The Four Secrets escrita por starqueen


Capítulo 13
Capítulo 12 - Duas famílias.


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo o/

Cara, eu to muito feliz, amanhã eu vou comprar uma key de minecraft :3 Okay, parei, o pessoal aqui não deve jogar minecraft e nem deve ter ideia do que é.
Enfim, to sem saber o que falar aqui e...
Here we go... (amo falar isso ahsuahsuas).



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Sinceramente, eu merecia o Grammy ou o Oscar de pessoa mais estupidamente burra do século. Ou quem sabe o do milênio.

Eu tinha destruído o refeitório. Não completamente, mas eu ainda fiz um dano considerável por causa de nada. Uma parte da minha mandíbula estava queimada — e, cara, como isso dói —, minha camisa estava também um pouco queimada — obrigada, Summers —, também saía um pouco de sangue da minha boca, minha perna e minha mão ficaram curadas estranhamente, e eu ainda gritei pro mundo todo algo tipo: “Hey, pessoal, eu sou uma assassina!”, então, depois disso, eu acho que deveria ser uma forte candidata a Lorde no Grammy ou a Jennifer Lawrence no Oscar.

E, agora, eu estava sendo carregada por quatro soldados — cara, me senti até mais forte. Quatro soldados? Wow, então eu devo ser demais — e suas malditas e luvas anti-dominação que eu achava que vinham do próprio Satanás. Mas, enfim, eu já estava preparada mentalmente caso eles me fizessem confessar tudo que eu fiz e depois me castigassem com alguma pena de morte, ou até coisa pior.

Eu me sentia fraca, exausta, e o meu ódio por Matthew Summers havia aumentado mais ainda. Ótimo.

Eu olhei ao meu lado, e eu pude ver Matthew Summers sendo praticamente carregado por dois soldados. Ele estava cabisbaixo, cansado, com a sua camisa completamente queimada e surrada, mostrando o seu peitoral. Seu cabelo estava mil vezes mais bagunçado que o normal. Seu nariz sangrava um pouco — talvez pelos os socos que eu dei, foi um atrás do outro —, e, pela primeira vez na vida, eu vi seu rosto bem pálido. Sua respiração estava tão ofegante, que eu poderia ouvi-la perfeitamente de onde eu estava. Eu senti até uma leve e breve felicidade com isso, afinal, eu não estava pior do que ele. Com certeza.

Os soldados foram até os elevadores, e em questão de alguns segundos, fomos até o andar -59: O Penúltimo andar.

É, eu estava muito ferrada.

Eu não estou lá muito a fim de querer comentar sobre esse andar. E sem falar que a minha paranoia ficava sussurrando na minha mente e me lembrando do que aconteceu ontem. Só de lembrar dos lobos e aquele cara bizarro... É, eu estava torcendo mentalmente que os The Owners nesse instante estivessem no inferno dançando a macarena ou qualquer coisa assim.

Eu olhei ao redor, e todos os lobos e porcos não estavam mais ali. Aquele lugar estava mil vezes mais sujo e escuro que ontem.

Então, os soldados praticamente nos jogaram na mesma sala de ontem, e aquilo me dava uma sensação de nostalgia misturado com medo e paranoia ao mesmo tempo. Eles nos amarraram nas cadeiras — nossa, que tratamento ótimo pra falar o contrário — e dois deles ficaram na sala, ambos com uma luva anti-dominação e cada um com a sua mão segurando com força os nossos pulsos, para certificar que não aconteceria nenhum outro “incidente”.

Então aí veio a atração principal: Wright.

Eu já comecei a me preparar mentalmente para todos os sermões, xingamentos e até as chantagens dele para me fazer falar alguma coisa. Não, espere... Eu acabei de gritar para todo mundo que quisesse ouvir que eu sou uma assassina. Ótimo. Agora ele não precisa mais fazer nenhuma chantagem pra me fazer dizer algo. Só encaixar as peças e... Pronto! Ele já poderia conseguir desvendar a história todinha só com essa minha afirmação completamente idiota e burra.

Ele deu alguns passos lentos, se aproximando de nós. E a cada passo que ele dava, eu pensava em um jeito diferente de sair deste inferno o mais rápido possível. O problema era o seguinte: Eu não consigo sair daqui.

— Olhe o que me trouxeram... — Wright dizia em voz baixa, mas de um jeito meio assustador. — Summers e Watters.

— Não, é o Batman e a Marge Simpson. — Matt murmurou com sarcasmo.

Wright não respondeu.

Ele ignorou o que Matthew disse, então, deu alguns passos lentos em minha direção, segurando alguma coisa em sua mão. Ele tinha um olhar meio bizarro, e parecia fazer o máximo possível para não olhar no meu rosto ou de Matthew. A cada passo que ele dava, mas a minha mente berrava: “MATE-O!” “SANGUE, POR FAVOR!” “NÃO CUSTA NADA! SÓ MAIS UM, POR FAVOR.”, mas eu não podia fazer nada, já que todo o meu corpo estava fraco — graças a luta e a maldita luva demoníaca da anti-dominação — e sem nenhum poder.

— Solte-a. — ordenou Wright ao soldado ao meu lado, que rapidamente me soltou.

Eu fiquei quieta, só observando.

Ele me entregou um envelope branco.

— Pertence a você. — ele disse, me entregando o envelope.

Ele deu alguns passos para trás, se distanciando de mim, e voltando ao lugar que estava antes. Eu poderia ter o estranhado assim, mas eu não decidi dizer mais nada. Pensei que dentro do envelope estivesse uma passagem só de ida para o Iraque, e que, antes de partir, eu teria que ir com uma camisa de “I LOVE U.S.A”, mas logo tirei isso dos meus pensamentos, sabendo que provavelmente iria ser algo bem pior.

Então eu vi uma fotografia. E sim, era bem pior do que qualquer coisa no mundo inteiro.

Era uma fotografia da minha família, talvez do ano de 2004. Eu tinha sete anos de idade. Eu ainda lembro que a minha mãe tinha a mania compulsiva de tirar aquela “clássica” foto de família a cada ano — não me pergunte o porquê, sério. No canto direito, estava meu irmão mais velho, Christopher — ou Chris, como queira chamar —, usando uma camisa do AC/DC (o que foi contra a vontade da minha mãe), e o típico colar de “surf” que ele usava (quando ele tinha onze anos, meu pai passou esse colar para ele, dizendo que esse simples colar tinha uma grande história e blá, blá, blá, e atualmente isso pertence a mim), seus cabelos castanho-claros estavam bem bagunçados, e dava até a impressão que seus olhos tinham um tom meio esverdeado. E como sempre, ele dava um sorriso bem forçado e torto para a câmera, igual ao meu pai.

Ao lado dele, estava eu. Meus cabelos estavam um pouco menos bagunçados do que hoje, mas ainda era bem parecido, a diferença é que tinha menos mexas “rebeldes” caindo pelo o meu rosto. Meus olhos tinham um brilho diferente, sei lá, o meu olhar deveria parecer mais inocente e amigável do que hoje. Minha pele era bem mais corada, e eu parecia bem mais saudável do que atualmente. Eu dava um sorriso sem mostrar os dentes — talvez porque eu arranquei dois dentes de leite anteriormente e estava com vergonha de mostrar a boca. Cara, eu não acredito que eu ainda me lembro disso — e, definitivamente, não parecia que uma criança como aquela futuramente iria se transformar em algo tipo... Bem, eu.

Do meu outro lado, estava minha irmã mais nova, Caitlin — ou Cat, como queira chamar. Ela deveria ter uns quatro anos de idade. Dava um sorriso bem largo, mostrando todos os seus dentes de leite, junto com a sua felicidade de criança. Ela estava com seus cabelos castanhos num rabo de cavalo, e seus olhos cor de mel pseudo esverdeados eram os que mais brilhavam de toda a foto.

Atrás dela, estava meu pai, com um sorriso meio torto, porém, feliz. Seus cabelos loiros e lisos estavam bem bagunçados, e seus olhos verdes tinham um brilho bem feliz e sincero, como sempre foram. A camisa de manga longa não mostrava as tatuagens que ele tinha no braço — ele era músico e surfista. Ou seja, banda de rock e surf toda a hora. Longa história —, e ele estava usando o seu típico óculos de grau — ele não vivia sem óculos. Ver aquilo me deu uma emoção nada boa. Eu gostava muito do meu pai.

E por último, a minha mãe, ao lado do meu pai e atrás de mim. Seus cachos castanho-escuros eram bem curtos, então não passavam do ombro. Seus olhos castanhos tinham um brilho meio falso, como sempre tiveram. Ela usava um vestido — acredite, eu ainda me lembro de ela infernizando todos nós naquela dia só pra comprar aquele vestido pra essa droga de foto — e parecia estar “abafando” com ele. Ela dava um sorriso largo, tentando demonstrar toda a felicidade do mundo, mas estava óbvio que era o sorriso mais falso de toda a foto. Depois de ver isso, uma parte da culpa até foi embora, mesmo que ela seja a minha mãe, eu até que não me arrependo muito de tê-la matado. É isso, me julguem.

Agora a questão era: como Wright conseguiu essa foto?

— Como conseguiu? — perguntei. Wright prevaleceu em silêncio quase ignorando o que eu disse. — COMO CONSEGUIU? — gritei. Ele me ignorou de novo. — WRIGHT?! COMO CONSEGUIU ESSA FOTO?

— 2005. Misterioso Assassinato em Sydney. Feliz? — ele disse.

Misterioso Assassinato... Foi assim que eles chamaram o caso da morte da minha antiga família. Eu me lembro que na última semana que passei lá, completamente foragida, toda a hora passava-se no noticiário coisas sobre isso. Eu ainda me lembro da voz daquela maldita e falsa jornalista na minha mente: “Estranho caso de assassinato em um bairro de classe média alta, aqui mesmo em Sydney. Mãe, pai e sua filha de cinco anos de idade foram achados mortos. E os dois últimos filhos do casal estão desaparecidos.”, e sem falar, das pessoas que eram “conhecidas” dando opinião sobre o caso. Pessoas que eu nunca vi na vida que diziam ser meus conhecidos ficavam dizendo que isso foi uma calamidade e queriam “justiça”, e sem falar que colocaram aqueles típicos avisos de: “Você viu essa criança?” com a minha foto e a do meu irmão mais velho lá. Várias pessoas que diziam ser “amigos” da família ficavam revoltadas e faziam altos discursos falsos na TV, todos pareciam querer ganhar um pouco de dinheiro por cima disso. Então foi desse jeito que eu aprendi a minha primeira lição de verdade sobre seres humanos: São seres extremamente falsos e desprezíveis.

Eu sentia ódio só de me lembrar disso.

— Não. — respondi com toda a sinceridade do mundo. — Eu não estou feliz.

— Zachary Watters e Melinda Watters. — disse Wright. — São seus pais, certo?

— E isso importa? — disse entre os dentes.

— Como eles morreram? — perguntou Wright. — Ou você... — ele raciocinou. — Você os matou? Seria tão sangue frio assim?

Matthew virou seu olhar para mim, seus olhos castanho-claros estavam em pura confusão. Eu senti uma culpa mil vezes mais forte ainda com isso.

— Não. — menti. — Eles... Eles foram assassinados.

Eu sabia que se ele continuasse nesse assunto eu não seria mais responsável pelo o que iria falar ou fazer aqui.

— Seu pai, Zack... Posso chama-lo assim? — perguntou Wright.

— Não, seu verme. — disse entre os dentes.

— Certo. — ele disse. — Seu pai, Zachary era uma estrela bem popular de surf em Sydney, certo? E ele tinha uma banda de Rock Alternativo, não?

— Não é da sua conta. — disse entre os dentes, só me aguentando para não explodir.

— Certo. Ele deveria ser um perdedor orgulhoso. — disse Wright. — E a sua mãe... Deveria ser uma mulher falsa e controladora. Parecida com você. Se sinta orgulhada, garota, pegou a burrice e pseudo orgulho do pai e a falsidade da mãe.

— MEU PAI NÃO É ISSO! — quase berrei, irritada. — E eu não sou como a minha mãe! Seu...

— Ora, ora, temos um conflito familiar aqui. — disse Wright, me interrompendo. — Você gostava da sua mãe, Watters? Sinceramente, você não demonstra um pingo de...

— CHEGA! — gritou Matthew. — Dá pra deixar a garota em paz?! A família dela morreu, porra! Ela não pode ficar toda calma e feliz falando sobre a família dela, entendeu, seu imbecil? Ou quer que eu desenhe?

— Abaixe o tom, Summers. — disse Wright. — Ou vai ficar irritadinho e ficar em chamas achando que eu tenho medo disso, é?

Matt rosnou, o soldado o segurou com mais força ainda.

— Seu... — Matt murmurou.

— Vocês dois são quase iguais, sabia? — disse Wright. — São muito, hã, esquentados. Dois pseudo rebeldezinhos e também são pseudo frios, mas quando se fala em família ou qualquer assunto assim, tudo muda, não? — ele disse isso olhando para mim. — Ah, Summers, ouvi dizer que a sua mãe tem câncer, não?

Matthew quase explodiu de raiva.

— NÃO É DA SUA CONTA! — berrou Matthew, irritado.

Wright deu uma risadinha forçada.

— Vamos ver, na família Watters temos: um pai fracassado, uma mãe fria e falsa, o irmão mais velho está sendo treinado pelo o pai para ser um futuro fracassado, a irmã mais nova foi recém diagnosticada com diabetes tipo I, sendo obrigada a tomar insulina e a irmã do meio, Samantha Watters... É uma dominadora que matou inúmeras pessoas em toda a sua infância e adolescência. — ele sorria, eu quase pulei da cadeira para mata-lo, mas um soldado me segurou. — Família Summers: um pai morto no Vietnã, uma mãe morta de trabalhar e recém diagnosticada com câncer no pulmão, um padrasto ordinário, e o único filho, Matthew Summers... Um dominador pseudo rebelde que mais parece um demônio. Meus parabéns, ambos são terríveis. — sorriu sarcasticamente por final.

Alguém mata esse cara agora? Eu não aguento mais.

— Cale a boca, velho imbecil. — disse Matthew. — Aposto que você vem daquela típica família branca e rica, quase perfeita, não é? Sempre teve tudo em suas mãos, não? Aposto que só manda nessa droga porque deve ser filho de algum outro cara que foi importante. Você é inútil. Não fez porra nenhuma para estar aqui, então, fica dando ordens para os soldados e humilhando aqueles que não são como você, você sabe, engravatados riquinhos filhos da mãe.

— Sim, Summers, minha família é extremamente rica e poderosa. — admitiu Wright, dando alguns passos para perto de Matt, ficando frente a frente com ele. — Algum problema?

Matthew cuspiu na cara de Wright.

— Muitos, sabia? — disse Matt. — Por que não deixa eu e a Sam em paz? Seu engravatado filho da...

— SOLDADO! — berrou Wright com uma careta de nojo. O soldado que segurava Matthew usou mais sua força, então no mesmo instante, duas mulheres — ambas pareciam médias —, entraram na sala. Elas tinham seringas. Uma delas foi para o meu lado, e a outra, foi para o lado de Matthew. Nossas expressões mudaram na mesma hora. — Agora. — ordenou Wright.

O soldado quase torceu o meu pulso para que eu virasse o meu braço. A mulher, rapidamente, passou um algodão com álcool por cima do meu pulso, e logo enfiou a seringa, tirando o meu sangue. A dor não era tão grande, mas na hora eu estava tão irada e ao mesmo tempo com tanto medo, que me debatia e fazia o máximo possível para que me soltassem. Do outro lado, Matt fazia exatamente a mesma coisa que eu.

— Por que não obedecem as ordens? — perguntou Wright. — Vocês brigaram por nada, feriram vários soldados e ainda destruíram uma parte do refeitório. Eu vou pôr um fim nessa rebeldia de ambos, e, ah, bem vindos a um experimento.

...

Eu passei o resto do dia no andar -59.

Eu não sei bem como explicar o dia. Eles apenas tiraram o nosso sangue e ficaram fazendo perguntas estranhas. Foi entediante demais.

Eles deixaram eu e Matthew dentro de um quarto — lê-se cubículo quase sem iluminação — e pediu para que ficássemos duas horas sem fazer exatamente nada. Ótimo. Se Wright queria me por um castigo ruim estava quase conseguindo, porque eu estou quase morrendo de tédio.

Eu e Matthew ficamos bem uma hora em puro silêncio. Eu com um mania compulsiva de ficar meio que “raspando” as minhas unhas da mão esquerda usando a minha mão direita e Matthew encarando a “beleza” do teto. Não tínhamos trocado mais nenhuma palavra desde da briga de hoje de manhã.

— Eu sinto muito. — ele murmurou.

— Hã? — perguntei.

— Eu sinto muito, Sam. — ele disse.

— Pelo o quê? — perguntei.

— Tudo. — ele disse. — Eu sei como é perder um pai, você sabe, não é fácil, sempre tem toda aquela gente falsa e irritante falando: “Sinto muito”, mas, bem, você perdeu toda a sua família. Não quero bancar uma de falso, mas, eu sinto muito, Sam. De verdade. — ele deu uma pausa. — Eu sou um idiota, eu sei. Não precisa dizer.

— Você não é. — admiti. — Só age como um.

— Você já sentiu aquela sensação que... Tipo, você só é um ser que só presta pra causar desastres na vida dos outros? Na sua família, conhecidos, e até aqueles que você odeiam. Como se fosse um furacão, ou uma bomba que pudesse ser explodida a qualquer hora por qualquer um. E, toda a hora, você sempre tenta ficar na defensiva e esconder tudo que sente ou pensa?

— É. — respondi. — Toda a hora. É um inferno. — admiti. — Você não está sozinho, Summers.

Então foi aí que eu percebi que tinha mais coisas em comum com Matthew do que eu imaginava.


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Notas finais do capítulo

WOW, o que acharam? Uma dose de Satt para vocês u.u

Então... Algum erro de português? Okay, eu vou para de fazer essa pergunta pq até eu to de saco cheio de ficar perguntando isso toda a hora pra vocês .-. Sério .-.
Enfim, to sem o que dizer aqui, então, comentem e até o próximo capítulo :D