I Never Told You escrita por Bellice


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá! *-*
Bem, apesar de ganhar só 4 comentários vim postar hoje igual por consideração a quem comentou ♥ Muito obrigada ♥
Espero que gostem do capítulo! Boa leitura! :]



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Nova York, Estados Unidos da América.

–Certo, Rose. É aqui que a gente se separa. Você pode dar uma volta ou ficar no hotel, não sei. Eu vou atrás dele. –Minha amiga ia protestar, mas fui mais rápida. –Eu preciso fazer isso sozinha, você sabe. –E tinha mesmo. Já era tempo de enfrentar os meus próprios fantasmas do passado. Rose tinha me dado coragem para vir até aqui e era o suficiente. O resto era comigo.

Despedi-me dela e peguei um táxi, dando ao motorista o endereço do hospital que Edward trabalhava. Ainda era o mesmo. Será que ele estaria lá? Já era de noite e eu temia que minha viagem fosse em vão. Porém, ele sempre fazia plantão em dias de semana, para ficar com os finais de semana livres. Será que isso tinha mudado? Ele costumava fazer isso para que pudéssemos ter um tempo de qualidade para nós, no entanto, eu fui embora. Será que existia outra? Outras que realmente significavam algo? Será que ele me esqueceu?

A chave que eu segurava em minha mão direita pinicava. Eu ainda tinha a chave do apartamento dele, que, seria nosso se eu não tivesse partido. Não sabia dizer se ele ainda morava lá, mas podia jurar que sim. Não é como se Edward gostasse de mudanças. De qualquer tipo.

Então, se ele não estivesse no hospital, eu iria para lá. Não custava tentar, certo? Eu vim até aqui, e não ia desistir facilmente.

–Chegamos, moça. –O taxista me avisou e eu dei um sorriso, me apresando em pegar logo o dinheiro para lhe pagar. Engraçado. Morei tanto tempo em Londres que tinha até esquecido como o sotaque pode ser extremamente diferente. Eu senti falta daqui. Eu nunca devia ter saído daqui, por mais que eu amasse Londres. Aqui era meu lar, porque era onde Edward estava.

O hospital parecia maior do que era antigamente. Não sei se era pelo fato de, realmente, terem ampliado seu espaço, ou se era pelo meu medo crescente de enfrentar o que estava lá dentro. Tanya, Edward... Deus, eu queria que isso fosse mais fácil.

–No que posso ajudá-la, senhora? –A mulher de meia idade que estava na recepção disse, logo que me aproximei. Seu sorriso era simpático e me dava uma certa dose de conforto que me acalmava.

–Eu gostaria de saber se o Dr. Cullen está. Eu sou uma velha amiga dele e não consigo achá-lo em lugar nenhum desde que voltei para Nova York. –Não era totalmente mentira, certo? Mas a mulher precisava acreditar que eu estava realmente desesperada. E eu estava.

–Oh, sim, ele está. Mas lamento dizer que foi chamado para realizar uma cirurgia de emergência em um de nossos pacientes. Será uma cirurgia demorada e eu não aconselharia a senhora a esperar. Volte amanhã, ele faz plantão aqui quase todos os dias da semana. –Ela suspirou, parecendo triste. Aquela senhora parecia preocupada com ele, e, vendo isso, minha simpatia por ela aumentou ainda mais.

–Eu sei, ele nunca teve jeito. Sempre acha que é invencível e que não precisa dormir nunca, até desmaiar de sono. –Eu ri de leve. Edward sempre seria Edward. Aquele grande garoto que eu conheci e foi se tornando um homem maravilhoso aos poucos, sempre com a imensa vontade de ajudar tudo e todos e fazer do mundo um lugar melhor.

–Exatamente. A senhora parece o conhecer bem. –Ela estava curiosa, mas ainda sorria simpática para mim.

–Senhora não. Meu nome é Bella, muito prazer. –Estendi minha mão pra ela, que a pegou rapidamente. –Sim, eu o conheço. –Não era mentira. Mesmo que o tempo tenha passado, Edward sempre seria o meu Edward. Eu o conheci demais para simplesmente esquecer seus defeitos e suas qualidades.

–Mary. O prazer é todo meu, Bella. Quer que eu deixe um recado para o Doutor Cullen?

–Não, não precisa. Eu volto amanhã. –Mordi os lábios. Eu não poderia mesmo ficar ali e esperar sei lá quantas horas, ainda mais me arriscando a ver Tanya antes dele. Primeiro, eu esclareceria tudo a ele. Depois, acertaria minhas contas com a vadia.

–Então tudo bem. Vemo-nos amanhã, dependendo do horário que você vir. Foi realmente um prazer, Bella.

–Mary? Você sabe me dizer se Edward ainda mora no mesmo apartamento de três anos atrás? –Ela franziu o cenho, não entendendo aonde eu queria chegar, mas por fim, resolveu falar.

–Eu não devia dar nenhuma informação para desconhecidos para os médicos daqui. Então, eu não vou dizer que o Dr. Cullen continua no mesmo endereço desde sempre. Agora vá. Logo.

A minha vontade era de abraçá-la e agradecê-la mil vezes, porém eu não tinha tempo. Era arriscado ficar ali e dar de cara com a vaca que fodera com a minha vida. Então, saí dali o mais rápido possível e fui em direção ao apartamento de Edward.

Espero que ele goste da surpresa e não me expulse aos berros.

(...)

Ótimo. O prédio onde Edward morava ainda continuava o mesmo, também. Cheio de gente na recepção, barrando todo mundo que quisesse subir para um dos quartos sem a devida autorização. Em qualquer outra situação, eu acharia isso o máximo, mas não agora. Agora eu precisava desesperadamente entrar no apartamento de Edward sem que ligassem para ele dizendo que uma louca havia invadido sua casa.

–Olá. Eu sou uma amiga do Sr. Cullen e gostaria de subir para aguardá-lo. –Dei o meu sorriso mais simpático ao homem da recepção e esperei que ele fosse tão bom quanto Mary.

–Lamento, Srta. O Sr. Cullen não me informou de nada, então não tenho autorização para isso. –Senti meu rosto desmoronar, mas a chave, até então esquecida, pinicou na minha mão de novo. Sim, eu deveria me beneficiar dessa pequena vantagem. Eles não teriam mudado as fechaduras, certo?

–Eu sei que ele não deixou informado, foi meio que inesperado. Estou morta de saudades dele e queria fazer uma surpresa, moço, por favor! –Sim, eu estava implorando. –Veja, ele me deu a chave. Eu não a teria se ele não me quisesse aqui. Por favor, me deixe entrar e surpreendê-lo quando chegar do plantão. –Eu sacudi a chave na frente do pobre homem e continuei a implorar. Por favor, por favor, por favor. Isso tinha que dar certo.

O homem me olhou atentamente e depois, olhou para a chave que eu ainda sacudia freneticamente à sua frente. Finalmente, decidiu tomar uma decisão. Sorriu.

–Certo. Eu acho que o Sr. Cullen irá gostar de uma bela dama como a senhorita fazendo-lhe uma surpresa. Pode subir.

–Obrigada! Obrigada! –Meu sorriso foi tão enorme que acho que o homem até se assustou e pensou em mudar de ideia, mas eu tratei logo de subir. E de rezar para que a chave entrasse na fechadura.

Felizmente, a sorte que eu nunca tive resolveu aparecer hoje. E eu não podia reclamar. A chave girou facilmente na porta do apartamento de Edward e, logo, eu estava lá dentro.

Assim que acendi as luzes, dei uma olhada em volta no local. Parecia exatamente do mesmo jeito que fora sempre. Do mesmo jeito que eu me lembrava. Havia, logo na entrada, uma espaçosa sala de estar, com uma televisão enorme e um sofá grande e macio que eu adorava; um tapete felpudo que muitas vezes foi útil, vários quadros pelas paredes e a estante imensa de Edward com todos os seus livros.

Aproximei-me mais da estante, espantada. Os meus livros, os poucos que eu tinha deixado lá, continuavam no mesmo lugar, parecendo intocados. E o que mais me chamou a atenção, não foi isso e sim, o porta-retrato que havia na prateleira mais alta da estante. Era a mesma foto que eu tinha na minha caixinha proibida. A minha favorita. Nós dois, completando dois anos de namoro no mesmo lugar aonde nos vimos pela primeira vez. Por que diabos ele guardou essa foto? Será que ele também não havia me esquecido? Será que Edward ainda me amava?

Ignorei a cozinha e fui direto para o quarto de Edward. A grande cama ainda estava lá, com uma colcha diferente da que eu lembrava, mas tudo parecia exatamente igual. Parecia que o tempo não havia parado. As lágrimas que eu tinha lutado contra por tanto tempo, logo vieram à tona. Deitei em sua cama, procurando seu cheiro no travesseiro. Ainda era extremamente bom, perfeito e gostoso. Ah, eu precisava vê-lo e fazer qualquer coisa para que ele me perdoasse.

Meus pensamentos borbulhavam, conflitando-se um contra o outro. Quantas mais passaram por essa cama onde eu me encontrava logo depois que eu fui embora? E se ele já tivesse se acostumado a não ter compromisso com ninguém, e não me quisesse mais? Eu deveria ir embora, voltar pra Londres...

Eu sinto falta desses olhos azuis

De como você me beijava de noite

Eu sinto falta de como a gente dormia

Como se não houvesse nascer do sol

Como o gosto do seu sorriso

Eu sinto falta de como a gente respirava

Fechando os olhos para tentar aplacar o desespero, eu lembrei-me de quantas vezes eu não dormi naquele apartamento com ele. Eu não gostava de deixar o meu sem ninguém, mas quando ele me pedia tão carinhosamente com aqueles olhos azuis tão intensos, eu não conseguia dizer não, eu não queria dizer não.

Então, nas noites em que eu dormia aqui ele fazia o jantar, ou nós fazíamos o jantar, e íamos dormir, ou assistir um pouco de televisão. Nunca conseguimos ver mais de dois minutos de televisão, porque logo já estávamos mais perto do que necessário, nos beijando como se nada mais importava. Sua boca era tão doce e delicada quando me beijava, me mostrando todo o amor que ele sentia, que nós sentíamos; ou às vezes, depois de uma briga qualquer, ele me beijava com urgência e sem delicadeza nenhuma, deixando claro o quanto nos desejávamos. Eu não sabia e nem sei dizer de qual jeito eu gostava mais de Edward. Acho que os dois se completavam, tornando-se um só, tornando-se o homem que eu amei e amo com loucura.

Mas eu nunca te disse

O que eu devia ter dito

Não, eu nunca te disse

Eu simplesmente segurei dentro de mim

Talvez, se eu tivesse permanecido aqui, permanecido na vida dele e mandasse Tanya à merda, as coisas estariam melhores. Mas, sinceramente, eu não acreditava muito nisso. Edward sempre foi apaixonado pela medicina. E eu não poderia simplesmente deixar nenhuma pessoa destruir isso, ainda mais por minha causa. Por isso, nunca disse nada. Por isso, eu fui embora tão rapidamente. Agora, ele deveria me odiar.

E agora

Eu sinto falta de tudo sobre você

Não acredito que eu ainda te quero

E depois de tudo o que a gente passou

Eu sinto falta de tudo sobre você

Era difícil viver acomodada, quando eu já tinha experimentado uma vida cheia de emoção, amor e paixão. Era difícil pra mim, ir à escola todo dia trabalhar de manhã sabendo que Edward não estaria em casa depois, quando eu chegasse, me aguardando com um sorriso torto que só ele tinha.

Eu vejo seus olhos azuis

todas as vezes que eu fecho os meus

Você deixa dificil de ver

À que lugar eu pertenço

Quando eu não estou com você

É como se eu estivesse sozinha comigo mesma

Mesmo depois de três anos, eu poderia afirmar com convicção que nada em mim tinha mudado. Eu poderia estar mais velha, e com o cabelo mais escuro e mais comprido, mas por dentro, em meu coração, os sentimentos continuavam os mesmos. Meu sonho sempre fora morar em Londres e eu o realizei, no entanto, eu não pertencia àquele lugar, porque Edward estava aqui, nos Estados Unidos.

Quando eu finalmente ouvi um barulho na porta do apartamento, meu coração deu um salto. Era Edward, tinha que ser. Deus, e se ele estivesse com alguém? O que ele faria quando me visse ali? Por que merda eu achei que seria uma boa ideia vir até aqui e esperar por ele?

Mesmo assim, me mantive imóvel, sentada em sua cama. As luzes do quarto estavam apagadas, o que me fez ficar ainda mais apreensiva. Espera que Edward não levasse um susto, ou viesse para o quarto com uma frigideira verificar quem tinha invadido sua casa, já que a luz da sala estava acesa. Bem, talvez ele nem percebesse. Todo mundo esquece uma lâmpada ligada uma vez na vida, certo? Merda, isso não é o foco principal...

Edward entrou no quarto e eu prendi minha respiração. Sério que ele não iria acender as luzes? Pela claridade da lua que vinha da janela ampla e aberta e da vista dos prédios de Nova York, eu o vi depois de três longos e fodidos anos. A iluminação não estava lá grande coisa, mas aquele homem ainda era a melhor visão que eu já tive.

Meu ex namorado parecia irritado, isso porque estava resmungando baixinho e puxando seu casaco, e depois sua blusa de qualquer jeito. Era nesse momento que eu deveria me manifestar, mas a visão de seu corpo ali, tão perto do meu estava me deixando paralisada. Como eu sentia falta de Edward. Em todos os sentidos. Principalmente, no sentido sexo.

–Edward. –Obriguei-me a achar minha voz para pará-lo. Ele tinha de saber que eu estava ali em seu quarto. Ele parou de tirar suas roupas abruptamente e suspirou.

–Ótimo, agora eu estou ficando louco. –Eu quase sorri do seu resmungo. Ele ainda lembrava-se de mim, da minha voz.

–Edward. –Levantei-me de sua cama e fui de encontro ao interruptor, acendendo as luzes.

Seus olhos encontraram os meus e nossos olhares se fixaram. Aquela imensidão azul fez meu coração se aquecer como há muito tempo não acontecia. Sua expressão era confusa, mas logo passou a ser de raiva. E eu me encolhi um pouco à sua frente. Eu não estava preparada para ouvir xingões, porém sabia que merecia.

–Posso saber o que você está fazendo em meu apartamento? –O modo como ele deu ênfase ao “meu” me machucou profundamente. Edward estava magoado, muito magoado. Ele jogaria na minha cara o quanto pudesse que aquilo ali poderia ser “nosso”, se eu não tivesse o abandonado. Contudo, não me deixei abalar.

–Bem, você me deu a chave.

–Isso foi antes, porra! Isso foi antes de eu saber que você só estava brincando comigo como se eu não tivesse importância nenhuma! –Edward continuava a me olhar com raiva, com rancor e agora, gritava. Meus olhos se encheram de lágrimas, prontas para caírem a qualquer momento. Deus, como eu queria que tudo tivesse sido diferente.

–Não foi bem assim! –Eu comecei a gritar também. –Eu sei que disse que não estava certa de meus sentimentos e dei a entender que não queria mais você, mas Edward... Por favor, eu... –Comecei a me aproximar mais dele, mas ele se afastou de mim, como se sentisse nojo, repulsa. Aquilo só me fez quebrar mais.

–Não foi bem assim, não é? Então como foi? Você tinha outro, Bella? Um amante que foi embora daqui com você?

Minha boca abriu e fechou diversas vezes, enquanto minha mente pensava numa resposta para que Edward acabara de falar. De tudo o que ele poderia ter dito, isso foi o pior. Eu nunca estive com ninguém nem ao menos nesses três anos em que estávamos separados, quanto mais quando estávamos juntos.

–Para de ser babaca, Edward. –Gritei raivosa. Isso fez com que ele me olhasse ainda mais, quem sabe arrependido do que falou. Ou não. –Eu vim de Londres até aqui pra esclarecer a porra da situação que aconteceu há três anos! Se você quiser saber da verdade, deixe-me falar. Se quiser apenas me ofender, tudo bem, eu vou embora e não falo nada.

–Engraçado. Muito engraçado! Agora você quer esclarecer as coisas, não é? Por quê? Depois de malditos três anos longe? Você tem ideia do quanto eu sofri? Do quanto eu esperei que você voltasse a cada mísero dia que se passava? Não, você não sabe. Não sabe, porque foi egoísta demais pra pensar em mim!

Aquele não era o Edward que eu havia conhecido. Seus olhos não me olhavam mais com amor e sim com mágoa. Ele sustentava, também, um sorriso cínico em seu rosto. Amargurado. Ele estava amargurado. Com a vida, comigo.

Eu queria gritar. Dizer-lhe que eu podia ter sido tudo, menos egoísta. Tudo o que eu fiz foi pensando no seu bem, na sua felicidade. Mas não adiantaria. Foi aí que eu percebi o óbvio.

Fora um erro. Voltar havia sido um erro. Eu nunca deveria ter saído de Londres. Eu nunca devia tê-lo procurado.

Porque não restava mais nenhum amor nele por mim, apenas o ódio.

“Eu sempre consigo o que quero.” - As palavras de Tanya me vieram à cabeça. O irônico é que, eu sempre achei que mesmo indo embora, mesmo partindo, Tanya nunca conseguiria uma coisa: destruir o nosso amor. Mas pelo visto, ela tinha razão e eu havia me enganado.

–Foi um erro ter vindo. Desculpe-me ter atrapalhado sua vida novamente. Mesmo assim foi... Ótimo te ver, Edward. Seja feliz. –Seja feliz porque foi para isso que eu fui embora. Completei mentalmente, lhe lançando um sorriso triste. Ele, ao contrário, olhava para mim como se fitasse o vazio. Sem nenhum sentimento. Sem nenhuma emoção.

Edward me odiava.

E eu não tinha mais assunto nenhum para tratar por aqui.

(...)


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Mereço reviews? Uma recomendaçãozinha? >
Não sei se vou conseguir terminar o próximo capítulo até amanhã, mas com certeza até terça!
Me deixem saber o que acharam, por favor ♥
Beijo :]
http://bellicefanfics.blogspot.com.br/