The Four Secrets escrita por starqueen


Capítulo 16
Capítulo 15 - A fugitiva.


Notas iniciais do capítulo

Novo capíulo o/ Postei rápido u.u
Galera, eu me ferrei na prova de espanhol hoje só pra escrever esse capítulo, então fiquem felizes ahsuahsuahsu
Here we go...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/464385/chapter/16

Ponto de Vista do Travis.

Voar não era fácil.

Era para eu estar me sentindo como o Sayajin, ou até me achar um “deus do novo mundo” igual a Raito Yagami por causa disso. Mas esse tipo de sentimento nem passava por perto de mim. Era necessário muito mais de toda a minha atenção para conseguir controlar os ventos ao meu redor, e ainda mais: meu corpo não era feito pra isso. Qualquer errinho poderia fazer que eu tenha uma queda fatal. Ah, e sem falar que eu nem tinha ideia de qual era a direção da Califórnia, então, a esta altura, eu já deveria estar perdido.

Antes que me chame de burro em geografia, a Área 51 poderia ficar em Nevada, mas havia algumas partes no Arizona. É algo meio complicado.

Era de noite, portanto, a única coisa que me guiava em direção da Califórnia eram as luzes das cidades. Eu não sabia lá muita coisa sobre a geografia dos E.U.A — as poucas coisas que eu sabia foram Matt e Jeff que me contaram —, então eu já estava com toda a certeza do mundo que havia me perdido completamente.

Era de noite (deveria ser bem umas oito horas da noite), e eu estava tentando ir o mais rápido que poderia. Os ventos ao meu redor eram tão rápidos que eu até me sentia mais leve e um pouco poderoso.

Eu voava tão rápido que em quase meia hora eu avistei o oceano... Naquela hora eu comecei a me desesperar mentalmente e quase ter um surto mental ali mesmo. Eu tentava manter a concentração, mas era quase impossível, porque eu pensava em tantas coisas que poderiam estar acontecendo naquela hora que eu até me esquecia do fato de que estava voando em pleno céu e que poderia cair por qualquer coisa.

Então eu caí.

Eu não estava numa altura muito alta, mas mesmo assim era praticamente mortal cair de uma altura daquelas. Eu não conseguia pensar em nada, minha mente completamente vazia. Minha concentração tinha praticamente sido morta.

Quando eu estava quase chegando ao chão, eu não sei o que deu em mim, mas eu consegui controlar os ares ao meu redor e não caí.

Eu “pousei” bem em cima de um navio. Provavelmente um Navio Cargueiro, ou até um de pesca. Não demorou muito para que eu saia correndo e tentasse me esconder entre algumas mercadorias. Eu estava um pouco ofegante, e também mentalmente me xingando de todos os nomes possíveis. Eu ainda estava surpreso de como eu não havia tido um ataque de asma ou qualquer coisa assim, o que deixava a minha vida mais irônica, afinal, eu domino o ar e ainda sou um asmático.

Rapidamente, dois homens andavam entre as mercadorias falando alguma coisa. Eu me encolhi ainda mais, e evitei de deixá-los escutar o som da minha respiração. Só fiquei prestando atenção em quem eram e o que eles falavam. Talvez eu tivesse alguma informação.

— Quando chegaremos a Nova Zêlandia? — perguntou o mais baixo dos dois.

— Você ainda é novato, garoto. — disse o mais alto, e consequentemente, velho. — Tem muito que saber sobre isso.

— Eu estou com medo. — admitiu o garoto. — Você viu aquele cara na TV hoje... Vai que ele está certo?

O homem mais alto e velho falhou um pouco.

— Va-vamos esquecer isso, ok? — ele disse. — O trabalho é mais importante.

Assim que eles ficaram mais próximos de mim — e não faziam ideia que eu estava ali —, eu dei meio que uma rajada de ar, o que fez os dois caírem no chão ao mesmo tempo. Eu saí de trás da mercadoria e rapidamente tentei perguntar do modo mais “intimidador” possível:

— Vocês viram alguma garota loira mais ou menos dessa altura? — coloquei minha mão mais ou menos na altura do meu nariz, para “ilustrar” a altura dela.

— Eles estavam certos... — murmurou o garoto, com medo em sua voz.

— Quem é você?! — perguntou o homem tentando esconder seu medo. Droga. Eu estava sendo pior que os caras do The Owners.

— Vocês a viram? — repeti a pergunta, com uma voz mais autoritária.

— Não... — respondeu o garoto.

— Fiquem aqui. Não falem mais nada. — disse de um jeito frio e mais assustador ainda.

Eu saí correndo pelo o corredor, desci as escadas e fui andando até algum “porão maior” onde estivesse todas as cargas. Seria um lugar perfeito para qualquer pessoa se esconder. Pela a primeira vez na vida, eu me senti inteligente e forte.

Assim que eu cheguei lá vi uma área quase infinita só de bagagens enormes. Era escuro, frio e eu não poderia ver quase nada. Encontrar uma pessoa aqui seria algo praticamente impossível, afinal, numa escuridão como essa e com cargas maiores do que eu, era uma missão quase impossível.

Eu respirei fundo e me determinei a procura-la direito. Eu sabia que as chances de que ela não estivesse aqui eram enormes, mas também havia aquele 1% de chance que ficava martelando na minha cabeça. Eu ainda tinha uma leve dúvida que a Sam pudesse ter colaborado com os The Owners, mas eu estava quase com toda a certeza que ela havia fugido. Ela falou isso para ele, mas nem ela mesma tinha certeza se ia fugir. Jeff ainda a ajudava e parecia falar tudo sobre a Área 51 e a geografia dos Estados Unidos.

Eu procurava pelas as grandes mercadorias, porém não achava nada. Nenhuma pista. Não parecia ter nenhum movimento aqui além dos meus passos.

Então algo me puxou pela a perna.

Eu pensei que tinha sete anos de idade de novo e que o meu medo do escuro e do bicho papão havia voltado mais forte do que nunca — desta vez, real —, mas fui tirado desse pensamento ao perceber que a mão era humana. Então, eu me virei, e vi um par de olhos verdes e bem brilhantes. Era estranho.

— Travis... — murmurou a garota. Reconheci a voz. Era Sam. — O que faz aqui? Tente esconder seus olhos. Agora.

— Hã? Sam, seus olhos... — disse em voz baixa.

— Os seus também. — ela disse em voz baixa, quase sussurrando. — Abaixe seu olhar. Agora. Do mesmo jeito que lhe percebi pelos os seus olhos, eles podem te perceber também.

— O quê? Sam, a Área 51 foi... — antes que eu completasse a frase, ela pôs a mão na minha boca.

— Cala a boca. — ela disse.

Eu ouvi alguns passos atrás de nós.

— Eu vi um garoto bizarro correndo por aqui. — disse um homem. — Os olhos dele meio que brilhavam, sei lá. Era estranho.

— Será que aquele cara da TV estava certo? — perguntou outro.

— Creio eu que sim. — disse o terceiro homem.

— Agora. — Sam murmurou.

— O quê? — perguntei.

Em segundos, ela deu um salto e jogou três dardos nos três homens atrás de nós. Um dardo em cada um deles. Aquilo foi tão rápido que eu nem tive tempo de impedir. Nem deveria ter durado um segundo. Um dos homens caiu, com um dardo acertado em sua boca, exatamente quando ele a abria parar falar algo. Outro teve o dardo acertado em seu olho, e o último, tinha caído no chão instantaneamente, com o dardo bem na sua garganta. Eu fiquei sem palavras. Ela rapidamente se abaixou, me puxando e evitando que eu visse mais. Eu não sabia nem ao menos o que pensar. Onde diabos ela havia arranjado aqueles dardos e como diabos ela poderia ter sido tão rápida e ter uma mira tão perfeita?

— Vaza. — ela disse.

— O quê você...

— Vaza, Springs. — ela disse secamente. — Volta para a Área 51 e inventa que eu morri. Agora.

— Eu não posso. — disse. — Eles acham que foi você que explodiu a bomba e agora está vazando informações para os The Owners.

— Bomba? — ela perguntou confusa.

— Os The Owners invadiram de madrugada e explodiram uma bomba. — contei. — Tem água e marcas de dominação de água onde a bomba foi explodida.

Ela respirou fundo.

— Diga que eu morri na explosão. — ela disse. — Eu não sei como diabos você veio aqui e nem quero saber mais o que aconteceu, mas eu não volto lá nem por todo o dinheiro do mundo.

— Eu só volto com você. — ele disse. — Venha.

— Otaku, eu não vou com você, entenda. — ela disse. — A vida não é igual aos animes idiotas que você assiste. Você não faz ideia do que está em jogo.

— Ótimo, agora você está jogando os meus gostos contra mim só para se defender. — disse. — Perfeito, Sam.

— Vaza daqui, Springs. — ela disse. — Agora.

Eu respirei fundo. Essa não seria fácil.

— Matt me mandou aqui. — ele disse. — Ele... Acredita que ele estava preocupado com você?

Ela forçou uma risada.

— Manda ele se foder. — ela deu um sorrisinho falso. — Vai embora, senão eu não terei escolha além de usar a minha força.

Senti uma pitada de medo.

— Por favor, Sam... — pedi.

— Não. — ela disse. — Agora se manda, Springs.

Bufei de raiva. Eu não poderia vir até aqui só pra receber um “Não”.

Então eu fiquei quieto, pensando em algo. Se antes, com os dois caras eu havia sido até um pouco mole para tentar usar a minha autoridade, imagine agora com uma garota que poderia me matar em um só golpe. Foi mais ou menos aí que eu percebi que caso Hogwarts me chamasse, eu jamais iria para a Grifinória. Eu não sou corajoso. Eu sou um fracassado medroso.

Então, quase toda a tripulação correu para aqui, todos armados com algum revolver e até tacos de beisebol.

— Peguem-nos! — berrou o homem da frente, o mais alto e forte, que parecia comandar tudo aquilo.

Ponto de vista da Sam.

Eu sou a pessoa mais azarada que eu conheço.

Eu tinha finalmente conseguido escapar daquele inferno, e até estava me sentindo um pouco feliz, até que o Travis aparece aqui falando um monte de babaquices e agora temos a tripulação de um navio todinho contra nós. Cara, isso não acontece com os outros personagens principais. Só comigo. Por que diabos eu sou a única personagem principal tão azarada assim? É algum tipo de maldição rondando sobre mim, é?

— Parabéns, Springs. — murmurei. — Estamos fodidos por sua culpa, otakinho.

Antes que Travis pudesse dizer algo, eu saí de trás da mercadoria e fiz um sinal de rendição.

— Foi mal, pessoal, sério. — disse. — Eu não tenho culpa se vocês são fracos e caem no chão por nada. Não tem graça nenhuma lutar ou fazer qualquer coisinha com vocês. Sério, por que mexicanos são tão sem graça? Vocês deveriam ser tipo os brasileiros, ou sei lá.

— SUA PRECONCEITUOSA! — berrou o homem do centro. — Sólo porque eres americana fica se achando melhor que nós, não? Nós trabajamos mucho más do que você, todo lo santo dia! Por que a droga do seu país simplesmente evita nos reconhecer ou até nos considerar algo importante. Y ahora, você invade nosso navio e ainda fere nossos hombres? Quem você pensa que é, chica? — ele deu uma pausa. Seu sotaque mexicano era bem forte. — Apuesto que deve estar fugindo dos pais porque eles não te aceitam como é, não?

Eu dei uma risada forçada. Esse estereótipo de garota adolescente não funcionava comigo. Não mesmo.

— Meus pais estão mortos, claro mexicano de merda. — disse, de um jeito frio, mas ainda tinha um sorrisinho sarcástico nos meus lábios. — E eu não sou americana.

— Não importa! — gritou outro, tinha o sotaque bem menos fraco. — Você não pode...

Peguei um dardo e acertei bem no olho do homem do centro. Ele berrou de dor, e só não caiu no chão porque os homens ao seu redor o seguraram. Com este simples ataque, havia criado um ódio ainda maior naquela tripulação.

— Travis... — sussurrei. — Defenda e fuja quando puder. Agora.

Rapidamente, os homens saíram correndo em nossa direção, e eu saí correndo para o fundo, tentando me preparar e me armar o mais rápido possível.

Foi mais ou menos aí que a minha ideia de deixar a minha espada colada com fita adesiva embaixo da minha calça havia falhado demais.

Eu tive que praticamente me esconder para ter tempo de quase tirar a calça e tentar conseguir tirar aquela espada toda cheia de fita adesiva. Ok, eu admito, eu não sou lá muito inteligente. Mas essa havia sido uma das maiores cagadas que eu fiz. Ao menos foi uma cagada com um pingo de inteligência.

Eu subi as minhas calças quase correndo, então, agora armada, eu praticamente me meti em toda aquela gente, e ia dando golpes rápidos, porém fatais. Eu me sentia como uma daquelas personagens de vídeo game, porque, a cada golpe que eu dava, era uma cabeça decepada. Aquilo poderia ser nojento e até um pouco perturbador, mas eu até que me sentia poderosa e legal por causa disso.

Em questão de minutos, eu já havia matado mais da metade daquela tripulação.

Provavelmente, eu iria me arrepender e jamais iria me perdoar por causa disso depois, mas naquela hora, eu havia tanta adrenalina correndo pelo o meu corpo que eu não conseguia pensar nisso. Eu era a versão mais primitiva que o ser humano já viu. Uma máquina assassina e carnal. Por enquanto, a quantidade de cabeças que eu iria derrubar era bem mais importante do que as vidas e famílias que estava matando por causa daquilo.

A única parte do meu cérebro que ainda tinha uma pequena parte de sanidade desejava que eu fosse morta ali mesmo. Seria bem melhor.

Então, quando o caminho estava quase livre para mim, eu saí correndo e subindo as escadas, até a parte de cima do Navio. Estava chovendo, e já deveria ser bem umas dez horas da noite. Eu estava tão sem humanidade, que se qualquer ser que se aproximasse de mim iria morrer em menos de um segundo. Poderia ser até Wright que aparecesse do nada, eu iria mata-lo sem nem pensar.

Apareceram mais tripulantes, eu diria uns dez, mas até que eu tomava conta deles. Eu admito, eu levava vários socos e chutes, mas ainda sim estava ganhando, afinal, eu os matava bem facilmente.

O mar estava bem tenso hoje, e a sua maré aumentava a cada instante. Logo a chuva havia ficado mais forte e raios caiam do céu. Seria uma oportunidade perfeita pra que ocorresse uma catástrofe natural aqui e eu acabasse morrendo.

Seria bem irônico a dominadora de água morrer afogada no seu próprio elemento.

Então eu vi a coisa mais estranha.

Eu vi uma cauda na água. É, uma cauda, tipo de sereia. Era como se nessa tempestade, a Ariel da Disney inventasse de simplesmente aparecer para mim. Ou eu deveria estar drogada sem nem ao menos saber. Era bem real.

Aquilo tomou a minha atenção.

Eu senti algo acertar o meu pescoço e rapidamente caí no chão, perdendo completamente os sentidos do corpo. Eu havia sido sedada.

As últimas imagens que eu vi foi um helicóptero sobrevoando por cima do navio, e todas as minhas esperanças de liberdade havia simplesmente ido embora. A cauda... Merda. Eu estou começando a ficar naturalmente chapada.

Então eu apaguei completamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam desse capítulo, pessoal? e.e
To sem assunto aqui u.u
Comentem e.e



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Four Secrets" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.