The Four Secrets escrita por starqueen


Capítulo 19
Capítulo 18 - A dominadora de Água.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, novo cap o/



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A minha irmã mais nova consegue dominar a água. Exatamente como você.

Exatamente como você.

Aquilo se repetia na minha mente sem parar.

Eu meio que fiquei sem nenhuma reação. Eu estava tão acostumada em pensar que eu era a única pessoa no mundo todo que poderia fazer isso que nunca cogitei que outra pessoa pudesse também fazer isso, igual a mim. Eu poderia até reclamar em ter isso, mas de certo modo, isso me fazia especial. Era a única coisa em mim que eu poderia usar ao meu favor, a única coisa que me ajudava a sobreviver, mas também me matava. Então, pensar que outra pessoa pudesse fazer isso... Era completamente surreal para mim. Todos diziam que eu era a última dominadora de água, faz uns duzentos anos que não nasce nenhum dominador como eu. É, essas pessoas estavam completamente erradas.

— Ela é uma dominadora?! — disse. — Jeff...

— Ela não é sangue puro como você, Sam. Mas ela domina a água quase que perfeitamente. Pode não ter os mesmos instintos e a força de um dominador por ela ser mestiça... Mas... Ela é uma dominadora de água.

A garota havia ficado sem reação.

— Quantos anos ela tem? — perguntei.

— Onze. — respondeu Jeff. — Ela... Ela consegue curar até ferimentos com a água. É incrível.

— JEFF! — gritou a garota. — Você disse que não ia contar pra ninguém! Isso é um segredo!

— Eu sei. — disse Jeff. — A Sam pode te ajudar, ela é como você.

— Eu não posso. — disse

— Pode. — disse Jeff.

— Merda, Jeff, eu não posso. — disse.

— Kristen, mostra o que você sabe fazer para a Sam. — disse Jeff. — Agora.

— Não! — ela respondeu. — Isso não é um circo! Eu sou uma aberra...

Antes que ela pudesse terminar a frase, eu fiz água aparecer em minhas mãos, e comecei a dominá-la, de um jeito meio que perfeito. A garota se calou imediatamente, apenas observando o que eu fazia com os seus olhos negros brilhando. Então eu joguei a água para o alto e rapidamente a evaporei, fazendo que ela simplesmente desaparecesse, sem que uma gota caísse no chão.

— Você faz isso? — perguntei.

— Ahn... Sim. — ela respondeu meio que surpresa. — Faço.

— Mostre-me. — disse, em um tom de ordem. — Agora.

A garota respirou fundo e começou a se concentrar, diferente de mim, que fazia aquilo fluentemente, sem nenhuma concentração. Então, em questão de alguns minutos, água apareceu em suas mãos, e de um jeito meio desajeitado ela dominava perfeitamente, sem que nenhuma gota caísse no chão ou até ameaçasse de cair. Então, ela jogou no alto, numa velocidade tão rápida que eu tive até que prestar atenção, e com outro movimento brusco, a água simplesmente evaporou desaparecendo.

Eu fiquei boba.

— O que você acha, Sam? — perguntou Jeff.

— Eu com onze anos não conseguia fazer isso. — disse. — Ei, qual é o seu nome? — perguntei á garota.

— Kristen. — ela respondeu.

— Não mostre a sua dominação para ninguém, Kristen. — disse. — O governo pode te perseguir, e seria uma espécie de caos caso eles descubram isso, entendeu?

Ela assentiu.

— Você gosta do seu pai? — perguntei.

— Sim. — ela respondeu.

— Não mostre isso nem que seja caso de vida ou morte. — disse. — Seu pai seria um dos primeiros a se virar contra você.

— Como? — ela perguntou. — Você... Você é doida!

Jeff respirou fundo.

— Lembra de quando eu fazia coisas até tarde na escola? — perguntou Jeff. A garota assentiu. — Eu não estava na escola fazendo aquelas babaquices de clube da leitura ou clube de xadrez, eu estava fazendo testes com o papai. — ele disse. — O nosso pai é o general mais importante da Área 51, e ele lidera as pesquisas com seres vivos. Inclusive eu. Ele achava que eu era um dominador de água.

Kristen parecia não acreditar nisso.

E o que mais me intrigava, era o simples fato de que existia outra dominadora de água, como eu. Era tão estranho que eu não poderia simplesmente ignorar, ou esquecer, como eu sempre fazia. Eu não conseguia me lembrar de esquecer isso. Ficava se repetindo na minha cabeça, e toda a hora que alguém aqui abria a boca para falar algo, a história voltava três ou quatro vezes mais forte. Eu não era especial, e nem fui. O meu subconsciente ficava se iludindo com aquilo, como se essa dominação me fizesse especial ou menos pior do que eu realmente sou.

— Eu sinto muito. — disse cabisbaixa. — Você não pode voltar.

— Como? — Kristen perguntou. — O que você está dizendo!?

— Eu sinto muito pela a sua dominação. — disse. — Ela é uma maldição.

— Sam! — protestou Jeff. — A dominação não é uma maldição. Ela é o melhor dom que o ser humano pode receber.

— Jeff, não se engane com isso. Você não a possui para saber. — eu falei. — Diga a ela toda a história. Você sabe bem que nenhum dominador, principalmente do de água tem algum final ou história feliz. — assim que eu falei isso, me lembrei dos corpos dos meus pais e da minha irmã mais nova, com todo aquele sangue no redor e aquele maldito silêncio. Aquela imagem ficava se repetindo na minha mente, e logo todas as pessoas que eu matei ficavam passando na minha cabeça. Isso é irritante demais.

Então Jeff começou a contar sobre os dominadores e como eles nascem em cada era e blá, blá, blá. Depois disso, ele começou a falar do último dominador de água, o nativo sul-americano que tinha algum parentesco com a família dele. Eu não prestava lá muita atenção nisso, afinal, já sabia toda aquela história e também, meu cérebro estava me torturando naquele exato instante.

— Eu sou mestiça, então? — Kristen perguntou.

— Sim. — respondeu Jeff. — Papai achava que eu que era um dominador de água, porque normalmente, os homens costumam a ter mais facilidade para esse gene. Mas, de certo modo, você é uma dominadora mestiça, e a Sam é sangue puro.

Aquilo me tirou de meus pensamentos egoístas.

Eu senti um cheiro esquisito. Ele vinha da porta, que naquele instante estava fechada. Mas ainda assim, o cheiro era bem forte e familiar para mim. Eu tinha certeza que havia sentido isso antes. Era familiar até demais. Naquele instante, eu revirava a minha memória para ver que cheiro era esse, e de quem vinha esse cheiro, mas nada me aparecia. Eu sentia como se minhas memórias estivessem bloqueadas, mas logo essa sensação passou. Eu me lembrei de uma tatuagem, era um pentagrama, com alguns desenhos de flores ao seu redor. E no centro, havia um lobo.

— Acha que vai escapar dessa, dominadora? — dizia o homem. — Eu sou o chefe dessa matilha. Você só é uma pirralha de onze anos que teve no mínimo a sorte de estar viva até agora. Quer mesmo lutar comigo?

Seus olhos ganharam uma espécie de brilho amarelado.

— Você é fraco. — eu dizia com uma espécie de sorriso sarcástico no rosto. — Você drogou uma matilha todinha com cocaína e maconha, e agora, está se voltando contra mim? Você não passa de um velho fracassado.

Então ele se transformou em um lobisomem.

— Merda... — murmurei. — Eles não...

— Sam? — Jeff perguntou confuso.

A porta se abriu.

Logo eu vi uma mulher. Ela era bem baixinha, mas também era bem bonita. Seus olhos eram completamente negros, numa imensidão terrível. Seus cabelos eram cacheados e castanhos, caindo mais ou menos na altura de sua cintura. Sua pele era bem pálida, o que me fazia quase lembrar um vampiro. Ela tinha uma maquiagem leve no seu rosto, como se quisesse apenas esconder suas imperfeições. Presumi que ela fosse a esposa do General Rodriguez.

— Kristen, você poderia fazer... Meu Deus! — ela percebeu eu e Jeff no quarto. — Jeffrey! O que faz aqui? Quem... Quem é essa garota?

O cheiro vinha dela. Ela era uma lobisomem.

— Merda... — murmurou Jeff. — Olhe, eu não...

— Então você é a Sra. Rodriguez? — perguntei, evitando demonstrar qualquer emoção.

— Sou! — ela disse. — E você? O que faz aqui?! O que diabos está acontecendo aqui hein?

Eu dei um passo, mas Jeff me segurou pelo o pulso, dizendo que não. Mas ainda assim, eu me soltei e dei passos lentos até ela. O cheiro ficava mais forte. Eu tinha certeza que era ela.

— De que matilha você faz parte? — perguntei.

— Como? — ela perguntou, fingindo alguma coisa. — Eu...

— Tem cheiro de lobisomem em você. — eu disse. — Não adianta mentir, eu sei.

— Eu não faço ideia do que você está falando! — ela disse.

— Ah, então você não faz ideia? — eu perguntei, meio que com sarcasmo na voz.

Então, em um movimento brusco, eu a puxei com toda a força do mundo e a empurrei em uma parede, com as minhas mãos em seu pescoço, ameaçando de a enforcar. Então eu prestei atenção em seus olhos negros, não havia nenhum brilho amarelado ou qualquer coisa assim. E ela não demonstrava nenhuma força. Ela não era uma loba. Mas com certeza estava com lobisomens.

— Com quem você estava? — perguntei, apertando um pouco seu pescoço.

— Sam! — disse Jeff. — O que é isso?!

Ela não me respondia.

— Você estava com lobos, não é? — eu apertava com mais força seu pescoço. — Me diga! Agora!

Então o celular dela tocou. Eu a soltei, porém, eu segurava o seu pulso, o apertando com toda a força do mundo.

— Atenda. — eu disse. — Agora.

Ela pegou o seu celular e rapidamente atendeu.

— Alô, Roger? — ela dizia. O cara do outro lado da linha falava algumas coisas. — Eu, hã, eu não posso. — então eu ouvi ele gritar. — Sim, mas, por favor, me ajuda. — ela dizia, então eu apertei seu pulso com força, e logo eu fiz o movimento brusco de o virar. Ela gritou. Eu conhecia bem a anatomia humana. Conseguia fazer um simples movimento na pior coisa do mundo. — Sim, Roger, por favor... — Eu girava seu braço agora. Ela berrava. Então o celular caiu no chão.

Rapidamente, eu a soltei e peguei o celular. Mas em outro movimento, eu peguei meu braço direto e o passei pelo o seu pescoço a enforcando.

— Quem fala? — perguntei.

— Quem é você? — disse o outro cara na linha. — O que diabos está acontecendo aqui?!

— Responda a minha pergunta primeiro, seu imbecil. — eu disse. — Senão eu arranco as tripas da mulher com quem você falava.

— Eu não tenho nada a ver com essa vadia! — ele dizia. — Qual o seu problema?

— Quem é você? — eu dizia. — Responde logo, seu imbecil!

— Eu não tenho nada a ver com isso! — ele disse. — Vocês, malditos vampiros...

— Vampiros? — eu disse. — Espere... Você é um lobo!

— Merda... — ele murmurou. — Olhe, você não ouviu nada disso, ok?

— Ouvi sim, maldito lobinho. — eu disse. — Por que estava com essa humana, hein? Responde, agora!

— Quem é você?

Eu respirei fundo.

— Eu sou Sam Watters. Acho que sabe quem eu sou, certo?

— Puta merda! — ele gritou no outro lado da linha. Sua voz parecia feliz. — Steve, a achamos! Por Deus, eu não acredito! Dois dominadores! Caralho, existem dois? Vamos logo!

Então ele encerrou a ligação.

Eu soltei a mulher, que rapidamente, caiu no chão. Eu só podia ver um sentimento estampado em seu olhar: Medo. Ela estava com muito medo de mim. No meu lugar, algumas pessoas poderiam achar isso meio assustador, mas eu achava ótimo. Preferia que as pessoas tivessem medo de mim do que qualquer outro tipo de emoção.

Jeff e Kristen pareciam horrorizados comigo.

Eu olhei para a mulher com nojo, eu ainda não acreditava que ela tinha feito aquilo. Eu já havia decifrado o que estava acontecendo. Ela provavelmente deve andar com lobisomens e acabou contando para eles que a sua filha domina a água. E como os lobisomens me procuram durante esses anos, provavelmente eles acharam que era eu. E agora, estamos perto de uma invasão de lobos. Ótimo.

— Esconda a garota. — disse a Jeff.

— O quê? — ele perguntou. — Sam, o que diabos está acontecendo aqui?

— Sua mãe lhe traiu. — eu disse a garota. — Ela tem amigos lobos. Ela disse a eles que tem uma dominadora de água aqui, e eles acham que sou eu. — respirei fundo. — Eles estão vindo para cá. Eu sinto isso.

— Eu não fiz isso! — disse a mulher, ainda no chão. — Quem é você? — perguntou a mim.

— Eu sou a dominadora meio que, hã, “oficial” de água. — eu disse. — É a mim que os lobos procuram.

Rapidamente, eu ouvi alguns sons na rua, e logo Jeff se virou olhando pela a janela, procurando alguma coisa. Então foi aí que eu me enganei mais do que nunca sobre os lobos.

— Sam... — Jeff dizia.

Eu rapidamente olhei pela a janela, e várias matilhas de lobos se juntavam ali, no meio da rua, rosnando, uivando e correndo. Como se fosse uma cena de filme de ficção ou até um sonho maluco.

— Os lobos sempre irão se lembrar desse dia! — berrava um homem nu, provavelmente um lobisomem, claro. — Você... Você matou o nosso chefe!

— Por que vocês não me deixam em paz? — perguntei.

— Nós sempre vamos lhe seguir, Sam Watters. — disse outro lobisomem. — Nós nunca vamos esquecer a morte do nosso maior líder, entendeu?

Eles não estavam mentindo. Droga.

— Esconda a garota. — disse a Jeff. — Eu sei o que fazer. — menti a última frase.

Eu estava desesperada. Os lobos vão voltar para ter a sua vingança contra mim.


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Notas finais do capítulo

WOW PESSOAL, o que vocês acharam? ahsuahsuas As tretas estão próximas u.u
Enfim, o que vocês acharam do capítulo? Tem algum erro ou coisa desse gênero? e.e Gostaram de como a história está indo? e.e

Então, COMENTEM :)



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