Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 13
Capítulo 13 - É você mesmo?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Pelos padrões eu não deveria postar hoje, mas como eu estava super ansiosa para saber a reação de vocês eu acabei por postar hoje mesmo, e estou insegura sobre esse capítulo e tal. Espero que gostem. E obrigada pelos 71 comentários *-*



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Abro os olhos e olho em volta, percebo que estou em um quarto que provavelmente pertenceu a alguma garotinha rica. As paredes são todas rosas, a cama na qual estou deitada é bege, igual ao guarda roupa. Há pôsteres de cantores famosos, e bichinhos de pelúcia. Definitivamente rosa de mais.

Lembro-me dos passos que ouvi antes de desmaiar e me desespero, e ser for alguém de Woodbury? Não, se fosse eu estaria amarrada agora, ou morta. Procuro meu machado e o encontro na minha cintura, me deixando aliviada e curiosa para descobrir quem foi que me salvou e ainda me deixou armada. Levanto e vou caminhando pelo longo corredor até a escada, desço-a silenciosamente, saindo na cozinha.

É uma cozinha média, vermelha e branca, e uma garota está apoiada na pia olhando pela pequena janela. Ela é mais alta que eu, seus cabelos escuros são longos, e ela usa um casaco xadrez igual a... Não pode ser, seria coincidência demais.

– Ashley? – Minha voz sai tremula. Ela se vira com um sorriso, vindo em minha direção.

– Aleluia você acordou! Aqueles arranhões não paravam de sangrar. – Exclama ela com cenho franzido. Corro para abraça-la.

– Sim, eu tenho esse probleminha – Respondo rindo. –Ash, é você mesmo? Como você me encontrou?

– Eu também não estou acreditando até agora! – diz ela – Eu e Adam estávamos andando pela floresta atrás de água e vejo você caindo morro abaixo. Nem no apocalipse você deixa de cair. – Isso resulta em nós duas rindo, mas então meus olhos começam a encher de lagrimas.

– Oh kath, por que você está chorando? – Pergunta ela preocupada.

– E-eu pensei que nunca mais iria te ver novamente. – Murmuro. Eu sabia que ela estava viva, mas eu pensei que não iria mais encontra-la. – Eu fui à sua casa te procurar, mas não tinha ninguém.

– Sim, meu tio foi me buscar. – Diz ela.

– Tio? – Pergunto com o cenho franzido. Eu não me lembro de nenhum tio.

– Ah, você não conhece ele. – Fala ela vagamente.

– Certo. Você está em Woodbury? – Pergunto não aguentando mais esperar.

– Estava. Fugimos depois que percebemos como o Governador é um psicopata maluco. Então estamos vivendo sozinhos, é realmente difícil. – Fala ela triste.

– Quem é Adam? – Pergunto percebendo que ela falou no plural e lembrando que ela citou esse nome. Antes que ela possa responder, um garoto de aproximadamente 15 anos entra correndo pela porta.

– Ashley uma horda está vindo! Que bom que a loirinha acordou – Fala ele sorrindo para mim, mas depois ficando sério novamente. – Temos que ir, rápido.

Pegamos algumas coisas e saímos correndo de casa. Ashley é realmente boa com sua adaga, é estranho ver ela assim, estou acostumada a ver ela indecisa sobre qual roupa escolher ou se isso ou aquilo combina. Mas todo mundo mudou, quem diria que a “nerd” aqui estaria partindo as cabeças podres dos zumbis com um machado igual a uma selvagem? Queria que os garotos da escola me vissem agora.

Corremos em direção à floresta, que era atrás da casa. Os zumbis não estão mais nos seguindo, então tenho tempo de prestar mais atenção neles. A pele morena clara de Ashley está pálida, e agora que seu cabelo cresceu ela parece mais velha, ou talvez seja o brilho estranho que seus olhos possuem, mas o sorriso em seu rosto ainda é igual ao da minha velha amiga. O garoto – Adam- é bem bonito até, nada comparado ao Carl ou ao Willian, mas é bem charmoso. Seus cabelos são de um ruivo aloirado e pelo que eu pude ver seus olhos são verdes escuros. Ele percebe que estou encarando e sorri de lado.

– Esqueci-me de me apresentar. Sou Adam – Apresenta-se ele.

– Katherine – Falo sorrindo.

– É um prazer conhecê-la senhorita. – Diz ele depositando um beijo em minha mão.

– É o que todos dizem – Digo dando uma piscadela. Nossa, há quanto tempo não sou brincalhona ou sarcástica? Acho que a tristeza está tomando conta aqui.

– Ok pessoal. Aonde iremos? Nossos suprimentos estão acabando. – Avisa Ash preocupada olhando a floresta.

– Bom, podemos ir para prisão, Rick não se importaria em aceitar mais algumas pessoas. – Ofereço mesmo sem ter a mínima ideia de qual direção à prisão está.

– Você tem um grupo? Isso é maravilhoso! – Exclama Ashley animadamente. – Tem certeza que podemos ir lá?

– Bem, sim. Mas não tenho a mínima ideia de qual direção devemos tomar. – Falo com cenho franzido.

– Eu vi uma prisão ao leste quando estava procurando água. – Diz Adam pela primeira vez.

Nós conversamos bastante no percurso rumo à prisão, como foi viver em Woodbury e conviver com o Governador. Adam é um garoto legal também, sempre foi sozinho na vida, então quando o apocalipse começou não foi tão difícil assim. Quando já está anoitecendo avisto as torres da prisão, certo, eu não havia pensando como seria a reação deles em me ver, já que eu fiquei a tarde inteira sem dar sinal de vida. Apesar de que eu acho que ninguém notou, a não ser talvez Piter.

Carol nos vê e abre o portão rapidamente, antes que os zumbizinhos nos notem. Corro para dentro e só paro quando chego ao refeitório, onde todos estão reunidos.

– Oi pessoal – Falo sorrindo como se não tivesse saído em nenhum momento ou que não fosse acontecer uma guerra. Alguns me olhando aliviados, outros como se eu fosse louca, outros não se dão nem o trabalho de levantar o olhar do prato para me olhar, nesse caso Daryl. Tenho a leve impressão que ele não gosta de mim.

– Quem são esses? – Pergunta Beth olhando para Ashley e Adam que estão atrás de mim.

– Onde você estava? – Pergunta Piter preocupado e ignorando totalmente a presença de Ashley. Estranho.

– Eu estava dando uma voltinha na floresta atrás da chapeuzinho vermelho. E essa é Ashley, minha melhor e amiga e esse é Adam, eles estava em Woodbury, mas também fugiram – Falo. Arrependo-me na hora de ter citado que eles são de Woodbury, isso é o que menos ajuda no momento – Eu achei que eles poderiam ficar aqui. Eles me salvaram na floresta.

– Woodbury?! Garota, você tá louca? Como pode trazer o inimigo pra nossa casa? – Exclama Daryl com raiva.

– Ela é minha melhor amiga! Queria que eu a deixasse na mata pra morrer? – Revido gritando. Daryl realmente é um caipira idiota.

– Parem de brigar! – Exclama Hershel colocando ordem no recinto. Eu e Daryl ainda estamos fuzilando um ao outro com o olhar. – Daryl, eles são só crianças, não custa ajuda-los. E Katherine, você não pode ficar trazendo pessoas para cá.

– Certo, desculpe – Murmuro.

Depois de mais alguns comentários Rick decide que eles poderão ficar, Carol os levou para uma cela e os alimentou. Mesmo com todas essas coisas que aconteceram comigo hoje não tenho nem um pingo de sono, então resolvo ir para a cerca observar os movimentos dos walkers. Ando com passos lentos respirando o ar frio da noite e observando o pátio ainda tomado pelos zumbis.

Só quando já estou chegando à grade percebo que já há outra pessoa lá. Carl. Viro-me para ir embora antes que ele perceba minha presença, porém não tive essa sorte.

– Ei – Chama ele segurando meu braço.

– Que? – Questiono tentado parecer mais desinteressada possível.

– Eu queria pedir desculpas por àquela hora. Não devia ter falado daquele jeito com você. – Pede.

– Devia ter pensado antes de falar – Respondo já me virando novamente para ir embora. Grossa, eu sei, mas ele merece.

– Pelo menos eu penso antes de trazer pessoas para cá. Eu vi o jeito que aquele Adam olha pra você, aposto que só o trouxe pra aumentar seu ego feminino. – Fala ele.

– Ciúmes? – Questiono sorrindo irônica.

– Claro que não! Daquele garoto ridículo? Nem pensar! – Responde ele incrédulo.

– Pelo menos ele é um cavalheiro, ao contrário de você. – Insulto. Ele me encara com puro ódio. Ops.

– Cavalheiro? Ele só quer dormir com você!

– E você? Foi lá, me beijou e depois me deu um fora como se eu não significasse nada! – Falo com os olhos marejando. Limpo as lagrimas com força, eu sou uma idiota mesmo. Ele me olha arrependido.

– Desculpe... – Mas antes dele terminar o que queria falar dou as costas pra ele e saio andando em direção ao telhado da prisão. Chego lá o mais rápido que consigo, mas antes que eu possa sequer sentar e pensar ele me alcança.

– Pare de agir assim Katherine! Eu sei que eu sou um idiota, mas você também não facilita nada. – Ele fala entrando na minha frente.

– Se veio aqui só para falar isso já pode ir embora. – Informo cruzando os braços.

– Desculpa – Suspira derrotado – É só que eu tento não me importar, mas eu simplesmente não consigo. – Murmura ele. Encaro-o por um tempo, ele parece estar sendo sincero.

– Certo, desculpe também. – Peço mexendo desconfortavelmente sobre meus pés.

– Ok – Responde ele se sentando.

Sento-me ao lado dele, igual ao dia quando cheguei à prisão. Encaramos-nos por um tempo, até que surge um sorriso em seu rosto, e involuntariamente no meu também. Desviamos o olhar constrangidos e ficamos em silêncio observando a lua. Talvez eu não devesse ter desculpado ele, muito menos estar aqui, mas eu não posso me dar a esse luxo, já que posso morrer a qualquer momento.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do encontro com a Ash e o Adam? E do momento Carth? O que vocês esperam que irá acontecer? Comentem! É super importante para fic saber a opinião dos meu leitores.