I Never Told You escrita por Bellice


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá, me desculpem pela demora! Me enrolei um pouco, mas gente, foi por um bom motivo!
Consegui entrar pra faculdade de Letras! *-*
Mas enfim, não vou ficar enchendo o saco de vocês com isso u_u
Ah, é, outra coisa: não consegui terminar a história nesse capítulo, então o próximo é que vai ser o último okay?
BOA LEITURA *--------------*



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Eu sinceramente não sei dizer como consegui chegar até o hotel onde eu estava com Rose. Eu me sentia péssima, como se eu estivesse carregando toneladas em minhas costas. Sem exageros, eu me sentia pior do que quando estava em Londres, longe dele. Por que eu aceitei viajar até os Estados Unidos, afinal de contas? Seria melhor ter ficado em minha casa, no meu atual país, vivendo minha vida de sempre, porque nada me faria esquecer o olhar de desprezo e ódio que Edward me lançou hoje. Nada.

Talvez, se eu tivesse insistido mais, conseguiria fazê-lo me ouvir. Mas para quê? Ele não me amava mais, aquilo estava nítido. Edward havia seguido com a sua vida e eu deveria seguir com a minha também. Eu deveria saber que pessoas como eu, não conseguem um final feliz com pessoas como Edward Cullen. No fim de tudo, talvez ele casasse com Tanya Denali e formasse uma linda e rica família.

Não conseguia me arrepender por ter feito o que fiz. Quer dizer, há três anos eu só queria a felicidade de Edward. Não podia ficar e deixar que Tanya interrompesse seu futuro brilhante. Por isso, não me arrependia. Só que agora eu precisava lidar com as consequências. Porém, isso não me impedia de antes de voltar para Londres, eu tivesse uma conversinha com Tanya. Não iria resolver porra nenhuma, mas era melhor do que ficar com tudo o que eu tinha para lhe falar engasgado dentro de mim.

Agora, deitada na cama macia do quarto de hotel, eu me perguntava onde Rose estaria. Graças a Deus que, quando eu cheguei há algumas horas atrás ela não estava no quarto. Pois eu não queria que ela me visse chorando e naquele estado deplorável mais uma vez. Agora, eu já havia tomado um banho e pensado no que iria fazer. E nada de Rose chegar.

–Bella, eu amo os Estados Unidos! Cada homem bonito que tem por aí, hein?! Conheci um tão gostoso e perfeito... Meu Deus, podemos nos mudar para cá? –Suspirei aliviada quando uma Rose levemente alta adentrou no quarto.

–Não, não podemos. Vamos embora logo, Rose. Assim que eu conversar com Tanya.

–Você vai conversar com a JacaroTanya? Por quê? A vadia merecia era uma surra bem dada, não uma conversa amigável, você sabe.

–Talvez você esteja certa. Eu preciso dizer algumas coisas que eu tenho guardado por muito tempo. E aí, depois, talvez sobre tempo para lhe dar umas bofetadas. –Sorri com o pensamento de minha mão batendo forte no rostinho idiota de Tanya. Era uma boa ideia, afinal. –E depois vamos embora, Rose?

–Ah, não! Embora? –Ela estava meio lerda por causa da bebida e enrolando a língua para falar, mas eu ainda conseguia entender o que ela falava. Já a tinha visto pior, então... –Mas e o seu médico gostoso?

–Ele não é mais meu, Rose. Ele não quis me ouvir. Acho que tem coisas que se acabam com o passar do tempo e, nosso amor foi uma dessas coisas. Paciência.

As lágrimas voltaram com força total e eu não tentei reprimi-las mais. Eu estava exausta. Exausta de ser prejudicada, exausta por ter o cara que eu amo me odiando sem ao menos saber da verdade.

Felizmente, Rose estava cansada e bêbada demais para me consolar. Quando olhei para sua cama ao lado da minha, ela já havia deitado de qualquer jeito e roncava alto. E eu continuei ali, chorando, me perguntando se algum dia aquele sofrimento todo teria fim. Se algum dia eu poderia ser feliz novamente.



(...)



–Mary, oi! Como vai? –A senhora que eu conheci na primeira vez que fui ao hospital procurar por Edward estava na recepção novamente.

–Bella! Estou bem e você? Veio falar com o Sr. Cullen, não é? Olha, já lhe digo que seu humor não está dos melhores. Foi embora daqui tarde e voltou logo em seguida, com cara de choro. Eu acho que...

Eu quase parei de respirar com todas aquelas informações que Mary me lançava. Cara de choro? Edward não costumava chorar. Ele nunca chorava, porque ele se achava o invencível em tudo. Era horrível, mas eu fiquei feliz por saber que eu o afetava, de alguma forma.

–Na verdade, Mary. Eu vim até aqui par conversar com Tanya Denali. Ela está ocupada?

–Ocupada? –Ela me lançou um olhar descrente. –Aquela lá nunca está ocupada, porque tudo o que faz nesse hospital é correr atrás do Sr. Cullen.

Eu gargalhei. Correndo atrás de Edward por três anos e sem resultado? Isso me parecia ótimo. Pelo menos eu não era a única que tinha se dado mal nessa história.

Acho que Mary não gostava muito da vadia também. Me mostrou o caminho de sua sala, mas nem se deu ao trabalho de me anunciar. O que era bom, muito bom, na verdade. O efeito surpresa era uma vantagem, afinal de contas.

Assim que entrei, Tanya nem se deu ao trabalho de olhar em minha cara, achando que eu era apenas mais uma de suas empregadas.

–Deixe o chá em cima de minha mesa e suma daqui! –Meus olhos se reviraram ao ouvir seu tom prepotente de sempre. Sinceramente, como seu pai deixava ela mandar num hospital? Ela não tinha condições nenhuma de lidar com qualquer tipo de pessoa, ainda mais se tratando da saúde de alguém.

–Me desculpe, querida. Eu não trouxe seu chá. Mas se eu tivesse algo quente, fervendo em minhas mãos, pode ter certeza que eu não o colocaria em cima da mesa, e, sim em cima dessa sua cara de pau.

Tanya me olhou chocada, como se não acreditasse mesmo que eu estivesse ali, parada bem à sua frente. Eu dei um sorriso a ela cheio de raiva, dor e tristeza. Raiva por ela ter conseguido acabar com o sentimento de Edward por mim, dor por ter que vê-la ali, tão gloriosa como se valesse alguma coisa e, tristeza porque por mais que eu a xingasse e a confrontasse, eu sabia que nada taparia o buraco que se abriu em meu peito ao receber a clara rejeição do homem que eu amava.

Contudo, a dor poderia ser amenizada com um pouco do sofrimento de Tanya. E eu a faria se arrepender de ter atravessado meu caminho. Ah, ia sim.



(...)


Ponto de Vista por Edward




–Cara, você não vai acreditar! Encontrei a mulher da minha vida ontem! -No exato momento em que meu melhor amigo chato entrou pela porta do meu consultório, eu me arrependi de não ter ficado em casa. Até por que, claramente eu não ajudaria em nada por aqui em meu estado atual.

–Emmett, você me fala isso toda santa noite que sai pra caçar em qualquer boate dessa cidade. Me poupe pelo menos por hoje, por favor.

Eu sei que estava sendo rude e um completo imbecil, porém hoje eu precisava ser um pouco egoísta, pois meus problemas estavam me consumindo.

Quando Isabella Swan entrou em minha vida, tudo ficou colorido ao meu redor. Eu via beleza em tudo apenas por ela existir. Agora, quando Isabella Swan saiu da minha vida, tudo ficou preto e branco novamente, como se nada mais importasse de verdade.

E por mais que eu tenha achado estranho o jeito que ela partiu, eu estava muito consciente de que ela não iria se arrepender, portanto, nunca voltaria pra mim. Nunca mais.

Bem, até ontem. Ontem eu pensei que estava tão louco de saudades que estava imaginando Bella em meu apartamento, mas ela era real. A mulher que eu mais amei nessa vida havia voltado querendo me “esclarecer o passado” e eu fiz o quê? Agi como um imbecil com ela também, dizendo que ela deveria ter ido embora com um amante e despejei todo o meu ódio desses anos todos nela de uma só vez. E aí, ela foi embora. Agora com certeza pra sempre.

E eu não conseguia ficar feliz com isso, só mais fodido do que eu me encontrava antes de sua volta.

–Mano, eu sei que você está aí atolado de problemas, mas eu preciso desabafar. –Olhei para Emmett que quase pulava na cadeira à minha frente. Quase chegava a ser ridículo, ele com todo aquele tamanho irradiando felicidade naquele jaleco de fundo branco e ursinhos estampados.

Emmett era médico aqui também, um pediatra dos melhores. Apesar de ser enorme e assustar um pouco os pequeninos, ele tinha um coração tão bondoso que todas as crianças do hospital simplesmente o amavam. E se dessa vez ele falava sério quanto a mulher de sua vida, eu tinha, no mínimo, o dever de ouvi-lo e apoiá-lo em qualquer coisa.

–Okay, vá em frente.

–A mulher é uma loira estonteante. E é de Londres, eu percebi antes dela me dizer porque, você sabe, o sotaque deles é carregado pra porra e é sexy pra caralho.

Quando Emmett falou em Londres e em sotaque, minha mente voltou para a noite anterior. Bella deveria ter se mudado pra Londres depois de nossa separação. Se parasse para analisar, seu sotaque estava do jeito londrino. E, diabos! Meu melhor amigo tinha razão: aquilo era quente como o inferno. Bella era quente como o inferno, caramba!

–Mano, você tá ouvindo? Aí eu disse que uma mulher tão gostosa não devia ser daqui, porque eu nunca a vi por aí, se não, já tinha pegado. –Ele piscou pra mim e deu um sorriso feliz e eu me limitei a balançar a cabeça em reprovação. Como Emmett conseguia pegar mulher com aquelas suas cantadas era um enigma para mim.

–Pule as suas técnicas de sedução. Eu não preciso saber detalhes sobre elas.

–Deveria! Faz quanto tempo que não traça ninguém? –Eu o olhei feio e, percebendo, o idiota voltou ao assunto. –Enfim, ela disse que não era daqui mesmo e sim de Londres, como eu suspeitava. Disse que estava aqui porque a melhor amiga perdeu o amor de sua vida a alguns anos por causa de uma chantagem e voltou pra cá para recuperá-lo. Achei sinistro, mas maneiro né? Parece aquelas histórias que a gente vê na televisão. A gente vai se ver hoje à noite no mesmo lugar de ontem. Você não quer vir e conhece-la?

Eu fiquei surpreso com o comportamento de Emm. Normalmente, ele adoraria ficar sozinho com a mulher para “traça-la” de uma vez. As coisas dessa vez deveriam ser sérias, então, concordei em encontra-los.

Sobre a história da amiga do rolo de Emmett, eu realmente achei interessante. Perder o amor por uma chantagem deve ser pior do que perder alguém do jeito que eu perdi Bella. Porque, por chantagem, não é como se a pessoa tivesse muita escolha. Eu esperava realmente que tudo desse certo pra essas duas pessoas que eu nem ao menos conhecia. Porém, antes que eu pudesse pensar mais sobre o assunto, ouvi gritos na sala de Tanya, que era ao lado da minha.

Eu e Emmett corremos para lá e, quando abrimos a porta, o que eu vi me paralisou.

–Para de bater em mim, sua vaca! Eu vou chamar os seguranças! – Bella estava praticamente sentada em cima de Tanya e as duas estavam no chão. Bella puxava o cabelo de Tanya ou tentava bate-la em qualquer lugar disponível.

–Ah, eu tenho certeza que vai, Tanya! Afinal, você nunca consegue o que quer por esforço próprio, não é? Ou joga sujo, me chantageando como fez, ou manda os outros a defenderem, como agora! Eu ainda estou esperando você revidar, vadia!

–Vadia é você que não soube segurar o seu homem! Agora eu o tenho só para mim, sempre que eu quero...

–Edward nunca vai ser seu! Ele nunca amaria uma pessoa egocêntrica e mau caráter como você! –A raiva de Bella se multiplicou e ela começou a bater mais. Eu sentia Emmett me cutucando dizendo que deveríamos interromper a briga antes que os seguranças chegarem, mas eu não conseguia me mover. Elas estavam falando de mim. Brigando por minha causa. Mas por quê? Aquilo simplesmente não fazia sentido.

–É melhor ele amar uma mulher assim do que uma que o abandona sem motivos, não é mesmo? Ele nunca irá perdoá-la, Isabella! Você nunca fez e nunca fará parte do mundo dele! É apenas mais uma professora pobre que não se coloca em seu lugar! Suma daqui, você nunca deveria ter voltado! Só está conseguindo se humilhar mais.

A risada cruel de Tanya ecoou na sala fria e silenciosa. Bella parou de tentar arrancar os poucos cabelos que sobravam em Tanya e também parou de bate-la. Eu observei, com horror e culpa, como grossas lágrimas começaram a deslizar sobre o rosto lindo da minha Bella. Eu me lembrava com exatidão de que, quando eu e Bella brigávamos enquanto estávamos namorando, eu sabia que ela estava bem e que tudo tinha solução se ela estivesse me xingando e gritando alto para todo mundo ouvir, mas se ela se calasse e ficasse exatamente como agora, calada e olhando para o nada, algo tinha se quebrado dentro dela, a magoado e a ferido pra valer.

Percebendo isso, eu dei um passo em direção à Bella, para logo em seguida puxá-la de cima de Tanya. Ela nem ao menos olhou para mim, ou mostrou em algum momento que estava ciente do que estava acontecendo. As lágrimas apenas não paravam de rolar e meu coração ficou apertado ao presenciar aquilo.

–Bella, eu... –Eu não sabia o que dizer. Queria reconforta-la e dizer que tudo ficaria bem, mas como afirmar isso se eu não tinha certeza de coisa alguma? Tudo que eu sabia era que não gostava de ver Bella chorar e sofrer, pois isso refletia em mim, apertava meu próprio coração e me deixava angustiado. Eu ainda a amava do mesmo que jeito que a amava quando ela foi embora daqui. Nada havia mudado. Era como se minha vida tivesse parado no tempo desde que ela se foi e, agora que tinha voltado, o relógio do tempo parecia ter voltado a funcionar.

Tudo o que eu mais queria era abraça-la, beija-la e deitar com ela em minha cama, no meu apartamento e lhe dizer que todos, absolutamente todos os meus sentimentos por ela continuavam do mesmo jeito de antes, senão maiores. Porém, não sabia como começar isto ali, enquanto ela não respondia a nada, nem a ninguém.

–Você conseguiu, Tanya. Acabou com a minha vida. Parabéns. –Havia tanta dor em sua frase que eu mesmo quis pular em Tanya e terminar o que Bella havia começado. Mas isso se dissipou de minha mente assim que vi Bella olhar para mim. Ela me lançou um sorriso fraco.

–Tudo o que eu fiz valeu a pena se você está feliz. Diga-me, Edward, você está feliz, não é?

Ela me olhava esperançosa, como se esperasse uma resposta positiva. Eu desviei meu olhar do dela e baixei a cabeça, pensando como eu poderia responder à sua pergunta. Eu gostava do meu trabalho. Gostava de Emmett. Até gostava do hospital. Mas para se estar feliz, não é necessário apenas gostar da sua vida e das coisas que a cercam. Para se estar feliz, você precisa amar o que você tem em sua vida e o que você se faz. E amor era um sentimento que eu desconhecia desde que Bella fora embora levando minha alegria com ela.

Acho que demorei tanto para lhe dar uma resposta, que ela interpretou isso como indiferença. Então, ela simplesmente desabou a chorar ainda mais e saiu da sala correndo antes que eu pudesse pensar no que fazer.

Como eu era lerdo, não consegui agir a tempo de parar Bella e ouvir sua explicação. Isso se ela ainda quisesse falar comigo, o que eu duvidava. Contudo, umas peças do quebra cabeça confuso que era a minha vida começaram a se encaixar.

Bella sumiu da minha vida estranhamente do nada, sem nenhuma razão aparente.

Bella voltou após anos apenas para me esclarecer o que aconteceu no passado.

Emmett encontrou uma mulher loira em algum lugar que veio com uma amiga de Londres, para a tal amiga explicar que fora vítima de chantagem.

Tanya não pareceu surpresa quando eu lhe contei que eu e Bella tínhamos rompido.

Bella saiu daqui arrasada perguntando-me se eu era feliz.

Certo. Tudo isso era muito estranho, mas e se Bella fosse inocente? Se tudo não passara de um mal entendido, ou um plano de mau gosto de Tanya? E se Bella ainda me amava como eu a amava?

Eu não podia deixa-la voltar para Londres sem ouvir a verdade da boca dela. Eu não podia deixa-la voltar para Londres nunca mais, porque o lugar dessa mulher era ao meu lado, me amando e me fazendo feliz.

E, se as coisas tivessem acontecido como eu estava imaginando, eu a veria hoje, no encontro do Emmett com a tal mulher loira.

Caramba, não deixem que Bella antecipe o horário da sua viagem, ou, Deus me ajude, eu iria até o inferno atrás dela!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Eu gostei dele, espero que vocês também gostem! :3
Ah, obrigada à "Jesus Meu Salvador" que recomendou a fanfic! Obrigada, menina, adorei o que você escreveu! ♥
Lembrando que tem mais um capítulo antes da história acabar. Espero que vocês não tenham me abandonado! Haha
Beijos!!