I Never Told You escrita por Bellice


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Desculpem a imensa demora, gente, mas além de eu ter ficado um tempo sem internet, a faculdade ocupa muito tempo. Então, fui escrevendo de pouco em pouco.
Espero que gostem do final.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463980/chapter/4

Se dependesse apenas de mim, eu teria saído daquele hospital e ido direto ao aeroporto pegar o primeiro voo para Londres. Porém, infelizmente, tinha que passar no hotel para pegar Rose.

Fora um erro ter procurado Tanya no hospital. Óbvio que nunca me arrependeria de tudo o que disse a ela, porém suas palavras cruéis e frias machucaram muito mais a mim do que os tapas que lhe dei e as verdades falei machucaram a ela. Aliás, eu duvidava muito que Tanya se machucasse emocionalmente. Ela parecia ter uma pedra no lugar do coração.

–É melhor ele amar uma mulher assim do que uma que o abandona sem motivos, não é mesmo? Ele nunca irá perdoá-la, Isabella! Você nunca fez e nunca fará parte do mundo dele! É apenas mais uma professora pobre que não se coloca em seu lugar! Suma daqui, você nunca deveria ter voltado! Só está conseguindo se humilhar mais.

O que mais doeu em mim ao ouvir as palavras de Tanya foram as incontestáveis verdades contidas nelas. Eu não abandonei Edward sem motivos, muito pelo contrário. Porém, ele não me dera nenhuma chance para explicar o que ocorreu de fato, no passado. O ódio e a mágoa que vi em seus olhos ontem foram suficientes para eu perceber que ele nunca me perdoaria. Nunca mesmo.

Quanto a parte de “mundos diferentes”, Tanya também tinha total razão. Se ainda estivéssemos juntos, talvez ele sentisse vergonha de me apresentar aos seus amigos médicos e as suas respectivas mulheres, todas ricas e elegantes. Ou talvez... Não. Eu estava mentindo para mim mesma. Edward poderia ter seus defeitos, mas ele nunca teria vergonha de mim pela minha profissão, ou salário. Eu o conhecia demais para pensar tão mal dele. O que eu queria mesmo, era arranjar defeitos que ele não possuía apenas para aliviar a dor de tê-lo perdido.

Eu fiquem sem reação quando me dei conta do que Tanya dissera no hospital. Quando me dei conta de que Edward estava observando tudo da porta da sala. Fiquei sem reação quando ele me puxou para longe de Tanya e começou uma frase que não conseguiu terminar. Simplesmente porque eu não sabia como agir direito. Toda a vida que eu tinha desabou num piscar de olhos.

Antes, quando eu estava em Londres, eu vivia conformada com a minha vida longe de Edward, pois sabia que era para seu bem. Contudo, e agora? Eu não conseguia mais convencer a mim mesma que fora melhor ter abandonado Edward aqui e ido embora. Eu não conseguia pensar em voltar para Londres e esquecê-lo totalmente. O meu passado e o meu presente haviam se misturado agora. E eu não tinha ideia de como seria meu futuro depois de tudo isso.

Uma coisa era certa: eu tinha que aprender a viver sem a presença de Edward em minha vida. Independentemente do que me acontecesse agora, sabia que nenhuma das minhas alternativas tinham Edward como opção.

Assim que entrei no quarto de hotel que dividia com Rose, a avistei sentada em sua cama, mexendo suas mãos nervosamente. Nem a cumprimentei ou perguntei o motivo de seu comportamento estranho. Eu simplesmente não conseguia pensar em nada agora que não fosse sair desse país onde eu não era mais bem-vinda.

–Já arrumou sua mala, Rose? Nós vamos embora hoje. Agora, na verdade. –Rosalie arregalou os olhos e começou a mexer ainda mais rápido suas mãos. Ela estava estranha até demais. –Você está bem?

–Bella, eu sei que você está em pedaços por causa de Edward e toda a merda que você não pôde explicar a ele, mas por favor, nós ainda nem compramos as passagens... Não podíamos ir, pelo menos... amanhã? Por favor, Bella!

Se eu não estivesse tão triste, eu sorriria debochada. Rosalie não era uma pessoa que pedia por favor. Ela exigia. Como uma legitima filha única, ela era uma mimada de carteirinha, apesar de ser boa pessoa. E, por isso mesmo, eu sabia que minha melhor amiga nunca pediria por favor para alguma coisa se não fosse realmente importante para ela. E isso era surpreendente. Quer dizer, as únicas coisas que importavam para Rose eram: seu trabalho, nossa casa, Londres, sua família e eu.

–Por que você quer ficar mais tempo nos Estados Unidos? Olha, Rose, eu sei que as roupas são lindas, mas em Londres tem várias também okay? Eu te compro algumas quando chegarmos lá. –Brinquei.

–Não é isso, Bella. Não pense tão mal de mim assim. –Ela me olhou ofendida e eu não pude evitar o riso que me escapou.

–Eu só estava brincando, amiga. Você sabe que rir até me faz esquecer um pouco o fracasso que minha vida se tornou. –Suspirei. –Mas muito bem. Por que você quer ficar mais um dia?

–Conheci um cara ontem à noite na boate que fui enquanto você estava fora. Mas não qualquer um, Bella. Ele era engraçado, lindo e extremamente gostoso. Embora eu estivesse bêbada, lembro-me de tudo o que aconteceu e fazia tempos que eu não ria tanto com alguém. Acho que eu estou... Apaixonada. Isso é loucura né? Provavelmente não é nada. É, vamos embora agora.

–Você está brincando, certo? A Rosalie que eu conheço não foge das coisas, muito menos tem dúvida do que sente. Cara, esse homem deve ser mesmo especial para mexer com você! Vá encontra-lo hoje sim. Podemos voltar amanhã.

Eu queria ir embora o quanto antes sim, mas o que estava bem diante de mim era um acontecimento: Rosalie insegura e nervosa. Uau, eu achei que não viveria para viver isso. Com certeza esse homem era especial. E ela merecia ver ele de novo e acertar as coisas. Se despedir ou, se ela quisesse, ficar até o final das férias. Eu iria entender caso eu tivesse que ir para casa sozinha.

Tudo o que eu queria era ver minha melhor amiga feliz. Plenamente feliz. Se ela estava mesmo apaixonada por esse cara, tinha que viver a história de amor dela. Rosalie merecia a sorte de amar e ser amada, merecia que isso desse certo, durasse. Rosalie merecia a sorte que eu, infelizmente, não tive.

–Sério? Você deixa mesmo, Bella? Eu sei que você está sofrendo e não quero exigir demais de você. Eu juro que se encontrar com Edward dou um chute nas bolas dele de tanta raiva que eu estou! –Eu ri alto. Bem, talvez as coisas não fossem tão ruins assim daqui pra frente. Pelo menos eu tinha Rose para me fazer rir.

–Claro, vá em busca do seu príncipe gostoso e encantado. Eu vou ficar aqui, pedir um pote enorme de chocolate pelo serviço de quarto e chorar até dormir. Divirta-se por mim. –Pisquei para ela.

–Mas eu disse ao Emmett que iria levar você para se conhecerem! Eu contei sua história pra ele. –Revirei os olhos. Isso não me surpreendia. Rosalie bêbada contava tudo. Absolutamente tudo. Aliás, desconfiava que esse tal Emmett fosse o tal gostoso e perfeito que Rosalie havia me falado ontem, antes de cair dura em sua cama. O motivo dela me falar de repente que amava os Estados Unidos. Bem, pelo jeito ela não estava brincando mesmo.

–Traga-o aqui depois do encontro de vocês, ora. Vou adorar conhecer o cara que roubou o coração da dama mais egoísta de Londres, juro. Só não vou suportar... Um lugar cheio de gente hoje. –E pelos próximos anos, pensei.

Depois de Rosalie insistir mais um bilhão de vezes para eu ir com ela a tal boate, ela finalmente se convenceu que eu não mudaria de ideia. Então, decidiu encher ainda mais minha paciência me perguntando com qual roupa ela ficaria melhor para ir ao seu encontro. Eu fiquei a maior parte do tempo sem falar uma única palavra, imersa em minhas próprias lembranças.

Antigamente, eu ficava horas e horas escolhendo uma roupa toda vez que saía com Edward em um encontro. A ansiedade que eu sentia era quase tão boa quanto a sensação das borboletas em meu estômago cada vez que eu o via em minha porta com um sorriso torto e lindo, me esperando para sairmos.

Eu já havia saído com outros caras antes de Edward, mas nada se comparava ao que senti com ele. As emoções e sentimentos que ele me trazia eram intensos demais, puros demais. Acontecesse o que acontecesse, eu nunca esqueceria de tudo o que eu vivi com Edward. Há coisas que são inesquecíveis.

–Bem, acho que eu já vou. Tem certeza que não quer que eu fique mesmo, Bella? Você não me parece muito bem. Olha, eu ligo pro Emmett e ele vai entender, e....

–Vá e se divirta. Você estando aqui comigo ou não, não mudará o modo que estou me sentindo. Então até mais, Rose.

Eu não queria ser rude, porém a verdade tinha que ser dita. Eu estava um caos. Por dentro e por fora. Não sabia nem dizer se estava chorando ainda ou se já havia parado. Meu rosto estava inchado e minha cabeça doía como o inferno. Deus, eu só queria que todo esse sofrimento tivesse fim de uma vez por todas.

Quando o silêncio pairou totalmente sobre o quarto, decidi que já estava na hora de pedir um sorvete ao serviço de quarto e me enterrar embaixo das cobertas. Era patético, eu sei, porém o que eu poderia fazer? Era melhor ficar na cama deprimida na companhia do meu sorvete do que ir com Rose à boate e atrapalhar a noite dela. É como dizem: gente feliz não enche o saco, mas gente rejeitada... Enfim.

Falando em rejeição, o que será que Edward estava fazendo agora? Será que ele estava tão arrasado como eu? Provavelmente não. Ele parecia com tanta raiva de mim ontem, tanta mágoa... E isso só me fazia ficar pior do que eu já estava, se é que isso era possível.

O quanto ele tinha ouvido da minha conversa com Tanya? Não queria que ele descobrisse daquele jeito, eu queria contar a verdade diretamente para Edward. Mas, bem, ele não quis me ouvir. Pensando bem, ele nem deve ter ouvido nada da minha conversa com a vaca a julgar pelo rosto vazio e confuso dele quando eu perguntei se ele estava feliz e não obtive resposta. Edward não queria falar comigo, estava me ignorando. Queria que eu sumisse da vida dele. Talvez quisesse que eu nunca tivesse aparecido.

A vida às vez é injusta demais. Com certeza eu não era a melhor pessoa desse mundo, mas merecia meu final feliz, não é? Ou talvez meu pai estivesse certo. Finais felizes não existem além dos contos de fadas e da Disney. Talvez... As meras professoras de inglês não pudessem nunca viverem felizes com os médicos ricos e bem sucedidos. Era isso. Não existia final feliz para gente comum como eu. Existia final feliz para pessoas como Tanya.

Subitamente, as imagens de Edward casando com Tanya, tendo filhos e sendo feliz com ela invadiram minha mente. Aquilo era tão repugnante que me arrepiou por inteiro. Não, isso não. Edward nunca casaria com uma pessoa tão horrível.

Quando a campainha do quarto tocou, fui correndo atender achando que era o serviço de quarto, mas quando abri a porta não era um dos funcionários do hotel que estava parado lá e sim Edward.

Aquilo era um sonho? Afinal, como ele saberia aonde eu estava? E por que ele me procuraria se só sentia raiva por mim? Talvez tenha vindo me xingar um pouco mais.

Independente do motivo, meu coração batia desenfreado em meu peito. Depois de tanto tempo longe eu pensei que essa reação que acontecia toda vez que eu o via teria passado, mas pelo visto me enganei. Não passaria nunca, assim como o meu amor por ele.

–Posso entrar? –Edward me olhava receoso, como se estivesse incerto se o deixaria entrar ou fecharia a porta na cara dele. Mesmo assim, não parecia estar com raiva de mim como na noite anterior.

–O que você quer? – Edward ignorou meu tom hostil e entrou mesmo sem que eu deixasse de fato. Percebendo sua aproximação, corri de volta para a cama e me cobri, fechando os olhos. Aquilo não era real, apenas um pesadelo...

–Você disse aquele dia em meu apartamento que queria me contar o que aconteceu há três anos e eu fui rude com você e me fiz de vítima. Porém sei que quando um relacionamento termina, os dois têm culpa na história. Por favor, me conte tudo.

–Como me achou?

–Eu conheci Rosalie há poucos minutos. E liguei tudo. Meu melhor amigo disse que havia conhecido uma moça loira muito bonita que veio de Londres acompanhar a amiga que precisava contar algo para uma pessoa de seu passado. Porém sua amiga me reconheceu primeiro, já que começou a me bater no meio do Pub. Bem, acho que eu mereci mesmo. –Ele tentou forçar um sorriso, mas não saiu como o esperado. Edward estava sem graça. E eu estava sem reação.

Seu tom afável fez com que eu tirasse as cobertas de cima de mim e observasse com curiosidade enquanto Edward se acomodava do lado oposto da cama ao qual eu estava. Aquela cena fazia-me recordar velhas lembranças de um passado feliz e noites calmas em que passávamos apenas conversando coisas rotineiras e tranquilas.

–Me conte. Por favor.

–Acho que você já ouviu o bastante hoje, através da minha... discussão com a sua nova namorada. –Bem, eu não queria soar extremamente ciumenta, mas sei que fracassei. No entanto, era impossível controlar. Eu precisava saber se ele e aquela vaca estavam mesmo juntos.

–Namorada nova? Você está louca? –Edward me olhava incrédulo e até com uma certa irritação e, inconscientemente, se aproximou mais de mim na cama. Me encolhi. Aquilo não estava indo bem.

–Você pode me acusar de ter ido embora daqui com um amante e eu não posso nem ao menos questionar se seguiu em frente e está com Tanya? Não pareço ser a louca daqui. –Edward abriu e fechou a boca várias vezes, sem dizer nada, no entanto. Até que suspirou.

–Eu nunca namoraria a Tanya. Eu nunca conseguiria estar em um relacionamento com ela, ou com qualquer outra pessoa que não seja você, Bella. Por favor, eu sei que agi errado quando você foi me procurar. E acho que merece a chance de me ouvir, já que se deu ao trabalho de sair do seu país e da sua casa por isso.

Meu coração perdeu uma batida. Ele tinha acabado de dizer que nunca conseguiria estar em um relacionamento com qualquer outra mulher que não fosse eu? Eu ouvi mesmo certo? Mas ele parecia estar com tanta raiva ontem quando gritou comigo... Enfim. Isso eu pensaria depois. Eu precisava esclarecer tudo para ele agora.

–Aquele dia que você faltou à aula, três anos atrás mais ou menos, Tanya me procurou. E me chantageou. Ela disse que se eu não saísse da sua vida, armaria pra você no hospital e estragaria sua carreira pra sempre. Disse que o pai dela sendo o dono, todos acreditariam nela se falasse que alguém tinha morrido por falhas médicas suas. Eu fiquei com medo, porque, bem, medicina sempre foi o seu sonho. Eu não queria ser responsável por destruí-lo.

Edward ficou em silêncio por um bom tempo, acho que absorvendo tudo o que eu havia lhe falado. Contudo, ele estava quieto por tempo demais. Eu já estava ficando preocupada, mas decidi continuar.

–Eu sabia que era errado. Que o certo a se fazer era contar pra você o que tinha ocorrido e enfrentar o que viesse, desde que ficássemos juntos. Mas eu não podia, Edward. Saber que alguém destruiria sua vida e seus sonhos por minha causa doeria mais do que dói viver sem você por perto.

Outro silêncio. Longo. Bela tinha uma noção do que Edward estava pensando. Na verdade, ele deveria estar chocado. Chocado com o quão cruel e baixa Tanya havia sido. Talvez estivesse também me odiando por ter ido embora.

–Você deixou sua vida toda aqui por minha causa? –Foi um alivio ouvi-lo falando.

–Sim. Eu não podia deixar que Tanya aprontasse uma coisa dessas com você. Só queria o seu bem, porque eu te amava muito e você era a minha prioridade. Mais do que eu, você era a minha primeira preocupação.

–Me amava? –Sua voz estava rouca e eu percebia que Edward chorava, assim como eu. Ele se aproximou de mim na cama, pegou minhas mãos com as suas e me olhou nos olhos. Me olhou do mesmo jeito que fazia há três anos.

Parecia como se o tempo não tivesse passado. Parecia como se nada tivesse mudado.

–Eu sempre vou te amar, Edward. Sempre.

E, ao ouvir isso, ele me beijou. No início foi um beijo lento, calmo, apenas aproveitando a sensação que há tanto tempo não sentíamos. Seus lábios se encaixavam nos meus como se fossem feitos para isso. Era mágico. Era perfeito.

Depois, o beijo foi ficando mais intenso, mais urgente e todo o resto pareceu sumir. Nada mais importava além de Edward e eu ali. Era como se nada tivesse acontecido ou mudado. Quando ele me beijava assim, eu era capaz de jurar que enfrentaria qualquer coisa por ele. Era como se tudo no mundo fosse possível desde que ele estivesse comigo, me amando, me perdoando.

–Me perdoa. Eu não fui egoísta. Eu só fiz o que parecia ser o melhor, independente de certo ou errado. Por favor, acredite em mim. –Eu queria desesperadamente que ele acreditasse em mim. Que me perdoasse e que pudéssemos ser felizes novamente.

–Eu sei, meu amor. Eu sei disso agora. Eu que peço desculpas por não ter te ouvido. Apesar de achar que você deveria ter me contado e permanecido ao meu lado, sei que é fácil falar e difícil de fazer. Eu na sua situação faria o mesmo. Faria qualquer coisa pra te proteger.

O abracei com força enquanto chorava copiosamente. Aquilo estava mesmo acontecendo? Deus, eu não podia estar mais feliz. Eu tinha meu homem de volta, enfim.

–E agora? –Ele sorriu. Imensamente.

–Bem, agora eu acho que preciso vender o meu apartamento e começar a procurar o nosso em Londres. –Minha boca se abriu em surpresa às suas palavras. Ele iria para Londres? Comigo? Por minha causa? Eu pensei que ele pediria para eu vir morar com ele aqui e eu viria, sem sombra de dúvidas. Mas isso... era inesperado, no entanto.

–Você quer morar comigo em Londres? E o hospital, Edward?

–Há vários hospitais ótimos em Londres. Vou conversar com o pai de Tanya antes que ela queira arrumar uma armação de fato e vamos embora daqui. Sabe por quê?

–Por quê?

–Porque meu sonho maior sempre foi você. E nada pode ficar acima de você e o nosso amor. Nem mesmo a minha carreira. E além do mais, acho que se eu não fosse pra Londres, perderia meu melhor amigo. Ele está tão apaixonado pela sua que vai segui-la até o fim do mundo.

–Então, no final, não é só por minha causa, é? –Segurei o riso e ele gargalhou, divertido.

–Sinto muito, não é só por sua causa. Só 99,9% por você.

Eu o beijei novamente, incapaz de pensar em palavras para expressar a imensidão de sentimentos que eu estava sentido. Edward iria comigo para Londres, eu manteria meu emprego e minha melhor amiga e Edward teria um trabalho no hospital que quisesse por ser tão renomado como era.

Eu estava recebendo a minha segunda chance. O meu final feliz que parecia impossível.

Bom, parece que nada é impossível quando um amor verdadeiro está envolvido. Poderia passar o tempo que fosse, pois eu sabia que eu sempre sentiria o mesmo amor por Edward.

Intenso, mágico, poderoso.

–-----

“De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.”

William Shakespeare

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado.
Muito obrigada pela recomendação e comentários. E ah, leitores fantasmas, deixem um review pelo menos no último, sim? ;)
Aguardo os comentários de todos.
Bjs :*