In the flesh escrita por Mean, SheWolf, Paperback Writer


Capítulo 11
What God wants...


Notas iniciais do capítulo

Aee povo! Sim, PW de novo, bom, ai vai mais um capítulo, e não, o próximo não será meu.... Mwahahah



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Eleanor

Não me lembro de muita coisa depois de ouvir as balas. Lola e Nick atiraram com o revólver de Moriarty. Uma bala em cada, não foi útil. Minha bala já tinha sido usada no corpo de Brianna, que tinha a costa manchada de vermelho. Suspirei fundo e corri até Lola, que segurava o braço com uma careta de dor. Não consegui ver Nick em lugar nenhum, isso estava me deixando realmente preocupada.

Vi mais três homens entrarem no lugar, para minha alegria, usavam o uniforme da empresa. Foi quando senti uma dor aguda no meu ombro.

Beep. Beep. Beep. Beep. Beep.

O barulho começava a me irritar, mas manter os olhos fechados era bom. Eu diria que estava no meu apartamento. Mas os fios colados em meu tórax a cama dura me traziam a realidade. Nada fora um sonho.

Essa é a hora que seu muro começa a desmoronar e a realidade vem à tona.

Eu matei alguém inocente.

Senti alguém passando a mão pelo meu rosto e quase não contive a curiosidade de saber se Keith veio me visitar, ou de perguntar para a pessoa se Nick e Lola estavam bem.

O toque logo cessou e me concentrei em dormir novamente, mas as imagens ainda não saiam da minha cabeça

Tiros. Faster chegando com seus homens, poeira, gritos, mãos, tudo preto de novo.

Moriarty.

Moriarty está morto.

–Eleanor. – Ouvi a voz de Faster me tirar de meus devaneios. – Pare de fingir que está dormindo.

A contragosto, abri meus olhos e encarei os tempestuosos olhos de Faster.

Sete segundos.

Novo recorde.

–Bom dia. – Me sentei, fazendo uma careta ao sentir uma dor aguda no ombro.

–Já é noite, Waters. – Ele deu um meio sorriso. – Dois dias em um hospital...

–Dois?! Ah meu Deus! Faster... Como a Nick e a Lola estão?

– Lola machucou o braço, mas Nick está bem. Um pouco triste, mas conseguiram chegar antes de alguém pegá-la. E seu ombro?

–Sei lá.

Faster arqueou uma de suas sobrancelhas e apenas sorriu.

–Por favor, Eleanor, não invada mais uma termelétrica abandonada. Hm... Acho que você tem alta amanhã. Descanse.

–Lola e Nick já saíram?

–Lola saiu hoje, Nick está bem.

Concordei com a cabeça e vi Faster saindo da sala.

Bufei. Não esperaria até amanhã para sair desse lugar. Ainda mais com o assassino da Vic nas ruas.

Olhei para a janela fechada por cortinas. As luzes dos prédios lá fora refletiam no tecido branco. E eu aqui. Sentada numa cama de hospital, com alguns fios em meu tórax e uma máquina mostrando o meus batimentos cardíacos.

É, eu preciso sair daqui.

Olhei para os lados, os outros pacientes pareciam dormir, torci para que realmente estivessem e retirei com todo o silêncio do mundo a minha bata branca de hospital. Senti o sangue ir para minhas bochechas, afinal, não seria nada agradável se um médico resolvesse aparecer na porta nessa hora.

Fio por fio, desgrudei-os da mina pele. Parecia que estava indo tudo bem, quando tirei o último e a máquina desandou a apitar, como se eu estivesse tendo uma parada cardíaca.

Nada esperto, Eleanor.

Apenas peguei a minha bata, corri até a janela ainda vestindo-a e assim que cheguei na abertura, pulei.

Exato. Eu pulei da merda da janela. Quantos metros? Não sei. Mas, para minha felicidade, cai em cima de um latão de lixo.

Assim que dei graças a todos os deuses possíveis por estar viva, tossi ao sentir o cheiro que o lixo exalava, mas estava viva. Viva e livre!

Gargalhei como uma maníaca, mas logo depois sai da caçamba e saltitei pelas ruas.

O hospital ficava a mais ou menos quinze minutos do nosso apartamento. Mas minha fome e o frio que sentia ao pisar em cada possa de água quase afirmava que eu demoraria muito menos tempo para chegar.

O vento frio cortava a minha pele, meu estômago fazia ruídos suficiente para acordar uma pessoa com o sono leve e minha panturrilha ardia em chamas, mas logo avistei o prédio branco.

O porteiro não estava lá, como sempre. Entrei no elevador e fui até nosso andar, abrindo sem delicadeza nenhuma e gritando:

–Cheguei! E estou com fome!

Silêncio.

–Eeei! Cadê vocês?! – Caminhei para dentro da casa. Lola e Nick estavam sentadas na cama de Nick. – Finalmente.

Nick esboçou um sorriso, mas mesmo com as olheiras, sabia que a tentativa fracassada de sorriso não era só pela falta de sono.

Brianna.

Sorri derrotada, sabia que parte da noites mal dormidas eram minha culpa. Eu matei Brianna. Moriarty se matou.

De que adianta a inteligência se a covardia continua?

–Eleanor. Terra. Eleanor. Terra. – Lola estalou os dedos em frente ao meu rosto.

–Que que foi, caralho? – Minha fome respondeu.

–Eita, você ficou parada, sei lá, odeio quando você faz isso.

–Desculpe. Hm... Eu vou fazer um miojo. Já jantaram?

–Já. – A loira respondeu, sorrindo.

Fazer macarrão instantâneo não requer muito cuidado. Enquanto a água aquecia, finalmente tirei a bata do hospital e coloquei uma roupa normal, estava cansada mesmo depois de dormir por dois dias. Mas francamente, se eu passasse mais um dia naquele hospital, eu provavelmente sairia viciada em morfina. Não é isso que eu preciso agora.

A primeira semana que se sucedeu após o incidente de Battersea foi de longe a mais estranha em toda a minha vida. Até porque certas coisas mudaram.

Primeiro, por mais que eu não goste de admitir, somos as queridinhas do Faster. Tendo um “parentesco” tão direto com ele, somo muito respeitadas.

Respeitadas. Não temidas.

No momento que eu coloquei os pés no prédio da empresa do Faster, as pessoas nos olhavam quase com pena. Como se tivéssemos uma doença terminal contagiosa. Nem mesmo a Lillian, a química que sempre me atualizava das fofocas dos escritórios conversou comigo.

Nick bebia café como se fosse água, Lola passava mais tempo que o normal batendo em sacos de areia, e eu... Bom... Eu voltei a fumar. Mas o que eu coloco entre meus lábios ou deixo de colocar não vem a calhar agora.

Depois de tomar um copo de chá preto, fui até minha sala e tranquei a porta atrás de mim e peguei um LP qualquer da prateleira, colocando-o para tocar e ouvindo a bela melodia, que logo descobri sr The Turtles.

A minha sala era até organizada, levando em conta de que era aminhasala. Mapas da Inglaterra e suas regiões decoravam as paredes, junto com símbolos e letras de outras culturas. Larousse, livros de mitologia e policiais decoravam as prateleiras. Quando eu era mais nova, o vão que restou era ocupado por um aquário com peixes, mas agora era apenas um porta retrato vazio.

Peguei uma folha do post it e escrevi numa caligrafia quase caprichada.

Victória, Moriarty, Brianna.

Pesquisar.”

E seja o que Deus quiser.


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Notas finais do capítulo

Bom... Espero que estejam gostando!
XXX
-PW



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