Hermione dava aulas para Goyle quase todos os dias, exceto no domingo, mas era difícil fazer alguma coisa entrar naquela cabeçona oca. Os resultados só foram aparecendo depois de quase um mês e meio de aulas, ele conseguiu acertar metade do teste de História da magia – antes mal escrevia o nome – , conseguiu executar um feitiço na aula com apenas três tentativas e conseguiu preparar uma poção aceitável na aula de Snape.

– Meu pai quase não acreditou quando viu a minha nota em poções! – disse animado.

– Ele deve estar orgulhoso com a melhora nas suas notas. – a morena estava satisfeita consigo mesma, havia conseguido algo praticamente impossível, nem os professores tinham mais esperanças.

– Ele está mesmo! – sorriu bobamente – Olha, Granger, até que você não é tão ruim como eu pensei. Você até que é legal!

– Obrigada. Eu acho... Você também não é tão ruim como eu pensei. – sorriu.

– Hm... Érr... Pode me chamar de Gregory. Se quiser... E me desculpe por já ter te chamado de sangue-ruim.

– Não tem problema, Go- Gregory, depois de tanto tempo isso nem me afeta mais. E pode me chamar de Hermione se quiser.

– Tudo bem, Hermione! – ela sorriu novamente pra ele.

– Acho que já terminamos por hoje. – começou a empilhar os livros que haviam utilizado para guardá-los na estante.

– Deixa que eu te ajudo. – se levantou e foi até ela.

– Não, tudo bem.

Ela se desequilibrou com o peso dos livros e quase foi de encontro ao chão, quase porque um par de braços fortes a seguraram à tempo pela cintura.

– Você está bem?

– Estou. Obrigada! Se você não tivesse me segurado... Obrigada!

– Não foi nada. – sorriu, ainda a segurando pela cintura.

Os dois continuaram bem próximos, se olhando e sorrindo um para o outro por alguns instantes até que Hermione voltou à realidade.

– Acho melhor eu ir... Hã, tchau, Gregory. – se afastou do garoto e saiu rapidamente da sala, nem se lembrando dos livros espalhados pelo chão.

Seguiu direto para o dormitório, não fazendo a menor questão de jantar e se jogou encima da cama. Ficou bastante tempo olhando para o teto e pensando no que tinha acontecido.

Ia ser uma queda bem feia, que bom que ele ma segurou!

Ele tem braços fortes... e até que ele é bonitinho.

– BONITINHO?! Ai, meu Merlim! Eu devo estar ficando maluca mesmo! – falou para si mesma.

Pegou um livro que estava próximo à cama e começou a lê-lo, no intuito de afastar aqueles pensamentos da cabeça.

***

O resto da semana seguiu normalmente, tanto durante o dia, quanto nas aulas de reforço. Hermione nunca imaginaria que algum dia poderia gostar da companhia de Gregory. Ele era divertido, engraçado e gentil, nunca passou pela sua cabeça que ele fosse assim, principalmente sendo amigo de Draco Malfoy.

E por falar nele...

– Goyle! Estava te procurando. – disse Malfoy, entrando na sala seguido por Crabbe.

– Estamos no meio da aula, Malfoy – disse a morena, irritada com a interrupção.

– Eu não te perguntei nada, sujeitinha de sangue-ruim! – falou num misto de nojo e desprezo.

– Não chame ela assim. – disse Goyle.

– E por que não? – o loiro arqueou uma sobrancelha.

– Por que ela tem nome. E é Hermione! – tirou coragem sabe-se lá de onde para dizer aquilo justamente para Malfoy.

– Você está defendendo essa sangue-ruim? Ficaram amiguinhos, é? Está até chamando ela pelo primeiro nome! Que decepção! – ainda estava um pouco surpreso pelo capacho ter se rebelado – Vamos embora, Crabbe. Antes que a gente acabe se contaminando! – olhou para Goyle e Hermione com repulsa e saiu da sala com Crabbe.

– O-obrigada por me defender. – ela estava bastante surpresa com a atitude do garoto.

– Não podia deixar ele falar daquele jeito com você.

– Nunca pensei que algum dia você enfrentaria o Malfoy.

– Eu também não. Mas por você, tudo bem. – sorriu e deu de ombros.

Hermione ficou tão vermelha quanto um tomate, mas conseguiu retribuir o sorriso.