ainda mais na hora do crepúsculo, é minha hora preferida do dia. –admitiu ela. –É hora mais feliz para caçadores, eu acho. A hora que você olha para trás e vê as vidas que salvou e sentimos aquela sensação de missão cumprida. Faz tudo isso ter um sentido.

Os dois continuaram a caminhada em silêncio, o anjo continha um sorriso discreto nos lábios. A ruiva, então, lembrou-se da conversa de mais cedo onde ele mencionara sua mãe, quis perguntar sobre ela, como era, quem tinha sido, mas preferiu ficar em silêncio, não queria estragar aquele momento. Castiel fora o único anjo que não queria matá-la, embora tivesse tentado quando a viu alguns dias atrás, -pensando agora parecia há uma eternidade- e de alguma forma, ela não queria estragar aquela estranha amizade que se estabelecera entre eles.

O anjo percebeu a inquietação da garota, mas preferiu deixar que ela falasse quando se sentisse confortável. Eles deram mais alguns passos quando a curiosidade da garota falou mais alto.

–Você disse mais cedo que minha mãe se orgulharia de mim. Sei que não estava falando do mulher que me criou, pois sabe que eu fui adotada... Então eu preciso perguntar. Você a conheceu?

Castiel parou e respirou fundo, não imaginava que ela tinha prestado atenção no que estava dizendo, se arrependeu por ter falado aquilo.

–Sim. –respondeu ele e continuou andando. Ashley olhou as costas do anjo que se afastava e correu até ela. Aquela era única pista em anos de pesquisa.

–E como ela era? O que era? Porque me abandonou? Ela era algum monstro? Você a matou?Conheceu meu pai? Você sabe o que eu sou? Porque eu vejo sua verdadeira forma ou a de Meg? Porque eu sou capaz de manipular os sentimentos dos outros?–ela o bombardeou de perguntas. O silêncio que se instalou após os questionamentos dela não era mais pacifico, ela carregado, de ansiedade da parte dela; de pesar da parte dele.

–Você ainda não está pronta para saber nada disso.

A ruiva parou com a resposta da garota, em uma hora tinha tudo o que sempre procurara ali e na outra ele lhe arrancava a sua única esperança? Com raiva ela o alcançou a passos largos.

– Como assim “ você não está pronta para saber” ? Já te passou pela cabeça que é a minha vida e eu tenho o direito de saber sobre ela? –insistiu indignada.

– Você vai saber, apenas não agora. – o anjo respondeu, calmamente, sem se deixar abalar. A ruiva o encarou raivosamente, mas procurou se acalmar, era o mais perto de uma pista do que jamais tinha chego, teria que confiar que ele lhe diria uma hora ao invés de gastar seu tempo fazendo birra.

Castiel parou de andar quando percebeu que a ruiva ainda estava lá trás.A garota caminhou sem pressa até onde ele a esperava tentando se acalmar. O sol acaba de desaparecer e não demoraria a noite chegar de fez.

–Posso perguntar só uma coisa? –pediu e como o anjo não se opôs ela perguntou: - Como ela era?

Castiel relutou em responder e vendo a hesitação a ruiva começou a perder as esperanças. Ele a olhou por algum tempo, o sorriso de antes não estava mais lá e sinceramente ela parecia lutar contra a vontade de chorar novamente.

– Parecida com você. –respondeu ele simplesmente e vendo a alegria da garota em saber qualquer coisa a respeito continuou: – A mesma cor de cabelo, um pouco mais alta, talvez. Estava sempre sorrindo, queria sempre ajudar, ela foi uma das criaturas mais adoráveis que conheci.

–“Foi”... ela morreu? –a voz não passava de um sussurro, mas o anjo a escutou e entrelaçou suas mãos. Ashley não precisava de uma resposta a atitude dele já dizia por si só.

– Está na hora de voltar para a casa de Bobby. –informou ele. Ashley olhou uma ultima vez para casa onde tinha crescido e onde aquela desgraça caíra sobre si.

–Posso fazer só mais uma pergunta?

Castiel assentiu, embora não tivesse certeza de que responderia.

– Porque todos os anjos querem me matar?

–Eu não quero te matar. – falou ele surpreso, e a garota revirou os olhos.

– Mas você pode, sabe... se pensar melhor, pode começar a me odiar... –ela se calou com estalido audível quando percebeu que parecia que queria convencê-lo a odiá-la.

–Não vou odiar você, sou incapaz de algo assim. –informou o anjo surpreso com a ideia da garota.

–Ainda bem. –sussurrou ela para si mesma. – Não quero que me odeie Cas, mas os outros me odeiam e você sabe disso. A pergunta é: por quê?

– Não posso falar sobre isso. –esquivou-se.

–Não pode ou não quer? –a ruiva perguntou parando á sua frente com as mãos na cintura.

–Não precisa se preocupar com isso, eles não vão te fazer mal. Vou te proteger, eu prometo.

Os olhos azuis do anjo transbordavam sinceridade e isso comoveu a garota. Não importava que todos os anjos a odiasse, Castiel não a odiava e isso era suficiente. Pensou em esquecer a pergunta, mas já tinha desistido da mais importante.

–Sei que vai me proteger anjo, mas até quando? Sei me cuidar, mas gostaria de saber por que tenho que me esconder deles se não fiz nada?

– Apenas se mantenha longe deles e, se não conseguir, eu te protejo. –Castiel encerrou o assunto com o olhar no horizonte, não era difícil entender porque a ruiva amava aquele lugar.

***

–Então você já teve sangue de demônio no seu organismo? -perguntou a morena interessada, graças a Deus os barulhos no andar de cima tinham cessado.

–Pois é...

Os dois se olharam por algum tempo.

–E como foi? –perguntou.

–Eu... Sonhava com coisas... E elas se tornavam reais... Depois eu comecei a poder fazer outras coisas. –respondeu evasivo. O tom de Sam deixou a garota sem jeito.

–Me desculpe, eu não deveria insistir nisto é um tema delicado para você, desculpa.

–Está tudo bem. –afirmou. – Você... Também vê?

–Sim, mas eu não sonho com elas, posso ver a qualquer momento do dia, a qualquer hora. Mas ao contrário de você, não há uma cura para mim. Ainda não existe como mudar de pai. –reclamou indo lavar a louça que sujaram, Sam a impediu segurando sua mão.

–Sinto muito.

–Tudo bem. Só porque eu sou filha de um monstro não quer dizer que eu tenha que ser um também, não é?

Sam a observou por algum tempo, lembrou-se da época que ele tinha o sangue de Azazel em seu corpo e como se sentia em relação a isso.

–Você não é um monstro Katherine. – não foi o que ele disse, mas a forma com que disse, a garota sentiu que algo mudou dentro de si naquele instante. A forma com que ele a olhava que a fazia se sentir diferente...

–Estive pensando... Talvez seja mesmo melhor eu falar com a Ashley, pedir desculpas...

–Vocês vão se entender. –garantiu Sam e recebeu um sorriso em resposta.

–Obrigada, nós mal nos conhecemos e você me ajuda tanto. –sussurrou a garota.

–Sempre vou te ajudar Katherine, sempre. – a forma com que ele pronunciou o nome da garota, se pudesse repetiria mil vezes apenas pelo sabor que tinha.

***

Kevin estava sentado o mais longe possível de onde Meg estava olhando através da janela a chuva que caia fina lá fora, longe do poder da ruiva começou pensar se era aquilo que realmente queria. Que outra solução poderia haver? Não ia envolver sua mãe naquilo e tão pouco ia se juntar àquela vida maluca de caçador. Aos poucos começava a aceitar a decisão que tinha tomado, conformar-se.

–Você confia mesmo naquela ruiva, não é? –perguntou a demônio tirando os olhos da revista. Kevin a olhou por um instante.

–Sim, eu confio.

– Então vou dar um conselho, de amiga. – sussurrou a demônio captando a atenção do rapaz. – Não confie nos seus sentimentos perto dela.

O profeta a olhou sem entender, mas não teve tempo de perguntar o por quê, pois Sam batia à porta.

–Hora de ir. – informou o caçador entrando no quarto.

Kevin pegou a tábua e entregou o caderno ao Winchester. Enquanto isso Dean encontrava suas roupas e as vestia rapidamente já que Katherine tinha gritado que ele e Sammy tinham algo a fazer e ela queria descansar.

Mia observou enquanto o caçador se vestia atentamente e ficou decepcionada quando ele seguiu, sem olhar para trás, em direção à porta. Porém para a surpresa da loira ele voltou com um sorriso e a beijou.

–Pensou que eu sairia assim? –perguntou olhando em seus olhos.

– Eu não sei mais o que esperar de você, Sr. Winchester, você sempre me surpreende. –sussurrou a loira sorrindo. O caçador sorriu para ela também, nunca tinha se sentido assim por ninguém, Mia era especial para ele, e aquilo o agradava e o assustava ao mesmo tempo.

A loira vestiu um robe e desceu as escadas ao lado do caçador. Na sala Katherine, Meg, Sam e Kevin já os esperavam.

– Podemos ir? –perguntou Dean.

–Esperem. –Ashley protestou assim que voltou com Castiel. Todos os olharam surpresos.

– Da onde você... –o profeta começou sem entender como ela aparecera de repente.

– Cas! –explicou. – Você tem certeza mesmo de que é isso que quer?

O profeta a encarou, os olhos dela imploravam para que ele entendesse algo que ela não conseguia falar. O conselho de Meg ecoou por sua cabeça: “Não confie nos seus sentimentos perto dela.”.Ele não queria lidar com o fato que a ruiva estava mentindo, entretanto não podia ignorar o aviso.

–Você quer me dizer alguma coisa? –interrogou sob o olhar atento de todos.

Ashley procurou pela ajuda do anjo que apenas a olhou.

–Não. –sussurrou sem coragem de admitir o que fizera na frente de todos. – Se precisar me liga. Se qualquer coisa der errado, se você estiver com medo... É só ligar e estarei lá.

–Quanto otimismo... –resmungou o profeta e ela revirou os olhos.

–Eu não quero que nada disso aconteça, mas se acontecer você precisa de um plano B, e eu sou o plano B, okay?

– Obrigada ruiva. – resmungou o profeta a abraçando. Ashley o segurou fortemente.

–Toma cuidado. –sussurrou para ele, rezando para tudo dar certo.

– Vai ficar tudo bem baixinha. – reclamou Dean, achando toda aquela enrolação desnecessária. A ruiva deu-lhe a língua, antes de finalmente soltar o garoto.

–Não esquece...

–Qualquer coisa eu ligo. – o profeta interrompeu achando toda aquela preocupação desnecessária, ela estava parecendo alguma espécie de irmã mais velha.

Mia, Katherine foram até a varanda com os rapazes. A loira sorriu antes de segurar o Winchester mais velho pela mão.

– Volte correndo para mim. –sussurrou e o loiro sorriu.

–Sempre. - murmurou antes de seguir para o Impala.

As duas observaram o carro se distanciar, antes da morena se pronunciar.

– Da próxima vez, faça menos barulho. – reclamou séria, contendo a risada, mesmo a irmã sabendo que ela só queria provocar.

– Por que você não achou algo para te entreter dos meus “barulhos”? Eu percebi a forma que você está olhando para o Sammy. – provocou a mais velha, deixando a morena ruborizada.

–Além de barulhenta ainda é cega. Quando foi que você ficou tão chata?

– Cega é? Vamos ver quanto tempo vão resistir... – desafiou Mia, empurrando a irmã levemente.

As duas entraram para casa e a Mia seguiu para a cozinha e começou a revirar tudo.

–Ok, não sei se ainda sei fazer, mas vamos tentar. –disse a si mesma amarrando os cabelos.

Na sala, Ashley já imaginava o que a irmã estava fazendo, sorriu com a ideia de que finalmente a loira abrira espaço para o romance em sua vida, torceu para não ser mais um dos “casos sem compromisso” dela. Castiel que estava sentado ao seu lado a observava atentamente.

–Sabe Cas, já que somos aparentemente inúteis neste caso, você bem que poderia ligar a TV. –sugeriu a ruiva deitando nas pernas do anjo. Ele a olhou pasmo por alguns instantes, a atitude da garota tinha sido espontânea, como se houvesse feito aquilo mil vezes antes.

–A TV está a cinco passos do sofá. – o anjo resmungou se recuperando.

–Está longe demais para mim. –reclamou manhosa. –E além do mais você não precisa nem se levantar...

O anjo a olhou por alguns segundos, ela o encarava com um beicinho infantil e os olhos brilhantes. Ele sabia que nunca seria capaz de dizer não à ela.

Há alguns quilômetros dali Dean parava o carro no acostamento e os irmãos saiam do veiculo com o profeta abraçado à Palavra de Deus.

– E agora os anjos simplesmente virão? –perguntou o profeta olhando desconfiado para os lados. Desejou que Ashley estivesse ali, talvez ele se sentisse mais seguro, ao pensar isso lembrou-se mais uma vez do alerta de Meg e percebeu que toda vez que Ash estava por perto ele ficava calmo. Ia perguntar aos Winchester sobre isso quando Inias apareceu à sua frente, não parecia feliz.

– Vejo que passaram um pouco do prazo... –Inias tinha perdido a simpatia ao ver a ruiva naquele galpão.

– Você nos deu dois dias, esse é o fim do segundo. Completamente dentro do prazo. –disse Dean sem se deixa abater.

–Onde está a amiguinha de vocês?

–Não é da sua conta, o trato era o garoto e ele está aqui. –falou Sam. O profeta olhava assustado entre o anjo e os caçadores.

– Isso mesmo, Ashley está conosco e você não quer mais perdas agora não é? –ameaçou o Winchester mais velho.

Inias o olhou com raiva, tudo nele desejava matá-la. Sabia, porém, que provavelmente Castiel a estava protegendo, resolveu esperar.

–Diga a Castiel que ele não pode protegê-la por tempo integral e, quando ele cansar, estarei lá, esperando minha vez. – o anjo devolveu a ameaça.

– Não se aproxime delas... – Dean praticamente rosnou. O anjo revirou o s olhos completamente entediado, ele poderia matar os dois caçadores ali mesmo e chegar à ruiva, mas esperaria o momento certo, afinal ele tinha toda a eternidade para matá-la.

– Vamos profeta. –chamou o anjo sério, Kevin estava um pouco atrás dos caçadores assustado com aquela discussão, não parecia certo ir com o anjo, não quando ele queria matar sua amiga, entretanto sabia que era o que tinha que fazer. Respirou fundo e deu um passo em direção a Inias, sendo barrado por Sam.

–Tem certeza que quer ir com ele? – perguntou o caçador sem desviar os olhos do anjo.

–É o que devo fazer. – respondeu o profeta olhando para os pés e continuou a andar.

Os irmãos o encaravam, desejavam poder fazer algo pelo rapaz, mas sabiam que não tinha outra saída.

–Boa sorte Kevin. –desejou o Winchester mais velho e então os dois não estavam mais lá.

Os irmãos olharam para o lugar onde Inias estivera a momentos por algum tempo antes de seguir para o Impala. Os dois tinham uma preocupação em comum no momento: Ashley.

O carro seguia em silêncio quando, finalmente, Sam falou o que pensava.

– O que eles querem com Ashley?

Dean pensou naquilo por alguns instantes e lembrou-se da conversa que teve com a garota antes de irem atrás de um jeito de salvar Sam.

– Talvez ela tenha algo que interessa a eles. – supôs. Sam sabia daquilo, o irmão havia lhe contado, porém não parecia motivo suficiente para caçar alguém.

–Não é só por que ela pode vê-los, Dean, tem que ter algum outro motivo. –discordou.

– Vamos conversar com elas quando chegarmos. –encerrou o mais velho.

***

Na casa, Mia terminava de arrumar a torta sobre a mesa.

–Eu quero. – Katherine informou pegando um garfo e a loira bateu levemente na sua mão.

–Essa é para Dean, estou devendo isso à ele. –explicou. A morena pensou por alguns instantes antes de abrir um sorriso malicioso.

–Já está mostrando os dotes culinários... Quando é o casamento?

– O que? Casamento? – enrolou. – Nem pensar, nós estamos... Bom, isso é para compensá-lo por outro dia...

Katherine riu da forma que a irmã tinha se atrapalhado com as palavras, a loira nunca tinha tido problemas com garotos o fato dela se enrolar com uma brincadeira era no mínimo comprometedor.

–Okay, se você diz... – provocou a mais nova. As duas pararam as brincadeiras por um momento e observaram o casal que estava na sala. Ashley tentava explicar algum filme para o anjo e este não parecia entender.

–Sabe ainda é bizarro pensar que ele é um anjo. –sussurrou Mia para a irmã.

– E que não temos que fugir desta vez. – Katherine sussurrou de volta ainda olhando o casal, agora a ruiva parecia se divertir com algo que ele dissera -Eles ficam bem juntos...

As duas foram interrompidas quando os faróis do Impala iluminaram o recinto.

–Eles chegaram. – anunciou a loira feliz indo até a porta, enquanto a irmã a seguia lentamente.

Ashley sentou-se e encarou o anjo.

–Você acha que Kevin vai ficar bem?

Castiel observou os grandes olhos azuis que o encaravam atentamente à espera de uma resposta.

– Vai ficar tudo bem, Ash. – prometeu ele.

Dean e Sam encontraram as garotas na varanda à espera deles.

–Tudo ocorreu bem. – informou Dean antes que perguntassem.

–Como está o profeta? –perguntou Katherine.

– Vai sobreviver.

Os quatro adentraram a casa e encontraram o anjo e a ruiva.

–Que bom que estão todos aqui, precisamos conversar. - Sam informou e todos se ajeitaram no cômodo.

–Qual o problema? –perguntou Mia sentando-se ao lado do Winchester mais velho.

– Inias é o problema. –respondeu Dean conseguindo a atenção de todos no segundo seguinte.

– Pensei que Crowley era o problema. – informou Meg descendo as escadas.

– Crowley não é nosso problema esse ano. – respondeu Sam e a demônio revirou os olhos.

– Crowley sempre é um problema. O que ela fez com a Katherine e com a pequena Cole, não é suficiente para vocês? – rebateu.

– O que tem Inias? – Ashley perguntou ignorando Meg, não queria pensar no demônio agora e provavelmente anjos eram mais perigosos que demônios.

– Ele mandou um recado para o seu anjo da guarda. –brincou Dean procurando o responsável por aquele maravilhoso cheiro de torta. – Alguém comprou torta?

Inconscientemente as irmãs olharam para a loira que sorriu.

– Eu fiz para... Retribuir a torta da outra vez. – explicou ela e o caçador sorriu, definitivamente Mia era a mulher da sua vida. Gostava de rock, de torta, caçava, era linda...

– Gente, foco, o que ele disse? – a ruiva interrompeu as reflexões do caçador.

– Relaxa ruiva, ele disse que ... Não tem outra forma de disser isso... –refletiu ele, e então confessou: - Que está esperando o anjinho aí vacilar para conseguir sua cabeça.

– Porque não estou surpresa? –resmungou para si mesma. Castiel percebeu que o Winchester ainda estava com raiva dele.

–Não se preocupe. –sussurrou o anjo para ela.

–Sem querer me intrometer, mas porque os anjos estão tão preocupados com você Ashley? - Sam se pronunciou.

– Sei lá Sammy, aparentemente eles amam me perseguir, deve ser... Divertido. – reclamou a garota.

– Você não sabe? –perguntou Dean interessado retornando da cozinha com um pedaço de torta.

– Não, eu não sei. Claro que o anjinho aqui sabe, afinal, foi ele que quase me matou esses tempos atrás não é?

– Sinto muito Ashley, eu não era... Eu, naquela época. – Castiel sentia-se péssimo por ter feito aquilo.

– Ah, eu sei... Não se preocupe. Mas enfim, porque você não responde a pergunta dos seus amiguinhos ali e me diz por que os anjos querem o meu pescoço?- a ironia da garota não passou despercebida por ninguém. Mia e Katherine sabiam que a irmã podia ser muito calma ou o extremo oposto se quisesse.

– Não se preocupe, eu vou te proteger. –sussurrou ele para a ruiva, mas os demais escutaram.

–É, eu já escutei isso hoje. –reclamou jogando o cabelo para trás.

– Bom, sem querer atrapalhar a discussão do casal, mas vamos concluir. Você está sendo caçada por anjos sem motivo aparente e sua irmã é filha do Crowley e ainda temos que matar Dick? – perguntou Dean. Os presentes ficaram em silêncio por que era exatamente isso. – Awesome!

***

O dia estava quase amanhecendo, quando Sam finalmente leu algo que lhe deu esperanças de derrotar os leviatãs...

“Leviatãs não podem ser mortos, a não ser com um o osso de um mortal justo banhado no sangue de três caídos...”

Aquilo seria mais complicado do que ele imaginara.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, respondendo a perguntas a fic terá sim uma continuação, mas por enquanto é tudo que digo.
Muito romance neste capitulo, mas ficará meio esquecido capitulo que vem.
Capitulo 21 terá:
— Crowley,
—Caça ao alfa,
— Dick Romans com o profeta e umas cositas a mais...
Espero que tenham gostado,
Kisses and candies



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