Chegamos em casa, e nos deparamos com a porta aberta.

– Estranho, a porta aberta? Será que Grover veio sem nos avisar? – perguntou Percy.

– Ele tem uma cópia de nossa chave, mas se viesse não deixaria a porta aberta, será que nos rastrearam? Ou pior, será que aconteceu algo com Thalia ou Grover? – eu pergunto

– Fique aqui no carro, qualquer coisa buzine e fuja com o carro. – falou Percy saindo do carro e indo em direção à casa com contracorrente em forma de caneta na mão.

– Certo. – respondo eu indo para o banco do motorista.

POV PERCY

Chego a porta de casa chamando por Thalia, e percebo que ela não está, olho para trás pra conferir Annabeth e está tudo ok. De repente ouço vozes vindo do escritório.

– Poseidon, sua cria foi irresponsável demais, sujou meu nome, pelo menos fugiu com minha filha e guardou segredo, mas se um dia alguém descobrir, seu peixinho de laboratório vai para o Hades, e sem volta. – dizia uma voz feminina, com tom rígido e frio.

– Atena, você é a Deusa da Guerra Justa, pense bem, eles precisam de nós,sim, meu filho faltou com responsabilidade, e que os dois sujaram sua imagem, mas sua filha está grávida, você sabe que frustrações e aborrecimentos podem fazer mau à ela e a criança. – disse meu pai tentando “contê-la”

Percebi que para Atena e Annabeth se acertarem seria difícil. Atena praticamente se referia com nojo a Annie.

– Quem você pensa que é para me dar conselhos e dizer se estou certa ou errada? Deve estar rindo por dentro, vendo que minha imagem será manchada por um filho seu, e ainda chama ela de minha filha, ela deixou de ser minha filha quando se entregou para o seu, e a agora ela carrega o fruto de tal pecado, que desgosto!

Naquela hora senti raiva de Atena, tudo bem por me ofender, mas ofender Annabeth e minha filha já era demais, decidi interromper a “conversa”.

– Atena, retire o que disse sobre minha família, seu problema é comigo e com meu pai, poupe Annabeth disso! – falei quase gritando, tomando cuidado para que os vizinhos não escutassem.

– Ah, olha quem chegou, o peixinho metido a herói... – disse Atena com desdém – você não manda em ninguém, e agora quer mandar numa deusa como eu? Tal pai, tal filho.- Não sei se ela se lembra mas, eu lutei contra Cronos e também lutei contra Gaia então sem querer me gabar, eu sou um herói.

– Atena você está sendo “exibida”, cadê toda sua inteligência? – perguntou Poseidon num tom ousado.

– Não pai, guerras na minha casa não! – eu falei com intuito de contê-lo, percebi em seu olhar que ele me compreendeu.

– Mãe? Poseidon? O que estão fazendo aqui? – “interrompeu” Annabeth.

– Amor era pra você ter ficado no carro, eu te chamaria daqui a pouco. – eu falei indo para perto de Annie.

– Quero conversar à sós com você Annabeth. – disse Atena num falso tom suave.

– Ah sim mãe. – disse Annabeth, num tom medroso, porém alegre.

– Filho vamos para sala, também precisamos conversar. – disse meu pai olhando repreensivamente para Atena que retribuía num falso olhar concordando.

Não sei por que, mas essa mudança de expressão no rosto de Atena me pareceu falsa.

– Pai, desculpe por ter fugido do acampamento, eles não podem saber sobre isso e se você puder guardar segredo eu ficaria grato, só me não separe de Annabeth e de minha filha nem deixe a vida delas em perigo. – digo eu quase ajoelhando e suplicando a meu pai.

– Tudo bem Perseu, estou orgulhoso de você, não porque provavelmente manchará a imagem de Atena, mas por você ter agido com amor e carinho, sempre protegendo Annabeth e sua filha, afinal como tem tanta certeza de que será menina? – disse meu pai colocando a mão em meu ombro.

– Grover sentiu que seria menina, e Annabeth também, dizem que é intuição feminina, to começando a acreditar que funciona... E pai muito obrigado por compreender tudo, pensei que seria pior. – digo eu aliviado, mas ainda com medo do que Atena estava dizendo para Annie no cômodo ao lado.

– Você e sua família têm um andar no meu castelo no Olimpo, além de uma conta de dracmas e outra de dólares, contem comigo para tudo o que precisarem. – disse meu pai.

– Pai eu não tenho palavras para o que você está fazendo por mim, como posso agradecer? – digo eu sorrindo um pouco envergonhado, não sei por quê.

– Apenas seja feliz com sua família filho, que estará me agradecendo. – disse meu pai. – preciso ir agora é urgente, tchau Perseu.

E antes que eu pudesse responder ele sumiu, deixando o ambiente em silêncio e um cheiro de mar, toda essa sensação foi cortada pelo choro de Annabeth.

– Annie, por que está chorando? – digo eu entrando no escritório e abraçando-a.

– E mais uma vez o peixinho metido a herói aparece... – disse Atena com desdém.

– Escuta aqui senhora “Bruxa”, nem sempre a inteligência e a estratégia vencem os sentimentos sabia? Se tem uma coisa que eu sei é que até os deuses sentem, mas você consegue ser pior que Hades, e a “Deusa da Guerra Justa” não faz “juz” ao nome, pois em todas as guerras que lutei nenhum dos meus adversário me enfraqueceram os sentimentos para ganhar uma luta, pelo contrário eu sempre fui fortalecido por saber que mesmo sendo mais fraco que meu oponente, mesmo nós sendo mais fracos que você venceremos tudo isso, e sabe qual será nossa carta da manga? Nosso amor, porque é por isso que estamos lutando! – eu falei abraçado a Annabeth.

Após dizer tudo aquilo quis chorar e bater em Atena, mas tinha que me manter forte perto de Annabeth, consegui me controlar.

– Quem você pensa que é para querer me dar lição de moral e me chamar de bruxa? Amor... É só um invento ou um feitiço ou qualquer coisa que inventaram para deixarem as pessoas burras, Annabeth não se considere mais minha filha! – disse Atena se achando, como poderia ser tão convencida?

– Com todo prazer, ser filha de uma pessoa indelicada, grossa e mal educada como você é o que me faz sentir nojo. – disse Annabeth enxugando o rosto.

Parece que aquelas palavras fizeram Atena cair em si e fazer uma lágrima cair de seu rosto.

– Agora saia da minha casa e deixe nossa família em paz, não precisamos de sua inteligência e nem de sua estratégia, nós temos algo mais forte, nosso amor. – falo eu com tom de nojo em minha voz.

Tudo o que dissemos pareceu tocar Atena de uma forma “brusca”.

– Ó céus! Eu disse todas essas coisas horríveis à você Annabeth? – pergunta Atena com um ar de arrependimento.

– Sim mã... Atena. – falou Annabeth fria – agora se você tem o mínino de decência vaza, olhar pra você me deixa enjoada.

– Me desculpem, eu peço mil desculpas, vocês têm de mim tudo o que precisarem eu juro. – disse Atena me surpreendendo e se ajoelhando.

– Pare de nos humilhar e de sujar nosso chão e suma daqui agora! - digo eu com raiva, fazendo Atena sumir na hora.

Annie e eu começamos a chorar, sim nós choramos como crianças abraçadas por 15 minutos, Annabeth (mesmo chorando) parecia feliz por eu ter enfrentado Atena daquela forma. Conseguimos (finalmente) parar de chorar.

– Annie, meu pai vai nos proteger, ele me prometeu. – digo eu olhando nos olhos de Annabeth -... ele nos presenteou com um andar inteiro em seu castelo, lá podemos criar nossa filha sem perigos.

– Não quero nossa filha no Olimpo, Percy quero ela aqui conhecendo o mundo, depois se ela quiser levamos ela ao Olimpo. – disse Annabeth um pouco ríspida. – mas ela saberá sobre nós, sobre os deuses, sobre nossos pais, sobre tudo...

– Annabeth descanse um pouco, hoje nosso dia foi cansativo demais. – digo eu guiando Annabeth até nosso quarto.

– Realmente, por favor, dorme comigo, ou fica comigo até eu pegar no sono? – pergunta Annabeth triste, ela estava tremendo e com medo, ela estava me assustando.

– Claro amor, está tudo bem? – eu pergunto preocupado.

– Nada que você não possa resolver. – ela diz se deitando.

– O que você tem? – eu pergunto me deitando ao lado dela.

– Só fique ao meu lado Percy, só isso. – ela diz chegando mas perto de mim. Eu assinto e começo a fazer carinho em seu cabelo e rapidamente caímos no sono.

Mesmo ainda sendo cedo 16:00pm dormimos até o dia seguinte.