Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 15
Capítulo 15 - Corra Katherine!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Estou meio bolada aqui, porque os coments e as visualizações vem diminuindo :( Mas bola pra frente certo? Então, esse capítulo tem bastante Carth, hihi. Espero que gostem. Ah, eu estava pensando em fazer uma fic interativa, o que vocês acham?



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Volto para prisão totalmente desolada. Ainda bem que não trombei com nenhum zumbi, porque não teria forças para destroçar um cérebro nesse momento. Fico olhando para trás toda hora checando se ele não mudou de ideia, mas não vi nada além de árvores. Minha ficha começa a cair. Willi-Will foi embora. Pra sempre. Bom, talvez não para sempre, mas milhares de coisas podem impedir que nós nos encontremos novamente. Por exemplo, ele ir para o outro lado do país, ele morrer, ou eu morrer.

Quando me dou conta já estou na lateral da prisão e o dia está se tornando noite. O que eu vou falar para os outros? Eu não tenho a mínima ideia. Passo meio desajeitada pelo buraco na cerca e vou caminhando pelo pátio em direção aos blocos. Vejo Glenn e Maggie na torre norte se beijando, o que trás um pequeno sorriso ao meu rosto. Com certeza eles não irão fazer uma vigia muito eficaz.

Volto meu olhar para o meu caminho, lembrando-me do dia em que conheci Will. Ele lá, apontando a arma pra minha cabeça como se fosse um atirador profissional e um homem sério, coisa que obviamente não é. Quando eu descobri que ele não é só um garoto bonito e engraçado. Ou quando ele prometeu que tudo iria ficar bem. E ele tinha razão, tudo ficou bem, sempre ficará bem. Só que não. Quer dizer, a partir do momento que você está em um apocalipse nada pode ficar bem.

Obrigo-me a colocar um sorriso no rosto quando passo pelas pessoas no refeitório, como uma ótima atriz. Não irei contar a eles, não hoje. Cumprimento Hershel, que estava conversando com Beth. Pelo visto ela não tem a mínima ideia que Willian foi embora, só quero ver quando ela descobrir. Carl está no recinto, então me esforço um pouco mais para aparentar estar feliz.

Ele me encara como se estivesse me analisando. Antes que ele possa perceber algo vou até nossa cela, mas ele me segue. Merda.

– Oi – Sorrisos em abundancia aqui.

– Não precisa fingir. Ele me contou. – informa ele com um olhar amoroso e preocupado, que com certeza gostei. – Você está bem?

– Não sei – respondo comprimindo os lábios tentando não pensar muito nisso. Ele abre os braços em um gesto convidativo para um abraço, que aceito prontamente.

– Você cheira bem. – murmuro debilmente. Sinto seu peito vibrar com uma risada, o que me deixa levemente feliz.

– Você também. – responde. Fico apenas confortável em seus braços, até que resolvo perguntar.

– O que ele te disse?

– Ele me mandou te proteger. – responde me encarando.

– E você vai? – questiono perdida naqueles lindos olhos.

– Sempre. – promete ele depositando um beijo em minha testa.

Depois comemos e fomos dormir. Fico encarando a cama de Carl e pensando em Will. Ele se foi, mas como ele disse, Carl está aqui agora, me protegendo. Levanto-me silenciosamente e vou até minha mochila, onde guardo minhas fotos. Sim, são lembranças, mas eu não vou destruí-las, são parte de mim também. Agora são três fotos, uma dos meus pais, outra dos meus tios e uma de Melanie, Tonny e Willian. Fico encarando as três.

– Quem são? – Pergunta Carl no meu ouvindo, fazendo com que eu me arrepie.

– Meus pais, tios e Piter. E nessa Melanie, Tonny e Will. – Respondo mostrando as fotos.

– Você se parece com sua mãe. Quem é Melanie? – Pergunta apontando para ela.

– Era namorada de Tonny. Eu a chamava de irmã mais velha. – Sorrio levemente. – Uns homens a mataram.

– Sinto muito. – Concordo em silencio. Até que me lembro de algo.

Pego disfarçadamente a câmera enquanto ele está olhando a fotos dos meus pais e tiro uma foto dele, que ficou realmente perfeita. Ele me olha surpreso até que compreende que acabei de tirar uma foto dele.

– Qual é Kath. Devolva! – Ordena tentando pegar, mas eu o impeço.

– Eu não tinha nenhuma foto sua oras! – Respondo rindo. Ele me encara bravo, então sua expressão se torna travessa e ele pega a câmera.

– Oh! Não, não, não. – Exclamo rindo tentando fugir da foto, tarde demais. Ele mostra a foto como se fosse um premio.

– Eu fiquei horrível. – Constato fazendo uma careta. Eu realmente estou parecendo capivara bêbada.

–Claro que não, tá linda. – Diz ele sorrindo torto se aproximando agarrando minha cintura e me puxando contra ele. – Minha linda.

Acho que estamos nos beijando muito hoje. E isso me deixa arrependida, o Will foi embora sozinho e eu estou aqui me agarrando com o Carl. Eu sou uma pessoa horrível.

Acordo e percebo que estou com a cabeça apoiada em algo que se mexe. Levanto a cabeça e vejo o rosto de Carl com uma expressão pacifica, realmente lindo. Levanto-me tentando fazer o maior silêncio possível, mas falho miseravelmente quando meu mindinho do pé bate contra a quina da cama.

– Puta que pariu. – Praguejo segurando meu pé e pulando. Isso com certeza dói mais que uma mordida de zumbi.

– Realmente uma cena linda de se ver ao acordar. – Carl diz rindo ainda meio grogue.

– Desculpe por te acordar. – Peço já me recuperando e indo pentear meu cabelo. Acho que ele precisa de um corte, mas todos os cabeleireiros estão mortos agora. Lamentável.

– Tudo bem, já está na hora mesmo. – Fala se levantando. – Você irá contar para eles?

– Bem, acho que sim. – Respondo.

Termino de me arrumar, e vou em direção ao refeitório. Fome toma conta de mim, seria tão bom ter meu cereal agora. Todos estão aqui, é uma ótima oportunidade para falar, mas cadê a coragem?

– Ei pessoal. – chamo tentando chamar atenção de todos. Funciona. – Tenho uma coisa para comunicar.

– Pode falar Katherine – Permite Rick me olhando, igual a todos. Já posso cavar um buraco no chão e enfiar a cabeça? Olho para Carl, que me lança um olhar encorajador.

– É... hum... – Gaguejo. Respiro fundo e tomo coragem para falar. – O Willian foi embora.

– Embora? Por quê? – Questiona Carol preocupada. Nesse momento Beth já está em prantos, não sei por que ela terminou com ele, já que aparentemente eles se gostam ainda.

– Ele não me disse. – Digo me sentando para comer, encerrando o assunto. Eu sei, eu sei, mentir é feio, mas acho que os motivos dele são meio pessoais talvez? Não sei.

Todos ficam mais quietos depois dessa noticia. Termino de comer eu vou para o pátio. Daryl, Rick e Glenn estão saindo para uma busca, e as pessoas que não foram estão aqui conversando sobre matar os zumbis do outro pátio e arrumar os portões. Estou conversando com Adam sobre assuntos banais. Ficamos bem amigos até, nada tão especial, mas conversamos às vezes. Vejo Ash saindo do bloco A, ela está com uma expressão feliz, mas o mais estranho foi ela sair de lá, já que ninguém visita aquele bloco.

Ela vai em direção á Carol, que está conversando com Beth, fazendo um rápido “tchau” para mim e Adam. Continuo a conversar sobre escola com Adam. Vejo Carl do outro lado, conversando com Hershel e Maggie, passo rapidamente o olhar pelo bloco A e vejo coisas se mexendo, foco novamente naquele lugar e percebo que são zumbis.

– Walkers! – Grita Maggie, que percebeu o mesmo que eu.

– Vamos, são muitos. Fique atrás de mim! – Peço a Adam já correndo em direção a uma porta que leva em direção a um corredor desconhecido. Fico totalmente aliviada quando percebo que trouxe minha pistola, porém meu machado ficou na cela. Atiro em alguns zumbis próximos sem interromper meu percurso.

Abro a grade e entro com Adam, trancando-a logo em seguida. Entramos em um corredor escuro do bloco que eu nunca ousei conhecer antes. Como não é seguro ficar parado, começamos a caminhar rapidamente pelos corredores, sem falar uma palavra. Eu realmente estou desesperada, será que Carl está bem? Piter? Os outros? Eu não vi para onde eles foram.

Viramos uma esquina e deparamos com uma horda. Droga, droga, droga. Damos meia volta e começamos a correr, mas é realmente apertado aqui. Ouço o grito agoniado de Adam e olho para trás a tempo de o ver sendo mordido no braço, e em seguida no ombro. Ai meu Deus. Atiro nos zumbis que estão em cima de Adam, acabando com minhas ultimas balas.

– Corra Katherine! – Ele me olha nos olhos, consigo ver dor e determinação. – Eu vou ficar bem, chegou minha hora. O que está esperando? Corra!

– Eu não posso te deixar assim! - Grito. E um zumbi começa a vir em minha direção. Vejo outros vindo em nossa direção também, qual é.

– Vá Katherine, e tome cuidado em quem você confia. – Diz ele já sem forças. Olho para ele rapidamente, que está deitado no chão. O zumbi está quase mordendo meu braço agora. O empurro com todas minhas forças e começo a correr.

Corro sem rumo virando corredores escuros e passando por blocos, até que ouço gemidos. Ótimo. Olho em volta a vejo uma porta, entro correndo lá dentro, é uma espécie de almoxarifado minúsculo. Sento no chão totalmente sem forças, enquanto ouço os passos arrastados passando.

Eu sou uma covarde. Que tipo de pessoa deixa outra para morrer do jeito que eu fiz? Ele não merecia morrer daquele jeito. “Coisas assim acontecem, pessoas morrem” diz minha querida consciência.

Chego à conclusão que sobreviver a partir de agora está se tornando mais difícil, e esse acontecimento de hoje provavelmente prova isso. Eu não vou me arrepender pela morte de Adam, porque mortes acontecem, e se eu quiser sobreviver preciso me conformar.

Mesmo assim algumas lágrimas escapam. Estou meio bipolar. O que eu vou fazer agora? Sozinha, sem comida e munição? Oras, porque estou sendo tão fraca? Eu já enfrentei coisas piores. Coloco na minha cabeça como uma meta: Eu vou sair daqui, irei encontrar Carl e os outros, viva, porque eu sou uma sobrevivente.

Deixo o cansaço me tomar e cochilo um pouco, já que não poderei sair daqui tão cedo e não há mal nenhum em dormir, eu acho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do gif do nosso Willi-Willl? Comentários? Será que a Kath conseguirá sair daí? E o que acham sobre a fic interativa? Alguma dica? Comentem!