Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 14
Capitulo 14 - Goodbye passado!


Notas iniciais do capítulo

Gente! Oi, tudo bem com vocês? Eu estou bem! Bom, ou vocês irão amar esse capítulo ou odiar, depende. Vocês gostam do Willian? Enfim, parou com o spoilers. Boa leitura e não esqueçam de comenta!! Eu amo demais comentários.



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Sonhei com Melanie e Tonny. Não foi um pesadelo, pelo contrário, foi um sonho. Era um lugar calmo, com árvores e um rio ao longe, talvez uma espécie de céu onde eles não se preocupavam em fugir de zumbis e estavam felizes, aliás, eu estava também, eu sentia uma paz naquele lugar que não sentia há muito tempo. Melanie me disse que eu devia me libertar do passado. Devo dizer que eu não entendi o que ela quis dizer com isso, mas foi bom falar com ela, mesmo que só por alguns minutos em um sonho irreal.

Levanto-me –mesmo não querendo – e vou em direção ao corredor dos chuveiros, onde há uma pia para fazer nossas higienes matinais. Cumprimento às pessoas que encontro no caminho rapidamente. Tomo um banho rápido e visto uma blusa azul e com uma calça que é uns dois números maiores que eu. Ridícula. Desde que cheguei à prisão não tenho me preocupando com roupa, o que é estranho, já que eu vejo o Carl todos os dias. Sim, eu o encontro agora, nossos horários são parecidos. E não, não aconteceu nada, nem sequer um beijo. Acho que ele tem vergonha ou algo assim.

Chego ao refeitório para tomar meu café da manhã. Carl e Ashley estão conversando animadamente em uma das mesas, com Ashley sorrindo abertamente para Carl. O ciúme me atinge instantaneamente, mas me repreendo rapidamente por estar com ciúmes da minha melhor amiga. Ela não seria capaz, seria? Não é como se eu tivesse falado abertamente para ela que eu gosto dele, mas acho que é meio obvio e tal.

Eles percebem minha presença e Carl olha em minha direção com um sorriso de encantar até o coração mais duro. Certo, quem estava com ciúmes mesmo? Então olho em direção a Ashley, que está perigosamente perto de encostar a mão no ombro do Carl. Eu.

– Oi Kath, tchau Kath. – Cumprimenta Ashley já se retirando do refeitório. Escolha sábia. Quando volto meu olhar para Carl ele me olha com uma expressão zombeteira no rosto.

– Você parece uma criança. – Constata rindo.

– Sério? – Ironia disse oi. - Então, temos alguma tarefa para fazer agora?

– Por enquanto não. – Responde ele andando para o pátio, com eu o seguindo. O dia está ensolarado hoje, eu odeio dias ensolarados. – Que tal o telhado?

Apenas concordo com a cabeça e nos dirigimos até a lateral. Ele permite que eu suba primeiro, com o típico “primeiro as damas”. Chegamos em cima e ficamos observando a floresta por um momento. Ele se senta no chão e faço o mesmo, ficando próxima dele. Quando digo próxima quero dizer o mais próximo que consigo sem ficar estranho ou que eu quero sentar no colo dele, o que não seria uma má ideia.
Penso em vários possíveis assuntos, mas nenhum parece bom o suficiente.

–Você não está mais com o colar. – Ele fala simplesmente ainda encarando o horizonte. Olho para meu pescoço e percebo que ele tem razão, eu não voltei para busca-lo depois daquele dia.

– É. Hum... deve estar na cela – respondo desjeitosamente torcendo para que ele acredite. Se ele percebeu algo não demonstrou.

– Sabe, eu queria pedir desculpas de novo por falar daquele jeito com você aquele dia. De verdade.

– Tudo bem, sério. – Respondo sorrindo levemente, olhando-o. O sol está refletindo nos olhos dele, deixando-os mais azuis ainda.

–Como eu disse antes, eu tento não me importar, mas já é tarde demais para isso. – Ele me encara profundamente. – Você é importante para mim.

– Sou? – Minha voz saiu falhada. Pigarreio tentando me recuperar.

– Sim – Confirma se aproximando e olhando em direção a minha boca. Meu coração acelera no mesmo momento. Já consigo sentir sua respiração levemente desconcertada em meu rosto. – Muito.

Fecho os olhos e fico esperando sua boca tocar a minha, o que não demora muito. Sinto suas mãos irem para minha nuca, seu polegar fazendo delicados carinhos na minha bochecha. Ele pede passagem com a língua, em um beijo calmo. Sinto uma espécie de corrente elétrica percorrer meu corpo. Agarro-me em seu pescoço, tentando prolongar o beijo. Uma imensidade de sensações e sentimentos tomam conta de mim, tornando esse momento ainda mais perfeito.

Separamos-nos minimamente, encerrando o beijo com um beijo casto, e encarando os olhos um do outro. O choque do mel e o azul. Um sorriso surge em meus lábios, iguais aos no dele.

– Você também é importante para mim. – Sussurro para ele. Então ele me beija novamente.

Depois daquele momento extraordinário decido ir atrás do meu colar. Estou totalmente arrependida de te-lo arrancado naquele momento, eu definitivamente sou uma idiota. Obviamente o Carl não saberá disto, ele está ajudando Rick em alguma coisa, então irei aproveitar esse momento.

Dessa vez não irei tão despreparada. Dirijo-me até a cela e pego minha pistola e meu amado machado e parto em direção à floresta. Atravesso a falha na cerca rapidamente e vou caminhando na direção que fui aquele dia.

Vou olhando atentamente o chão, a procura de um ponto brilhante. É impossível não estar mais aqui, já que zumbis não usam joias, eu acho. Ouço gemidos e pego meu machado, logo o autor dos barulhos surge do meio das arvores. É uma mulher com um vestido florido, que antes provavelmente fora uma dona de casa e agora estava em um estado bem avançado de decomposição. Defiro um golpe em sua cabeça, rachando-a no meio, espirrando sangue e restigios de cérebro na minha blusa.

Agacho-me procurando o colar em meio às folhas, mas não encontro nada. Já estou começando a me desesperar, e se eu nunca mais encontra-lo? Distraio-me tanto que nem vejo que tem alguém chegando até que sinto uma mão em meio ombro, fazendo com que eu pegue minha arma e aponte para cabeça da pessoa.

– Calma baixinha! – Exclama Willi-Will colocando as mãos para cima.

– Caralho, você quase me matou de susto agora. – Respiro fundo tentando me acalmar. Encaro-o de baixo para cima, seus cabelos loiros parecem dourados a luz do Sol que entra por meio das copas das arvores.

– O que você está fazendo ai no meio das folhas? – Pergunta ele. – Se estiver tentando se camuflar, sinto lhe dizer, mas não está funcionando.

– Estou procurando um colar. Venha, me ajude aqui. – Puxo a mão dele fazendo com que ele se agache também.

– Para que exatamente você veio aqui? – Pergunto depois de uns minutos, afastando um punhado de folhas.

– Eu vim conversar. – Ele responde sério. Certo, Willi-Will sério não é muito bom. – Eu tomei uma decisão e queria contar para você.

– Que decisão? – Pergunto com medo da resposta. Então percebo sua mochila encostada em uma árvore. Merda.

– Eu vou embora da prisão. Tentar a vida sozinho. – encaro-o vendo se ele está falando realmente sério.

– Embora? Mas você está se dando tão bem lá, você e a Beth estão quase namorando.

– A Beth terminou comigo. E eu não vejo mais motivo para ficar naquele lugar.

– E eu? – Pergunto o encarando tendo plena consciência que meus olhos estão lacrimejando.

– Você tem o Carl agora. – Responde simplesmente.

– Você vai me abandonar. – Sussurro em um fio de voz. Ele me olha com dor e culpa, mas continua a procurar em meio às folhagens, até que ele o encontra e ergue em minha direção. Ignoro o colar e continuo a encara-lo, até que ele não aguenta mais e me abraça, o abraço que eu senti tantas saudades.

– Eu sinto que eu tenho que ir Kath. Por favor, entenda. – Fala ele contra meus cabelos. – Eu não aguento ficar lá, parece que minhas memórias ficam insuportáveis.

Acabo concordando, vendo que eu não posso lutar contra uma coisa que ele já decidiu. Conversamos mais um pouco e eu percebo há quanto tempo eu não converso com ele. Tento convencer a mim mesma que estava apenas sem tempo, mas no fundo eu sei que só não falei com ele por culpa das lembranças. Sim, lembranças. Abraça-lo me lembra do dia que Melanie entrou correndo naquela casa como uma mãe preocupada. O instinto protetor dele me lembra de Tonny, da nossa conversa aquele dia na torre, ele falando que eu pareço à filha dele, e, consequentemente dele morrendo na minha frente. E agora eu nunca mais poderei conversar com Willian, porque ele está indo embora.

– Até logo. Fique viva, baixinha – Ele disse e então se foi mata adentro.

Começo a chorar e decido que irei ignorar meu passado agora, quer dizer, eu irei enfrenta-lo. Irei andar de carro, encarando as lembranças da morte dos meus pais. Falarei com Piter ignorando que o sorriso dele é igual à de minha tia Charlie, e quando olhar para uma bebida, não lembrar de quando meu tio “abusava” de mim.

Finalmente entendi o que Melanie quis dizer no sonho, e percebi que meu maior defeito, e o que mais me prende são as lembranças. Elas me sufocam e me limitam, por erros e acontecimentos do passado. O que importa é só o presente, e talvez o futuro, porque o passado foi enterrado – ao contrario dos zumbis – e ele não voltará nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Beijoooooooooooooooooooo Carth! Adeus passado, adeus Will-Will! Será que ele vai voltar? E esse beijo? Como será a vida da Kath agora que ela resolveu enfrentar seu maior defeito? Comeeentem amores!