–Leo, meu pai chegou mais cedo, ok? - a loira gritou ao entrar no apartamento. Derek olhou ao redor. As coisas estavam um pouco bagunçadas, mas nada muito alarmante. Ele não esperava que sua filha de 17 anos (fez aniversário no mês anterior) fosse tem responsável.

–Minha mãe também, Clary!

Uma mulher de cabelo castanho claro um pouco encaracolado estava sentada de costas para a porta na bancada da cozinha, aonde Leo separava os ingredientes que Clary precisaria para a receita.

A mulher virou-se, um sorriso acolhedor em seus lábios. Ela era bastante bonita, com olhos castanhos e lábios cor-de-rosa. Um pouco mais baixa do que Clary, mas a garota é bem alta de toda maneira.

O sorriso dela aumentou ao ver em detalhe os recém chegados. Os olhos de Derek se arregalaram.

–Karen?

A mulher sorriu.

–Derek.

Clary olhou para Leo. Eles praticamente sabiam conversar por olhares:

"Que merda é essa?"

"Não faço ideia."

–Pai? - a garota perguntou, olhando para o homem.

A mulher levantou-se bruscamente.

–Ela é filha da Sandra?

Clary congelou. Aquela mulher conhece sua mãe?

–Sim, ela é.

Os olhos de Karen se arregalaram e ela olhou para a garota a sua frente. Como não havia percebido? O formato do rosto, os olhos... idênticos a mãe.

A magia de Clary as vezes podia ser... confusa. No início, ela sentia todas as emoções ao seu redor com intensidade. Com o tempo, ela aprendeu a controlar, mas havia momentos que as emoções simplesmente... eram fortes demais.

Ela podia sentir sem esforço a surpresa e choque de Karen. As emoções da mulher eram conflitantes, mas davam uma sensação acolhedora a Clary. Quem é essa mulher?

–Mãe, o que está acontecendo? - Leo interrompeu a troca de olhares entre Karen e Derek. O homem sorriu.

–Clary, gostaria de lhe apresentar a irmã mais velha de sua mãe. Karen, essa é sua sobrinha.
Clary e Leo se entre olharam, espantados e depois olharam para os dois adultos comicamente ao mesmo tempo. Derek sorria e Karen tinha lágrimas nos olhos.

Leo foi o que se recuperou primeiro.

–Então, eu e a Clary somos primos?

Clary não conseguiu segurar a própria risada.

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Depois de três horas de conversa durante a preparação e o consumo da comida, tudo foi explicado a Leo e Karen: a situação com Sandra, como Clary havia encontrado Derek e ativado a maldição. Depois de um tempo, foi a vez de Karen e Leo explicarem a situação em NY. Leo na verdade é filho de um casal cujo pai tinha o gene lobisomem desativado, assim como ele. Karen contou sobre como a cidade estava organizada.

–Temos um conselho, com todos os seres sobrenaturais tendo dois representantes votados a cada dois anos, pelo menos para a comunidade bruxa. - a mulher explicou. -Atualmente os territórios não são tão divididos, mas mesmo assim eu prefiro não entrar no Bronx se puder evitar. - Karen disse, um sorriso tímido no rosto ao falar do território vampírico.

–Quem são os outros representates? - Clary perguntou, dando uma garfada na sua comida.

–Bem, temos Thomas e Brenda como representates dos vampiros. Os dois são um casal e bastante pacifistas. A violência entre vampiros e outros seres sobrenaturais diminuiu muito. - Derek sorriu. Ele lembrava desses vampiros. Brenda era uma garota doce de 16 anos que acabou se apaixonando por Thomas, o vampiro de 200 anos que frequentava a escola e aparenta ter, no máximo, dezenove anos, mesmo que tenha sido transformado aos 17 anos. Ele a transformou quando ela fez 18 e quase morreu em um acidente. Saber que os dois estão juntos até hoje deixava Derek feliz. Sandra foi uma das madrinhas de casamento um pouco depois da transformação, já que ela era muito próxima da garota, tanto que foi ela que fez o anel de sol da outra.

Karen continuou.

–Os líderes dos lobisomens são Frank e Minho.

–Bem a cara deles. - Derek disse, rindo.
–Você os conhecia? - Clary perguntou.

–Esses dois eram meus melhores amigos quando ele ainda morava por aqui e por um tempo depois, também. Frank havia sido meu padrinho de casamento e Minho era para ser o seu padrinho, Clary.

A garota sorriu. Ela adoraria conhecer aqueles homens.

Clary pediu para que Karen continuasse.

–E por último temos os representantes humanos, Alexandra e Carlos. Os dois são bem jovens, mas bastante responsáveis. Levam o trabalho a sério.

–E o último representate das bruxas?

Leo e Karen congelaram. Clary não precisava de seus poderes para sentir a atmosfera pesada.

–Denise.

O garfo de Derek caiu com um baque em cima do seu prato.

Clary virou para o pai.

–Você a conhece?

Derek engoliu em seco.

–Sim, eu a conheço. Infelizmente.

–Sério? E quem ela é?

Foi Karen que respondeu, sua voz sombria.

–Minha mãe.