Let It Snow - Natal das Sagas escrita por River Herondale


Capítulo 7
A Culpa É Das Estrelas


Notas iniciais do capítulo

FEEEEEEEEEEEELIZ NAAAAAAAAATAL POVO! UHUUUUUUUUUUUUU
Muita paz, alegria, felicidade, amor ao próximo, enfim, nessa data que eu amo tanto, muito de tudo de bom.
Eu sei, eu sei, ontem não postei por um motivo chamado preguiça ~vergonha~ mas meu pai me fez trabalhar para arrumar a casa para a ceia e toda minha coragem para escrever sumiu. Mas tudo bem, vamos ao capítulo!



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Estrelas Engarrafadas

Escuto o som de notificações do meu celular enquanto rolo de um lado para o outro na minha cama esperando o sono chegar. Nossa ceia de natal já havia acabado e meus pais haviam me mandado dormir. Cliquei no botão central do meu celular e a tela acendeu, queimando meus olhos. Eram duas e meia da manhã e a mensagem era de Augustus. Não contive um sorriso e cliquei para ler.

Posso te ver?

Chequei novamente o horário que ele tinha mandado a mensagem. Fazia cinco minutos. Meu celular apitou novamente. Outra mensagem dele.

Desculpe. Quero dizer: posso te ver, tipo agora?

Fiquei me perguntando se ele estava louco. Respondi:

A opção “esperar até amanhã” está em aberto? Eu estou de pijama.

Não levou nem dois minutos para ele responder:

Hazel Grace, estamos com as nossas vidas contadas, não existe esse negócio de esperar. Quero te ver agora.

Eu sabia que não havia escolha. Respondi:

Tá. Me pegue daqui dez minutos.

A mensagem dele chegou quase que imediatamente:

Eu já estou aqui. Desça logo, Hazel Grace, de pijamas mesmo.

PS: Também estou de pijamas.

Me perguntei se deveria avisar meus pais. Eles estavam dormindo nesse momento após arrumarem a cozinha juntos. Eu subi e fui ordenada a dormir, mas era impossível. Decidi então ler.

Até Augustus me lembrar de sua existência, é claro.

Me desconectei do Felipe e me conectei ao BiPAP. Estava frio lá fora, por isso peguei meu casaco e vesti botas. Por precaução também enfiei luvas e uma toca de lã que eu tinha há muito tempo. Desci o mais silenciosamente que podia pelas escadas e abri a porta, me deparando com Augustus Water dentro de seu carro sorrindo para mim com aquele seu sorriso cafajeste Augustiano.

– Feliz Natal, Hazel Grace. – ele me disse. Notei que vestia um suéter com uma rena estampada. Isso me fez sorrir.

– Feliz Natal, Gatoto-Da-Madrugada. Sabe que horas são?

– Sei, mas não faz diferença. Quem inventou a regra de que todos devem desperdiçar suas vidas dormindo de madrugada quando se pode sair com uma linda garota e dirigir por aí?

– O mesmo que inventou que a concepção ridícula de que uma refeição que é considerada de café da manhã não pode ser comida no jantar.

Ele alargou seu sorriso e disse:

– Está fazendo de novo.

– O quê? – perguntei. Eu realmente não entendia.

– Nada. Apenas agindo desse seu modo único e questionador que eu aprendi a gostar muito.

Augustus tinha esse dom de falar tudo o que uma garota amaria ouvir, mas mesmo quando ouço me sinto sem graça. Ele sabia forçar a barra, às vezes, mas não que eu reclamasse.

– Para onde vamos? – perguntei enquanto me aconchegava ao banco de passageiro.

– Para onde possamos passar um natal único sem aquelas tradições desgastantes de ficar com a família e imitar que nada nos preocupa lembrar naquele momento, apenas comendo, comendo, comendo.

Concordei e ele acelerou o carro, e se eu não estivesse acostumada com ele dirigindo, juro que morreria de medo agora.

Decidi que não perguntaria de seu tratamento. Decidi que esqueceria pelo menos hoje que nós tínhamos câncer e pelo menos agora viver o mais normal possível. Mas é claro, havia um catete enfiado no meu nariz para me de que eu estava presa na doença, então foi tudo por água baixo.

– Qual foi o melhor natal que você teve? – ele me perguntou após um tempo. Vi que estávamos indo para o centro.

– Não sei. – disse com sinceridade. – É difícil escolher um porque todos os anos são praticamente iguais. – ele assente com a cabeça. – Mas eu gostei muito do natal de quando eu tinha oito anos. Meus pais e eu fizemos uma guerra de neve e no final todos nós montamos um boneco de neve. O nome que demos era Rudolf, porque Rudolf é um nome bem natalino. E então entramos para casa e tomamos chocolate quente embaixo do cobertor, no sofá. Foi memorável para mim.

Ele parecia atento a cada palavra enquanto continuava a dirigir.

– E você? Teve algum natal memorável? – Eu estava com sono, mas queria puxar assunto.

– Não consigo me lembrar de nenhum agora. – ele disse. – Esse pode ser o meu natal memorável, é claro, se você me ajudar.

Sorri e perguntei:

– Ajudar com o que?

Ele devolveu o sorriso, o sorriso mais largo que Augustus Waters poderia mostrar.

– Sendo você. Apenas fique ao meu lado e seja a Hazel Grace que eu amo e beleza, isso será memorável.

Augustus estacionou o carro em um estacionamento de supermercado vinte e quatro horas (que cruelmente até no natal ficava aberto) e pulou do carro. Eu também saí e o encarei.

– E agora? O que faremos?

– Ali na frente fica a praça dos Ossos Maneiros. Pensei então que nós, hum, poderíamos repetir o nosso piquenique, só que no natal, de madrugada, na neve.

– Isso é imprevisível. – comentei, olhando para os nossos Ossos Maneiros que pareciam se ocultar na cortina de neve.

–Será incrível. Segure para mim a porta do porta-malas por favor enquanto eu pego nossa cesta?

Assenti e dez minutos depois estava eu e Augustus carregando meu BiPAP para eu poder andar na neve sem as rodinhas da máquina que faz o trabalho de meus pulmões se afundar na neve.

Quando chegamos, estava congelando. Mesmo assim eu resistia a vontade de sair correndo e me cobrir porque estava com Augustus. Por sorte, Augustus abriu sua cesta de piquenique e revelou além da toalha para sentarmos, um cobertos fino, porém completamente útil no momento. Envolvemos nosso corpo no cobertor e Augustus tirou dois copos da cesta e um champanhe.

– Estrelas engarrafadas. – ele pronunciou quando viu meus olhos brilharem.

– Deve ter custado caro. – comento ao ler a marca.

– Ah, não tem problema! Um dos privilégios de morrer cedo é que você não precisa economizar para o futuro porque não. Tem. Futuro. É cruel, mas é verdade e eu posso dizer que minha vida foi curta, mas com muito prazer.

– Então encha esses copos com champanhe, Sr. Waters, porque eu quero saborear todas as estrelas daí de dentro como se fosse a última vez que bebo champanhe.

– Quem sabe não é mesmo? – ele sorriu. Humor negro.

Bebíamos champanhe enquanto encarávamos a dança que os flocos de neve faziam no céu. Eu queria muito falar, mas Augustus às vezes me deixava sem palavras ou com palavras demais. Neste momento ele havia roubado todas.

– Estou tentando achar o lado fascinante da neve neste momento. Quer dizer, quando eu era pequeno eu achava neve algo demais! Alguns primos meu de Miami que nunca haviam visto neve antes me perguntavam como era um floco de neve ou acordar com a mãe gritando: corra ver, está nevando! Mas eu não sei, depois que cresci não achei mais nada de interessante em frio mortal, neve que molha todo o seu pé e que não deixa você sair de casa porque ela está com dunas de um metro e oitenta na frente de sua porta, impedindo-o de se mover!

– Coisas fascinantes perdem o valor quando nós a temos. – sussurrei, porque era verdade. Eu sempre sentia a falta da paz quando estava com dor, mas nunca valorizava a paz quando estava tudo bem.

– O melhor é conquistar.

– O melhor é conquistar. – repeti, tomando mais um gole de champanhe.

– Eu provavelmente amaria a neve se tivesse nascido no Brasil por exemplo.

– Ah, eu tenho certeza disso! E não valorizaria as praias incríveis que tem lá.

Augustus ficou rabugento por um momento. Perguntei:

– O quê?

– Droga. – ele falou, meio alto demais. – Não vou conhecer nenhuma praia incrível antes de morrer. Apenas essas praias frias e apagadas do norte dos EUA.

– Imagine que, nesse exato momento, os brasileiros estão no calor de verão e nadando na praia.

– Engraçado como eu estou odiando o inverno agora.

– Esqueça. Beba mais champanhe e agradeça por conhecermos neve.

Nossas conversas não passaram entre como alguns Papais Noeis de shopping são rabugentos e outros são extremamente amáveis. Também discutiram sobre os filmes bregas que passam na tarde de natal e os parentes chatos que mandam cartas nessa data com fotos suas aparentemente felizes em suéteres natalinos.

– Ei – resmungou Augustus. – Eu tiro fotos com suéteres natalinos para mandar em cartas aos parentes chatos.

Eu ri e continuamos a beber nosso champanhe bem lentamente. Não queria que meu copo acabasse, mas não ousaria em beber mais um.

– Se eu tivesse duas pernas te levaria para patinar. – comentou Augustus após terminar seu copo. – Mas eu tive que ter câncer.

– Mesmo que você não tivesse seria impossível. Eu tenho um carrinho ao meu lado para sempre.

Então após uma hora sentados no meio da neve perto dos Ossos Maneiros resolvemos voltar para o carro. Augustus acelerou e me levou para minha casa, só que pelo caminho mais longo. Se eu pudesse também prolongaria o momento.

Na frente de minha casa, Augustus pegou no banco de trás um pacote. Ele me entregou:

– Feliz Natal de novo, Hazel Grace.

Meus olhos brilharam enquanto pegava o presente.

– Feliz Natal, Augustus Waters.

Abri e vi que tinha dentro um livro de Uma Aflição Imperial, mas em uma edição única e especial, lançado dez anos atrás.

– Augustus, como conseguiu isso... – perdi a fala.

– Você merece algo único assim. Mas não foi fácil! Tive que entrar em contato com vários sebos e vendedores na internet até achar um com qualidade boa.

– É mágico, Gus. – falei. – Seu presente está lá dentro, vai esperar ou...?

– Amanhã eu vou passar na casa do Isaac entregar seu presente e pegar o meu. – ele fez um olhar sedutor que me arrancou uma risada. – Espero que ele tenha me dado um bom presente, aquele tapado. Então eu poderia te levar lá comigo e trocamos os outros presentes juntos, por mais que Isaac não terá uma memória visual disso.

– Acho perfeito. – comentei, lembrando que não havia mandado uma carta de Feliz Natal para Isaac, mas não que ele fosse ler mesmo.

– Te vejo amanhã?

– Nos veremos hoje.

– Ah, claro. Odeio o fato de você ser tão inteligente.

Então Augustus se inclinou até mim e me beijou na testa. Algo muito fofo no qual não pude resistir.

– Te vejo hoje então, Hazel Grace, okay?

– Okay. – respondi e sorri com todos os dentes.

– Saí do carro e abri a porta da frente e entrei. Vi ele acelerar e sumir em minha visão enquanto eu abraçava o presente maravilhoso que ganhara de Gus.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela recomendação minha fofa Mary Spantosicus Strondus, eu amei demais, incrível presente de natal ter uma recomendação! E aí, gostaram? Reviews de presentinho, pls haha



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