The Four Secrets escrita por starqueen


Capítulo 3
Capítulo 2 - Uma lenda.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal o/
Então, esse capítulo eu deixei bem maior pq é tipo uma breve explicação e talz...
Ah, aliás, eu fiz um trailer dessa fanfic e postei hoje no YouTube, vou deixar o link nas notas finais.
Enfim, vamos ao capítulo...



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Eu não tive lá muito tempo de pensar, apenas fiz a mesma coisa que ele fazia: correr.

Normalmente, a única regra que eu seguia e sempre segui foi: Não confie, não fale e nem ao menos olhe para estranhos. Era a regra chave para a minha sobrevivência. Mas agora, eu quebrei a única regra da minha vida, estava correndo com um cara estranho, e que, provavelmente, era um dos quatro dominadores, como eu. Ou poderia estar mentindo, como ninguém nunca fez antes. Eu apenas fiquei quieta, correndo por aquela base enorme e com vários soldados querendo nos matar correndo atrás de nós. Provavelmente, eu iria me arrepender disso depois.

Nesse instante, o agora era o que mais me importava.

Havia vários soldados correndo atrás de nós, todos eram velozes, e pareciam fortes demais para nós. Eu não pude me virar e simplesmente vê-los em câmera lenta, como se fosse um filme, vídeo clipe ou qualquer coisa assim. Eu só sabia que eles deveriam ser, no mínimo, uns quinze centímetros mais altos que eu, e que deveriam ter anos e anos de treinamento em como dar uma surra em qualquer um. E eu só tinha “treinamento” em como ser uma idiota. O problema era o seguinte: eu estava sendo mais idiota e lenta que o normal.

Foi aí que paramos de correr.

Uns dez soldados, nos cercaram na frente e por trás. Eu não sabia como eles puderam pensar em algo assim, e nem sabia de onde eles vieram, só sei que eles nos cercaram. Rapidamente, paramos de correr e o único som que eu poderia escutar era a nossa respiração, que estava completamente acelerada. Eu e o garoto olhamos ao redor, e eu analisava a situação tentando manter a calma e deixando as emoções de lado. Eu não conseguia pensar em nada. Todos eram bem mais altos, fortes e bem mais treinados que eu. Não pareciam ter nenhum ponto fraco. Droga. Isso iria me dar muito mais trabalho do que imaginei.

— Oi, pessoal. — disse o garoto ao meu lado. — Então... Vocês estão atrás de nós, certo? — os soldados assentiram, o garoto sorriu de um jeito estranho. Rapidamente, seus braços se encheram de fogo, e eu me afastei rapidamente, evitando de ser queimada por isso. Por um minuto, eu pensei que seus braços iriam se queimar e que logo ele iria morrer, mas eu estava enganada. Ele controlava o fogo perfeitamente, como se fosse uma parte de seu corpo, algo completamente normal a ele. Os soldados se afastaram rapidamente.

— O que você...

— Sou o dominador de fogo. — ele disse antes que eu pudesse terminar a frase. Logo deu um sorriso a mim, para que eu me acalmasse, como se ele percebesse o quanto eu estava assustada e surpresa com aquilo. — Estão ouvindo? Eu sou o dominador de fogo. Posso queimá-los, então... Poderiam nos deixar passar? — desta vez, disse aos soldados.

Os soldados pareciam ter medo, mas não recuaram. Eles pareciam extremamente leais, e não iriam sair dali e desistir de nós tão cedo assim.

Eu respirei fundo.

— Deixe-me falar com eles. — ouvi uma voz. Logo os soldados abriram espaço, e um homem de cabelos grisalhos e por volta dos seus cinquenta anos passou por eles, ficando frente a nós. Ele tinha a minha altura, usava um terno e seus olhos eram azuis claros. Sua voz era calma, e, ao mesmo tempo, autoritária. O garoto ao meu lado rapidamente ficou normal, e as chamas em seus braços despareceram como um toque de mágica. Presumi que esse homem fosse uma espécie de chefe daqui, pois, no lado direito do seu terno, havia um broche com a bandeira dos Estados Unidos. — Olá, dominadores. Sou John Wright, e presumo que queriam saber o que está acontecendo aqui, certo?

— Nossa, você presume muito bem. Como adivinhou, hein? — perguntou o garoto, com sarcasmo na voz. — Tipo, porque é super normal apagar e depois acordar na Área 51 com um monte de gente estranha.

— Você é Matthew Summers, não? — perguntou John Wright. — O dominador de fogo. É uma honra tê-lo aqui.

— Não vai me comprar tão fácil. — disse Matthew.

— Creio que não quero lhe comprar. — disse John Wright calmamente. — Se quisesse, já teria feito. — ele deu um sorriso bizarro, como se Matthew fosse uma mercadoria.

— Quem você é? — perguntei secamente. — Algum bilionário maluco e esquisito?

— Ah, e você é a Samantha Watters. — ele abriu um sorriso falso. — A dominadora de água. — todos olharam para mim, como se não conseguissem acreditar. Até Matthew. — Nunca pensei que ia ver alguém como você aqui. É uma honra enorme apenas saber que você está pisando este chão.

— Me capturaram. — disse. — Me tiraram do meu país, atravessaram o mundo, e me deixaram aqui. Me trataram como se eu fosse uma criminosa por causa de uma lenda idiota. Não existe honra ou qualquer coisa assim nisso.

Ele respirou fundo.

— Clark e Joseph venham aqui. O resto do soldados pode ir. — disse calmamente o homem. — Eu vou conversar com os dois.

Logo dois soldados andaram em nossa direção, enquanto o resto ia embora, como John Wright pediu. Um deles segurou no meu braço com força, e eu senti que estava perdendo as energias aos poucos, como se apenas o toque dele me deixasse completamente fraca e vulnerável. O outro soldado fez a mesma coisa com o dominador de fogo, e Wright sorriu, como se soubesse a reação do meu corpo a isso.

— Luvas anti-dominação. — explicou Wright. — Foram feitas em 2010, e apenas o seu toque deixa qualquer portador de grande poder fraco. Ótimas, não? — deu uma risadinha forçada. Eu tentava me debater, e fazia de tudo para que aquele soldado me soltasse, mas nada parecia dar certo. — Ah, Srta. Watters, creio que não vá conseguir fugir tão cedo. — disse olhando para mim, com um leve sorriso em seus lábios secos. Mesmo assim, eu não desisti, e continuei tentando. Não poderia ser muito inteligente fazer isso naquele momento e lugar, mas eu tinha a mais pura certeza que se continuasse parada, sem fazer nada, e apenas esperando alguma oportunidade, talvez ela nunca fosse aparecer. Eu preciso fazer as minhas oportunidades e escapar daqui.

O soldado ignorava perfeitamente o que eu fazia, e continuava andando. Eu não fazia ideia para onde estávamos indo, mas eu tinha o pressentimento que não seria um lugar nada bom ou agradável. Eu pensei por um instante que seria um sonho, mas logo isso saiu da minha mente. Aquilo era real demais, eu sentia toda a dor, e a minha consciência estava completamente ativa, de alguma maneira, eu tinha um pequeno controle sobre mim. Ou seja, definitivamente, não é um sonho. É a pura realidade.

Finalmente, os soldados pararam de andar, inclusive Wright. Os soldados finalmente nos soltaram, mas, pareceram deixar uma marca branca em nossos braços, como se as luvas anti-dominação passassem seu poder apenas com o toque. Wright sorriu ao ver meu braço com aquela marca, dispensou os soldados rapidamente e disse:

— Hora da verdade. — ele disse, com um pouco de felicidade em sua voz. — Espero que entendam a situação.

Eu não entendi bem o que ele disse, mas continuei quieta, apenas esperando o que ia acontecer. Eu me senti um pouco curiosa, mas tentei ao máximo evitar demonstrar um pouco disso a ele ou a qualquer um ali. Apenas continuei com a minha cara entediante e irritada. Ele deu um passo à frente e a porta se abriu automaticamente, como todas as portas ali. Ele entrou lá rapidamente, e fez sinal para que eu e Matthew entrarmos. Mesmo sem vontade, eu entrei na sala, junto com Matthew, e logo a porta automaticamente se fechou.

Havia dois adolescentes lá.

Eles pareciam ter seus dezessete anos, pareciam ser, no máximo, dois anos mais velhos que eu. Era uma garota e um garoto. Ela tinha cabelos castanhos e lisos, que desciam até quase a sua cintura. Ela era magra, não muito, mas parecia ter um corpo perfeito. Seus olhos eram castanhos escuros, não dava para vê-los perfeitamente daquela distância, mas eu tinha certeza que deveriam ser em um tom de castanho. Ela parecia ser alta, não muito, mas creio eu que ela seja uns cinco ou seis centímetros mais alta que eu. Não dava para ser muito exata sobre isso. Ela não tinha lá uma expressão muito feliz.

Ao seu lado, tinha um garoto. Ele era bem alto, e disso eu havia certeza. Ele me lembrava um urso, não sei porquê. Ele tinha cabelo liso meio encaracolado, era castanho escuro, quase preto, e era um pouco curto, mas mesmo assim, havia algumas mexas rebeldes caindo por seu rosto. Seus olhos eram estranhos, uma cor que eu nunca havia visto antes, como se fosse um castanho escuro com um brilho azulado, é difícil explicar. Apenas imagine uma junção do olho castanho escuro com o olho azul e bingo! Dá exatamente a cor dos olhos dele. Sua pele não era branca, era levemente bronzeada, um pouco parecida com a minha. Ele não era muito magro, era até um pouco “forte”.

Presumi que eles eram os outros dominadores.

— Esses são Helena Jones e Travis Springs os outros dominadores. — disse Wright. — A Srta. Jonas domina a terra, e o Sr. Springs domina o ar. Incrível, não? — Não respondemos nada, mas Wright pareceu considerar nosso silêncio com um sim. Ele sorriu. — Certo, sentem-se ali. — apontou para duas cadeiras perto de Helena Jones. — Vou lhes explicar tudo.

Obedecendo as ordens dele — eu odiava fazer isso —, eu e Matthew sentamos naquelas cadeiras, em silêncio, e provavelmente, dava para ver claramente a falta de vontade e uma raiva em nossos olhares. Helena Jones e Travis Springs tinham o mesmo olhar, presumi que eles não estavam ali porque queriam, eles provavelmente foram capturados como eu.

— Helena Jones, Travis Springs, Matthew Summers e Samantha Watters. — disse Wright sorrindo. — Os novos dominadores.

— Pode explicar a droga da história logo? — perguntou Matthew.

— Eu quero saber porque estou aqui. — disse Travis Springs. — E-Eu não sou americano, vocês não tem o direito de...

— Sim, dominador de ar, temos o direito. — disse Wright. — Depois da segunda guerra mundial, nós pegamos da Inglaterra o contrato histórico que nos dá direito da guarda dos dominadores.

— Não pode explicar logo essa merda? — disse. — Vocês atravessaram o mundo e me deixaram aqui! Eu quero saber ao menos porque se importam com isso.

Wright me olhou com reprovação, talvez porque eu disse um palavrão.

— Certo, srta. Watters, eu vou dizer. — ele disse calmamente, como se aquilo fosse normal e tivéssemos todo o tempo do mundo. — A cada geração, temos quatro humanos especiais. Quer dizer, super humanos, ou qualquer coisa assim. Esses quatro humanos tem um poder especial de dominar um elemento da Natureza. Terra, Ar, Fogo e Água. Normalmente, esses dominadores especiais ajudaram em importantes decisões da humanidade, e são extremamente importantes para o bem estar humano. E vocês são eles. Os dominadores desta era.

— Por favor, pode dizer mais? — Helena Jones disse timidamente. — Eu gostaria de...

— Claro. — sorriu Wright. — O motivo da procura de vocês é simples: vocês são extremamente importantes para o bem estar do mundo. No final da segunda guerra mundial, os últimos dominadores morreram, e, por fim, nunca mais renasceram. Pensamos que o ciclo foi quebrado. E pra piorar, o último dominador de água morreu em 1815, na Inglaterra. Há duzentos anos não temos um dominador de água. No final do século 19, nasceram três dominadores. Mas o dominador de água simplesmente não nasceu, o ciclo havia sido rompido. Por causa disso, os outros dominadores não viviam em harmonia, então por causa disso, acontecendo a primeira, segunda guerra mundial, e a guerra fria.

— Então nós somos definitivamente estranhos, porém importantes? — perguntou Matthew.

— Isso me lembra muito Avatar... — murmurou Travis.

— Sim, vocês são. — Wright respondeu à pergunta de Matthew. — E são, provavelmente, as crianças mais importantes e procuradas do mundo todo.

Crianças... Sim, claro, porque adolescentes entre dezesseis e dezoito anos são bem crianças, não?, pensei com sarcasmo.

— E... Agora? Por que estamos aqui? — perguntou Helena.

— Vocês são propriedade do governo americano. — disse Wright — Serão treinados até os vinte e um anos de idade, e depois... Bem, creio que não querem saber de tudo agora. O importante é que precisam controlar suas habilidades e aprimorá-las. Deixá-los fora daqui seria um grande perigo a toda a humanidade.

Eu respirei fundo.

— Somos prisioneiros poderosos a vocês. — disse cabisbaixa. — Somos apenas armas que vocês um dia irão usar. — levantei a minha cabeça e olhei diretamente para Wright, querendo o assustar. Logo me levantei da cadeira, dando alguns passos em sua direção, e olhei fundo em seus olhos claros. — Mas eu acho que não vão conseguir. — sorri falsamente.

Naquele instante, meus instintos de sobrevivência e fuga acordaram. Água apareceu em meus braços. Eu nunca me importava em como diabos a água simplesmente aparecia do nada, eu estava mais ocupada em escapar dali e nunca mais voltar. Uma corrente de energia se passou por meu corpo. Senti minha audição, visão e reflexos ficarem mil vezes mais rápidos, atentos e aguçados. Meus dois braços ficaram praticamente cobertos por água, como se a água fosse uma arma enorme e super poderosa que me protegesse, e ao mesmo tempo, pudesse matar qualquer um ali. Eu dominei a água, e em questão de segundos, Wright estava caído no chão. Quanto aos outros três dominadores eu não fiz nada, apenas corri em direção da porta, e ela automaticamente se abriu, como eu presumi antes.

Eu saí correndo pelo o enorme corredor. Parecia coisa de filme de ficção. Eu me sentia incrível, e ao mesmo tempo, terrível. Havia sentido essa sensação apenas duas vezes na vida: quando minha família morreu e quando eu havia sido pega pelo o governo americano há alguns anos. Lembrar daquilo não era nada bom para mim. Eu queria esquecer essas coisas mais que tudo nesse mundo.

Mas eu não podia.

Ouvi vários soldados correndo atrás de mim. Eu jogava correntes de água em cima deles, até congelava algumas. Sim, eu consigo dominar a água em dois estados: líquido e sólido. Mas eu acho que falar disto não é muito importante. Eu só faço isso e ponto final.

Quando eu pensei que havia parado todos os soldados, eu me surpreendi.

Logo apareceram três soldados na minha frente, e cinco atrás. Eu fui praticamente obrigada a parar. Eu derrubei um soldado, mas, enquanto eu fazia isso, um veio atrás de mim e me segurou com muita força, e eu comecei a me sentir fraca. Deveriam ser as luvas anti-dominação que Wright disse antes. A água ao meu redor desapareceu. Meus sentidos voltaram ao normal. O soldado pôs a sua mão na minha boca, e eu comecei a ficar com sono. Eu queria gritar o mais alto e irritante que podia, mas minha voz não saia. Logo senti um calor próximo de nós. Algumas chamas apareceram, mas logo foram contidas.

Eu vi Matthew, o dominador de fogo, tentando fugir. Ele gritava algo como: “Soltem a dominadora de água! Agora!”,mas os soldados não obedeciam. Ele derrubou dois soldados ao mesmo tempo, mas um pegou ele, e antes que eu fizesse algo, senti meus olhos ficarem cada vez mais pesados.

Ouvi alguns passos próximos de nós, quando me dei conta, John Wright estava na minha frente, dando um sorrisinho.

— Você achou errado, Srta. Watters. — disse Wright. — Nós conseguimos.

Eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

Link do trailer: http://www.youtube.com/watch?v=qP8Avetl9NA
Então, pessoal, o que acharam desse capítulo? e.e