Sinal escrita por Universo das Garotas


Capítulo 36
36º Capítulo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461068/chapter/36

36º Capítulo – Fred

A minha manhã seguiu tranquila, com várias assinaturas em papéis, transferindo os ativos da GlobalTime para o grupo de empresas da Europa na presença de seu Representante.

Antes da viagem da Alemanha, eu tinha conseguido que meus sócios nas empresas, na verdade os laranjas e entre eles Jason, assinassem procuração dando me plenos poderes sobre os bens e ações da GlobalTime.

Sempre fui o real dono, sabendo exatamente a composição completa do patrimônio e detendo o poder de negociação total com nossos clientes. Assim, mesmo que eu não figurasse no contrato social, nem se meus sócios laranjas quisessem eles poderia tirar algo de mim. Tudo fora emaranhado em uma teia, que eu tinha o poder total de controlar.

Mas foi exatamente por isso, com a decisão de me tornar um homem melhor para Beatriz, que liquidei todos os passivos e dívidas, através da orientação dos advogados do escritório Alcântara Advogados Associados, e consegui até mesmo a remissão fiscal da empresa. Não sem antes pagar todas as ações trabalhistas.

Portanto, eu tinha um empresa limpa para vender, embora com bem menos patrimônio do que quando eu usava fraudes para enriquecer. Mas foi o suficiente para comprar as ações da CEM, manter dois carros e motos, a minha mansão e certa quantia no exterior.

Agora, estava apenas aguardando a finalização de procedimentos burocráticos para ir ao encontro de Jason e pôr um fim nessa história.

Mas fui surpreendido pelo tal representante, com um convite inusitado:

– Sr. Frederico, um dos maiores acionistas do grupo empresarial o convida para um almoço de negócios para tratar dos ajustes finais – vendo que eu iria recusar a ideia, ele completou – seria interessante sua presença para reforçar as diretrizes que devem ser tomadas com os trabalhadores que serão mantidos nos postos de trabalho.

Aquilo me lembrou Beatriz e eu acabei aceitando a oferta por respeito ao que minha amada possuía de maior paixão: o respeito aos trabalhadores.

E eu já os tinha feito muito mal.

Aquilo seria o mínimo.

Saímos em direção ao requintado restaurante, escolhido pelo tal acionista e fiquei aguardando junto com o engomadinho do representante, em uma das mesas.

Já estava na minha segunda taça de vinho, apenas bebericando levemente, quando o homem ao meu lado tossiu para me demonstrar que quem esperávamos havia chegado no local.

Levantei meus olhos, na direção da recepção e custei a acreditar na imagem que se formava na minha retina.

Era o Sr. Friednhich, da LhermanJess.

Ele veio andando com porte arrogante na minha direção e sentou-se elegantemente ao meu lado. E apenas disse:

– Sr. Frederico Costa – arranhou seu alemão carregado – eu poderia dizer que é um prazer revê-lo mas julgo que seria meio inadequado, tendo em vista a maneira como o senhor finalizou os nossos negócios.

– Você não pode ter adquirido a GlobalTime – eu disse entre dentes – eu mesmo verifiquei o nome dos sócios e não consta a sua pessoa! Além do mais sua companhia fez uma oferta que foi recusada por mim.

– Sim, mas eu sabia que você recusaria então enquanto você esteve preocupado em negar-me por uma via eu adquiri sua companhia por outra.

Eu queria arrebentá-lo ali mesmo. Como eu pude ser tão estúpido e permitir que aquele inescrupuloso e completamente sem moral pudesse colocar as mão nas empresas GlobalTime? Sabia o fim que ele destinava, usando o que mais tinha em empresas do ramo de terceirização: mão de obra temporária.

– Como você mesmo pode perceber, agora não preciso mais estabelecer contratos com as empresas prestadoras de serviços, em seu país. Sou diretamente proprietário da maior e com número significativos de funcionários. A propósito Sr. Frederico, a despeito de sua cláusula de imposição para manter todos os trabalhadores em seus postos de trabalho eu não vou apenas cumpri-la, como o farei satisfatoriamente. Será meu prazer usa-los na minha causa de maior interesse. Não que já não fizéssemos isso antes. Mas acredito que agora não precisarei de limites.

Nunca odiei tanto alguém em toda minha vida. Jason achava que eu já tinha sido capaz de matar antes. É porque ele não me viu nesse momento.

Agarrei a faca sobre a mesa do restaurante e eu faria um estrago no sujeito a minha frente, quando sua fala novamente me interrompeu:

– Só para se acalmar, eu lhe fornecerei uma informação gentilmente, por atenção a nossa velha amizade – sorriu de maneira desprezível quando continuou - Jason, seu antigo braço direito está nesse momento com sua protegida em algum lugar da sua mansão, aquela mesma que eu o ajudei a decorar com móveis da Europa.

Todo o meu corpo reagiu ao que ele tinha me dito e eu não pensei duas vezes. Atravessei o lounge do restaurante em questão de minutos, parando apenas para pular na minha moto estacionada.

Nunca corri tanto na minha vida.

Beatriz era presa de Jason e eu sabia do que ele era capaz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sinal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.