So what if we're cunning?

So what if we're ambitious?

We've got something burning up inside

Daphne

Cinco de Setembro de 2015. 0h00. Sala Precisa.

A garota balançava de acordo com o ritmo da música de uma banda bruxa antiga, seus cabelos loiros voavam com o vento e ela sorria abertamente, os seus olhos fechados, os seus movimentos chamavam atenção de um grupo de garotos que a olhavam ferozmente, pareciam comê-la com os olhos, seus olhares safados observavam o decote de sua blusa e a perna desnuda dela, estavam quase babando, conversavam com o olhar pra saber quem chegaria nela primeiro. Mas para a tristeza deles, um belo garoto alto e moreno, com traços fortes e corpo definido a abraçou por trás, e quando a mesma se virou, eles se beijaram lentamente, um beijo puro e apaixonado. Eles sorriram e trocaram poucas palavras, até ele a puxar para fora da Sala Precisa aonde rolava a festa de volta as aulas. A festa só tinha convidados Slytherins, todo ano eles davam um jeito de roubar a festa dos Gryffindors, e virar a noite se divertindo, rindo, se pegando e bebendo cerveja amanteigada.

O garoto era Jake Zabini e a garota, Daphne Malfoy. Ambos de 15 anos e puro-sangue.

Jake ainda de mãos dadas com a namorada, sorria malicioso e ela tinha um sorrisinho bobo e apaixonado. Assim que eles entraram numa sala, antes vazia, ela observou atentamente o local. As paredes verdes e o chão coberto de pétalas de rosa, se não tivesse abobalhada e bêbada, reclamaria porque aquelas rosas lembram Rose Weasley, e ela odeia ela. Sempre certinha, com as melhores notas, monitora-chefe e com a aparência bonita, e é respeitosa com todos, e todos gostavam ela, davam pra ela a atenção que Daphne queria e nunca terá.

Quando a Malfoy avistou a cama redonda, também coberta de rosas, percebeu a intenção do namorado. Ela ficou estupidamente brava e começou a dar tapas no rapaz.

–Eu disse que não estava pronta pra isso, Jake.

–Ora, você disse isso no ano passado, ano novo e escolhas novas. Certo?

–Não, eu não quero aqui e agora.

O namorado olhou bravo pra ela e avançou na sua direção, parou os tapas segurando os pulsos dela, ele era forte e maior que ela, os olhos dela se encheram de lágrimas quando ele puxou a sua blusa selvagemente e começou a distribuir beijos na parte descoberta de seus seios. Ela tentava inutilmente se soltar, ele dizia coisas que a deixavam com mais raiva ''Como você é gostosa, Daph'' ''Não acredito, como esperei por esse momento'‘.

–Se você gosta mesmo de mim, PARA AGORA.

Ele começou a rir e ela lhe mandou um olhar mortal. Ele jogou a cabeça pra trás gargalhando, há dez minutos ela acharia essa cena à coisa mais fofa do mundo, agora não.

–Acha mesmo que eu gostei de você algum dia? -Ela olhou descrente pra ele, que continuou a falar. -Eu esperei um ano, um maldito ano, namorei você e fui carinhoso esperando você se entregar pra mim da maneira fácil. Eu nunca gostei de você, era tudo uma aposta, quem dormisse com a Malfoy mais velha, ganhava. E já que você aceitou sair comigo, eles pararam de dar em cima de você, metade da aposta ganha. Agora a parte que eu achava fácil, se tornou difícil quando você se disse virgem e que queria esperar. Eu nunca achei que aquela fama de pegadora e tal, era tudo uma farsa. E já que você não quis do modo fácil, vamos pro difícil.

Agora ela chorava abertamente, tudo era uma mentira. As juras de amor, o jeito carinhoso e o sorriso apaixonado. Tudo que fez ela se apaixonar por ele era falso.

–Os garotos não vão acreditar que você está chorando. -Ele deu uma risada fria, e ela sem pensar direito, cuspiu nele.

–EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO, VADIA.

A menção da última palavra à fez arregalar os olhos molhados, ele começou a mexer na sua saia, quase a abaixando. Foi quando ela perdeu as esperanças e fechou os olhos, deixou as lágrimas caírem esperando ele abrir e fazer o que tanto queria. Mas isso não aconteceu tudo que ela ouviu foi um barulho. Ela abriu seus olhos azuis que não choravam mais e não acreditou quando viu, Albus Potter, o pegador Gryffindor, o vice capitão do time de quadribol batendo no seu ex–namorado para defendê-la. Ela nunca achou que ele faria alguma coisa assim por ela. Eles sempre discutiam e se olhavam feio. O garoto dava socos no Zabini que logo parou de se defender. Quando ela viu os olhos de Jake se fecharem, uma parte dela entrou em pânico e queria abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, ficar lá agarradinha com ele, até ele acordar. Ela sempre fazia isso quando ele brigava com alguém, ele sempre estava brigando com alguém. Já a outra parte dela queria chutar até ele morrer, com dor e sem esperanças, queria que a última coisa que ele visse na vida fosse seu sorriso vitorioso e superior. Pois é, o lado Slytherin fala mais alto ás vezes.

–Você está bem, Malfoy?

Ela balançou a cabeça negativamente, as lágrimas voltaram a encher seus olhos, num ato inesperado, ela abraçou seu salvador que a olhavam alarmado e um tanto, assustado.

E a última coisa que ela viu antes dos seus olhos se fecharem foi os olhos verdes mais lindos que ela já viu na vida, os olhos verdes preocupados e lindos de um Potter.

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Albus POV

Cinco de Setembro de 2015. 00h30. Corredores de Hogwarts.

Quando eu ouvi um grito e barulho de choro, eu não pensei muito antes de entrar na antiga sala de poções nas masmorras. O que eu não esperava ver era a metida da Malfoy chorando com os olhos fechados, enquanto o namorado dela segurava seus pulsos com uma só mão e mexia na sua saia com a outra. Eu me lembro vagamente do momento que eu puxei ele e comecei a dar socos nele, eu imaginei minha irmã no lugar da Malfoy, e isso me fez ficar com mais raiva. Nenhuma garota deve ser tratada assim, nunca.

Depois de vários socos, ele nem se defendia mais, sua boca sangrava junto com seu nariz, sua blusa estava manchada de sangue quando ele fechou os olhos. Eu respirava lentamente, meu sangue fervia com a adrenalina, meus olhos vagavam preocupados para a direção da garota que tinha a maquiagem preta borrada pelo choro, o rosto pálido manchado de preto, ela tremia e os seus cabelos estavam bagunçados.

Eu tentei desviar o olhar, mas a parte descoberta dos seus dela estavam com manchas roxas e vermelhas. Levantei-me rapidamente e andei na direção dela.

–Você está bem, Malfoy?

Ela balançou a cabeça, e me abraçou. Eu fiquei estático por um curto tempo, passei os meus braços pela cintura dela. Logo percebi o corpo dela ficar mole e ela ir escorregando entre meus braços, a segurei o mais firme possível e a peguei no colo. Peguei a blusa dela no chão e joguei meio desajeitado em cima da parte superior do seu corpo que estava à mostra.

Eu fiquei realmente assustado e sem saber o que fazer naquele momento, minha cabeça martelava e eu respirava com dificuldade, logo o Zabini estaria acordado e eu não poderia lutar com ele com ela no meu colo. Suspirei e corri pelos corredores até chegar à Ala Hospitalar. Não havia ninguém, a Madame provavelmente estaria dormindo a essa hora. Meio que sem pensar, eu a deitei numa cama e corri até a torre Griffyndor, eu sabia que não poderia subir até o dormitório feminino, já ia excluir a possibilidade de chamar Rose, quando a mesma apareceu.

–O que você esta fazendo acordado, Albus?

–Eu preciso da sua ajuda. Rápido.

–O que aconteceu?

A puxei pelo quadro e a fiz correr pelos corredores, explicando rapidamente o que tinha acontecido. Ao chegarmos à Enfermaria, Rose foi até a maca de Daphne e começou a falar feitiços, às vezes pedia pra eu procurar uma poção pra ela.

Uma hora depois, provavelmente, ela disse que a garota estava bem, e que deveríamos ir embora, o que ela fez, se levantando e saindo calma pelos corredores. O máximo que pude fazer foi deixar um bilhete, e fui atrás da minha prima.

''Espero que fique bem.

A. S. P.''