You Only Live Once escrita por Vero Almeida


Capítulo 36
Impulso frenético


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada Luiza e Thays por não me abandonarem mesmo com a minha demora. Espero que gostem do capítulo.



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PDV da Marie

– Alícia, eu não vou arrumar suas coisas! – Eu praticamente gritava ao telefone, completamente histérica. Meu Deus, que semana terrível, e ainda é terça feira. – Você vai voltar pra cá AGORA, ou vai ficar pelada!

Ryan me olhava, recostado ao batente da porta. Bocejava hora ou outra, as olheiras acentuadas embaixo dos olhos denunciavam a falta de sono.

Ótimo, queria mesmo que morresse de sono o dia todo, essa era a penitência por me acordar as 5:00 da manhã com uma notícia bombástica dessa. Poxa, nem tive tempo de passar meu creme hidratante ainda e um brutamontes já veio até meu quarto dizer que minha amiga não vai voltar. Como assim?

– Por favor Marie, eu não posso voltar agora. Eu mesma buscaria minhas coisas, mas não posso pisar aí. – Alícia estava sonolenta, provavelmente porque a acordei com a ligação.

– Mas você vai voltar algum dia? – Minha voz soava um pouco chorosa.

– Vou... Eu ainda tenho coisas a fazer aí. – Estava tão triste, falava baixo, meio arrastado. Me partia o coração, nunca tinha a visto (ou ouvido) desse jeito.

– Então eu vou com Ryan, quero ver você! - Os olhos do moreno se arregalaram instantaneamente. – Vou arrumar tudo e daqui a pouco estamos aí.

Ela apenas murmurou em concordância, então me despedi e desliguei o telefone. Quando ergui meus olhos pra Ryan senti que estava prestes a ser estrangulada.

– Você NÃO vai comigo. – Deu bastante ênfase à palavra negativa.

– O que custa? Você já vai pra lá mesmo, desde quando fica negando carona? – Cruzei os braços, já preparando minha carranca briguenta.

– Olha, porque você não vai lá no meu quarto dormir de conchinha com seu namorado? Já fazem umas 12 horas que não se falam, já está na hora de resolverem as coisas. E você tem aula agora de manhã viu mocinha? – Ele me empurrava em direção ao corredor enquanto falava, tentava me enrolar na cara dura! Fiquei ainda mais possessa do que já estava.

O lado bom de se morar em uma república, é que acabamos ganhando vários irmãos postiços por aí. E o lado ruim, é que irmãos as vezes são um pé no saco!

– Ryan Dawson, você vai me levar pra ver a minha amiga ou eu vou fazer um escândalo que você nunca mais vai esquecer na sua vida! E olha que de escândalo eu entendo bem. – Ameacei, entredentes.

– Argh, Marie, não ferra minha vida vai... – Levou as mãos aos cabelos, puxando os fios de leve. Parecia ponderar a resposta que me daria, mas acabou suspirando, por fim. – Eu... preferia ficar sozinho com ela.

Oh... Acho que entendi.

– Ah meu Deus! – Levei minhas duas mãos à boca. – VOCÊ QUER FICAR SOZINHO COM ELA!!!

Claro que eu estava sacando esses dois há um tempo já. Sempre juntos, grudados, toda essa química que eles fazem questão de negar, e os cuidados que ele insiste que teria com qualquer outra pessoa. Apesar disso, eu duvidava que qualquer um dos dois tomasse alguma providência, ou sequer assumisse a situação.

Ah gente, já pensou esses dois juntinhos finalmente? É muita fofura pra assimilar assim de repente.

Ele revirou os olhos, dando de ombros.

– É crime por acaso?

– Ai Ryan! – Corri até ele e o agarrei, depositando um beijo estalado em sua bochecha. – Até que enfim você acordou pra vida! Achei que eu não viveria o suficiente pra ver esse dia chegar. Já estava na hora de ir atrás de alguém decente.

Ele correspondeu ao abraço, mas não parecia nem de longe tão entusiasmado quanto deveria.

– Mas e ela, Marie? Ela não merece ser tapa buraco de ninguém.

– E você? – Perguntei, cutucando-lhe o ombro. – Você merece uma chance de amar alguém que pode te fazer feliz. Dê a ela uma chance de juntar os pedacinhos desse coração teimoso aí. Ela é ótima em concertar coisas, por mais que viva esbarrando e derrubando elas. Isso faz sentido?

Ele riu.

– Quando se trata de Alícia, faz sim.

– Então! Ryan, ela é minha amiga, eu não diria pra você ir lá atrás dela se não soubesse que jamais a magoaria. Você não magoa ninguém, só tem cara de malvado, por dentro é uma manteiga derretida.

Ele apenas deu de ombros, sem parecer muito convencido. Ainda não enxergava o que todos nós víamos, mas não posso culpá-lo. A referência que tem do amor é seu relacionamento doentio com Stella, qualquer pessoa sabe que isso está longe de ser amor, mas ele não.

– Não sei, tem um pisca alerta aceso na minha cabeça me dizendo que isso é errado, que eu devia ficar longe e deixar que ela encontre alguém cujo coração pertença somente a ela. Meu coração nunca vai funcionar direito, Marie. Ele é meio sequelado. – Sorriu desanimadamente. – Mas eu quero estar perto dela, e fico espumando de raiva só de imaginar aqueles dois abutres rondando ela! E eu adoraria dizer que me sinto assim só por precaução, porque nenhum dos dois é confiável. Ok, não são mesmo, mas não é só por isso.

Ah eu conheço muito bem essa sensação, e aprendi uma coisa ou duas com isso. É o que se aprende tendo um namorado todo engraçadinho e popular que da intimidade para todos e todas sem nem perceber.

– Isso é ciúmes. – Concluí.

– Não é não! – Tratou de rebater, indignado.

– Tudo bem, então não é. – Dei de ombros, resolvi não contrariar. Me virei em direção à mala de Alícia, tinha que terminar logo, já que não vou visitá-la, melhor fazer tudo a tempo de ir pra aula. – Por falar em coração sequelado, tem notícias da Stella? Ela está quieta demais pro meu gosto.

Ryan assumiu uma postura desconfortável diante do assunto, talvez fosse cedo demais pra cutucar essa ferida. Acontece que uma Stella sobre nossas vistas já é uma coisa problemática, imagina longe?

– Só o que sei é que está morando com Joe e arrumou um emprego na praça. Não tem dinheiro para pagar as mensalidades, mas ela é tinhosa, vai acabar voltando.

Um arrepio desagradável percorreu minha espinha. Mesmo estando teoricamente fora de nossas vidas, ela sempre estava por perto. Como o presságio de uma notícia ruim, ou o lembrete de que as coisas sempre, invariavelmente terminam do jeito que ela quer, não importa quanto tempo leve ou o que seja necessário pra isso.

– Entendi. – Murmurei. A mala rosa de Alícia já estava aberta, e eu ajeitava as peças que já estavam lá dentro para que caiba o resto. – Olha só, tem roupas que ela nem chegou a tirar da mala.

– Ah mas ainda vai tirar. Ela é jovem e talentosa demais pra uns babacas anônimos a impedirem de fazer o que deseja.

– Eu concordo. Trata de comer alguma coisa, quando eu terminar, te aviso. – Pisquei pra ele, que apenas acenou em concordância.

– Obrigada, pela ajuda e pelos conselhos.

Me deu um último sorriso confuso antes de sumir corredor adentro.

_/_/_

PDV do Faros

Talvez eu precise sentar com Ana e explicar uma coisa ou duas sobre como pesquisar o público alvo é importante para qualquer tarefa bem sucedida, inclusive conseguir informações.

Não sei o que ela espera que eu encontre entre estudantes de astronomia, já que raramente freqüentam aquele antro de perdição e bebedeira que é aquela praça, principalmente porque estão, ou deveriam estar no observatório durante a noite, que é quando aquilo fica remotamente mais interessante. Apesar disso eu continuava ali, observando-os desmontar seus telescópios com olheiras enormes debaixo dos olhos, loucos para irem dormir.

Não eram nem 6 horas da manhã, e mais uma série de aulas noturnas estava terminando.

Tinha dado folga a Harisson aquela noite, ele me pedira, e eu achei que seria uma boa oportunidade pra me aproximar desses monstrinhos e conseguir algumas informações. Não adiantou muito, estudantes de astronomia raramente se relacionam com os outros estudantes, afinal de contas, vivemos em horários inversos.

Contudo, um deles ali tinha me dado uma pequena pista a seguir, e eu o intimei a vir até meu escritório mais tarde para que eu o levasse até Ana.

Ele me disse que conhecia uma pessoa que tinha certa afinidade com o pobre garoto morto, eu não pedi maiores informações, achei melhor que explicasse tudo a ela.

Apenas quando o último aluno recolheu suas coisas e deixou o observatório, pude trancar tudo e me recolher aos meus aposentos.

Resolvi tomar um banho, mas antes mandei uma mensagem a Ana e pedi que me encontrasse no café em frente ao prédio principal em uma hora.

_/_/_

PDV do Ryan

Quando coloquei as coisas de Alícia no carro e segui rumo a sua casa, ainda estava incerto sobre minha súbita decisão de jogar tudo pro alto e simplesmente ceder às minhas vontades.

Não era certo, muito menos justo, mas eu queria. Uma vez na vida eu faria algo sem pensar na existência da Stella em minha vida, eu merecia isso. E Alícia também merece que eu a tire daquele lugar nem que somente por um dia. Nós dois teríamos um dia bom, independente do preço que pagaríamos por isso depois.

Passei o caminho todo programando o dia. Onde levá-la, que lugares mostrar, maneiras e mais maneiras de fazê-la feliz depois de tantas turbulências.

Nem sei quando o bem estar dela passou a ser tão importante pra mim, mas de alguma forma é. E esse pensamento quase me levava a fazer a volta e mandar as coisas por sedex, mas o impulso que me levava a seguir em frente ainda era mais forte.

A viagem passou rápido demais, enquanto eu me perdia em reflexões e mini ataques de pânico. Estacionei o Volvo na rua em frente ao jardim.

Mandei uma mensagem no celular de Alícia assim que cheguei, pretendia que ela viesse abrir a porta para evitarmos encontros desagradáveis, mas então me ocorreu que eu queria saber quem eram aquelas pessoas. O pai eu já sabia que era um troglodita maldito, mas e a madrasta? Me pareceu bem ruim pela história que Alícia contara, mas eu nada sabia sobre ela.

Dei de ombros e rumei até a porta. Toquei a campainha sem hesitar, sentia minha postura rija, e sabia que não devia estar com uma cara muito simpática no momento, mas simplesmente não me importava. Não queria ser simpático com aquelas pessoas.

Esperei encontrar a governanta atrás da porta, mas quando a mesma se abriu, revelou duas figuras idênticas e altas, sorrindo de maneira faceira para mim.

– Eu disse pra ficarem longe da porta, avisei que ia abrir! – Alícia gritou ao fundo. Podia ouvir seus passos pesados correndo em direção à entrada.

–Queríamos saber quem são seus amigos. – Disse a gêmea da direita, com a voz manhosa e irritantemente cínica. – Eu esperava algum pé rapado como você, mas olha, esse aqui excede expectativas! – Piscou pra mim. Eu revirei os olhos enquanto a outra irmã me analisava.

– Bonito. – Disse, me rodeando como se fosse um pedaço de carne. – E rico, Phoebe, você devia dar uma olhada nesse carro.

A recém nomeada Phoebe manteve seus olhos grudados em mim, eu apenas a encarava de volta, esperando que toda a minha fúria e desprezo ficassem explícitos naquele olhar.

Duas meninas tão ricas de dinheiro, e tão pobres de qualquer censo de moral, ou personalidade. Flertavam comigo por causa de um carro, e ofendiam a própria irmã com termos chulos apenas por não ter a mesma sorte que elas.

Sorte entre aspas, pois ao meu ver, essas duas eram mil vezes mais dignas de pena que Alícia.

– Tirem as patas imundas de cima dele! – A baixinha encrenqueira se meteu no meio das gêmeas, empurrando uma pra cada lado com certa violência, as garotas a fitavam ultrajadas.

Começaram ali uma briga silenciosa de olhares matadores e xingamentos sussurrados, mas tudo em que pude me concentrar foi analisar Alícia e me certificar de que ela estava bem.

Estava definitivamente irritada, vestindo um uniforme emprestado e com olheiras que indicavam que andava dormindo mal, mas sua aparência ainda me permitia suspirar aliviado.

– Hey! – Murmurei, sorrindo de canto. Ela finalmente tirou os olhos das irmãs e me encarou de volta. O ar parecia faltar em meus pulmões.

– Oi... – Um sorriso enorme tocou conta de seu rosto, e meio segundo depois estava jogada em meus braços, com o nariz em meu pescoço e as mãos bem agarradas às minhas costas. Eu apenas a abracei de volta, beijando-lhe a testa de maneira demorada e fungando o cheiro cítrico de seus cabelos.

De uma maneira estranha, eu parecia encaixar melhor naquele abraço do que em minha própria pele, mas tratei de deixar esse pensamento pra lá.

– Oh, Kate. – Phoebe lamentou, dirigindo-se a outra gêmea. – Lindo e rico, pena que se contenta com migalhas.

Ignorei-a. Passei os dedos pelas linhas relaxadas do rosto de Alícia, o comentário infeliz não a aborreceu. Ela me empurrou uns 2 passos pra trás, fechando a porta de entrada assim que passamos por ela.

– Bem melhor. – Sussurrou, e então tornou a passar os braços em torno do meu pescoço, enterrando o rosto em meu peito. – Tão bom ver você! – Sua voz saiu abafada.

Ficamos ali por um tempo. Eu mantinha meus braços bem presos à sua cintura, mantendo-a o mais perto que conseguia. Ela deixou seus dedos repousarem em meu queixo e brincarem com minha barba rala.

E então de repente, como num estalo, afastou-se e refez a postura.

– É, eu vou pegar logo as coisas, você deve ter o que fazer.

Assumiu um ar distante de repente, eu já esperava que algo assim acontecesse.

– A chave do porta malas está guardada comigo. E eu só vou abri-lo depois que aceitar dar uma volta comigo. – Permaneci irredutível mesmo quando seus olhos brilharam preocupados.

– Ryan... – Sua voz tinha um timbre dolorido, e eu sabia que zilhões de dúvidas lhe rondavam a cabeça assim como acontecia comigo. – Não podemos.

Eu devia ouvi-la. Devia mesmo ouvi-la e frear esse impulso frenético enquanto ainda é tempo. Ela me faz bem de uma maneira que eu nunca seria capaz de explicar, muito menos retribuir. Eu sou a pior pessoa do mundo e provavelmente a mais egoísta, mas não consigo abrir mão disso agora mesmo sabendo que o melhor seria deixá-la livre pra conhecer alguém melhor do que eu...

... Que merda, quando foi que eu fiquei ridiculamente piegas desse jeito?

– Acho que merecemos algumas horas de folga. – Disse por fim, o impulso frenético sempre vencia. – Esquecer que o mundo existe só por um tempinho. – Eu queria tanto isso que seria capaz de raptá-la caso se recusasse.

O silêncio reinou, como era de praxe. Ela sempre reagia a mim dessa forma, e eu entendia por que. Seus olhos suplicantes esperavam que eu retirasse a proposta, e se eu tivesse um pingo de decência, o faria.

Mas não o fiz.

Ela fechou os olhos. Por um momento pensei que fosse recusar e me dar as costas, e no segundo seguinte ela já estava pendurada novamente no meu pescoço. Seus lábios tomaram os meus com urgência, num beijo intenso e absolutamente nada delicado.

Eu queria tirá-la do chão, apoiá-la no capô do carro e beijá-la pelo resto do dia, durante todos os dias.

Deus, como eu queria ter conhecido essa garota antes. Seria tudo tão diferente, poderíamos ser felizes, eu poderia ser dela por inteiro. Quando estamos juntos, aquela pequena chama de esperança se acende, e as vezes eu penso que talvez eu ainda possa.

Só que eu já sabia o que aconteceria com a minha mente assim que eu a deixasse de volta.

Eu adorava a sensação da sua mão pequena puxando meus cabelos da nuca, e a mania de me morder os lábios entre um beijo e outro.

Por que tudo que é errado tem que ser tão bom?

Não pude me afastar dela, mesmo quando nossos lábios finalmente se largaram, eu a mantive perto. A respiração ofegante ao pé do meu ouvido era estranhamente reconfortante, e ao mesmo tempo ativava uma bomba relógio no meu peito que parecia estar perto de explodir. Ao menos essa era a sensação que eu tinha. Era um sentimento intenso, que a qualquer hora faria meu peito explodir.

De repente algo me lembrou de que ainda estávamos em frente à casa dela.

– Vamos? – Insisti, esperançoso.

– Vamos, antes que eu mude de idéia. – A voz dela era praticamente um sussurro.

Eu devo estar maluco, só posso estar maluco.

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PDV da Ana

Aquele maldito do Faros deve rezar para que eu considere importante o que tem pra dizer, caso contrário vou fazê-lo se arrepender por ter me tirado da cama tão cedo.

Já era a terceira xícara de café que eu tomava sentada em frente ao balcão cheirando a álcool da velha cafeteria da ala de Astronomia da universidade. O atendente mal humorado me encarava e apontava o relógio de pulso como se eu tivesse culpa do atraso da pessoa com quem eu combinara de me encontrar. Já era quase 7:30, horário de fechamento do estabelecimento.

Queria saber como essas pessoas se acostumavam a viver assim, ao contrário. Todo aquele lado do campus parecia um universo paralelo de horários invertidos em que pessoas estranhas vivem parecendo zumbis.

Acabei enxotada do lugar antes que Faros chegasse, fato que me irritava e me preocupava ao mesmo tempo já que o homem em questão é impecavelmente pontual.

De repente uma sensação tão forte quanto repentina me atingiu em cheio, algo que beirava o pânico.

E se ele tivesse de fato descoberto algo importante? E se essa coisa toda fosse ainda mais suja do que esperávamos?

Faros não seria tão estúpido a ponto de cair em armadilhas de alunos espírito de porco né? Ele saberia lidar com isso.

O fato é que esperei na porta da cafeteria por meia hora e nada desse homem. A essa altura meu coração já estava saindo pela boca.

Peguei meu celular, discando o número dele de maneira frenética enquanto corria rumo ao observatório.


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