O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 46
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Pessoas do meu Brasil, eu queria dizer que acabei de fazer, horas atrás, o roteiro final de OGDUC, ou seja, já sei o final.
Bem, queria dizer também que, com toda a certeza, essa história irá até o capítulo 50 (com o epílogo do Senhor M também)
Espero que gostem desse capítulo e vários beijos e abraços para os que comentam, os que recomendam ou para os que simplesmente acompanham. Obrigada, amigos :)



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CAPÍTULO 45 - EU TENHO MESMO QUE ESCOLHER?

Eu sai de perto de meu tio/ pai, assustada, enquanto Olaf se sentava na cama, com dificuldade. Eu não me toquei que ele precisava de ajuda para se acomodar, porque meus pensamentos estavam confusos. Eles vacilavam entre a felicidade de Olaf ter acordado tão rápido e o que ele quis dizer com ‘’Como você descobriu?’’

Essa frase, essa pequena frase, queria dizer que ele sabia sobre nossa verdadeira relação? Olaf sabia a verdade? Desde quando e como?

–O-Olaf? – foi tudo o que conseguiu sair de meus lábios, que pareciam ter se pregado com algum tipo de cola invisível. Talvez fosse o medo. O medo que sentia pelas palavras que tinha acabado de falar.

–Alexis, me diga – ele ignorou o meu tom de voz. Olaf realmente parecia um pouco diferente. Tinha um olhar mais sério e suas palavras pareciam firmes demais -, como descobriu sobre isso?

–Isso? Você quer dizer sobre você... Bem, você...

–Eu ser o seu pai – ele terminou a minha frase.

Minha resposta ficou presa em minha garganta e Olaf não desviava o seu olhar do meu, o que tornou tudo mais difícil ainda.

Seus olhos castanhos estavam atentos e cientes da situação. Olaf parecia estar levemente surpreso pelas minhas palavras, mas também parecia estar controlado demais, como se esperasse por isso.

–Como você sabia? – inverti o jogo.

Ele deu uma leve risada.

–Alexis, você realmente achou que eu sumiria da sua vida, por tanto tempo por causa do meu trabalho? – eu não respondi, então ele continuou – Sim, eu sabia a um tempo sobre você ser minha filha, á muito tempo talvez. Meu pai me contou antes de morrer, na verdade. Então fui falar com Edward. Ele se negou a abrir mão de você e me mandou embora.Por isso, você nunca soube de mim e eu me fiquei distante.

–Você sabia desde do começo? Por que, quando meus pais morreram, não me falou nada?

–Ah, sim, eu iria chegar em você e dizer o quê? ‘’Hey, seus pai morreram, não é? Uma pena, mas sabe de mais uma coisa? Eu sou seu pai’’. Vamos ser realistas, ou você riria de mim, ou não moraria comigo.

–Olaf, você poderia ter me dito todo esse tempo!

–Eu poderia, mas não o fiz. Queria que primeiro me conhecesse, queria primeiro te conhecer. Alexis, a única coisa que eu sabia sobre você era do tempo que era uma garotinha e usava fraldas.

–Isso... isso é...

–Agora é a minha vez, mocinha. Como descobriu isso? Eu estou certo, não é?

–Está certo? Sobre o quê?

–Sobre seus envolvimento com os bruxos jovens.

–Do que... Que você está falando?

–Alexis, - ele suspirou – Você mente mal, fale-me a verdade. Eu sei que tem tentado ajudar os bruxinhos. Qual eram mesmo seus nomes? Ashley, Brad, Jessica, Gabriel....

–Calma ai, você sabe sobre os bruxos? Sobre Owens? E sobre...

–A Maldição? – ele perguntou e eu apenas acenei concordando – Sim, eu sei.

–Como?

–Alexis, sua mãe, Olívia, era uma bruxa. Eu namorava ela. Como acha que eu sabia?

–Olívia contou a você?

–Olívia mostrou tudo a mim – ele respondeu. Meu coração acelerou e eu estava boquiaberta. Como isso tudo aconteceu? – Eu tinha um pressentimento sobre você saber sobre esse mundo, mas ainda não tinha certeza se sabia sobre mim. Vejo que aqueles bruxinhos, fizeram a lição de casa.

–Olaf, você.. Você então está com as Bruxas da Maldição? – disse e inconscientemente deu um passo para trás. As imagens da conversa de Olaf com as Aberrações me invadiram e as desconfianças voltaram junto. O que Olaf fez com todo esse conhecimento? Olaf era realmente o mocinho?

Ele cerrou os olhos em minha direção e respondeu:

–Por que acha isso?

–Você está, não está? Oh, Deus.

–Elas me odeiam, Alexis – ele respondeu – Não um ódio, do tipo ‘’Ah, eu odeio aquela roupa’’, elas me odeiam de verdade. Segundo elas, eu desgracei a família Lancaster, quando me juntei com Olívia e tive você. Então, não, eu não estou com as Bruxas.

–Eu vi, Olaf.

– Poderia me dizer o que viu? – ele puxou as mãos para cima do lençol que cobria seus pés e as descansou por lá mesmo.

–Você estava falando com as Aberrações. As Aberrações são...

–Eu sei o que são Aberrações – ele interrompeu – E sim, eu me encontrei com Aberrações. Mas foi para saber das Bruxas. No caso, eu apenas os vi como pessoas normais, por causa de algum feitiço de disfarce, mas eu sabia quem eram e sabia o que estava fazendo. Eu queria informações e eles foram burros os bastante para me dar algumas.

–Você mentiu para mim todo esse tempo!

–E você não mentiu, Alexis? – ele percebeu meu silêncio e isso pareceu dar mais força a suas palavras – Você saia para a casa de uma amiga e formava estratégias de batalha, ignorando o fato que talvez eu estivesse preocupado com você. Mentia para mim e agora disse que me ama?

–Isso não deveria ter saído da minha boca.

Olaf pareceu machucado, o desafio nos seus olhos perdeu um pouco de seu brilho e ele, por alguns segundos, se contentou em apenas me fitar.

–Só que saiu – ele disse por fim – E você pode estar arrependida, mas eu gostei do que falou. E, por isso, vou ajudar você e seus amiguinhos bruxos contra a Maldição.

–Não estamos mais nos concentrando na Maldição – disse, meio envergonhada.

–Então, em quê?

–A irmã de Olívia quer invocar Sarah e será nesse final de semana, segundo Ashley. Na lua minguante.

–Sábado – ele sussurrou e eu confirmei – Bem, posso tentar ajudar nisso também.

–E Jade?

–Ela sabe de tudo também, foi minha cúmplice, irá nos ajudar.

Os dois não tinham mais o que falar e o clima pesou. Os dois sabiam a verdade e agora tudo estava mais complicado.

Talvez a mentira tenha sido a melhor saída, afinal.

Ou a mais perigosa.

–Olaf? – eu chamei e ele me deu sua atenção – Eu fico feliz que seja meu pai, assim como Edward também é.

–Eu fico mais ainda – disse, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

Eu sorri junto.

...

–Como assim Olaf sabia sobre você ser filha dele? – era a décima vez que William perguntava isso e era a décima vez que eu respondia.

–Ele sabia desse mundo oculto o tempo todo.

–Isso me soa suspeito – William comentou.

–Cale a boca, William – Ashley mandou – Isso faz sentido. Olaf agia de forma suspeita para nós, porque sabia demais e nós acreditávamos que ele sabia de menos. Houve um confusão de conhecimentos.

–Houve mais que uma confusão – William disse.

Todos estavam perplexos com as minhas palavras.

Deixar Olaf foi complicado. Agora que eu nós dois sabíamos alguns segredos um do outro, ir embora daquele hospital me aparecia ser perto de um abandono. Eu queria ficar. Mas eu precisava ir.

Quando liguei para Ashley e pedi por uma reunião urgente, meu pedido foi logo concedido. Todos se reuniram mais rápido do que eu imaginei ser possível. Ao que parece, em Owens, a palavra ‘’Urgente’’ tem muito mais força.

–Olaf quer ajudar – disse – Ele sabe sobre coisas, tem algumas ideias. Isso vai ser bom.

–E desde quando você manda no grupo? – me virei devagar na direção da pessoa que havia falado aquelas palavras á mim e Jessica apenas me encarou de volta. Seu olhar carregava desprezo e raiva e eu me perguntei qual era seu problema.

–Não estou querendo mandar, apenas sugeri – me defendi.

–Seu tom de voz discorda disso. – ela rebateu – Não é porque você é um bastardinha Híbrida, que eu vou seguir suas ordens. Você deveria estar fazendo algo por William, mas não. Você está ai, se preocupando com Sarah. Que se dane, Sarah! Você tem que ajudar William.

–Eu farei o possível.

–Seu possível é limitado demais. – ela se virou e subiu as escadas para o segundo andar da casa dos Hãnsel. Olhei ao meu redor para ver se isso realmente havia acontecido. Todos estavam confusos com a cena, assim como eu. Ok, aconteceu.

–Eu realmente não sei o que houve aqui – William levantou as mãos em rendição.

–É a Maldição – Henry respondeu – Ela parecia raivosa também. O que você fez, Hãnsel?

–Por que sempre eu tenho que fazer algo?

–O que você fez?

–Talvez eu tenha terminado alguma coisa, que nem sei o que é ainda, que tínhamos. Ela não gostou e disse um monte de coisas vergonhosas, as quais eu prefiro manter em meu particular pensamento, e ficou assim. Viu? Não fiz nada.

–Brad? – Ashley cortou William e um garoto negro, com olhos escuros se colocou de pé imediatamente em sua frente – Relatório, por favor.

–Continua com piadas sem graça, um amor incontrolável por tacos de sorvete e assistindo filmes terríveis. Parece o mesmo William – ele disse a ela, rapidamente, e voltou ao seu lugar.

– O que foi isso? – perguntei e notei que eu era a punica que parecia confusa com aquilo.

–Quero ter certeza de como William esta sendo afetado pela Maldição – Ashley respondeu – Brad está observando ele o tempo todo.

–E ela não está brincando quando diz o tempo todo – William falou – Estou escovando os dentes, Brad está lá. Estou comendo, Brad está lá. Se eu me lembrasse dos meus sonhos, acho que poderia dizer que ele também estava lá.

–É meu trabalho – Brad deu de ombros – Ainda mais com a invocação de Sarah sendo esse sábado.

–E o que isso tem a ver? – Henry perguntou.

–A Maldição posso se intensificar com a chegada da Bruxa que a lançou, não sabemos – Brad respondeu.

–Não liga Brad, o vermelhinho ali gosta de fazer perguntas obvias. - William não perdeu a oportunidade.

–William eu não citei seu nome – Henry rebateu.

–Vermelho, desde quando eu preciso ser citado?

–Os dois, quietos – Ashley mandou – Vocês parecem duas criancinhas.

–Pelo tamanho de Henry, realmente parece que ele é uma criancinha.

Ashley tentou se manter séria, mas acabou gargalhando com as palavras de William. Eu realmente achei boa aquela situação e me peguei rindo junto, assim como todos os outros. Menos Henry, que estava raivoso com William.

– Chega – Ashley disse, ainda entre risos – Vamos embora. William, fique quieto para sempre, por favor.

–Esse castigo é pesado demais para você. – o Hãnsel disse e Ashley gargalhou mais uma vez. Em meio a esse clima, eu caminhei até a cozinha da casa de William, com a garganta seca, ouvindo a voz do Hãnsel soar satisfeita, como se gostasse de ouvir Ashley rir.

Fui, com passos vagarosos, até a geladeira e peguei um jarra de água da porta. Coloquei a bebida em um copo e dei apenas alguns goles, até Henry entrar na cozinha.

Ele me olhou e sorriu.

Fiz o mesmo.

–Sede? – William tinha razão, Henry pareciam sempre perguntar coisas óbvias.

–Sim – levantei o copo – Estou bebendo água por isso.

Ele então começou a caminhar em minha direção.

–Eu tenho que te falar antes que eu me esqueça – ele disse – A senhorita La Canters perguntou sobre você hoje, perguntou por que havia faltado. Eu falei sobre Olaf e ela me disse que amanhã você terá que ficar depois da aula.

–Terei?

–Sim, parece que você perdeu uma prova importante – ele continuou – E terá que faze-la.

–Oh, sim, acho melhor então eu ir par casa, estudar um pouco de história.

Coloquei o copo sobre a pia e Henry me impediu de continuar andando até a porta.

–Eu acho que tenho que pressiona-la – ele disse – Você tem se afastado cada vez mais de mim, e isso é compressível levando em consideração tudo o que está acontecendo, mas William sempre parece estar no caminho. Acho que tenho direito de te perguntar isso.

–Me perguntar o quê?

–Ele ou eu, Alexis? Você gosta dele ou de mim?

Meus olhos encararam os olhos verdes de Henry e eu me perguntei se seria ético de minha parte responder algo assim.

Sem me controlar, eu disse:

–Ele.


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